Você está na página 1de 8

Vodu

Entre as manifestações religiosas da


tradição afro-americana --
macumba, candomblé e outros --, o
vodu do Haiti transcendeu os
círculos em que se desenvolve, uma
vez que é explorado como recurso
turístico naquele país antilhano.

O vodu é um culto religioso popular


de caráter sincrético. Incorpora
aspectos do ritual católico-romano,
datados da colonização francesa e originados de uma interpretação anômala dos
ensinamentos derivados de um batismo muitas vezes imposto, assim como
elementos religiosos e mágicos africanos trazidos pelos escravos das etnias
ioruba, fon e outras. O termo deriva de vodun, "deus" ou "espírito" na língua dos
fons. O culto tornou-se espécie de religião oficial da comunidade camponesa do
Haiti.

Embora os praticantes do vodu professem a crença num distante Deus supremo,


as divindades efetivas são grande número de espíritos denominados loa, que
podem ser aparentados a santos católicos, ancestrais deificados ou deuses
africanos. Muitos adeptos urbanos acreditam que os loas podem ser benévolos, os
loas Rada, os quais se ligam aos indivíduos ou famílias como anjos da guarda,
guias e protetores, ou mesmo malévolos, os loas Petro. Essas divindades
comunicam-se com os fiéis por meio de sonhos ou deles tomam posse durante
cerimônias rituais. A presença do espírito é revelada por um estado de transe
numa dança estilizada ou por certas características especiais. Cada grupo de
praticantes tem seu local para realizar as cerimônias, que envolvem cantos, toque
de tambores, danças, preces, preparo de alimentos e o sacrifício ritual de animais.
O santuário ou houmfo é presidido por um hougan, celebrante masculino, ou
mambo, sacerdotisa, que age como conselheiro, curandeiro e protetor.

Com o tempo, o vodu perdeu seus traços ancestrais e adotou caráter nacional,
com a criação de formas típicas haitianas. Durante décadas a Igreja Católica
condenou o vodu no Haiti, mas como essa crença se tornou a religião principal da
maioria da população, no final do século XX os católicos resignaram-se à
convivência com o culto.

Fonte: Encyclopaedia Britannica do Brasil Publicações Ltda


Quando pensamos em vodu, sempre nos vem à mente bonecos sendo espetados
por agulhas. Este conceito pode ser visto até mesmo em um recente comercial de
TV, onde uma garota faz uma magia contra um rapaz lançando mão de uma
prática vodu. Contudo, esse grupo religioso misterioso envolve muito mais que
isso.

Nos Estados Unidos, por exemplo, o vodu é praticado há mais de cem anos nos
Estados de Louisiana e Mississipi. No Haiti, quase toda a população se envolve
com o vodu – o país tem o voduísmo como religião oficial. Já no Brasil, o seu
exercício foi veiculado com grande sincretismo, pois se misturou ao catolicismo
nordestino e aos cultos afros.

O fascínio pelo oculto

O pesquisador Josh Macdowell atribui a busca pelo oculto à curiosidade humana,


que conduz o homem ao esforço pelo conhecimento das coisas secretas, aquelas
que parecem extrapolar os cinco sentidos. De fato, desde épocas remotas, o
homem tem perseguido desvendar o oculto. Segundo comenta a psicóloga e
professora universitária Any Lílian, “a busca permanente pelo oculto, em geral, é
o que todos fazemos ao tentar alargar nossos conhecimentos, o que pode ser
saudável, pois muito do conhecimento filosófico e científico construído pela
humanidade se originou de ‘mistérios’ tidos como ocultos no passado, mas que
estão desvendados no presente”.

Entretanto, o que temos diante de nós aqui é uma manifestação religiosa


rigorosamente ocultista envolvendo elementos que, para muitos, não passariam
de lendas religiosas de filmes de terror. Serpentes, fetiches, zumbis, cemitérios e
outros itens dão conta de atrair a atenção dos pesquisadores ao “mundo vodu”. O
que pretendemos nesta matéria não é promover o voduísmo, mas reportar seus
mistérios e crenças exóticas, esclarecendo e informando nossos leitores.

O voduísmo no Haiti

O termo vodum ou vodu, como chamamos, teve sua origem no Oeste da África,
num reino chamado Daomé, atualmente conhecido como Benin.Com a
escravidão no século 19, os nativos de Daomé foram capturados e levados para
que fossem trocados por armas e alimentos por mercadores europeus, o que os
levou a se estabelecer em muitas partes das Índias Ocidentais e no Haiti. Como
na época a igreja católica demorou a constituir um clero que pudesse batalhar
pela religião cristã no Haiti, esta ausência prolongada deu aos escravos a
oportunidade de combinarem a sua religião, o vodu, com o catolicismo,
formando um denso sincretismo (mistura) religioso. Diz-se que 95% dos
haitianos são católicos e 100%, adeptos do vodu. Tanto é assim que, às vezes, é
difícil determinar onde acaba o catolicismo e começa o voduísmo.

O presidente haitiano, Jean Bertrand Aristides, ex-padre católico, declarou, em


abril de 2003, o vodu como religião oficial do país. Com essa posição do
governo, os casamentos realizados no vodu passaram a ser aceitos e considerados
oficiais, tendo valor religioso, como ocorre com as demais religiões ao redor do
mundo.

Contudo, apesar da proeminência voduísta no país, existe também um trabalho


missionário cristão que tem incomodado o sossego desse grupo. O fundador da
Missão Evangélica do Norte do Haiti, Jean Berthony, promove anualmente uma
campanha evangelística no país, o que tem gerado bons resultados. Numa dessas
ocasiões, as autoridades locais proibiram o seu trabalho, declarando que a
cruzada evangelística do pastor Berthony teria sido a responsável por expulsar
todos os espíritos vodus do país durante um tempo.

Mas a importância do vodu no Haiti ultrapassa o âmbito religioso. O turismo


haitiano tem explorado o voduísmo com afinco. A ministra do turismo, Martine
Deverson, disse: “Hoje em dia existe uma consciência maior do patrimônio
cultural do Haiti, e o vodu, apesar de freqüentemente ser confundido com magia
negra, pode ser fator de atração para os visitantes”.

A adoração no voduísmo

Como em muitas religiões, o vodu também possui um templo. Mas o que


caracteriza o santuário é uma coluna chamada poteau-mitan. Localizada no
centro do templo, essa coluna é considerada sagrada pelos seguidores e é em sua
volta que as cerimônias de comunicação com as divindades são realizadas. Ao
redor da poteau encontram-se desenhos decorativos chamados vevers. São
representações heliográficas de diversas entidades adoradas no vodu. Aliás,
entidades é que não faltam no vodu, que possui um grande panteão.

Os nomes das divindades se alteram, dependendo da região onde o ritual é


praticado, mas a maioria dos adeptos dessa prática considera que o panteão veio
do Oeste africano. As entidades desses panteões, por muitas vezes, são
consideradas pelos adeptos como espíritos de pessoas que já morreram, homens
que tiveram importância dentro da comunidade religiosa, príncipes ou sacerdotes.
Esses espíritos levam o nome de loas, e podem ser classificados em entidades de
dois grupos:

Rada:: entidades transmitidas por Daomé.


Petros : entidades que, ao longo do tempo, infiltraram-se na prática religiosa
vodu.
Segundo a crença vodu, as manifestações dos grupos petros e rada têm
personalidades e sensibilidades definidas e procuram sempre seguir uma família
específica de adeptos. Outras divindades são públicas, manifestando-se em
qualquer pessoa.

Hungans e mambos
A maioria das religiões possui líderes que conduzem seus cultos e rituais. No
vodu isso também existe, eles são conhecidos por hungans. A mulher também
tem a sua participação, porém, a terminologia a ela conferida é mambo.

Existem algumas informações que apontam o voduísmo como uma religião


matriarcal, na qual a mambo é conhecida também como rainha, porém, é o
hungan que preside o hunfort, o santuário religioso. O sacerdote vodu possui
várias posições: atua como curandeiro, adivinho e exorcista. Nas comunidades
em que se observa a falta do sacerdote a mulher toma a frente, sendo considerada
a maior autoridade religiosa.

Cerimoniais vodu

Geralmente, as cerimônias são realizadas no período noturno. Fazem parte do


ritual: bebidas de rum, frutas e jarros de barros. As bebidas e comidas são
erguidas e oferecidas aos loas, para invocá-los. No intuito de alegrar essas
entidades, os voduístas lhes oferecem também sacrifícios de aves, porcos,
galinhas, bodes e afins. Após as oferendas com danças, os loas possuem os
corpos de seus súditos. É interessante que nas possessões os indivíduos não
possuem consciência daquilo que fazem e, conseqüentemente, não se lembram de
nada após o término do ritual.

No vodu, mais ou menos como ocorre na Umbanda, as danças em volta da


ponteau-mitan são de suma importância, pois servem para se obter a
espiritualidade: as pessoas que envolvem com a dança são mais rapidamente
possuídas. Para cada divindade existe um tipo de música, instrumento e ritmos
específicos, segundo o gosto de cada loa, que exige que tudo seja purificado e
consagrado para o ritual. Na Umbanda, os atabaques também são consagrados
para fazer que os orixás de Aruanda e Orum se manifestem.

As serpentes também fazem parte de alguns cerimoniais. No ritual chamado


mambo, o réptil é retirado de um cesto e posto bem próximo do rosto da
sacerdotisa que, ao tocar no animal, recebe, supostamente, visão especial e
poderes sobrenaturais.

Segundo a crença vodu, os primeiros homens criados eram cegos e foi justamente
a serpente que conferiu visão à espécie humana.

Boneco vodu

Sem dúvida, o boneco vodu é o primeiro elemento que vem à mente dos leigos
quando se fala em voduísmo. Tal objeto é empregado para invocar os poderes dos
deuses do vodu e recebe o nome de fetiche, que significa feitiço. O fetiche é
confeccionado por quem irá realizar o trabalho de magia e, enquanto é feito, a
pessoa tem de mentalizar os objetivos que quer alcançar com o ritual e
“transmitir” sua energia ao boneco.
O fetiche deve ser feito com a semelhança anatômica de uma pessoa: cabeça,
tronco e membros. Partes indispensáveis para a “eficácia” da magia são os órgãos
genitais masculinos ou femininos. O boneco precisa ser batizado com o nome da
pessoa que irá representar e, geralmente, é feito de massa de modelar, nunca de
pano ou outro material.

Segundo as sacerdotisas, tais bonecos são feitos para realizar o bem, para se
alcançar prosperidade e curas. O que pessoa precisa fazer é perfurá-los com
espetos ou alfinetes. Mas na prática as intenções nem sempre são essas.

Zumbis

Outro elemento do culto vodu é o zumbi. O cinema norte-americano popularizou


esses “personagens” em seus filmes. Todavia, os seguidores do vodu dizem o
seguinte: “Aquilo que o cinema mostra é totalmente diferente do que é feito na
prática vodu. Os zumbis não são pessoas mortas, como divulga o cinema”.

Na verdade, segundo os ensinos vodus, o processo para se chegar a ser um zumbi


é feito por meio de ervas que contêm substâncias capazes de deixar a pessoa em
um estado de “morto-vivo”. Para o médico Carlos Alberto Serafim, especialista
em cardiologia, esses compostos de ervas deixam o batimento cardíaco mais
lento. As ervas utilizadas pelos sacerdotes têm a capacidade de dilatar as pupilas,
fazendo a pessoa perder a sensibilidade à luz e deixando-a em um estado de
transe, o que facilita o processo de ritual feito pelo sacerdote, uma vez que o
candidato torna-se totalmente manipulável.

O pesquisador e antropólogo do museu botânico da universidade de Harvard,


Estados Unidos, Wade Davis, que se envolveu com a sociedade secreta do Haiti,
foi procurado há algum tempo por dois psiquiatras que acreditavam existir uma
poderosa droga capaz de transformar uma pessoa em zumbi. Davis explicou o
seguinte:

“O ritual se dá por meio da magia negra [...] a vítima tem todo o indício de morte
aparente, quase não respira, tem a pele fria, quase não tem pulsação e, mesmo
assim, está viva”.

Isto se deve ao fato de a pessoa ficar horas sem oxigenação no cérebro, o que
reduz o seu nível de consciência. O curioso é que entre os componentes da
fórmula utilizada pelos feiticeiros podem ser encontrados narcóticos,
tetradotoxina, veneno neurotóxico e até veneno de rãs.

O feitiço do zumbi

Dentro do sistema de crenças vodus, o zumbi é um dos feitiços mais temidos.


Muito mais do que a magia dos bonecos.
O bokor, praticante de magias e feitiços, possuído por uma entidade chamada
Baron Samedi, fornece as diretrizes para a pessoa que deseja praticar a magia. O
“cliente” tem de ir ao cemitério, à meia-noite, e ali apresentar ofertas especiais às
divindades. Dali, ele deve tomar um punhado de terra para cada pessoa que
deseja matar (esta é considerada uma magia negra para a morte). Após pegar a
terra, o praticante deve espalhá-la pelos lugares em que suas vítimas costumam
passar. Depois, retira algumas pedras de um túmulo, as quais servirão como
instrumentos para realizar o designo maligno. Quando o praticante joga a pedra
na porta da casa da pessoa para qual a magia foi direcionada, a vítima começa a
adoecer e a emagrecer, chegando à morte em um curto espaço de tempo.

Mas, segundo a crença vodu, o feitiço pode ser desfeito. Se por acaso esta pessoa
for diagnosticada a tempo de que recebeu o tal feitiço, ela deve procurar um
hungan rapidamente para retirar-lhe a magia e expulsar os maus espíritos.

Biblicamente, sabemos que o crente não precisa se preocupar com feitiços de


nenhuma espécie, por mais assustadores que sejam. A palavra de ordem para que
o cristão não seja alvo destes e de outros dardos do diabo é temer a Deus: “O
anjo do SENHOR acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra” (Sl 34.7). Em
nossas vidas, a maldição sem causa não se cumpre (Pv 26.2).

Magia do bem ou do mal?

Apesar de tudo isso, existe uma certa militância por parte de alguns voduístas em
insistir que a magia vodu trabalha para o bem. No vodu, a idéia de distinção entre
a magia do bem e do mal é difundida com esmero, pois a sacerdotisa ou o
sacerdote geralmente recusa-se a realizar magia negra que, segundo eles, se
destinaria apenas aos bokors – oficiantes do ritual com fins maléficos. Assim,
hungans e manbos realizam rituais para o “bem” e os bokors, para o mal.

Analisando algumas manifestações afro-brasileiras, vemos que existe também


uma grande preocupação em não macular sua prática religiosa, a fim de que seus
conceitos e propósitos não sejam confundidos. Os umbandistas, por exemplo, se
esforçam em pregar que sua religião desenvolve magias voltadas para o bem,
enquanto que a Quimbanda, para o mal. Todavia, ao verificarmos as práticas
observadas pelos dois segmentos, constatamos que seus elementos ritualísticos
são rigorosamente idênticos. Por exemplo, as oferendas com sacrifícios de
animais e os toques dos tambores e danças são partes peculiares dos cultos afros.
Semelhantemente, isso ocorre também no Candomblé, onde a prática de
sacrifícios de animais é “exigida” pelas entidades por ocasião das possessões dos
espíritos.

Rótulo diferente, embalagem igual

Como o leitor pode perceber, o nome vodu, em relação a algumas manifestações


afros, pode até ser diferente, mas os fundamentos principais expressados em suas
práticas não são tão estranhos assim, quando comparados com as práticas
exercidas nas macumbas, independente da linha a que pertencem: Umbanda,
Quimbanda, Candomblé... onde os fetiches do vodu são substituídos pelos
patuás.

Até o sincretismo do voduísmo com o catolicismo do Haiti pode ser claramente


enxergado no Brasil por meio dos cultos afros. Podem-se alterar os nomes, mas
as castas espirituais são as mesmas: orixás africanos e santos católicos dividem
os mesmos altares. Se no vodu o lado da “esquerda” existe, no Brasil temos a
Quimbanda. Tal como no voduísmo, nos cultos afro-brasileiros também são
feitos “trabalhos” em cemitérios e oferendas em cachoeiras, encruzilhadas, etc.
Aliás, muitas iniciações da Quimbanda são feitas em cemitérios. Enquanto no
vodu confeccionam-se fetiches batizados com o nome da pessoa que se almeja
atingir, nos cultos afro-brasileiros costuram-se as bocas dos sapos com o nome da
pessoa dentro. O vodu pede um período de preparo para os iniciados, no
Candomblé o iniciado deve se preparar por alguns meses. Os pais e mães-de-
santo possuem os mesmos atributos dos hungans e das mambos.

A herança espiritual muda de nome, mas não muda de senhor. O rótulo é


diferente, mas a embalagem é igual!

Contra o vodu

A prática vodu é feitiçaria sem maquilagem. A Bíblia identifica tais práticas


como cultos demoníacos. A história relata que a igreja primitiva teve de ser
submetida a constantes advertências por parte dos apóstolos porque os cristãos
daquele tempo eram seduzidos a buscar nos feitiços e magias a “felicidade”. Hoje
em dia, é isso o que constatamos entre aqueles que não têm suas vidas regidas
pela Palavra de Deus. A Bíblia é expressa em apresentar sua oposição aos
sacrifícios dos cultos afro-brasileiros ou voduístas: “Que digo pois? Que o
sacrificado ao ídolo é alguma coisa? Ou que o próprio ídolo tem algum valor?
Antes, digo que as coisas que eles sacrificam é a demônios que a sacrificam e não
a Deus...” (1Co 10.19,20).

Para que possamos alcançar bênçãos, curas e outros benefícios, seja para nós ou
para nossos amigos, parentes ou irmãos, não precisamos confeccionar nem
“energizar” nenhum objeto, principalmente bonecos. Tampouco devemos ter
medo de magias, pois a Bíblia nos assegura que contra os crentes o encantamento
é inválido, não tem eficácia (Nm 23.23).

Quando precisarmos de algo, devemos recorremos ao Senhor nosso Deus,


colocando diante dele nossas necessidades (Mt 21.22; Mc 11.24). Somos
purificados pela luz divina e não por meio de rituais tenebrosos. Para tanto,
devemos apenas andar na presença de Deus, mantendo comunhão uns com os
outros. Agindo assim, o sangue de Jesus nos purifica de todo o pecado (1Jo 1.7).

Muitos brasileiros (inclusive alguns crentes, infelizmente) possuem certa


tendência ao misticismo, o que os leva a assediar o oculto, e isso, muitas vezes,
os torna vítimas de seus próprios desejos. Aos crentes com essa tendência,
devem, a todo custo, resistir a tais ensinos e seguir a receita básica diária para a
sua vida espiritual: leitura bíblica, oração, testemunho e santificação. Somente
assim conseguirão sair vitoriosos diante das setas inflamadas do diabo.

Um homem com duas almas

Os haitianos praticantes do vodu acreditam que o homem possui duas almas:

Gros bon ange: cuja tradução é: “grande anjo bom”. Essa alma, segundo
acreditam os haitianos, tem a capacidade de sair do corpo enquanto a pessoa
dorme. E, se não retornar, a pessoa morre.

Petit bon ange: traduzido quer dizer “pequeno anjo bom”. Essa alma, segundo
crêem, proteger e guiar o adepto. Quando a pessoa morre, ela permanece por
alguns dias guardando o corpo. Somente após um período de nove dias, contando
a partir do sepultamento, é realizado um ritual para afastá-la.

Como a reencarnação faz parte da crença vodu, seus praticantes acreditam que a
petit bon ange se transforma em algum objeto ou animal, geralmente uma grande
serpente. Após a transformação, se aos rituais de sacrifícios e cerimônias, sob a
responsabilidade dos parentes, forem negligenciados, a vingança da petit bon
ange se volta contra eles.

Vodun
Vodun é uma tradição religiosa originada na África Ocidental, que se tornou
proeminente no Novo Mundo, devido à importação de escravos Africanos. Vodun da
África Ocidental é a forma original da religião; Vodou haitiano, Voodoo da Louisiana e
Candomblé Jeje no Brasil, são os seus descendentes no Novo Mundo.

 Vodum - O Culto aos Voduns no Brasil é feito pelo Candomblé Jeje;


 Vodou haitiano - É o Culto dos Vodous no Haiti;
 Vodun da África Ocidental - Religião tradicional africana cultuada da Nigéria
até Gana
 Voodoo da Louisiana - Culto de Vodun nos Estados Unidos.

Você também pode gostar