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Técnicas de Jornalismo

Características do Jornalismo

1. Atualidade;
2. Periodicidade;
3. Universalidade (variedade);
4. Difusão coletiva.

Repórter hoje: modelo Toitista.


Taylorismo (divisão de funções) X Toiotismo (visão geral do processo + responsabilidades
diversas).

O jornal

- Código escrito + código visual.


- É temporal e redundante (repete informações básicas já divulgadas e acrescenta fatos
novos).

A notícia

- Matéria-prima do Jornalismo.

Hard news X Soft news


- Hard news: política nacional e internacional; ciência e economia.
- Spot news: acontecimentos imprevistos.
- Hot news: acontecimentos muito recentes.
- Running stories: notícias em desenvolvimento (casos de investigação, por exemplo)
- Soft news (jornalismo rosa): temas de entretenimento, como esportes e espetáculos.

Notícia X Informação

Informação: maior número possível de dados, formando um todo compreensível e abrangente.


Espaço privilegiado da reportagem especializada.
Notícia: Mudança na ocorrência normal dos fatos. Apresentação sintética e fragmentada.

- Notícia trata de fatos novos, a informação trata de um assunto.


- A notícia é mais breve, mais urgente, a informação é mais completa e extensa.
- A notícia independe da intenção do jornalista, a informação decorre da intenção, de uma
visão jornalística dos fatos.
Linguagem jornalística

- O jornalismo é um discurso datado: cada texto parte de um contínuo que reflete os


interesses de quem manda e as angústias de quem obedece (governo X povo; médicos X
pacientes; escolas X estudantes).

Características básicas do texto jornalístico:


- Frases leves e palavras curtas;
- Períodos mais curtos do que no uso formal (e ainda mais curtos em rádio e TV);
- Linguagem entre a formalidade e a coloquialidade – coloquial, mas fiel à norma culta
(coloquialismo tenso);
- Texto deve ser redigido em nível intermediário: meio termo entre a língua falada e escrita;
- Preferência da próclise em lugar da ênclise (uso é mais coloquial);
- Forma analítica (Os manifestos foram escritos) em lugar da sintética (Escreveram-se os
manifestos);
- Verbos de ação;
- Estilo direto;
- Eliminação de estrangeirismos;
- Eliminação de advérbios que expressem juízos de valor ou que sejam uma suposição (ex:
possivelmente, supostamente);
- Tempos verbais mais utilizados: passado perfeito (eu venci), futuro [do indicativo] (eu
vencerei) e futuro do presente (eu venderei, eles venderão);
- O texto jornalístico utilizado um léxico simplificado (léxico = acervo de palavras);
- A informação e a notícia são axiomáticas (incontestáveis, dispensam estratégias de
convencimento);
- Textos são expositivos (dados + versões, explana/explica um assunto, com objetivo de
informar) e narrativos (sequências adicionadas umas às outras).

Texto jornalístico
Pauta  Apuração  Redação  Edição

Título
- Uso de verbo (preferência ao tempo presente);
- Eliminação de artigos;
- Não usar pontos;
- Evitar vírgulas e aspas;
- Uso de siglas: deve ser cuidadoso.
* Muletas: palavras usadas para “esticar” o título (um, seu, já).

Lead
- Lead = guia/ conduzir, liderar.
- Diário Carioca na década de 50: introdução do lead no Brasil.
- Década de 70: modernização do jornalismo brasileiro.
- Sua origem tem conexões com a oralidade.
Pirâmide invertida

Disposição das informações:

Lead
--------------------------------------------

Documentação
do lead

Introdução: pontos principais.


Explanação: ordem de acontecimentos detalhada.
Ampliação: cruzamento de informações, análises e opinião de especialistas.
Conclusão (pé): fechamento da notícia.
A reportagem

Classificação (Ricardo Kotscho):


1. Investigativa (quente ou fria).
2. Perfil (personagem, cidade, monumento etc).
3. Levantamento: com bases documentais.
4. Drama social.
5. Grande reportagem.

Características da reportagem (Sodré e Ferrari):


- Predominância da forma narrativa;
- Humanização do relato;
- Texto de natureza impressionista;
- Relato objetivo dos fatos.

Anunciar, enunciar, pronunciar e denunciar (Sodré e Ferrari):


O gênero narrativo: em reportagem, pode-se anunciar, enunciar, pronunciar e denunciar.
- Anunciar: simples divulgar dos acontecimentos. Distanciamento em relação ao leitor.
- Enunciar: prestigia a narrativa. Aproximação maior com o leitor.
- Pronunciar: discurso crítico, tom de avaliação.
- Denunciar: declarar-se contra ou a favor. Natureza ideológica.

Modelos de reportagem:
1. De fatos (fact story): relato objetivo – pirâmide invertida.
2. De ação (action story): relato mais movimentado, começa pelo fato mais atraente. O
importante é o desenrolar dos acontecimentos.
3. Documental (quote story): Apóia em dados que lhe conferem fundamentação. É habitual em
documentários de TV/cinema e comum no jornalismo escrito.

Tipos de reportagem:
1. Reportagem-conto: personagem atua durante toda a narrativa, ilustrando o tema. Começa
por particularizar a ação através do personagem. Tem características do conto: força, clareza,
condensação, tensão, novidade.
2. Reportagem-crônica: detém-se em situações fortuitas. Relato de natureza impressionista.
Personagens são acidentes na narrativa. Reportagem com caráter mais circunstancial e
ambiental.
3. Livro-reportagem.
4. Reportagem perfil: enfoque à pessoa.
RAC (Reportagem Assistida por Computador)

- Aplicações das técnicas de RAC devem ser entendidas dentro do contexto de aproximação
jornalismo – ciência.

Técnicas: navegação e busca na internet; planilhas de cálculo e banco de dados.


Ex: registro dos dados de um campeonato / repórter de meio ambiente: pode colecionar dados
sobre desmatamento e manejo florestal, entre outros.

Jornalismo de precisão

- Utilização de métodos de pesquisa no jornalismo.


- Aproximação entre jornalismo e ciência.
- Métodos de investigação social.
- Processo de dados, porém de uma perspectiva jornalística.
A pauta

a) Planejamento da edição (lista de matérias, angulação etc) ou


b) Cada item desse planejamento (atribuído a um repórter).

- Função norteadora do trabalho jornalístico.


- Ponto de partida da investigação no jornalismo (pesquisa primária, pré-apuração).

As pautas incluem:
a) Eventos programados ou sazonais (vendas de fim de ano, inauguração de obras, eleições).
b) Eventos continuados (greves, festejos, pontos de estrangulamento no trânsito).
c) Desdobramentos (suítes).
d) Fatos constatados por observação direta (ciclos de moda, mudanças nos constumes).

Pauta  Pré-produção  Produção  Pós-produção  Veiculação

Pré-produção: busca de informações. Análise e abordagem das fontes.


Produção: Auge da apuração.
Pós-produção: Redação e editoração.
Fontes

As máximas de Grice: respondem por que as fontes prestam informações / por que não
mentem.
1) Máxima da quantidade: contribuição deve tão informativa quanto necessária.
2) Máxima da qualidade (verdade): não diga o que acredita ser falso, não fale sobre o que não
pode provar.
3) Máxima da maneira: clareza.
4) Máxima da relação: seja relevante.

Classificação das fontes (Nilson Lage):


1) Oficiais, oficiosas e independentes;
2) Primárias (testemunhas de um acidentes, documento original) e secundárias (livro que cita
outro livro, político que revela o que outro político disse);
3) Testemunhas e experts.

Para Traquina, fontes podem ser estruturadas em:


a) Hierarquia de autoridade: fontes oficiais/autoridades.
b) Produtividade: material abundante e confiável.
c) Credibilidade.

Ordem de abordagem:
Menor importância  Maior importância
(as de menor importância dão subsídio técnico para ampliar as abordagens posteriores).
Fontes desfavoráveis  Fontes neutras e técnicas  Fontes favoráveis
(construção de um cenário crítico, municia jornalista com argumentos).

Lei das três fontes: se três pessoas que não se conhecem contam a mesma versão de um fato,
então essa versão é tomada como verdadeira.
Entrevista

- Procedimento clássico de apuração e é também um gênero jornalístico.

Tipos de entrevista:
1) Quanto aos OBJETIVOS:
1.1. Ritual – ponto de interesse: figura do entrevistado, e não tanto o que ele tem a dizer.
Jogadores de futebol após jogo, visitantes ilustres após chegada.
1.2. Temática – aborda um tema. Busca de versões/interpretações de um fato.
1.3. Testemunhal – ponto de vista particular.
1.4. Em profundidade – Objetivo da entrevista é a figura do entrevistado (perfil).

2) Quanto às CIRCUNSTÂNCIAS:
2.1. Ocasional – não é combinada previamente. Respostas podem ser mais espontâneas.
2.2. Confronto – repórter assume papel de inquisidor.
2.3. Coletiva – principal limitação: bloqueio do diálogo.
OBS: Entrevista coletiva em conferência (perguntas passadas por escrito, com antecedência) /
Entrevista em pool (veículos se associam para cobrir a entrevista coletiva. Utilizada quando o
local não é suficiente para acomodar todos os jornalistas interessados na cobertura da
matéria. Os participantes escrevem suas reportagens ou gravam o evento e disponibilizam o
material para seus colegas. O material é dado a todos no mesmo momento; ninguém pode
usá-lo até que todos o tenham recebido).
2.4. Dialogal – é a entrevista por excelência, em que entrevistado e jornalista constroem o tom
da conversa.
Termos

- Calhau: anúncio (não pago) da própria empresa jornalística utilizado para cobrir espaço não
utilizado na página (também pode ser matéria fria/artigo).
- Notícia adiantada (sob embargo): chegam à redação antecipadamente, mas não podem ser
divulgadas até determinada hora. Comuns em pronunciamentos de autoridades ou acordos
internacionais.
- Informação retardada: “censura” na divulgação de determinados fatos, para garantir
segurança nacional, por exemplo.

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