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Aula 13 – ESA – Leitura e Interpretação de textos

Prof.ª Fabíola Soares


30/04/2022

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Sumário

1. Apresentação da aula 13 ..................................................................................................... 3

2. Textos jornalísticos .............................................................................................................. 4


3. Textos teóricos ....................................................................................................................... 9
4. Textos não-verbais ............................................................................................................. 11
5. Textos literários ................................................................................................................... 15
6. Intertextualidade ................................................................................................................ 22

7. Lista de exercícios ............................................................................................................. 30


Exercícios .............................................................................................................................. 30
7.1 Gabarito .......................................................................................................................... 81
7.2 Exercícios comentados ................................................................................................. 82

8. Considerações finais ........................................................................................................ 135

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1. Apresentação da aula 13

Fala, meus gigantes! Tudo bem?


Chegamos à nossa última aula e eu, sinceramente, espero muito ter contribuído com a
sua caminhada até aqui. Certamente você percebeu o quanto é difícil o caminho do
empenho e da dedicação, mas eu te convido a olhar o quanto ele é recompensador
também, o quanto ter estudado com objetivos bem traçados vai fazer com que você realize
os seus melhores sonhos.
Então, vamos lá fechar nosso ciclo por aqui.
Em nossa aula de hoje, vamos ler bastante, ok?! Mas será muito necessário, para que
garanta os acertos nas questões de compreensão e interpretação de textos que, com
certeza, estarão presentes em sua prova.

Vamos juntos?!

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2. Textos jornalísticos

O que é exatamente o jornalismo? E o que é um texto jornalístico?

O jornalismo se baseia na ideia de informar. É uma atividade que se realiza de maneira


periódica regular, podendo ser diária, semanal, mensal ou até anual. O jornalismo é difundido
através dos meios de comunicação de massa.

Blog X Meios de comunicação de massa


Com o avanço da comunicação na internet, muitas vezes esses dois
conceitos se misturam. Lembre-se da diferença entre eles:
Blog: Espécie de diário online em que o autor escreve sua opinião livremente
sobre qualquer assunto desejado. São criados por blogueiros com o objetivo
de opinar, sem necessidade de fundamentar com dados ou depoimentos.
Meio de comunicação de massa: Podem ser mídias impressas, audiovisuais ou
digitais. Possuem técnicas específicas para a produção de seus textos. São
alimentados por jornalistas com o objetivo de informar de maneira
fundamentada.

Portanto, o jornalismo lida com dados factuais e a divulgação desses dados. É uma
atividade comunicativa que deve levar em conta a pertinência dos fatos: o que vale a pena
ser divulgado, para quem e por que razão? Talvez não interesse para ao Brasil a construção
de uma nova linha de metrô em Tóquio, mas certamente interessa saber que haverá uma
extensão no prazo de entrega do Imposto de Renda. Por isso, o jornalista deve selecionar o
que dizer. Como vimos acima, há a possibilidade de haver jornalismo em diversos meios:

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Mídia impressa: jornais, revistas, folhetos, panfletos, tablóides, etc.

Mídia audiovisual: televisão, rádio, cinema, vídeo, etc.

Mídia digital: internet.

Aqui nos interessa analisar com maior profundidade a mídia impressa e a


mídia digital, pois vamos tratar de textos jornalísticos verbais.

FAKE NEWS?
O termo “fake news” (notícias falsas, em inglês) se tornou muito conhecido nos últimos
tempos. A primeira vez que apareceu com força foi nas eleições americanas de 2016,
entre Donald Trump e Hillary Clinton, em que os candidatos se acusaram mutuamente de
produzir notícias falsas com o objetivo deliberado de prejudicar a campanha um do outro.
Essencialmente, uma notícia falsa é redigida com o objetivo de legitimar uma ideia ou
deslegitimar algo/alguém. As principais características sobre as fake News são:

1) Seu alto poder de persuasão, independente do grau de escolaridade ou classe social


do leitor; e
2) Seu grande poder viral, já que são fortemente ligadas à comunicação e difusão de
informações na internet, sendo principalmente divulgadas em redes sociais.

Essas são justamente as características que diferem as fake news das informações falsas
criadas por escritores ao longo da história: por serem fortemente ligadas à internet, as
fake news se espalham rapidamente e são de difícil apuração. A origem das informações
fica difusa, o que torna mais difícil checar as fontes ou dados que poderiam corroborá-las.
Por isso, é muito importante que você seja capaz de fazer uma leitura crítica daquilo
que é veiculado nas mídias digitais.
O tema é certamente muito relevante para o contemporâneo. Em 2016, o Dicionário da
Oxford elegeu “pós-verdade” como a palavra do ano.

É um tema que certamente pode ser útil para a sua redação, tanto como texto
motivador quando como argumentos. Não deixe de familiarizar-se com o assunto.

A IFLA bolou um infográfico para ajudar a identificar notícias falsas:

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1.1 Gêneros
Um texto jornalístico pode se direcionar a público diversos e possuir objetivos muito
diferentes. Além disso, pode ser produzindo em diferentes formatos. Pode-se classificar um
texto jornalístico em três gêneros: informativo, interpretativo e opinativo.

Informativo
Um texto informativo é aquele que se costuma pensar quando se fala em
jornalismo. Ele trabalha sobre aquilo que é a base do texto jornalístico: a informação. Seu
objetivo é informar sem emitir juízo de valor. São exemplos de textos jornalísticos
informativos:

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Entrevista
• Texto que envolve perguntas e respostas, entre um entrevistador (quem pergunta) e um
entrevistado (quem responde).
• Costuma mesclar uma linguagem mais formal com uma mais informal, já que conta com
as marcas da oralidade (de quando a entrevista foi feita presencialmente).
• É apresentado na forma do discurso direto.

Nota
• Texto muito curto, que passa apenas as informações mais básicas, sem aprofundamento.
• Geralmente não contam com declarações de envolvidos.
• Podem falar sobre eventos passados que tiveram menor relevância ou sobre fatos que
ainda estão em curso e, portanto, ainda não se tem informação suficiente para escrever
nada al´m de uma nota.

Notícia
• Texto jornalístico cuja pauta se baseia em fatos ocorridos no momento presente, ou seja,
fala sobre eventos que influenciam diretamente na data da publicação. É factual: não
procura causas e consequências do evento relatado.
• São textos curtos e simples, sem grandes análises ou aprofundamento na opinião do
jornalista/veículo de comunicação. Podem contar com citações dos envolvidos, no
entanto.
• Devem ser apurados rapidamente e publicados enquanto ainda possuem relevância
para o tempo presente.

Release
• Também conhecido como comunicado de imprensa (ou press release).
• É um texto feito para comunicar algo importante à própria imprensa.
• É usado comumente pelos órgão públicos ou empresas, podendo contar com
informações práticas, como horários de abertura, valores, e-mails e telefones para
contato, etc.

Interpretativo
Um texto interpretativo trabalha com a análise. Seu objetivo é se aprofundar em
algum assunto e analisa-lo, buscando cobrir hipóteses de causa e consequência, dados de
diversas fontes e leituras críticas do tema, podendo emitir opinião sobre o objeto tratado.
Podem ser mais longos e mais complexos, dependendo da quantidade de informação
levantada para cobrir a análise. São exemplos de textos jornalísticos interpretativos:

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Crítica / Resenha
•Análise interpretativa de algum objeto, comumente associada a produtos culturais ou artísticos.
•Exige aprofundamento no tema, buscando informações externas a ele e emissão de juízo de valor.
•Permite informalidade na escrita.

Reportagem
•Aprofundamento da notícia: além de informar, interpreta o fato citado.
•Pode ou não se referir a um fato do tempo presente, ou seja, não se prende à cobertura dos fatos, mas sim à
sua análise.
•Maior extensão e multiplicidade de fontes.

Opinativo
Um texto optativo trabalha com a visão do autor. É permitido nesse tipo de texto
criticar ou elogiar algo, alguém, uma situação, evento, entre outros. Há duas questões
essenciais no texto opinativo: a autoria, ou seja, de quem é a opinião transmitida; e o
ângulo, ou seja, a perspectiva de tempo, lugar de publicação e referência que motiva a
escrita. Esses dois elementos é que dão sentido a um texto de opinião. Esses são os tipos
mais importantes:

Artigo
•Texto opinativo, normalmente escrito por colaboradores eventuais ou jornalistas convidados.
•Muitas vezes é chamado de artigo de opinião (e tende a aparecer nas provas).
•Sua redação é bastante semelhante à de um texto dissertativo, contando com introdução,
desenvolvimento e conclusão.

Crônica
•Texto que equilibra referências a fatos corriqueiros ou eventos que se deram no presente, elaborações
filosóficas ou metafóricas e, muitas vezes, elementos narrativos.
•É um tipo bastante popular no Brasil desde o século XIX.
•É escrita em linguagem informal e despretenciosa, gerand aproximação com o público.

Editorial
•Textos que costumam aparecer no início das edições, expondo o posicionamento do jornal e da equipe
de jornalistas.
•Por vezes, pode vir intitulado como "Carta ao leitor" ou "Carta do editor".
•São textos normalmente curtos e sintéticos, por vezes apresentando um resumo dos textos da edição.

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Noticiar quem foi o candidato vencedor da última eleição, é informativo.

Elogiar ou criticar o candidato eleito, é opinativo.

Analisar as causas que levaram à eleição de um candidato e quais os impactos dessa eleição, é
interpretativo.

Você precisa ter sempre em mente essa divisão dos gêneros do texto
jornalístico, pois você deve ser capaz de identificar quando um texto tem por objetivo
informar sobre um assunto ou opinar sobre um assunto.

Não é só porque você leu um texto jornalístico em algum veículo que ele se
torna automaticamente isento de opinião.

3. Textos teóricos
Quando falamos em ciências, a maioria dos alunos pensa automaticamente em
biológicas ou exatas. O que muitos alunos esquecem, porém, é que as humanidades
também são ciências. Mas como nasce uma ciência?

Quando estudamos, na disciplina de História, o período da formação, da consolidação


e da propagação das ideias renascentistas e Iluministas (séculos XVII e XVIII), por exemplo,
vemos que as Ciências ligadas ao conhecimento da natureza - como Matemática,
Química, Física e Biologia- são resultado de experimentos e de observações que
passaram a questionar explicações religiosas para o mundo, entre outras visões
consideradas dogmáticas.

Nessa linha, podemos dizer que a crítica científica nasce a partir de um


questionamento a uma realidade dada e, muitas vezes, estabelecida como senso
comum. Em muitos sentidos, essas Ciências da Natureza nasceram da tensão, na vida social,
entre conservar o mundo tal como ele era ou revolucioná-lo.

Assim, juntamente com as discussões no campo do pensamento (questionamento de


dogmas e do senso comum), podemos afirmar que elementos contextuais (contexto
histórico), próprios de uma época histórica, também contribuem para o surgimento das
Ciências. Há uma relação entre as ideias em seu tempo histórico e os acontecimentos
históricos que ajudam a formar e a reformular as próprias ideias.
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São, portanto, as ciências:

Ciências Biológicas Ciências Exatas Ciências Humanas

• Utilizam da • Utilizam da matemática e • Utilizam estudos


experimentação tanto no do raciocínio lógico para estatísticos, relatos da
micro quanto no macro, testar e formular sociedade e análise de
estudando os seres vivos hipóteses ou resolver experiências passadas
e o meio ambiente. problemas. para formular hipóteses e
• Estudam o ser vivo como • Geralmente, estão compreender os
um todo, partes de seu bastante ligadas a problemas sociais.
corpo e suas funções. cálculos e números. • Têm o homem como
• Algumas áreas de • Algumas áreas de principal objeto de
atuação: biologia, atuação: computação, estudo, tanto indivíduo
educação física, farmácia, engenharias, estatística, quanto sociedade.
medicina, veterinária e física, matemática e • Algumasáreas de
zoologia. química. atuação: administração,
antropologia, direito,
economia, filosofia,
história, pedagogia e
sociologia.

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4. Textos não-verbais
Na hora da prova, os alunos costumam se confundir com imagens por duas razões:
não saber como interpretar um texto não verbal e não possuir repertório para
interpretar. A parte de ensinar a interpretar a imagem, eu garanto! O repertório, porém,
depende de nós dois. Nessa aula, eu vou indicar alguns assuntos e conhecimentos que
podem ajudar na hora da prova, mas é muito importante que você tenha a mente aberta
para as imagens! O método mais simples que encontrei até hoje para ensinar como
interpretar imagens consiste em:

1- Identificar:
2 - Analisar: 3 - Contextualizar:
- Qual é o tipo de
- O que compõe essa - Qual foi o momento
imagem que estamos
imagem? histórico da procução
vendo? (publicidade,
- Há textos que dessa imagem?
quadro, charge etc.?)
complementam a - Com que objetivo essa
- Quais as técnicas
imagem? imagem foi criada e
empregadas nessa
- Observar quais são os onde ela foi veiculada ou
imagem?(fotografia,
elementos mais exposta?
pintura, escultura etc?)
destacados e se há - Buscar informações nas
- Observar cores, traços,
detalhes menos óbvios. legendas!
formas etc.

Signos presentes na imagem em si. Signos externos.

Tirinhas, cartuns, tiras, quadrinhos... são todos nomes para o mesmo tipo de texto. As
tirinhas são composições que misturam texto e imagem, normalmente numa sucessão de
quadros. É uma linguagem com a qual a maioria de nós está habituado, portanto, se torna
mais fácil compreender e interpretar.

Normalmente há dois tipos de questão que podem envolver tirinhas:

• Questões de gramática, a partir dos textos das tirinhas; e

• Questões de interpretação de texto, que exigem a união entre textos verbais e não
verbais para compreender a mensagem.

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Veja um exemplo de questão de interpretação de texto literário:

Examine a tira do cartunista Andre Dahmer.

(Disponível em < https://twitter.com/depositodetiras/status/1304403051323719682> Acesso em 24 jul.


2020

Na tira, a ideia de signos é entendida pelo interlocutor da personagem em


dúvida como
a) ilustre
b) excêntrica
c) corriqueira
d) relativa
e) relevante
Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois ainda que seja uma informação relevante, não
se pode dizer que ela seja notável ou admirada.
A alternativa B está incorreta, pois se ele considerasse essa ideia excêntrica ele
sequer consideraria a possibilidade de revelar ou não para a cliente.
A alternativa C está incorreta, pois não é porque a questão importa que ela seja
algo cotidiano. Se fosse algo cotidiano seu colega não teria dúvidas sobre o
assunto.
A alternativa D está incorreta, pois o que é relativo é se o outro deve ou não
contar seu signo, mas a importância do signo não é questionada.
A alternativa E está correta, pois ao questionar seu colega qual o seu signo para
decidir se deve ou não informar à cliente, o interlocutor indica que o signo tem
muita relevância. Ele importa o suficiente para se decidir se deve ser revelado ou
não.
Gabarito: E

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Além disso, as charges também são comuns nas provas. São ilustrações cujo
objetivo é satirizar alguém ou alguma situação. Muitas vezes, as charges apresentam
caricaturas das personagens retratadas, para tornar a situação ainda mais irônica.

caricaturas: desenhos de pessoas


da vida real com traços
exagerados. O objetivo da
caricatura é tornar cômica a
personagem retratada, muitas
vezes tornando mais evidentes
seus traços menos elogiosos.

A charge costuma conter críticas de cunho político-social e falar sobre


acontecimentos da atualidade. Por isso, para compreender bem uma charge é preciso estar
a par dos acontecimentos recentes. É, portanto, uma narrativa efêmera: retrata
acontecimentos contemporâneos, notícias.

As charges costumam contar com algumas estratégias:

➢ Dão mais valor ao poder das imagens do que das palavras, ou seja, as
charges costumam ter mais textos não verbais do que verbais.
➢ Lidam com a sátira, a exposição ao ridículo, principalmente a partir do
exagero.

Tirinha Charge
Na maior parte das vezes, critica
Na maior parte das vezes, critica
situações e eventos bem situados
situações corriqueiras ou
no tempo e no espaço. É ligada a
comportamentos sociais.
atualidades.

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Veja um exemplo de questão que envolve a comparação entre um texto verbal


e um texto não verbal:

TEXTO I
Não cante vitória muito cedo, não
Nem leve flores para a cova do inimigo
Que as lágrimas do jovem
São fortes como um segredo
Podem fazer renascer um mal antigo, sim, o sim

Tudo poderia ter mudado, sim


Pelo trabalho que fizemos, tu e eu
Mas o dinheiro é cruel
E um vento forte levou os amigos
Para longe das conversas, dos cafés e dos abrigos
E nossa esperança de jovens não aconteceu
E nossa esperança de jovens não aconteceu, não, não
(Não leve flores, Belchior)

TEXTO II

Disponível em <https://twitter.com/LaerteCoutinho1/status/1036946489992523776> Acesso em 11 out.


2020

Considerando a relação entre os textos I e II, conclui-se que a charge


a) reafirma a possibilidade expressa no texto I de que somente através da ação
se promovem mudanças.
b) indica que só se é possível promover as mudanças desejadas no texto I com
investimento em pesquisa.

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c) recupera o tema da canção, personificando o dilema do texto I a partir da


figura de dinossauros.
d) evidencia uma prática cultural brasileira de apenas acreditar na possibilidade
de mudanças quando se é jovem.

Comentários:
A alternativa A está incorreta, pois o texto I indica que a mudança nem sempre é
bem-sucedida, independentemente de quanto trabalho colocamos nisso ou
esforço.
A alternativa B está incorreta, pois a charge apenas compara a persistência dos
hábitos e práticas do passado personificadas na figura do dinossauro. Não
aponta para possíveis caminhos para a resolução desse dilema.
A alternativa C está correta, pois o texto I fala sobre a possibilidade de que não
seja possível a realização de mudanças, pois o “mal antigo” sempre pode
renascer. A charge mostra que o passado e o futuro não são tão diferentes assim,
indicando que aquilo que tratávamos como acabado, extinto – como os
dinossauros – pode ainda estar vivo.
A alternativa D está incorreta, pois não há nada na charge que aponte para uma
maior preocupação dos jovens em relação a mudanças.
Gabarito: C

5. Textos literários

Pode-se dizer que uma obra literária pode ser interpretada segundo dois aspectos:
forma e conteúdo. Quanto à forma, convém dividir os textos literários em prosa e poesia.

Prosa

A prosa é o texto escrito em parágrafos. É um texto escrito sem


necessariamente considerar divisões rítmicas ou sonoras. Ela pode ser dividida em dois
grandes grupos: narrativa e demonstrativa.

Prosa narrativa: textos históricos ou de ficção que se proponham a narrar fatos e


acontecimentos.

Leia este trecho do conto “Pai contra mãe”, de Machado de Assis:

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“Cândido Neves, — em família, Candinho, — é a pessoa a quem se liga a história de uma


fuga, cedeu à pobreza, quando adquiriu o ofício de pegar escravos fugidos. Tinha um
defeito grave esse homem, não aguentava emprego nem ofício, carecia de estabilidade; é
o que ele chamava caiporismo. Começou por querer aprender tipografia, mas viu cedo
que era preciso algum tempo para compor bem, e ainda assim talvez não ganhasse o
bastante; foi o que ele disse a si mesmo. O comércio chamou-lhe a atenção, era carreira
boa. Com algum esforço entrou de caixeiro para um armarinho. A obrigação, porém, de
atender e servir a todos feria-o na corda do orgulho, e ao cabo de cinco ou seis semanas
estava na rua por sua vontade. Fiel de cartório, contínuo de uma repartição anexa ao
Ministério do Império, carteiro e outros empregos foram deixados pouco depois de
obtidos.
Quando veio a paixão da moça Clara, não tinha ele mais que dívidas, ainda que poucas,
porque morava com um primo, entalhador de ofício. Depois de várias tentativas para
obter emprego, resolveu adotar o ofício do primo, de que aliás já tomara algumas lições.
Não lhe custou apanhar outras, mas, querendo aprender depressa, aprendeu mal. Não
fazia obras finas nem complicadas, apenas garras para sofás e relevos comuns para
cadeiras. Queria ter em que trabalhar quando casasse, e o casamento não se demorou
muito.”

Prosa demonstrativa: textos ligados à oratória (como discursos) e didáticos (ensaios,


tratados, diálogos, etc.).

Leia este trecho do discurso proferido por Machado de Assis na ocasião da


inauguração da estátua em homenagem a José de Alencar:

“Hoje, senhores, assistimos ao início de outro monumento, este agora de vida, destinado
a dar à cidade, à pátria e ao mundo a imagem daquele que um dia acompanhamos ao
cemitério. Volveram anos; volveram coisas; mas a consciência humana diz-nos que, no
meio das obras e dos tempos fugidios, subsiste a flor da poesia, ao passo que a
consciência nacional nos mostra na pessoa do grande escritor o robusto e vivaz
representante da literatura brasileira.“

Na literatura, a preocupação está na prosa narrativa, de ficção. A chamada


prosa literária é uma das mais importantes para o estudo dos vestibulares. Nela se
encontram os contos, as novelas e os romances:

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Prosa literária
Romance:
Novela: História mais longa, com um
Conto: Histórias de tamanho conflito central e outros
Histórias curtas, com apenas um intermediário, com diversos secundários que ocorrem em
conflito e poucas personagens. conflitos que se seguem e muitas paralelo, complementando-se. As
personagens. personagens podem aparecer e
desaparecer.

Sobre o ritmo do texto em prosa, a principal questão a se analisar é a paragrafação.


Cada tipo de texto pede um modo de organização de parágrafos. Em textos dissertativos,
por exemplo, tende-se a dividir os parágrafos por assuntos. Na prosa literária a organização
não se dá necessariamente assim. Os autores trabalham a construção dos parágrafos de
acordo com seu estilo pessoal e com o momento da narração. Pode-se dividir os parágrafos
de acordo com seu tamanho ou conteúdo:

➢ Tamanho:
Curtos:
Se focam apenas nas informações mais importantes, descritas de maneira
sucinta. Textos infantis, por exemplo, costumam contar com esse tipo de
parágrafo.
Ex.:
“André, o bom Andrezinho, menino querido e estimado por todos que o
conheciam, achava-se desesperado, banhado em lágrimas, aflito, porque sabia
que o seu extremoso pai estava nos paroxismos finais da vida” (Histórias da
Avozinha, Figueiredo Pimentel)

Médios:
Apresenta as ideias com maior profundidade, sem cair na prolixidade. São
compostos, normalmente, por mais de um período. É uma estrutura que
prende mais facilmente a atenção do leitor.
Ex.:
“Isaura era filha de uma linda mulata, que fora por muito tempo a mucama
favorita e a criada fiel da esposa do comendador. Este, que como homem
libidinoso e sem escrúpulos olhava as escravas como um serralho à sua
disposição, lançou olhos cobiçosos e ardentes de lascívia sobre a gentil
mucama. Por muito tempo resistiu ela às suas brutais solicitações; mas por fim
teve de ceder às ameaças e violências. Tão torpe e bárbaro procedimento não
pôde por muito tempo ficar oculto aos olhos de sua virtuosa esposa, que com
isso concebeu mortal desgosto.” (A escrava Isaura, Bernardo Guimarães).

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Longos:
Alguns autores utilizam parágrafos longos para descrever minuciosamente
alguma situação ou personagem. Outros autores formam períodos muito
longos, com muitos conectivos, como escolha estética, podendo assumir
diversos significados.
Neste exemplo, o parágrafo é tão extenso que chega a ser o capítulo como um
todo.
Ex.:
“Quando o testamento foi aberto, Rubião quase caiu para trás. Adivinhais por
quê. Era nomeado herdeiro universal do testador. Não cinco, nem dez, nem
vinte contos, mas tudo, o capital inteiro, especificados os bens, casas na Corte,
uma em Barbacena, escravos, apólices, ações do Banco do Brasil e de outras
instituições, joias, dinheiro amoedado, livros, — tudo finalmente passava às
mãos do Rubião, sem desvios, sem deixas a nenhuma pessoa, nem esmolas,
nem dívidas. Uma só condição havia no testamento, a de guardar o herdeiro
consigo o seu pobre cachorro Quincas Borba, nome que lhe deu por motivo da
grande afeição que lhe tinha. Exigia do dito Rubião que o tratasse como se
fosse a ele próprio testador, nada poupando em seu benefício, resguardando-
o de moléstias, de fugas, de roubo ou de morte que lhe quisessem dar por
maldade; cuidar finalmente como se cão não fosse, mas pessoa humana. Item,
impunha-lhe a condição, quando morresse o cachorro, de lhe dar sepultura
decente em terreno próprio, que cobriria de flores e plantas cheirosas; e mais
desenterraria os ossos do dito cachorro, quando fosse tempo idôneo, e os
recolheria a uma urna de madeira preciosa para depositá-los no lugar mais
honrado da casa.” (Quincas Borba, Machado de Assis)

➢ Conteúdo:
Descritivos: Parágrafos com muitos adjetivos, cujo objetivo é detalhar algum
personagem, local ou situação.

Ex.:
“É uma sala em quadro, toda ela de uma alvura deslumbrante, que realçavam o
azul celeste do tapete de riço recamado de estrelas e a bela cor de ouro das
cortinas e do estofo dos móveis. A um lado duas estatuetas de bronze dourado
representando o amor e a castidade, sustentam uma cúpula oval de forma
ligeira, donde se desdobram até o pavimento, bambolins de cassa finíssima.”
(Senhora, José de Alencar)
Dissertativos: Parágrafos que apresentam ideias e as defendem por meio de
argumentos.

Ex.:
“Não há morte. O encontro de duas expansões, ou a expansão de duas formas,
pode determinar a supressão de uma delas; mas, rigorosamente, não há morte,

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há vida, porque a supressão de uma é a condição da sobrevivência da outra, e a


destruição não atinge o princípio universal e comum. Daí o caráter conservador
e benéfico da guerra. Supõe tu um campo de batatas e duas tribos famintas. As
batatas apenas chegam para alimentar uma das tribos, que assim adquire forças
para transpor a montanha e ir à outra vertente, onde há batatas em abundância;
mas, se as duas tribos dividirem em paz as batatas do campo, não chegam a
nutrir-se suficientemente e morrem de inanição. A paz nesse caso, é a
destruição; a guerra é a conservação. Uma das tribos extermina a outra e
recolhe os despojos. Daí a alegria da vitória, os hinos, aclamações, recompensas
públicas e todos os demais efeitos das ações bélicas. Se a guerra não fosse isso,
tais demonstrações não chegariam a dar-se, pelo motivo real de que o homem
só comemora e ama o que lhe é aprazível ou vantajoso, e pelo motivo racional
de que nenhuma pessoa canoniza uma ação que virtualmente a destrói. Ao
vencido, ódio ou compaixão; ao vencedor, as batatas.” (Quincas Borba,
Machado de Assis)

Narrativos: Parágrafos que efetivamente contam as ações das personagens e


suas repercussões na história.

Ex.:
“A coisa se deu assim. Depois do meu telegrama (lembram-se: o telegrama em
que recusei duzentos mil-réis àquele pirata), a Gazeta entrou a difamar-me. A
princípio foram mofinas cheias de rodeios, com muito vinagre, em seguida o
ataque tornou-se claro e saíram dois artigos furiosos em que o nome mais doce
que o Brito me chamava era assassino. Quando li essa infâmia, armei-me de um
rebenque e desci à cidade.” (São Bernardo, Graciliano Ramos)

Poesia

Antes de entrar na estrutura da poesia em si, vamos observar os gêneros


literários em que se divide a poesia.

Gêneros

Os gêneros poéticos, também chamados de gêneros literários são divididos


em três, de acordo com suas estruturas formais e de conteúdo: lírica, épica e dramática.

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Gênero lírico

• Poemas que falam sobre os sentimentos e estados de espírito, direcionados


diretamente ao leitor.
• As emoções e opiniões do eu-lírico são bastante evidentes.
• Engloba a poesia satírica, ou seja, aquela que promove sentimentos de escárnio.

Gênero épico

• Poemas em que são narrados grandes feitos heroicos, reais ou mitológicos.


• Os relatos são grandiosos e extensos, contando com muitas estrofes.
• Ilíada e Odisseia (Homero) e Os Lusíadas (Luís de Camões) são os poemas épicos
mais conhecidos.

Gênero dramático

• Na poesia dramática não há a figura de um narrador, ou seja, as personagens são


responsáveis por contar a própria história.
• Pode apresentar traços tanto épicos quanto líricos em seu conteúdo, porém sua
característica mais marcante é não ter narrador.
• É percursora do texto teatral.

A poesia é um texto estruturado em versos, ou seja, em linhas encadeadas


normalmente de tamanho pequeno. A poesia se preocupa a estética, combinando sons e
significados das palavras com organizações sintáticas não necessariamente preocupadas
com a norma culta. Quanto à poesia, para interpretá-la é preciso prestar a atenção em:
estrutura, métrica, composições e gêneros.

Estrutura da poesia

Vamos partir do poema “Mar Português”, de Fernando Pessoa:

Ó mar salgado, quanto do teu sal


São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!

Valeu a pena? Tudo vale a pena


Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,

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Mas nele é que espelhou o céu.

Estes são os elementos básicos de um poema:

• Verso: cada uma das linhas do poema. Pode ter regularidade de tamanho ou não.

“Ó mar salgado, quanto do teu sal”

• Estrofe: conjunto de versos, que pode se estruturar de maneira regular ou não. Cada
linha pulada no poema representa uma mudança de estrofe

“Ó mar salgado, quanto do teu sal


São lágrimas de Portugal!
Por te cruzarmos, quantas mães choraram,
Quantos filhos em vão rezaram!
Quantas noivas ficaram por casar
Para que fosses nosso, ó mar!”

• Rima: repetição fonética que ocorre em um intervalo. Identifica-se, principalmente,


pelo som das últimas palavras dos versos.

“Valeu a pena? Tudo vale a pena


Se a alma não é pequena.
Quem quer passar além do Bojador
Tem que passar além da dor.
Deus ao mar o perigo e o abismo deu,
Mas nele é que espelhou o céu.”

ATENÇÃO: os esquemas de rimas costumam ser representados por letras, em que


cada letra corresponde a um som. Assim, na estrofe transcrita acima, o esquema de rimas
seria AABBCC, em que A = “ena”, B = “dor” e C = “eu”.

• Eu lírico ou voz lírica ou sujeito lírico: a pessoa que se expressa no poema. Não
confunda com o próprio poeta. Enquanto artista, um poeta pode falar sobre diversos
assuntos e com diversos pontos de vista. Veja, por exemplo, dois poemas de
heterônimos* de Fernando Pessoa:

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Álvaro de Campos Alberto Caeiro

“Acordar da cidade de Lisboa, mais tarde do “O meu olhar azul como o céu
[que as outras, É calmo como a água ao sol.
Acordar da Rua do Ouro, É assim, azul e calmo,
Acordar do Rocio, às portas dos cafés, Porque não interroga nem se espanta”
Acordar
E no meio de tudo a gare, que nunca dorme,
Como um coração que tem que pulsar através
[da vigília e do sono.”

*heterônimos: são autores fictícios, com personalidade e estilo próprios. Um mesmo


poeta pode assumir diferentes personalidades e ter diversos heterônimos e cada um
escrever de uma maneira.

Percebe-se aqui que quando assume a postura de Álvaro de Campos, o poeta


escreve sobre a cidade, a velocidade e as questões da vida urbana. Quando escreve como
Alberto Caeiro, fala sobre o campo, a natureza e a paz do campo. Apesar de ser o mesmo
autor, o sujeito lírico de cada um dos poemas é diferente.

6. Intertextualidade

Intertextualidade explícita

Observe essa imagem:

Ela faz referência explícita à famosa


capa do álbum Abbey Road (1969), dos
Beatles. Essa fotografia já foi recriada por
diversos artistas e com diversos
personagens. Aqui, colocamos alguns
autores de língua portuguesa no lugar
dos integrantes da banda. Temos, da
esquerda para a direita, Clarice Lispector,
Fernando Pessoa, Machado de Assis e
Carlos Drummond de Andrade.

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Intertextualidade implícita

Observe a comparação entre esses dois poemas:

Com licença poética Poema de Sete Faces


(Adélia Prado) (Carlos Drummond de Andrade)

Quando nasci um anjo esbelto, Quando nasci, um anjo torto


desses que tocam trombeta, anunciou: Desses que vivem na sombra
vai carregar bandeira. Disse: Vai, Carlos! Ser gauche na vida
Cargo muito pesado pra mulher,
esta espécie ainda envergonhada. As casas espiam os homens
Aceito os subterfúgios que me cabem, Que correm atrás de mulheres
sem precisar mentir. A tarde talvez fosse azul
Não tão feia que não possa casar, Não houvesse tantos desejos
acho o Rio de Janeiro uma beleza e
ora sim, ora não, creio em parto sem dor. O bonde passa cheio de pernas
Mas, o que sinto escrevo. Cumpro a sina. Pernas brancas pretas amarelas
Inauguro linhagens, fundo reinos Para que tanta perna, meu Deus, pergunta
— dor não é amargura. meu coração
Minha tristeza não tem pedigree, Porém meus olhos
já a minha vontade de alegria, Não perguntam nada
sua raiz vai ao meu mil avô.
Vai ser coxo na vida, é maldição pra homem. (...)

Mulher é desdobrável. Eu sou.

Perceba que, nesse caso, a referência é implícita, ou seja, depende de uma


interpretação mais aprofundada para ser compreendida. Depende também de maior
conhecimento por parte do leitor. Caso não conhecesse o poema de Drummond, o leitor
poderia não compreender essa referência.

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Muitas vezes você encontrará as palavras alusão ou referência para se referir à ideia
de intertextualidade.
Lembre-se:
Alusão: menção rápida ou vaga.
Referência: menção ou ato de se reportar a algo.

Muitas vezes, o mesmo autor pode produzir textos que trabalham com a
intertextualidade. Um dos autores brasileiros que mais profundamente realiza esse diálogo
entre obras de sua própria autoria é Machado de Assis. Em nossa aula, usaremos muitos
exemplos do autor.

Veja esse trecho da obra Quincas Borba (1892):

[CAPÍTULO IV]

ESTE QUINCAS BORBA, se acaso me fizeste o favor de ler as Memórias Póstumas


de Brás Cubas, é aquele mesmo náufrago da existência, que ali aparece, mendigo,
herdeiro inopinado, e inventor de uma filosofia. Aqui o tens agora em Barbacena.
Logo que chegou, enamorou-se de uma viúva, senhora de condição mediana e
parcos meios de vida, mas, tão acanhada que os suspiros no namorado ficavam
sem eco. Chamava-se Maria da Piedade. Um irmão dela, que é o presente Rubião,
fez todo o possível para casá-los. Piedade resistiu, um pleuris a levou.

Memórias póstumas de Brás Cubas foi lançado em 1881. Ele reaproveita a


personagem que dará nome ao romance de Quincas Borba, o filósofo. Isso
atesta um procedimento comum em Machado de Assis: a intertextualidade
com a própria obra. Sua intertextualidade tem muitas vezes a função de
humilhar o leitor, de mostrar a ele o quão despreparado ele pode ser.

No trecho acima, a ironia de Machado de Assis fica evidente: ele


duvida que o leitor possa ter lido sua obra anterior e trata como se a
leitura da obra anterior fosse um favor que o leitor faz a ele.

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Citação

Um dos tipos de intertextualidade possíveis é a citação. A citação é o ato de


referenciar a fala de outra pessoa. Ela pode ocorrer tanto de maneira direta quanto indireta.

Citação direta
Ocorre quando o autor coloca as palavras de outro autor em seu texto assim
como elas foram escritas e referencia a origem da citação.

Ex.:
CAPÍTULO XLVII

Talvez o Rio de Janeiro para ela fosse Botafogo, e propriamente a casa de


Natividade. O pai não apurou as causas da recusa; supô-las políticas, e achou
novas forças para resistir às tentações de D. Cláudia: "Vai-te, Satanás; porque
escrito está: Ao Senhor teu Deus adorarás, e a ele servirás". E seguiu-se como na
Escritura: "Então o deixou o Diabo; e eis que chegaram os anjos e o serviram".

(Esaú e Jacó, Machado de Assis)

Citação indireta
Ocorre quando o autor cita as palavras de outro autor, reescrevendo o texto
original ou apenas citando as palavras sem referenciar a origem.

Ex.:
(...) Eu saía fora, a um lado e outro, a ver se descobria algum sinal de regresso.
Soeur Anne, soeur Anne, ne vois-tu rien venir? Nada, coisa nenhuma; tal qual como
na lenda francesa. Nada mais do que a poeira da estrada e o capinzal dos morros.

(O espelho, Machado de Assis)

Essa canção é popularmente conhecida na França. Ela faz referência à personagem


irmã Anne, do conto A Barba Azul, de Charles Perrault. O conto fala sobre um homem muito
rico que, no entanto, por possuir uma barba azul, era desprezado pelas moças. Ele vivia em
um palácio suntuoso, com tapeçarias, ouro, prata e espelhos diversos, capazes inclusive de
distorcer a imagem de quem se vê neles.

Anne é a irmã da mulher que acaba tendo que se casar com Barba Azul. Ela é uma
irmã boa – diferente de muitas dos contos de fadas. Essa fala – que em português significa

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“Irmã Anne, irmã Anne, você não vê ninguém chegar?” – é proferida pela irmã quando
precisa de ajuda, pois Barba Azul está ameaçando matá-la. Anne fica no alto de uma torre,
esperando ajuda e, de quando em quando, sua irmã a pergunta isso.

O conto “O espelho”, de Machado de Assis, fala sobre um homem que, ao se


encontrar sozinho em uma casa distanciada da sociedade, passa a questionar sua própria
identidade, não sendo mais capaz de se reconhecer. No momento em que está ansiando
pela chegada de alguém na casa, a personagem faz essa citação.

Epígrafe
Uma epígrafe é frase que vem no início de um livro, um capítulo, um conto etc.. Ela funciona
como um tema do texto, ou seja, resume o sentido ou mensagem da obra como um todo. São
citações diretas de outros autores.

Ex.:

“Eu sou pobre, pobre, pobre,

vou-me embora, vou-me embora

.................................

Eu sou rica, rica, rica, vou-me embora, daqui!...”

(Cantiga antiga)

“Sapo não pula por boniteza,

mas porém por precisão.”

(Provérbio capiau)

(A hora e a vez de Augusto Matraga, Guimarães Rosa)

No início do conto “A hora e a vez de Augusto Matraga”, de Guimarães Rosa, há duas


epígrafes: um trecho de uma canção antiga e um provérbio capiau*. Perceba que nenhum
desses textos possui autor conhecido. São fruto de conhecimentos populares, sem autoria
definida. Isso é um traço muito comum desse autor: o uso de referências ligadas ao popular.

*capiau: regionalismo que significa caipira ou roceiro, muitas vezes com sentido pejorativo.

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O conto relata a história de Nhô Augusto, um


homem que vivia uma vida mundana, com bebida, brigas e
saideiras. Ele era casado com Dona Dionóra, mas a traía de
maneira contumaz. Cansada do tratamento que recebia, Dona
Dionóra foge junto com a filha e encontra um novo
companheiro. Essa passagem possivelmente se relaciona com
a cantiga antiga utilizada como epígrafe do conto em que uma
voz poética feminina anuncia sua partida.

Já o provérbio capiau, pode ser interpretado à luz das


mudanças de comportamento de Nhô Augusto. O sapo não pula porque é bonito, mas sim
porque é necessário. Nhô Augusto, da mesma forma, não muda seu comportamento e se
torna um homem virtuoso simplesmente porque era “bonito”, mas sim por necessidade: sua
postura era uma das principais causas de suas adversidades.

Paráfrase
A paráfrase é uma reescrita do texto. Ocorre quando um autor reescreve, com
suas próprias palavras, o texto de outro, mantendo o sentido original. Veja um exemplo:

Texto Original Paráfrase

Comprar por impulso e se livrar de bens Ser completo enquanto consumidor


que já não são atraentes, substituindo-os significa ser completo na vida. As
por outros mais vistosos, são nossas sensações que mais nos estimulam vêm
emoções mais estimulantes. Completude da compra por impulso e de livrar-nos de
de consumidor significa completude na coisas menos atrativas, trocando-as por
vida. outras mais interessantes.
(Zygmunt Bauman. A riqueza de poucos beneficia
todos nós?, 2015. Adaptado.)

Observe as possíveis estratégias utilizadas aqui para criar a paráfrase:

• Inversão da ordem das informações – inverter os períodos ou a ordem das orações


ajuda a diferenciar os textos.

• Sinônimos – trocar palavras por outras de sentido equivalente é um modo de


reescrever sem perder o sentido original. Ex.: “atraente” é substituído por “atrativas”
na paráfrase. Termos genéricos (como a palavra “interessante” que utilizamos na nossa
paráfrase, por exemplo) também funcionam.
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• Troca de classes gramaticais – muitas vezes, o mesmo radical pode dar origem a
palavras de diferentes classes gramaticais. O radical “estimul-“, por exemplo, gera as
palavras “estimulantes” e “estimulam”, respectivamente, adjetivo e verbo.

Apenas mudar a ordem dos termos do texto não configura paráfrase.


Você precisa reescrever com suas próprias palavras e, se for utilizar algo do texto
original, cite o autor.

Paródia
Uma paródia acontece quando se faz uma releitura de uma obra, ou seja, uma
reinterpretação de algo que já existe. Ela costuma assumir tom jocoso ou irônico e,
frequentemente, parte de uma obra muito conhecida, de modo que a referência é
rapidamente reconhecida.

Veja esse poema consagrado de Gonçalves Dias. É seu poema mais conhecido de
exaltação à pátria. Como muitos escritores que se encontravam longe do Brasil, sua terra
natal se mostrava um espaço idealizado pela saudade.

Canção do Exílio
Minha terra tem palmeiras,
Onde canta o Sabiá;
As aves, que aqui gorjeiam,
Não gorjeiam como lá.

Nosso céu tem mais estrelas,


Nossas várzeas têm mais flores,
Nossos bosques têm mais vida,
Nossa vida mais amores.

Em cismar – sozinho – à noite –


Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras;
Onde canta o Sabiá.

Minha terra tem primores,


Que tais não encontro eu cá;
Em cismar – sozinho – à noite –
Mais prazer encontro eu lá;
Minha terra tem palmeiras,
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Onde canta o Sabiá.

Não permita Deus que eu morra,


Sem que eu volte para lá;
Sem que eu desfrute os primores
Que não encontro por cá;
Sem qu'inda aviste as palmeiras,
Onde canta o Sabiá.

Esse poema será revisitado muitas vezes ao longo do tempo, por diversos
autores. Principalmente para os Modernistas, a primeira geração do Romantismo será
fonte de inspiração. Veja trechos de diversas obras inspiradas na Canção do Exílio:

“ “ “
Minha terra tem macieiras da Minha terra tem palmares Minha terra não tem palmeiras...
Califórnia Onde gorjeia o mar E em vez de um mero sabiá,
onde cantam gaturamos de Os passarinhos daqui Cantam aves invisíveis
Veneza. Não cantam como os de lá Nas palmeiras que não há.

” ” ”
Murilo Mendes em Canção do Oswald de Andrade em Canto Mario Quintana em Uma canção
Exílio de Regresso à Pátria

Você sabia que lembrar desse poema pode te ajudar a guardar uma fórmula
matemática? Leia a fórmula do Seno do arco soma A + B (𝑠𝑒𝑛(𝐴 + 𝐵) = 𝑠𝑒𝑛 𝐴 ∙
𝑐𝑜𝑠 𝐵 + 𝑠𝑒𝑛 𝐵 ∙ 𝑐𝑜𝑠 𝐴 ) no ritmo da primeira estrofe do poema:

Minha terra tem palmeiras


Onde canta o sabiá
seno A cosseno B
seno B cosseno A
O sinal que vai aqui
É o mesmo que vai pra lá
Obs.: o mesmo vale para a fórmula de subtração.

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7. Exercícios

Texto para as próximas questões


Importância e vantagens da reciclagem
A segunda metade do século XX foi marcada pelo surgimento de uma série de
produtos que contribuíram para a praticidade do nosso cotidiano. A ascensão da
indústria de materiais descartáveis foi uma das protagonistas desse desenvolvimento
como, por exemplo, a invenção do PET (Politereftalato de etileno). Inicialmente
empregado na indústria têxtil, esse tipo de plástico logo revolucionou o setor de
armazenamento e transporte de alimentos e bebidas, com as vantagens de ser
inquebrável, leve e de fácil manuseio – substituindo o vidro, pesado e frágil.
O consumo em grande escala dos plásticos gerou um problema em relação ao
meio ambiente: o descarte desses resíduos. Nas últimas décadas, instituições
defensoras da sustentabilidade passaram a pressionar os governos e as indústrias por
posturas mais responsáveis: o crescimento econômico em detrimento do meio
ambiente virou objeto de pesquisa de cientistas, tomou as manchetes das revistas
especializadas e dos jornais e ganhou o apelo da população.
O fim do uso de materiais descartáveis é inviável, tampouco os ambientalistas clamam
por isso. O desenvolvimento sustentável consiste em 3Rs: reduzir, reutilizar e reciclar. A
indústria fica encarregada da terceira etapa. O processo de reciclagem não só preserva
o meio ambiente, mas também gera riquezas e reduz os custos de produção das
empresas que investem na prática, além de promover o marketing social de “empresa
eco-friendly” ou “empresa verde” (amigável ao meio ambiente).
(Disponível em: https://www.simperj.org.br/blog/2018/09/27/a-importancia-e-
vantagens-da-reciclagem. Acesso em 13 jun. 2019. Adaptado.)

1. (ESA – 2020)

Segundo o texto, a praticidade do cotidiano atual deve-se, em especial, à:


a) Escalada da indústria de materiais descartáveis.
b) Produção de embalagens sustentáveis.
c) Redução dos custos de produção, pois o PET é mais barato que o vidro, por
exemplo.
d) Facilidade de armazenamento dos produtos.
e) Substituição de manufaturas por produtos da indústria de base.

2. (ESA – 2020)

Segundo o texto, a indústria, quanto ao desenvolvimento sustentável, deve:

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a) gerar riquezas e reduzir os custos de produção.


b) escolher empresas que utilizem matérias-primas para a produção de embalagens
sustentáveis.
c) pressionar o governo, a fim de que recursos sejam revertidos para “campanha eco-
friendly”.
d) promover o marketing social, financiando estudos para a substituição do PET.
e) responsabilizar-se pela reciclagem de materiais descartáveis.

Texto para as próximas questões:


A última gota
A crise no Sistema Cantareira, que abastece quase 10 milhões de pessoas na grande
São Paulo e no interior, é um exemplo concreto de que o abastecimento de água pode
ficar comprometido também em outras cidades do Brasil. Ainda que tenhamos uma
visão otimista, os últimos episódios de seca no Sudeste e no Sul, que deixaram alguns
reservatórios de água dessas regiões em níveis críticos, mostram claramente que há
urgência na implantação de ações de conservação para a manutenção dos recursos
hídricos no país.
Atualmente, as duas maiores regiões metropolitanas do Sudeste – Rio de Janeiro e São
Paulo – têm o abastecimento de água garantido porque é realizada a transferência de
grandes vazões de mananciais localizados em bacias hidrográficas próximas. Para o
abastecimento da capital fluminense, é utilizada a bacia hidrográfica do rio Paraíba do
Sul, enquanto a capital paulista se serve da bacia hidrográfica dos rios Piracicaba,
Capivari e Jundiaí. As duas bacias são responsáveis pelas maiores reversões hídricas
para os sistemas Guandu (RJ) e Cantareira (SP), respectivamente. São duas fontes que
começam a ficar saturadas porque servem a milhares de consumidores – ambas as
regiões concentram grande densidade populacional, gerando consumo de água muito
maior que a capacidade produtiva dessas bacias. Desse modo, fica mais próximo o
risco de os consumidores abrirem as torneiras e não verem a água escorrer.
Não podemos credenciar, porém, os motivos para a crise de abastecimento somente
ao consumo excessivo e ao mau uso da água por parte da população. Seria ingênuo
apontar esses dois fatores apenas, pois a questão é mais complexa: vai desde a falta de
políticas públicas que incentivem a proteção dos mananciais de água ao desmatamento
de áreas naturais, que altera o ciclo da água e a variabilidade de chuvas nas regiões
onde antes elas predominavam.
Está mais que na hora de todos os setores conscientizarem-se de que o problema de
escassez da água não é somente de São Paulo – é hoje o mais grave. Caso contrário, a
nossa desatenção pode ser a gota d’água. O desafio consiste em garantir o
abastecimento às grandes cidades brasileiras nos próximos anos, uma vez que é
previsto crescimento populacional e, consequentemente, aumento das demandas de
consumo. São necessários investimentos urgentes para a adequação dos sistemas
produtores de água, sobretudo no Sudeste, e planejamento para otimização de uso das
fontes hídricas. Além disso, a proteção de áreas naturais é condição sine qua non, pois
a qualidade e a quantidade de água produzida pela natureza dependem da
manutenção da vegetação nativa.

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Malu Nunes, engenheira florestal, é diretora-executiva da fundação grupo boticário de


proteção à natureza. (Adaptado de
http://www1.folha.uol.com.br/opiniao/2014/06/1464055-malu-nunes-a-ultima-
gota.shtml)

3. (ESA – 2015)

Na conclusão, a autora deixa claro que pra garantir o abastecimento de água


a) as ações de efeito são: investir, planejar e proteger.
b) o essencial é adequar, otimizar e produzir.
c) é urgente conscientizar, garantir e preservar.
d) são necessários proteção e racionamento.
e) urge investir para otimizar a distribuição de água no Sudeste.

4. (ESA – 2015)

De acordo com a introdução do texto, é imprescindível.


a) implantar ações de conservação para o uso dos mananciais de água.
b) empreender ações de preservação com vistas à manutenção dos recursos hídricos.
c) agir no sentido de explorar e esgotar o potencial hídrico.
d) executar ações de recuperação e exploração dos mananciais.
e) atuar no sentido de recuperação dos mananciais.

5. (ESA – 2015)

A expressão latina sine qua non, levando em conta o contexto, significa


a) impossível.
b) inviável.
c) improvável
d) indispensável.
e) invariável.
Texto para as próximas questões
Às noites abafadas e mal dormidas seguem manhãs secas e tardes tórridas. Sem trégua
para o corpo, quem não rogou por chuva ou sombra nesta estação atipicamente
escaldante? E quem, sem encontrar o frescor que procura, não praguejou: “Calor do
cão!”? Mas o verão de 2013/2014 não será marcado tão-somente pelos recordes de
temperatura. O ar está mais do que quente. Está carregado de uma perigosa escalada
de corrosão do tecido social: briga de torcidas em Joinville; rebelião e assassinatos em
presídio do Maranhão; criação de grupos de justiceiros no Rio; incêndios em série de

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ônibus em São Paulo; a ação dos black blocs e a morte do repórter cinematográfico
Santiago Andrade. Os tempos que correm são dias de cão.
Calor do cão e dias de cão. Não é coincidência que as duas expressões se encontrem
nesta época de temperaturas inclementes. Elas foram forjadas juntas há mais de dois
milênios, sob o sol mediterrâneo. Os gregos antigos perceberam haver uma relação
entre o calor escaldante e o humor humano. Erraram na causa. Mas criaram um
vigoroso simbolismo.
Para eles, a explicação estava nos céus e não na natureza do homem. O cachorro em
questão era a constelação do Cão Maior e sua principal estrela, Sírius, a mais brilhante
do firmamento (próxima às Três Marias). Os gregos notaram que Sírius, também
conhecida como Estrela Cão, sumia por cerca de 70 dias. E, pouco antes do verão,
voltava a aparecer no leste já na alta madrugada.
A conclusão a que aqueles homens chegaram foi de causa e efeito: a estrela com maior
fulgor se aproximava do sol nascente e o esquentava. Sírius provocava, então, a estação
cálida, o calor do cão. Os gregos acreditavam ainda que aquele período era marcado
pela influência maligna do astro celeste: fraqueza de ânimo, tentações da carne e
pestilências. Eram os dias de cão.
O Ocidente herdou as duas expressões e as manteve vivas de geração após geração.
Elas, afinal, continuam a dizer muito. O homem é essencialmente o mesmo desde
sempre. Sofre os efeitos da natureza, a despeito da civilização que construiu. E o
abafamento do clima continua a ser um potencial catalisador de comportamentos
extremados, bestiais.
Talvez seja exagero dizer que o verão brasileiro é a causa dos dias de cão. Mas, se não
há explicações certeiras para o diagnóstico, ao menos é possível recorrer a metáforas
climáticas para apontar o remédio. É hora de esfriar os ânimos. De andar pela sombra.
Ou, para quem preferir, é tempo de procurar alguma luz na escuridão, como a das
estrelas na noite escura. E de lembrar que os homens e suas paixões vão passar, mas
que elas continuarão lá no alto – milênio após milênio.
(Disponível em http://
www.gazetadopovo.com.br/colunistas/conteudo.phtml?tl=1&id.Acesso em
24/04/2014)

6. (ESA – 2014)

A expressão “dias de cão” só não se refere:


a) a dias tipicamente escaldantes atualmente.
b) à série de fatos vinculados à corrosão social e citados no texto.
c) à época de temperaturas inclementes.
d) à influência maligna da constelação de Cão Maior.
e) ao verão de 2013-2014.

7. (ESA – 2014)

33
Prof. ª Fabíola Soares

Assinale o trecho em que o autor dá a entender que as expressões “calor do cão e dias
de cão” não surgiram atualmente:
a) “Ás noites abafadas e mal dormidas seguem manhãs secas e tórridas”.
b) “Não é coincidência que as duas expressões se encontram nesta época de
temperaturas inclementes”.
c) “Elas foram forjadas há mais de dois milênios, sob o sol mediterrâneo”.
d) “Talvez seja exagero dizer que o verão brasileiro é a causa dos dias de cão.”
e) “Ou, para quem preferir, é tempo de procurar alguma luz na escuridão, como a das
estrelas na noite escura”.

Texto para as próximas questões:


SUCESSO TEM FÓRMULA
"Serve para toda competição: qualidade valorizada, seleção dos melhores, prática
obsessiva e persistência. Quem aplicar essa receita terá os mesmos resultados"

Durante séculos, a Inglaterra dominou os mares e, dessa forma, muito mais do que os
mares. Para isso tinha os melhores navios. E, para tê-los, precisava de excelentes
carpinteiros navais. (...)
A Revolução Industrial tardia da Alemanha foi alavancada pela criação do mais
respeitado sistema de formação técnica e vocacional do mundo.(...)
Assim como temos a Olimpíada para comparar os atletas de diferentes países, existe a
Olimpíada do Conhecimento (World Skills International). É iniciativa das nações
altamente industrializadas, que permite cotejar diversos sistemas de formação
profissional. Compete-se nos ofícios centenários, como tornearia e marcenaria, mas
também em desenho de websites ou robótica.
Em 1982, um país novato nesses misteres se atreveu a participar dessa Olimpíada: o
Brasil, por meio do SENAI. E lá viu o seu lugar, pois não ganhou uma só medalha. Mas
em 1985 conseguiu chegar ao 13º lugar. Em 2001 saltou para o sexto. Aliás, é o único
país do Terceiro Mundo a participar, entra ano e sai ano.
Em 2007 tirou o segundo lugar. Em 2009 tirou o terceiro, competindo com 539 alunos,
de sete estados, em 44 ocupações. É isso mesmo, os graduados do SENAI, incluindo
alunos de Alagoas, Goiás e Rio Grande do Norte, conseguiram colocar o Brasil como o
segundo e o terceiro melhor do mundo em formação profissional! (...)
Deve haver um segredo para esse resultado que mais parece milagre, quando
consideramos que o Brasil, no Programa Internacional de Avaliação de Alunos (PISA),
por pouco escapa de ser o último. Mas nem há milagres nem tapetão. Trata-se de uma
fórmula simples, composta de quatro ingredientes.
Em primeiro lugar, é necessário ter um sistema de formação profissional hábil na
organização requerida para preparar milhões de alunos e que disponha de instrutores
competentes e capazes de ensinar em padrões de Primeiro Mundo.(...)

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Prof. ª Fabíola Soares

Em segundo lugar, cumpre selecionar os melhores candidatos para a Olimpíada. O


princípio é simples (mas a logística é diabolicamente complexa). Cada escola do SENAI
faz um concurso, para escolher os vencedores em cada profissão. Esse time participa
então de uma competição no seu estado. Por fim, os times estaduais participam de uma
Olimpíada nacional. Dali se pescam os que vão representar o Brasil. É a meritocracia
em ação.
Em terceiro lugar, o processo não para aí. O time vencedor mergulha em árduo
período de preparação, por mais de um ano. Fica inteiramente dedicado às tarefas de
aperfeiçoar seus conhecimentos da profissão. É acompanhado pelos mais destacados
instrutores do SENAI, em regime de tutoria individual.
Em quarto, é preciso insistir, dar tempo ao tempo. Para passar do último lugar, em
1983, para o segundo, em 2007, transcorreram 22 anos. Portanto, a persistência é
essencial.
Essa quádrupla fórmula garantiu o avanço progressivo do Brasil nesse certame no qual
apenas cachorro grande entra. (...)
A fórmula serve para toda competição: qualidade valorizada, seleção dos melhores,
prática obsessiva e persistência. Quem aplicar essa receita terá os mesmos resultados.
Revista Veja, pág. 22, 24 de fevereiro de 2010.

8. (ESA – 2011)

O texto apresenta ingredientes da fórmula do sucesso, porém um desses ingredientes


não está diretamente relacionado à aquisição prévia de conhecimentos. Esse
ingrediente é a(o)
A) formação profissional.
B) qualidade valorizada.
C) seleção dos melhores.
D) aperfeiçoamento de conhecimentos.
E) persistência.

9. (ESA – 2011)

O resgate de momentos históricos no 1º e 2º parágrafos do texto é utilizado com a


finalidade prioritária de
A) noticiar as novas descobertas relacionadas ao assunto em questão.
B) ampliar nossos conhecimentos relacionados à construção de navios.
C) mostrar que há muito tempo o sucesso tem fórmula.
D) apresentar dados estatísticos sobre resultados do passado.
E) minimizar o papel do profissional frente aos resultados.

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Prof. ª Fabíola Soares

10. (ESA – 2011)

O vocábulo meritocracia aparece no oitavo parágrafo do texto. Considerando o


contexto, o significado que melhor o substitui é
A)agradecimento.
B) honradez.
C) merecimento.
D) entusiasmo.
E) altruísmo.

Texto para as próximas questões:


Eles blogam. E você?
Após o surgimento da rede mundial de computadores, no início da década de 1990,
testemunhamos uma revolução nas tecnologias de comunicação instantânea. Nós, que
nascemos em um mundo anterior à Internet, aprendemos a viver no universo
constituído por coisas palpáveis: casas, máquinas, roupas etc. O contato se estabelecia
entre seres humanos reais por meios "físicos": cartas, telefonemas, encontros.
Em um mundo concreto, a escola não poderia ser diferente: livros, giz, carteiras,
quadro-negro, mural. Esse espaço é ainda hoje definido por uma série de símbolos de
um tempo passado e tem se mantido relativamente inalterado desde o século XIX. Os
alunos atuais, porém, são nativos digitais. Em outras palavras: nasceram em um mundo
no qual já existiam computadores, Internet, telefone celular, tocadores de MP3,
videogames, programas de comunicação instantânea (MSN, Google Talk etc.) e muitas
outras ferramentas da era digital. Seu mundo é definido por coisas imateriais: imagens,
dados e sons que trafegam e são armazenados no espaço virtual.
Um dos aspectos mais sedutores do ciberespaço é o seu poder de articulação
social. Foi no fim da década de 1990 que os usuários da Internet descobriram uma
ferramenta facilitadora da interação escrita entre diferentes pessoas conectadas em
uma rede virtual: os weblogs, que logo ficaram conhecidos como blogs. O termo é
formado pelas palavras web (rede, em inglês) e log (registro, anotação diária). A
velocidade de reprodução da blogosfera é assustadora: 120 mil novos blogs por dia,
1,4 blog por semana.
O blog se caracteriza por apresentar as observações pessoais de seu "dono" (o
criador do blog) sobre temas que variam de acordo com os interesses do blogueiro e
também de acordo com o tipo de blog. As possibilidades são infinitas: há blogs
pessoais, políticos, culturais, esportivos, jornalísticos, de humor etc.
Os textos que o blogueiro insere no blog são chamados de posts. Em português, o
termo já deu origem a um verbo, "postar", que significa "escrever uma entrada em um
blog". Os posts são cronológicos, porém apresentados em ordem inversa: sempre do
mais recente para o mais antigo. Os internautas que visitam um blog podem fazer
comentários aos posts.
Justamente porque facilitam a comunicação e permitem a interação entre usuários
de todas as partes, os blogs são interessantes ferramentas pedagógicas. Se a escola é o
36
Prof. ª Fabíola Soares

espaço preferencial para a construção do conhecimento, nada mais lógico do que levar
os blogs para a sala de aula, porque eles têm como vocação a produção de conteúdo.
Por que não criar um blog de uma turma, do qual participem todos os alunos, para
comentar temas atuais, para debater questões polêmicas, para criar um contexto real
em que o texto escrito surja como algo natural?
Na blogosfera, informação é poder. E os jovens sabem disso, porque conhecem o
ciberespaço. O entusiasmo pela criação de um blog coletivo certamente será
acompanhado pelo desejo de transformá-lo em ponto de parada obrigatória para os
leitores que vagam no universo virtual. E esse desejo será um motivador muito
importante. Para conquistar leitores, os autores de um blog precisam não só ter o que
dizer, mas também saber como dizer o que querem, escolher imagens instigantes, criar
títulos provocadores.
Uma vez criado o blog da turma, as possibilidades pedagógicas a ele associadas
multiplicam-se. Para gerar conteúdo consistente é necessário pesquisar, considerar
diferentes pontos de vista sobre temas polêmicos, avaliar a necessidade de ilustrar
determinados conceitos com imagens, definir critérios para a moderação dos
comentários, escolher os temas preferenciais a serem abordados etc. Todos esses
procedimentos estão na base da construção de conhecimento.
Outro aspecto muito importante é que os jovens, em uma situação rara no espaço
escolar, vão constatar que, nesse caso, quem domina o conhecimento são eles. Pela
primeira vez não precisarão virar "analógicos" para se adaptar ao universo da sala de
aula. Eu blogo. Eles blogam. E você?
Maria Luiza Abaurre, in Revista Carta na Escola. (adaptado)

11. (Col. Naval – 2009)

Analise as afirmativas abaixo.


I - O primeiro parágrafo do texto já explicita toda a discussão subsequente.
II - A autora sugere que os blogs são ferramentas indispensáveis para a articulação
social no mundo moderno.
III- O segundo parágrafo do texto contrapõe duas realidades: uma, fundamentada em
coisas palpáveis; outra, em coisas imateriais.
IV - Na escola, os blogs podem ser interessantes ferramentas pedagógicas que
permitirão aos alunos expressarem os seus pontos de vista acerca de diferentes
assuntos e, assim, abolirem a aprendizagem formal.

Assinale a opção correta.


A) Apenas as afirmativas I, II e III são verdadeiras.
B) Apenas as afirmativas I e III são verdadeiras.
C) Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras.
D) Apenas a afirmativa III é verdadeira.
E) Apenas a afirmativa IV é verdadeira.
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Prof. ª Fabíola Soares

12. (Col. Naval – 2009)

O texto começa e termina com um mesmo questionamento: "Eles blogam. E você? "
Assinale a opção que justifica, discursivamente, o emprego do pronome "você" .
A) Apresentar alguém que pode interagir diretamente com a autora.
B) Representar um ser em quem a autora pensa no momento de sua produção.
C) Retratar uma participação indireta do leitor/ouvinte no "diálogo" estabelecido.
D) Tratar de forma indeterminada o sujeito do verbo que o acompanha implicitamente.
E) Estabelecer, por meio dele, um diálogo com o leitor/ouvinte, com vistas ao incentivo
de uso da blogosfera.

13. (Col. Naval – 2009)

Assinale a opção em que a referência ao universo virtual se caracteriza pela isenção e


objetividade.
A) "Nós, que nascemos em um mundo anterior à Internet, aprendemos a viver no
universo constituído por coisas palpáveis..." (1° §)
B) "Um dos aspectos mais sedutores do ciberespaço é o seu poder de articulação
social." (3° §)
C) "A velocidade de reprodução da blogosfera é assustadora..."(3° §)
D) "Se a escola é o espaço preferencial para a construção do conhecimento, nada mais
lógico do que levar os blogs para a sala de aula. . . " (6° §)
E) "O entusiasmo pela criação de um blog coletivo certamente será acompanhado pelo
desejo de transformá-lo em ponto de parada obrigatória..." (7° §)

14. (Col. Naval – 2009)

O texto tem por finalidade principal


A) apresentar os temas explorados nos blogs: pessoais, políticos, culturais, esportivos,
jornalísticos, de humor, etc.
B) lembrar que os blogs são importantes instrumentos na interação social, leitura e
produção escrita.
C) mostrar à escola que livros, giz, carteiras, quadro-negro, mural são coisas do
passado.
D) motivar a comunidade pedagógica à exploração máxima da blogosfera.
E) comparar os diferentes mundos e ferramentas computacionais.

Texto para as próximas questões:


Quando a rede vira um vício
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Prof. ª Fabíola Soares

Com o título "Preciso de ajuda", fez-se um desabafo aos integrantes da comunidade


Viciados em Internet Anônimos: "Estou muito dependente da web. Não consigo mais
viver normalmente. Isso é muito sério". Logo obteve resposta de um colega de rede.
"Estou na mesma situação. Hoje, praticamente vivo em frente ao computador. Preciso
de ajuda." O diálogo dá a dimensão do tormento provocado pela dependência em
Internet, um mal que começa a ganhar relevo estatístico, à medida que o uso da própria
rede se dissemina. Segundo pesquisas recém-conduzidas pelo Centro de Recuperação
para Dependência de Internet, nos Estados Unidos, a parcela de viciados representa,
nos vários países estudados, de 5% (como no Brasil) a 10% dos que usam a web - com
concentração na faixa dos 15 aos 29 anos. Os estragos são enormes. Como ocorre com
um viciado em álcool ou em drogas, o doente desenvolve uma tolerância que, nesse
caso, o faz ficar on-line por uma eternidade sem se dar conta do exagero. Ele também
sofre de constantes crises de abstinência quando está desconectado, e seu
desempenho nas tarefas de natureza intelectual despenca. Diante da tela do
computador, vive, aí sim, momentos de rara euforia. Conclui uma psicóloga americana:
"O viciado em internet vai, aos poucos, perdendo os elos com o mundo real até
desembocar num universo paralelo - e completamente virtual".
Não é fácil detectar o momento em que alguém deixa de fazer uso saudável e
produtivo da rede para estabelecer com ela uma relação doentia, como a que se revela
nas histórias relatadas ao longo desta reportagem. Em todos os casos, a internet era
apenas "útil" ou "divertida" e foi ganhando um espaço central, a ponto de a vida longe
da rede ser descrita agora como sem sentido. Mudança tão drástica se deu sem que os
pais atentassem para a gravidade do que ocorria. "Como a internet faz parte do dia a
dia dos adolescentes e o isolamento é um comportamento típico dessa fase da vida, a
família raramente detecta o problema antes de ele ter fugido ao controle", diz um
psiquiatra. A ciência, por sua vez, já tem bem mapeados os primeiros sintomas da
doença. De saída, o tempo na internet aumenta - até culminar, pasmese, numa rotina
de catorze horas diárias, de acordo com o estudo americano. As situações vividas na
rede passam, então, a habitar mais e mais as conversas. É típico o aparecimento de
olheiras profundas e ainda um ganho de peso relevante, resultado da frequente troca
de refeições por sanduíches - que prescindem de talheres e liberam uma das mãos
para o teclado. Gradativamente, a vida social vai se extinguindo. Alerta outra psicóloga:
"Se a pessoa começa a ter mais amigos na rede do que fora dela, é um sinal claro de
que as coisas não vão bem".
Os jovens são, de longe, os mais propensos a extrapolar o uso da internet. Há uma
razão estatística para isso - eles respondem por até 90% dos que navegam na rede, a
maior fatia -, mas pesa também uma explicação de fundo mais psicológico, à qual uma
recente pesquisa lança luz. Algo como 10% dos entrevistados (viciados ou não) chegam
a atribuir à internet uma maneira de "aliviar os sentimentos negativos", tão típicos de
uma etapa em que afloram tantas angústias e conflitos. Na rede, os adolescentes
sentem-se ainda mais à vontade para expor suas ideias. Diz um outro psiquiatra: "Num
momento em que a própria personalidade está por se definir, a internet proporciona
um ambiente favorável para que eles se expressem livremente". No perfil daquela
minoria que, mais tarde, resvala no vício se vê, em geral, uma combinação de baixa
autoestima com intolerância à frustração. Cerca de 50% deles, inclusive, sofrem de
depressão, fobia social ou algum transtorno de ansiedade. É nesse cenário que os
múltiplos usos da rede ganham um valor distorcido. Entre os que já têm o vício, a maior

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Prof. ª Fabíola Soares

adoração é pelas redes de relacionamento e pelos jogos on-line, sobretudo por


aqueles em que não existe noção de começo, meio ou fim.
Desde 1996, quando se consolidou o primeiro estudo de relevo sobre o tema, nos
Estados Unidos, a dependência em internet é reconhecida - e tratada - como uma
doença. Surgiram grupos especializados por toda parte. "Muita gente que procura
ajuda ainda resiste à ideia de que essa é uma doença", conta um psicólogo. O
prognóstico é bom: em dezoito semanas de sessões individuais e em grupo, 80%
voltam a níveis aceitáveis de uso da internet. Não seria factível, tampouco desejável,
que se mantivessem totalmente distantes dela, como se espera, por exemplo, de um
alcoólatra em relação à bebida. Com a rede, afinal, descortina-se uma nova dimensão
de acesso às informações, à produção de conhecimento e ao próprio lazer, dos quais,
em sociedades modernas, não faz sentido se privar. Toda a questão gira em torno da
dose ideal, sobre a qual já existe um consenso acerca do razoável: até duas horas
diárias, no caso de crianças e adolescentes. Quanto antes a ideia do limite for
sedimentada, melhor. Na avaliação de uma das psicólogas, "Os pais não devem temer
o computador, mas, sim, orientar os filhos sobre como usá-lo de forma útil e saudável".
Desse modo, reduz-se drasticamente a possibilidade de que, no futuro, eles enfrentem
o drama vivido hoje pelos jovens viciados.
Silvia Rogar e João Figueiredo, Veja, 24 de março de 2010. Adaptado.

15. (Col. Naval – 2010)

É correto afirmar que o texto


A) apresenta causas, consequências e possibilidades de tratamentos para o viciado em
internet.
B) faz uma análise subjetiva da dependência em internet, sem se ater a faixas etárias
mais propensas ao vício.
C) estabelece como principais motivos para o vício em internet a baixa autoestima e os
problemas de relacionamento com os pais.
D) evidencia olheiras profundas, ganho de peso relevante, vida social que se extingue
como exemplos dos males provocados pelo uso comedido da internet.
E) parte de experiências virtuais para mostrar que o vício em internet, apesar de ser um
mal relativamente novo, já atingiu proporções irreversíveis.

16. (Col. Naval – 2010)

Marque a opção correta em relação à interpretação geral do texto.


A) A ideia central do texto é divulgar a importância do uso prático da internet em
detrimento da diversão tão desejada.
B) Os especialistas percebem que há no uso excessivo da web apenas o prejuízo no
aumento de peso entre os jovens.
C) A tarefa principal da internet, segundo os especialistas, é a de "aliviar os sentimentos
negativos".

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Prof. ª Fabíola Soares

D) Já que o uso da internet é como uma droga, não há perspectiva de solução para o
problema.
E) Longe dos extremos, a virtude no uso da internet estaria na justa medida.

17. (Col. Naval – 2010)

Assinale a opção correta sobre o contido nos parágrafos.


A) As ideias expressas no primeiro parágrafo se contrapõem àquelas do segundo.
B) Tanto o primeiro parágrafo quanto o segundo apresentam consequências do uso
exagerado da internet.
C) O terceiro parágrafo analisa as causas que levam ao vício em internet e propõe
soluções para o problema.
D) Nota-se que, no segundo parágrafo, os pais são totalmente eximidos de
responsabilidade no que se refere ao vício dos filhos em internet.
E) O quarto parágrafo somente aborda o tratamento para a dependência em internet,
sem propor limites rígidos a serem seguidos pelos jovens, viciados ou não.

Texto para as próximas questões:


Geração Y
Eles já foram acusados de tudo: distraídos, superficiais, impacientes, preocupados
consigo mesmos e até egoístas. Mas se preocupam com o ambiente, têm fortes valores
morais e estão prontos para mudar o mundo. São interessados em construir um mundo
melhor e, em pouco tempo, vão tomar conta do planeta. Eis algumas outras de suas
características: só fazem o que gostam; não conseguem passar mais de três meses no
mesmo trabalho. Concebidos na era digital, democrática e da ruptura da família
tradicional, essa garotada está acostumada a pedir e ter o que quer.
Com vinte e poucos anos, esses jovens são os representante da chamada Geração Y,
um grupo que está, aos poucos, provocando uma revolução silenciosa. Sem as
bandeiras e o estardalhaço das gerações dos anos 60 e 70, mas com a mesma força
poderosa de mudança, eles sabem que as normas do passado não funcionam – e as
novas estão inventando sozinhos.
A novidade é que “umbiguismo” não é, necessariamente, negativo. Dizem que esses
jovens estão aptos a desenvolver a autorrealização, algo que, até hoje, foi apenas um
conceito. Questionando o que é a realização pessoal e profissional e buscando agir de
acordo com seus próprios interesses, estão levando a sociedade a um novo estágio,
que será muito diferente do que conhecemos.
No trabalho, é comum os recém-contratados pularem de um emprego para o outro,
tratarem superiores como colegas de turma ou baterem a porta quando não são
reconhecidos. Não são revoltados e têm valores éticos muito fortes; priorizam o
aprendizado e as relações humanas. Mas é preciso, antes de tudo, aprender a
conversar com eles para que essas características sejam reveladas.

41
Prof. ª Fabíola Soares

Essa é a primeira geração que não precisou aprender a dominar as máquinas, mas
nasceu com TV, computador e comunicação rápida dentro de casa. Parece um dado
sem importância, mas estudos comprovam que quem convive com ferramentas virtuais
desenvolve um sistema cognitivo diferente. Uma pesquisa do Departamento de
Educação dos Estados unidos revelou que crianças que usam programas online para
aprender ficam nove pontos acima da média geral e são mais motivadas.
Para alguns, são indivíduos multitarefas: ao mesmo tempo em que estudam, são
capazes de ler noticias na internet, checar a página do Facebook, escutar música e
ainda protestar atenção na conversa ao lado. Para eles, a velocidade é outra. Os
resultados precisam ser mais rápidos, e os desafios, constantes. É mais ou menos como
se os nascidos nas duas últimas décadas fossem um celular de última geração.
Revista Galileu (Adaptado)

18. (Col. Naval – 2011)

Em qual trecho, textual e discursivamente, aparecem apenas aspectos negativos acerca


dos jovens da chamada Geração Y?
A) " . . . estão levando a sociedade a um novo estágio, que será muito diferente do que
conhecemos." (3° § )
B) "Dizem que esses jovens estão aptos a desenvolver a autorrealização..." (3° § )
C) " . . .um grupo que está, aos poucos, provocando uma revolução silenciosa." (2° § )
D) " . . . se preocupam com o ambiente, têm fortes valores morais..." (1° § )
E) " . . . distraídos, superficiais, impacientes. . . " (1° § )

19. (Col. Naval – 2011)

Assinale o trecho em que NÄO se confirma o significado do termo destacado em "A


novidade é que esse 'umbiguismo' não é, necessariamente, negativo." (3° § )
A) "Eles já foram acusados de tudo: distraídos, superficiais, impacientes, preocupados
consigo mesmos e até egoístas." (1° § )
B) " . . . interessados em construir um mundo melhor e, em pouco tempo, vão tomar
conta do planeta. " (1° § )
C) "...só fazem o que gostam; não conseguem passar mais de três meses no mesmo
trabalho." (1° § )
D) " . . . essa garotada está acostumada a pedir e ter o que quer." (1° § )
E) "...buscando agir de acordo com seus próprios interesses..." (3° § )
20. (Col. Naval – 2011)

Em relação ao texto, é correto afirmar que


A) a busca da realização pessoal é o principal objetivo da atual geração, levando-a a um
egocentrismo sem precedentes.

42
Prof. ª Fabíola Soares

B) o individualismo da "Geração Y" é compensado por suas outras virtudes.


C) o estado de "umbiguismo" é inerente a qualquer geração, uma vez que todas
buscam realizações pessoais.
D) o "umbiguismo" não permite o desenvolvimento de nenhum valor ético coletivo.
E) o sistema cognitivo da "Geração Y" possui poucas diferenças em relação ao da
geração anterior, visto que ambas conviveram com ferramentas virtuais.

Texto para as próximas questões


O grande patrimônio que temos é a memória. A memória guarda o que vivemos e o
que sonhamos. E a literatura é esse espaço onde o que sonhamos encontra o diálogo.
Com a literatura, esse mundo sonhado consegue falar. O texto literário é um texto que
também dá voz ao leitor. Quando escrevo, por exemplo: “A casa é bonita”, coloco um
ponto final. Quando você lê para uma criança “A casa é bonita”, para ela pode significar
a que tem pai e mãe. Para outra criança, "casa bonita" é a que tem comida. Para outra, a
que tem colchão. Eu não sei o que é casa bonita, quem sabe é o leitor. A importância
para mim da literatura é também acreditar que o cidadão possui a palavra. O texto
literário dá a palavra ao leitor. O texto literário convida o leitor a se dizer diante dele.
Isso é o que há de mais importante para mim na literatura.
QUEIRÓS. Bartolomeu Campos de. Entrevista. Disponível em . Acesso em 07 nov. 2018

21. (EAM – 2019)

Em que opção há uma passagem em que o autor interage explicitamente com o leitor?
A) “Eu não sei o que é casa bonita, quem sabe é o leitor.”
B) “Quando você lê para uma criança “A casa é bonita", [...].”
C) “O texto literário convida o leitor a se dizer diante dele.
D) "Com a literatura, esse mundo sonhado consegue falar."
E) "A importância para mim da literatura é também acreditar que [...].”

22. (EAM – 2019)

Segundo o autor, o texto literário:


A) permite diversas interpretações.
B) rejeita o sonho, a imaginação.
C) prescinde do leitor.
D) refuta o diálogo.
E) se atém ao fato.
43
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Texto para as próximas questões


A “sociedade do espetáculo” mostrou seu caráter de sensacionalidade. [...] Hoje, não
somos mais apenas regidos por imagens, mas verdadeiramente dominados em nosso
corpo, por meio de sensações que nos atingem de fora para dentro. [...]
O capitalismo descobriu o mundo da sensação e passou a reger a vida em sociedade,
por meio da administração dos sentidos, de táticas de excitação. Vivemos, como ratos
de laboratório, frangos criados sob lâmpadas, excitados peio cinema e pela televisão
que nos capturam e acomodam ao seu sistema. Em termos bem simples, vivemos
ansiosos, nervosos, [...] e, sobretudo, loucos por emoções. Nas telas de celular,
cultuamos a comunicação vazia, vivemos a emissão de expressão deturpada. Viciados
em telinhas à mão, coisa que aprendemos com as grandes telas de cinema e televisão,
sem consciência de que a excitação cura a excitação. A substância que nos tira a paz é a
mesma que nos traz a paz, como nos ensina qualquer vício. Estresse digital será a
doença do futuro.
A “sociedade fissurada", em sentido filosófico, se define pela relação com o absoluto
que se dá tanto por meio das drogas como substâncias físicas, quanto com Deus e
outras ideias que se apresentam como substâncias metafísicas. Nesse contexto,
estamos todos “chapados” porque, se estamos fissurados, isso quer dizer que, se havia
algo, ele escapa pela fissura. Não temos como “reter" alguma coisa; por exemplo,
nosso eu. Chapados, somos uma superfície plana quando antes éramos um organismo
com alguma coisa dentro, quem sabe a alma.
O preconceito tem a estrutura de nossa relação com a substância, dependemos dele,
ficamos como que viciados em ideias e discursos prontos que não passam pelo crivo da
reflexão. Repetimos compulsivamente ideias prontas como quem busca o incomparável
prazer da primeira vez. O prazer da linguagem que, desacompanhado de pensamento,
não existe. Caímos no uso abusivo da linguagem como se ela não gerasse
comprometimentos e responsabilidades. [...]
Como um grande platô por onde tudo escorrega, a sociedade atual tem um caráter
chapado reproduzido em seus indivíduos. As “platitudes” fazem sucesso como
mercadoria e serviços: da autoajuda às músicas e filmes da indústria cultural que nada
dizem, todos estão apaixonados, emocionados com clichês. O procedimento de copy-
paste é o que comanda o mundo da linguagem sem ideias que sustenta as redes
sociais e a televisão. O sujeito da sociedade chapada é sem fundo e sem relevo, sem
dobras nem reentrâncias. Um sujeito do "irrelevante" transformado em capital. A
intimidade, a interioridade, a alma, que dependiam da ideia de profundidade,
tornaram-se assuntos caducos. Só o estilo, o fashion, o cool definem seu sentido.
Desatentos a esses acontecimentos, nos tornamos escorregadios. Deixamos para trás o
caráter que, na era anterior, foi forjado a duras penas.
O consumismo torna-se o padrão de toda ação, até dos atos de fala. A
reprodutibilidade sem fim de pensamentos vazios, de emoções e ações cuja função é
apenas perpetuar o sistema, tudo o que possa evitar o questionamento - ele mesmo um
perfurador de superfícies - é o que nos resta.
TIBURI, Mareia. Chapados: sobre o uso abusivo da linguagem. Disponível em . Acesso
em 05 nov, 2018. Com adaptações.

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Prof. ª Fabíola Soares

Fissura - 1. pequena abertura longitudinal em fenda, rachadura, sulco. 2. Ter grande


apego ou paixão por; ficar apaixonado por. copy-paste - copiar e colar, cool - legal,
bacana.
Platô -1 - Palco de um teatro. 2 - Estúdio de cinema ou de televisão. 3 - Planalto.

23. (EAM – 2019)

De acordo com o texto, é correto afirmar que:


A) os indivíduos da sociedade fissurada consomem mercadorias e serviços voltados
para a construção de suas identidades.
B) a emissão de ideias vazias e discursos prontos é inversamente proporcional à
reflexão crítica.
C) a televisão e o cinema são responsáveis pela resolução “da excitação que cura a
excitação".
D) a existência da televisão e do cinema nos dá maior liberdade e consciência da vida
em sociedade.
E) as músicas e filmes da indústria cultural são o caminho para as "platitudes”, ou seja,
para plenitude libertadora dos clichês.

24. (EAM – 2019)

Que aspecto do sujeito da sociedade chapada é enfatizado em “[Ele] é sem fundo e


sem relevo, sem dobras nem reentrâncias[...].” (5°§)?
A) Superficialidade.
B) Lisura.
C) Autenticidade.
D) Instabilidade.
E) Retidão.

25. (EAM – 2019)

Em. "A substância que nos tira a paz é a mesma que nos traz a paz, como nos ensina
qualquer vício.”(2°§), a passagem grifada apresenta uma ideia:
A) ortodoxa.
B) redundante.
C) paradoxa.
D) conciliadora.
E) conservadora.

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26. (EAM – 2019)

Ao afirmar que "[...] ficamos como que viciados em ideias e discursos prontos que não
passam pelo crivo da reflexão[...]." (4°§), a autora desenvolve a ideia de:
A) criticidade.
B) independência.
C) altruísmo.
D) alienação.
E) egocentrismo.

27. (EAM – 2019)

Que outra passagem do texto expressa ideia semelhante a “Repetimos


compulsivamente ideias prontas como quem busca o incomparável prazer da primeira
vez." (4°§)?
A) “Chapados, somos uma superfície plana quando antes éramos um organismo com
alguma coisa dentro, quem sabe a alma." (3°§)
B) “Como um grande platô por onde tudo escorrega, a sociedade atual tem um caráter
chapado reproduzido em seus indivíduos.” (5°§)
C) “O procedimento de copy-paste é o que comanda o mundo da linguagem sem
ideias que sustenta as redes sociais e a televisão.” (5°§)
D) "A substância que nos tira a paz é a mesma que nos traz a paz, como nos ensina
qualquer vício." (2°§)
E) "Em termos bem simples, vivemos ansiosos, nervosos, [...] e, sobretudo, loucos por
emoções." (2°§ )

Texto para as próximas questões


A busca pela mobilidade urbana é um desafio enfrentado pela maioria das grandes
cidades no Brasil, que esbarram em problemas como o privilégio aos transportes
individuais.
A mobilidade urbana refere-se às condições de deslocamento da população no
espaço geográfico das cidades. O termo é geralmente empregado para referir-se ao
trânsito de veículos e também de pedestres, seja através do transporte individual
(carros, motos, etc.), seja através do uso de transportes coletivos (ônibus, metrôs, etc.).
Nos últimos anos, o debate sobre a mobilidade urbana no Brasil vem se acirrando
cada vez mais, haja vista que a maior parte das grandes cidades do país vem
encontrando dificuldades em desenvolver meios para diminuir a quantidade de
congestionamentos ao longo do dia e o excesso de pedestres em áreas centrais dos
espaços urbanos. Trata-se, também, de uma questão ambiental, pois o excesso de
veículos nas ruas gera mais poluição, interferindo em problemas naturais e climáticos

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em larga escala e também nas próprias cidades, a exemplo do aumento do problema


das ilhas de calor.
A principal causa dos problemas de mobilidade urbana no Brasil relaciona-se ao
aumento do uso de transportes individuais em detrimento da utilização de transportes
coletivos, embora esses últimos também encontrem dificuldades com a superlotação.
Esse aumento do uso de veículos como carros e motos deve-se à má qualidade do
transporte público no Brasil, ao aumento da renda média do brasileiro nos últimos
anos, à redução de impostos por parte do Governo Federal sobre produtos
industrializados (o que inclui os carros), à concessão de mais crédito ao consumidor e à
herança histórica da política rodoviarista do país.
[...]
As principais soluções para o problema da mobilidade urbana, na visão de muitos
especialistas, seria o estímulo aos transportes coletivos públicos, através da melhoria de
suas qualidades e eficiências e do desenvolvimento de um trânsito focado na circulação
desses veículos. Além disso, o incentivo à utilização de bicicletas, principalmente com a
construção de ciclovias e ciclofaixas, também pode ser uma saída a ser mais bem
trabalhada.
Outra questão referente à mobilidade urbana que precisa ser resolvida é o tempo
de deslocamento, que vem aumentando não só pelos excessivos congestionamentos e
trânsito lento nas ruas das cidades, mas também pelo crescimento desordenado delas,
com o avanço da especulação imobiliária e a expansão das áreas periféricas, o que
contrasta com o excessivo número de lotes vagos existentes. Se as cidades fossem mais
compactas, os deslocamentos com veículos seriam mais rápidos e menos frequentes.
[...]
De toda forma, é preciso ampliar os debates, regulamentando ações públicas para o
interesse da questão, tais como a difusão dos fóruns de mobilidade urbana e a
melhoria do Estatuto das Cidades, com ênfase na melhoria da qualidade e da eficiência
dos deslocamentos por parte das populações.
PENA, Rodolfo F. Alves. "Mobilidade urbana no Brasil"; Brasil Escola. Disponível em:
http://brasilescola.uol.com.br/geografia/mobilidade-urbana-no-brasil.htm. Acesso em
21 de novembro de 2017.

28. (EAM – 2018)

Em que opção o elemento coesivo destacado está corretamente relacionado a seu


referente no texto?
A) “[...] mas também pelo crescimento desordenado delas [...].” (6°§) - cidades.
B) “[...] referente à mobilidade urbana que precisa ser resolvida [...].” (6°§) - mobilidade
urbana.
C) “[...] através da melhoria de suas qualidades e eficiências [...].” (5°§) - especialistas.
D) “[...] embora esses últimos também encontrem dificuldades [...].” (4°§) - transportes
individuais.

47
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E) “[...] que esbarram em problemas como o privilégio [...].” (1°§) - busca pela
mobilidade urbana.

29. (EAM – 2018)

De acordo com o texto, é correto afirmar que


A) a construção de mais rodovias resolveria a questão da mobilidade urbana.
B) a mobilidade urbana é um problema exclusivo de países em desenvolvimento.
C) a utilização de motos e bicicletas seria uma solução viável para a mobilidade urbana.
D) o problema da mobilidade urbana refere-se ao trânsito de veículos pesados, como
ônibus e metrôs.
E) o tamanho das cidades contribui para os excessivos congestionamentos e para a
lentidão do trânsito.

30. (EAM – 2018)

Em que opção as ideias expressas estão de acordo com o texto?


A) Os congestionamentos estão diretamente relacionados com a política rodoviarista
do país.
B) O uso exclusivo de transportes coletivos resolveria o problema de mobilidade
urbana.
C) O crescimento desordenado das cidades também interfere na mobilidade urbana.
D) O aumento de carros e motos nas ruas produz congestionamentos que absorvem as
ilhas de calor.
E) A construção de ciclovias já é uma solução amplamente utilizada nas grandes
cidades.

Texto para as próximas questões


Pelo mar fomos descobertos e a partir do mar e dos rios consolidamos nossa
independência e fixamos as fronteiras ao norte, sul e a oeste; o que garantiu a
integridade do nosso território, com dimensões continentais. Também pelo mar e rios,
ao longo de nossa história, nos defendemos das mais graves agressões à soberania
nacional.
Assim, entender a importância dos mares e rios exige a absorção de conhecimentos
e percepções que, normalmente, deixam de estar à disposição de significativa parte do
Povo Brasileiro; porém, cada vez mais, constatamos que é pela via marítima e hidrovias
que trafegamos os produtos e serviços essenciais à pátria.
O nosso Brasil, continental, guarda relação inseparável com os espaços oceânicos e
ribeirinhos, tanto devido à sua origem como por dispor de imensas riquezas que,
seguramente, serão cada vez mais importantes para o desenvolvimento de nosso País.

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Prof. ª Fabíola Soares

Em datas importantes, como o Dia Nacional da Amazônia Azul, sempre devemos


atentar para os conselhos de Rui Barbosa: “...mas não basta admirar: é preciso aprender
e prosperar. O mar é o grande avisador. Pô-lo Deus a bramir junto ao nosso sono, para
nos pregar que não durmamos. Por ora a sua proteção nos sorri, antes de se trocar em
severidade...”
Em decorrência da relevância dos fatos históricos que nos associam ao mar e aos
rios e da magnitude das riquezas da Amazônia Azul, o Congresso Nacional, por meio
da Lei n°13.187, de 2015, instituiu o dia 16 de novembro como “O Dia Nacional da
Amazônia Azul”.
[...]
Tendo em vista as diretrizes da Convenção das Nações Unidas sobre o Direito do
Mar (CNUDM) e os estudos geopolíticos voltados para os oceanos, a “Oceanopolítica”,
a Marinha do Brasil vem consolidando o conceito político-estratégico “Amazônia Azul”,
que insere em posição decisiva os espaços oceânicos e ribeirinhos, sobre os destinos
do Povo Brasileiro e na dinâmica das Relações Internacionais.[...]
O nosso território no mar é crucial na regulação do clima, absorvendo e
paulatinamente liberando imensas quantidades de calor e processamento de
nutrientes, por meio de ciclos naturais, e contempla ampla gama de serviços, reservas
minerais e alimentos que beneficiam grande parcela da nossa população.
Cabe ressaltar as vulnerabilidades estratégicas, como as plataformas de exploração
de petróleo e gás, usinas de energia e a localização, próximas à costa, de instalações
sensíveis e de significativos centros populacionais e industriais do Brasil. Destacam-se,
entre muitos, o complexo nuclear de Angra dos Reis e as mais importantes cidades e as
maiores empresas de nosso País. Nos portos e terminais portuários circulam parcela
preponderante das riquezas nacionais, tais como granéis sólidos e líquidos, contêineres
e commodities de toda ordem, como aquelas oriundas do agronegócio.
A relevância em proteger esse legado tem direcionado a Marinha do Brasil na
consecução dos seus programas estratégicos, entre outros: Programa Nuclear da
Marinha, Programa de Desenvolvimento de Submarinos, Programa de Construção das
Corvetas Classe Tamandaré e Obtenção da Capacidade Operacional Plena. Na
atualidade, quando os desafios alcançam crescente dinâmica e as ameaças ocorrem a
partir de cenários sempre complexos e multifacetados, estarmos preparados para
defender a Amazônia Azul caracteriza condição imprescindível para que o País preserve
e amplie a sua prosperidade e exerça a sua soberania, quando for necessário. Vale
destacar que os programas estratégicos da Marinha do Brasil possuem forte sinergia
com os setores acadêmicos, industriais e empresariais.
[...]
Na ocasião em que comemoramos esta importante data, plena de envolvimentos
com o nosso passado e basilar para um presente e futuro, devemos exaltar tão valioso
patrimônio; entretanto, cônscios das dimensões que envolvem a Amazônia Azul:
soberania nacional, diplomática, econômica, ambiental, científica, tecnológica e de
inovação, relembramos, mais uma vez, as palavras de Rui Barbosa: “...O mar é um curso
de força e uma escola de previdência. Todos os seus espetáculos são lições: não os
contemplemos frivolamente...”
“...Esquadras não se improvisam...”
49
Prof. ª Fabíola Soares

BARBOSA JUNIOR, llques. ALTE ESQ. Dia Nacional da Amazônia Azul. Disponível em:
<https://www.marinha.mil.br/content/dia-nacional-da-amazonia-azul> - Acesso em 20
nov. 2017 - Com adaptações.

31. (EAM – 2018)

De acordo com o texto, é correto afirmar que


A) somente produtos do agronegócio circulam pelos portos do país e terminais
portuários.
B) grande parte do povo brasileiro ignora a importância dos mares e rios para a história
do Brasil.
C) a Amazônia Azul deve ser lembrada tão somente nas datas comemorativas, como
aconselha Rui Barbosa.
D) na atualidade, há demonstrações de ameaças reais que ocorrem de maneira
complexa contra a Amazônia Azul.
E) os programas estratégicos da Marinha do Brasil prescindem dos setores das
indústrias e empresas, pois visam proteger o país.

32. (EAM – 2018)

Que opção está de acordo com as ideias expressas no texto?


A) O Dia da Amazônia Azul foi instituído com a finalidade de exaltar o poderio bélico do
Brasil.
B) Os mares e rios foram responsáveis pelas mais graves agressões à soberania
nacional.
C) A localização de usinas de energia próximas à costa é estrategicamente benéfica ao
país.
D) A Marinha do Brasil desenvolve diversos programas estratégicos, a fim de proteger a
Amazônia Azul.
E) Produtos e serviços vitais para o Brasil são exclusivamente escoados através dos
mares e rios.

Texto para as próximas questões


O trabalho dignifica o homem. O lazer dignifica a vida.
“Escolha um trabalho que você ame e não terá que trabalhar um único dia em sua
vida.” A frase do pensador Confúcio tem sido o mantra de muitos que, embalados pela
concepção de que ofício e prazer não precisam se opor, buscam um estilo de vida no
qual a fonte de renda seja também fonte de alegria e satisfação pessoal. A questão é:
trabalho é sempre trabalho. Pode ser bom, pode ser até divertido, mas não substitui a
capacidade que só o lazer possui de tirar o peso de um cotidiano regido por prazos,
horários, metas.

50
Prof. ª Fabíola Soares

Não são poucas as pessoas que eu conheço que negligenciam descanso em prol da
produção desenfreada, da busca frenética por resultado, ascensão, status, dinheiro.
Algo de errado em querer tudo isso? A meu ver, não. E sim. Não porque são dignas
e, sobretudo, necessárias, a vontade de não ser medíocre naquilo que se faz e a recusa
à estagnação. Sim, quando ambas comprometem momentos de entretenimento
minando, aos poucos, a saúde física e mental de quem acha que sombra e água fresca
são luxo e não merecimento.
Recentemente, um construtor com o qual eu conversava me disse que estava havia
nove anos sem férias e lamentou o pouco tempo passado com os netos. O patrimônio
milionário veio de dedicação e empenho. Mas custou caro também. Admirei a
trajetória, a abdicação. Entretanto, senti um pesar por aquele homem com conta
bancária polpuda e rosto abatido. Na hora me perguntei se era realmente preciso
escolher entre sucesso e diversão. Evidentemente, não. É simples e absolutamente
viável conciliar o suor da batalha com mergulhos no mar, planilhas Excel com
caipirinhas em fins de tarde.
Poucas coisas são tão eficazes na função de honrar alguém quanto o ofício que se
exerce. Momentos de pausa, porém, honram o próprio ofício. A vida se equilibra
justamente na possibilidade de converter o dinheiro advindo do esforço em ingressos
para o show da banda preferida, passeios no parque, pipoca quentinha e viagens de
barco.
Convivo com pessoas que amam o que fazem e se engrandecem cada vez que
percebem como são eficientes na missão de dar sentido à profissão. Pessoas que, por
meio de suas atribuições, transformam o mundo, sentem--se úteis, reforçam talentos.
Mas até essas se esgotam. É o famoso caso do jogador de futebol que, estressado com
as cobranças do time, vai jogar uma “pelada” para relaxar.
Desculpe a petulância ao discordar, Confúcio, mas ainda que trabalhemos com o
que amamos, será sempre trabalho. Muitas vezes prazeroso, outras tantas edificante...,
mas nunca capaz, sozinho, de suprir toda uma vida. Arregacemos as mangas
conscientes de que os pés na areia da praia e as rodas de amigos em bares são
combustíveis importantes para o bom andamento da labuta diária.
Larissa Bittar (Adaptado).
htlp://www.revÍstabula.com/7523-o-trabalho-dignifica-o-homem-o-lazer-dignifica-a-
vida/

33. (EAM – 2017)

Com o pensamento “Escolha um trabalho que você ame e não terá que trabalhar um
único dia em sua vida.”, Confúcio diz que
A) amar é muito melhor que trabalhar.
B) quem ama jamais precisa trabalhar.
C) trabalhar é muito melhor do que amar.
D) trabalhar no que se gosta, vira lazer.
E) quem trabalha sem amor nunca tira férias.
51
Prof. ª Fabíola Soares

34. (EAM – 2017)

Em que opção o trecho apresentado estabelece sentido de oposição?


A) "Na hora me perguntei se era realmente preciso escolher entre sucesso e diversão.”
(4°§)
B) "Poucas coisas são tão eficazes na função de honrar alguém quanto o ofício que se
exerce." (5°§)
C) "Convivo com pessoas que amam o que fazem e se engrandecem cada vez que
percebem como são eficientes na missão de dar sentido à profissão." (6°§)
D) “Arregacemos as mangas conscientes de que os pés na areia da praia e as rodas de
amigos em bares são combustíveis importantes para o bom andamento da labuta
diária." (7°§)
E) “Pode ser bom, pode ser até divertido, mas não substitui a capacidade que só o lazer
possui de tirar o peso de um cotidiano regido por prazos, horários, metas.” (1°§)

35. (EAM – 2017)

Em “Poucas coisas são tão eficazes na função de honrar alguém quanto o ofício que se
exerce." (5°§), deve-se, corretamente, compreender que
A) a eficácia de alguém ser honrado é um ofício para poucos.
B) o ofício que se exerce é uma das poucas coisas que cumpre a função de honrar
alguém.
C) exercer um ofício que possa honrar alguém se torna tão pouco eficaz.
D) são tão pouco eficazes as coisas para honrar alguém para quem exerce um ofício.
E) as poucas coisas na função de honrar alguém são, no ofício que se exerce, tão
eficazes quanto.

Texto para as próximas questões


Com o advento dos aparelhos móveis e a ampliação dos recursos dos celulares, a
expansão da internet se dá de forma assustadora e seu uso passa de esporádico para
instantâneo. Essa evolução, ao fortalecer o paradigma de "computador onde a pessoa
se encontra, a qualquer hora e lugar", referindo-se aos aparelhos móveis, modifica,
também, comportamentos como o chamado "vício eletrônico".
Antes, a expressão indicava o vício das pessoas que não conseguiam se desligar de
seus computadores pra entrar nas redes sociais, jogar, fazer comentários ou verificar o
que está sendo postado. Hoje, há mudanças e a situação se torna mais complexa e
alarmante. Basta observar ao redor: pessoas caminhando e usando celular; pessoas em
bares e restaurantes que não interagem com outras pessoas, mas com seus aparelhos.
Crianças e adolescentes conectados o tempo todo. Adultos usando aparelhos de
comunicação em festas e cerimônias formais. Imagens sendo postadas e divulgadas a
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Prof. ª Fabíola Soares

cada momento. O chamado vício agora se irradia: as pessoas podem acessar suas
informações em qualquer lugar e horário, pois carregam os aparelhos consigo.
Ao lado dos inúmeros serviços ofertados na internet, tais como a realização de
pesquisas, serviços bancários, serviços públicos e a comercialização de produtos e
serviços, entre outros, encontra-se uma forma de comunicação via redes sociais, que se
tornou parte do dia a dia das pessoas em todo o mundo. O próprio conceito de redes
sociais é antigo e indica a integração de pessoas que têm um objetivo comum e se
comunicam para compartilhar idéias ou realizar ações conjuntas. No caso das redes
sociais digitais, essa comunicação se dá por meio de uma tecnologia, que fornece
acesso por meio de diversos tipos de aparelhos (celulares, tablets etc). Cada vez mais
atraentes, as redes sociais são utilizadas, também, pelas empresas na promoção de
seus bens e serviços, com base no perfil dos usuários e seus interesses. Há uma
estrutura para capturar as informações via redes sociais e transformá-las em conteúdo
para marketing e propaganda, para captar novos clientes ou garantir os existentes.

Percebe-se, entretanto, que as redes sociais digitais possuem um tempo de vida útil.
A rede social digital mais utilizada, atualmente, começa a apresentar desgaste devido
ao uso de "correntes", pensamentos de autores que nem sempre são verídicos,
comentários pagos por partidos políticos e excesso de propagandas de empresas na
comercialização de seus produtos e serviços. Essas informações descaracterizam o que
inicialmente seria utilizado para que as pessoas se comunicassem.
Além dos problemas psicológicos de vício e isolamento social que estão sendo
estudados, não se podem negligenciar outros itens no quesito saúde, devido à
radiação e ao contato direto com os aparelhos, que trazem problemas como
diminuição da visão, tendinite, dor nas costas, má postura e ansiedade, entre outros.
Destaca-se, por sua vez, o lado fantástico dessa tecnologia que possibilita comunicação
em tempo real, com fotos, imagens e comentários, o que pode aproximar as pessoas e
colocá-las a par dos acontecimentos familiares, de relacionamentos e de
acontecimentos de interesse público, mesmo a longa distância. Inclusive comenta-se
que as pessoas nunca escreveram ou leram tanto como após o advento das tecnologias
de informação e comunicação, Não vamos entrar aqui no mérito do que e de como se
escreve, o que tem se tornado preocupação dos professores e professoras de Língua
Portuguesa pela qualidade duvidosa e pelos incontáveis erros de escrita que circulam
pela internet.
Enfim, devemos aprender a dosar o uso das novas tecnologias de comunicação para
que seus benefícios possam ser aproveitados de maneira a contribuir para a real
aproximação e compartilhamento entre as pessoas, com liberdade e não como
escravidão e dominação.
(TAIT, Tania. As redes sociais digitais: necessidade ou vício?. Em
http://www.gazetadopovo.com.br - 28 abril de 2014. Com adaptações)

36. (EAM – 2016)

É correto afirmar, a partir do texto, que

53
Prof. ª Fabíola Soares

A) para as empresas, as redes sociais são utilizadas como passatempo para os


funcionários que captam novos clientes.
B) o conceito de redes sociais surgiu a partir da expansão da internet.
C) a efemeridade é uma das características marcantes das redes sociais digitais.
D) os professores de Língua Portuguesa já não se sentem preocupados com o avanço
das redes sociais digitais as quais possibilitam que as pessoas leiam e escrevam muito
mais do que antigamente.
E) as empresas ajudam as pessoas no dia a dia, oferecendo acesso às redes sociais e
transformando as informações em conteúdo para marketing e propaganda.

37. (EAM – 2016)

Com relação ao texto, assinale a opção correta.


A) Graças às redes sociais, as pessoas se tornaram viciadas em leitura e escrita.
B) Depois do advento dos aparelhos móveis, as pessoas contraíram tendinite e
ansiedade social.
C) O fato de as pessoas lerem e escreverem mais causou espanto nos professores de
Língua Portuguesa.
D) As novas tecnologias precisam ser dosadas, pois todo exagero acarreta
desequilíbrio.
E) O isolamento nas redes sociais é causado pelas propagandas das empresas e pelos
comentários pagos por partidos políticos.

38. (EAM – 2016)

Com base no texto, assinale a opção correta.


A) O uso de redes sociais digitais traz benefícios e malefícios, mas estes superam
aqueles.
B) As redes sociais são benéficas, desde que usadas para que as pessoas se
aproximem, compartilhem ideias e realizem ações conjuntas.
C) Há uma crítica veemente aos erros de escrita produzidos peias pessoas nas redes
sociais.
D) O quinto parágrafo ratifica o conceito de redes sociais, mostrado no terceiro.
E) O texto analisa o chamado "vício eletrônico", mostrando que esse problema afeta
exclusivamente crianças e adolescentes.

39. (Fuzileiro Naval – 2019)

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Prof. ª Fabíola Soares

Texto 4
Por que as listras da pasta de dente não se misturam dentro do tubo?
(Leonardo Menezes, Rio de Janeiro, RJ)
Primeiro porque os ingredientes de cores diferentes ficam armazenados em
compartimentos separados. Segundo, porque as listras só aparecem perto da boca do
tubo. A bisnaga inteira é preenchida por creme dental comum, de cor branca. Nas
laterais superiores do tubo, encontramos o gel colorido que dá forma às listras. O
segredo é que o gel e o creme seguem por “estradas” exclusivas até bem perto da
saída. A parte branca sobe por um duto que tem pouco mais de meio centímetro de
diâmetro, a mesma dimensão da pasta que chega até a escova. O gel, por sua vez, flui
por quatro buraquinhos de 1 milímetro que desembocam no duto principal. Lá dentro,
as pequenas saídas de gel interceptam o fluxo de pasta branca e as listras coloridas
começam a se espalhar pelo creme. Como isso acontece a apenas 1,5 centímetro da
saída, os filetes coloridos saem quase intactos. Eles só vão se juntar dentro da boca, na
hora em que a gente escova os dentes.
(Mundo Estranho, n.26)

No texto 4, no fragmento ”Eles só vão se juntar dentro da boca (…)“ o pronome


destacado retoma a:
(A) Intactos.
(B) Filetes coloridos.
(C) Gel.
(D) Cremes.
(E) Buraquinhos.

40. (Fuzileiro Naval – 2018)

TEXTO 3
Os principais problemas da agricultura brasileira referem-se muito mais à diversidade
dos impactos causados pelo caráter da modernização, do que à persistência de
segmentos que dela teriam ficado imunes. Se hoje existem milhões de
estabelecimentos agrícolas marginalizados, isso se deve muito mais à natureza do
próprio processo de modernização, do que à sua suposta falta de abrangência.
(Folha de São Paulo, 13/09/94, 2-2)

Segundo o texto 3, é correto afirmar que


A) o processo de modernização deve tornar-se mais abrangente para implementar a
agricultura.
B) os problemas da agricultura resultam da inadequação do processo de modernização
do setor.

55
Prof. ª Fabíola Soares

C) os problemas da agricultura resultam dos impactos causados pela modernização


progressiva do setor.
D) segmentos do setor agrícola não adotam processos modernos.
E) os problemas da agricultura decorrem da adequação do processo de modernização
do setor.

Texto para as próximas questões :


Para que ninguém a quisesse
Porque os homens olhavam demais para a sua mulher, mandou que descesse a
bainha dos vestidos e parasse de se pintar.
Apesar disso, sua beleza chamava a atenção, e ele foi obrigado a exigir que
eliminasse os decotes, jogasse fora os sapatos de saltos altos. Dos armários tirou
as roupas de seda, da gaveta tirou todas as joias. E vendo que, ainda assim, um
ou outro olhar viril se acendia à passagem dela, pegou a tesoura e tosquiou-lhe
os longos cabelos.
Agora podia viver descansado. Ninguém a olhava duas vezes, homem nenhum
se interessava por ela. Esquiva como um gato, não mais atravessava praças. E
evitava sair. Tão esquiva se fez, que ele foi deixando de ocupar-se dela,
permitindo que fluísse em silêncio pelos cômodos, mimetizada com os móveis e
as sombras.
Uma fina saudade, porém, começou a alinhavar-se em seus dias. Não saudade
da mulher. Mas do desejo inflamado que tivera por ela.
Então lhe trouxe um batom. No outro dia um corte de seda. À noite tirou do
bolso uma rosa de cetim para enfeitar-lhe o que restava dos cabelos.
Mas ela tinha desaprendido a gostar dessas coisas, nem pensava mais em lhe
agradar. Largou o tecido em uma gaveta, esqueceu o batom. E continuou
andando pela casa de vestido de chita, enquanto a rosa desbotava sobre a
cômoda.
Marina Colasanti http://www.contioutra.com/para-que-ninguem-aquisesse-
marina-colasanti/

41. (ESA – 2019)

Assinale o item em que a explicação corresponde ao excerto citado:


a) " ... permitindo que fluísse em silêncio pelos cômodos ... "I A esposa silencia
para agradar o marido.
b) "Largou o tecido em uma gaveta, esqueceu o batom." I Ela não tem mais
atitudes humanas por causa da anulação de sua identidade.

56
Prof. ª Fabíola Soares

c) "Uma fina saudade, porém, começou a alinhavar-se em seus dias."/ A esposa


perde a matéria que a torna ser.
d) "E continuou andando pela casa de vestido de chita."/ Reforça a ideia de que
o homem não se importava com a esposa.
e) “Ninguém a olhava duas vezes."/ Sua aparência não mais chamava a atenção

42. (ESA – 2019)

Marina Colasanti ressalta tanto a violência física quanto a violência simbólica


praticada contra a mulher. Assinale o item em que há um exemplo de violência
física:
a) “...pegou a tesoura e tosquiou-lhe os longos cabelos."
b) "Dos armários tirou as roupas de seda, da gaveta tirou todas as joias.
c) "...foi obrigado a exigir que eliminasse os decotes, jogasse fora os sapatos de
saltos altos.".
d) "... mandou que descesse a bainha dos vestidos e parasse de se pintar."
e) “... um ou outro olhar viril se acendia à passagem dela,...”

43. (ESA – 2019)

Assinale a alternativa que explica o sentido do trecho "enquanto a rosa


desbotava sobre a cômoda":
a) O desbotamento da rosa simboliza a perda do estereótipo de fragilidade
imputado à mulher.
b) A perda de cor da rosa equivale ao comportamento de resistência e força da
mulher.
c) O desbotamento sugere raiva e desleixo da personagem, que não cuidou da
rosa.
d) A imagem da rosa desbotada traduz a anulação da identidade da
personagem.
e) A rosa, tanto no conto como na literatura universal, simboliza a anatomia da
mulher.

Texto para as próximas questões


Eu que nasci na Era da Fumaça: - trenzinho
vagaroso com vagarosas
paradas

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Prof. ª Fabíola Soares

em cada estaçãozinha pobre


para comprar
pastéis
pés de moleque
sonhos
- principalmente sonhos!
porque as moças da cidade vinham olhar o trem passar:
elas suspirando maravilhosas viagens
e a gente com um desejo súbito de ali ficar morando
sempre... nisto,
o apito da locomotiva
e o trem se afastando
e o trem arquejando
é preciso partir
é preciso chegar
é preciso partir é preciso chegar... Ah, como essa vida é urgente!
... no entanto
eu gostava era mesmo de partir...
e – até hoje – quando embarco
para alguma parte
acomodo-me no meu lugar
fecho os olhos e sonho:
viajar, viajar
mas para parte nenhuma...
viajar indefinidamente...
como uma nave espacial perdida entre as estrelas.
(QUINTANA, Mário. Baú de Espantos. in: MARÇAL, Iguami Antônio T. Antologia
Escolar, Vol.1; BIBLIEX; p. 169.)

44. (ESA – 2011)

Em função do que é dito nos versos do poema, observa-se que o “eu lírico”:
A) viaja, não só fisicamente, mas também por meio de seus pensamentos.

58
Prof. ª Fabíola Soares

B) é um homem agitado, que leva uma vida de passageiro com luxo e


mordomias.
C) deseja ser mau e mórbido, por isso faz suas viagens pelas estrelas.
D) tem fome e pouco dinheiro, logo não gasta com comidas que não alimentam.
E) é uma voz que clama por tranquilidade e brada contra a poluição do ar.

45. (ESA – 2011)

Levando em conta o contexto do poema, em qual das alternativas há um sentido


semelhante ao de “acomodo-me no meu lugar” ?
A) Ajeito-me no meu canto.
B) Entendo-me com minhas ideias.
C) Adapto-me ao meio em que vivo.
D) Limito-me a ficar pensativo.
E) Satisfaço-me com o lugar que me dão.

46. (ESA – 2011)

A expressão “viajar indefinidamente” só NÃO significa


A) viajar sem se preocupar com o tempo de chegar.
B) aventurar-se pelo mundo sem ter um objetivo definido.
C) passear de modo errante, a esmo.
D) sair por aí sem definir o nome das pessoas conhecidas.
E ) não ter a preocupação de saber o lugar para onde se vai.

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Texto para as próximas questões

47. (Col. Naval – 2012)

A fala de Miguelito, no último quadrinho do texto II, revela uma atitude


A) alienada.
B) condolente.
C) reflexiva.
D) firme.
E) irresponsável.

48. (Col. Naval – 2012)

Assinale a opção que melhor caracteriza a mensagem do texto II.


A) O consumo de bens materiais está diretamente relacionado com a felicidade.
B) A televisão incentiva os telespectadores a consumirem diferentes produtos e
serviços.
C) A felicidade só pode ser alcançada através do consumo dos produtos
anunciados em diferentes meios de comunicação.
D) O principal papel da televisão ê anunciar produtos que serão comprados
pelos telespectadores.
E) As coisas boas veiculadas pela televisão fazem com que os telespectadores
sejam felizes.

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Prof. ª Fabíola Soares

49. (Col. Naval – 2013)

Que termo resume a ideia apresentada no texto?


A) Abnegação.
B) Perseverança.
C) Altruísmo.
D) Improbidade.
E) Comodismo.

50. (Col. Naval – 2019)

Infere-se do texto que:


61
Prof. ª Fabíola Soares

A) água é comparada com Wi-fi porque ambos são importantes hoje em dia
B) o comportamento das pessoas mudou totalmente com a chegada do Wi-fi,
C) atualmente, as pessoas têm vergonha de pedir água na casa dos outros.
D) pedir água indica intimidade; pedir a senha do Wi-fi indica modernidade.
E) água significa manutenção da vida; Wi-fi, adaptação ao mundo moderno.

51. (Col. Naval – 2018)

No texto apresentado, o autor:


A) não tem intenção de se comunicar com o leitor.
B) gera ambiguidade na articulação dos vocábulos.
C) explora a polissemia como recurso para gerar humor.
D) divulga determinado produto para venda.
E) articula palavras contrárias, comprometendo o sentido a ser veiculado.

52. (EAM – 2014)

ÔNIBUS LOTADO
O ônibus aguardava no ponto final, no alto de uma ladeira. Após os passageiros
entrarem, seguiu ladeira abaixo.
Eis que um homem de bigode, de meia-idade, começou a correr atrás do
ônibus.

Da janela, um passageiro gritou:


- Esquece, cara! O busão já tá lotado.

62
Prof. ª Fabíola Soares

E o senhor, ofegante:
- Não posso. Sou o motorista!
Almanaque Brasil, 02\07\2009 (adaptado).

O homem de bigode corria ofegante porque


A) ele era um passageiro atrasado.
B) o ônibus já estava lotado.
C) ele era o motorista do ônibus.
D) o ônibus já estava com a saída atrasada.
E) um passageiro não quis pagar a passagem.

53. (EAM – 2009)

O pronome demonstrativo usado em ". . . sou eu sentado nesta caixa" se justifica


porque o falante.
A) situa a caixa perto de si.
63
Prof. ª Fabíola Soares

B) pretende tomar a caixa de seu ouvinte.


C) refere-se à caixa utilizada por seu ouvinte.
D) dá ênfase ao objeto utilizado por seu interlocutor.
E) retoma o termo "caixa" empregado no quadrinho anterior.

Texto para as próximas questões


TEXTO II
Descobri aos 13 anos que o que me dava prazer nas leituras não era a beleza das
frases, mas a doença delas.
Comuniquei ao Padre Ezequiel, um meu Preceptor, esse gosto esquisito.
Eu pensava que fosse um sujeito escaleno.
- Gostar de fazer defeitos na frase é muito saudável, o Padre me disse.
Ele fez um limpamento em meus receios.
O Padre falou ainda: Manoel, isso não é doença, pode muito que você carregue
para o resto da vida um certo gosto por nadas. . .
E se riu.
Você não é de bugre? - ele continuou.
Que sim, eu respondi.
Veja que bugre só pega por desvios, não anda em estradas
- Pois é nos desvios que encontra as melhores surpresas e os ariticuns maduros.
Há que saber apenas errar bem o seu idioma. Esse Padre Ezequiel foi o meu
primeiro professor de agramática.
BARROS, Manoel de. O livro das ignorãças. 9 ed. Rio de Janeiro: Record, 2000.

54. (EAM – 2009)

O narrador sofreu um "limpamento" em seus receios. O que ocasionou isso?


A) O desejo do garoto de ser um "sujeito escaleno".
B) A insatisfação do garoto em relação ao seu gosto esquisito.
C) O medo do preceptor de que o garoto sofresse um desgosto.
D) A dúvida do padre quanto ao caminho que o garoto seguiria.
E) A declaração do padre de que "gostar de fazer defeitos na frase é muito
saudável".

55. (EAM – 2009)


64
Prof. ª Fabíola Soares

"Comuniquei ao Padre Ezequiel, um meu Preceptor, / esse gosto esquisito."


(versos 4 e 5). Esse gosto é considerado esquisito porque;
A) é algo fora do comum.
B) elogia os gramáticos.
C) define o caráter do narrador.
D) causa surpresa no preceptor.
E) propõe uma alteração nas gramáticas.

56. (EAM – 2009)

Pôr-do-sol da freira
Premiado no Brasil e no estrangeiro, famoso já, coberto de glórias literárias e
sociais, ele chegou em casa e encontrou a filha em prantos.
- Que foi, filhinha?
A filhinha já não era tão filhinha. Dezoito anos, terminava o científico. E foi entre
soluços que ela contou o drama: estava ameaçada de levar bomba em
Português. Autora das piores redações de todo o ano letivo, a madre professora
dera a chance: ou fazia uma composição decente que redimisse todos os
pecados acumulados ou ficava sem média para os exames. E ela - que brilhava
em Matemática, que ganhara o prêmio de viagem a Mataripe pela melhor nota
de Geografia, que era autoridade em Renascença e em Guerras Púnicas - sentiu
na boca o gosto amargo da bomba a caminho.
- Uma humilhação! - berrou o pai pelo meio da sala. A filha de um homem
traduzido em chinês, em copta, em servo-croata, editado pelo MacMillan, da
Academia Brasileira de Letras, patrono de escolas e universidades, ter uma filha
ameaçada de bomba em redação! Uma vergonha!
A filha enxugou as lágrimas. O pai, ferido no orgulho, quebraria o galho agora. E
quase quebrou a sopeira que vinha da cozinha.
- Suspendam o jantar ! Vou fazer a redação para minha filha. Quero ver o que
essa freira de...
- Papai !
- ...vai dizer da minha composição!
Quando o homem atingia ao palavrão é que o negócio estava preto mesmo. E
tão preto que todo mundo começou a pisar na ponta dos pés, em respeito à
concentração intelectual do chefe da casa, que se trancara no gabinete.
Limpou a mesa, varejou papéis velhos e apanhou a caneta de estimação, a
mesma com que escrevera seu maior exito de venda e crítica, Os Selvagens.
Aquela pena fora elogiada por William Faulkner e John dos Passos. Pois com
aquela pena começou.
65
Prof. ª Fabíola Soares

- Qual é o tema?
- Pôr-do-sol, papai.
Tacou um pôr-do-sol caprichadíssimo, cheio de ela tintas sangrentas no
horizonte e suspiros de lagos plácidos que anoiteciam. Lembrou-se de todos os
pores-do-sol que vira nas folhinhas de armazém, remoeu a alma para ressuscitar
deslumbramentos de seus 18 anos e depois de meia hora as 30 linhas fatais
estavam cumpridas. Releu em voz alta, foi severo na revisão, substituiu um
"profundamente" por um "essencialmente", alterou a regência de um verbo e
deu por limpa e acabada a prova:
- Copie com sua letra agora! Vai ser barbada!
Os eventos da noite trouxeram esquecimento e paz sobre o assunto. Jantaram,
viram um filme pela televisão, a irmã recém-casada apareceu na visita de todas
as noites, finalmente foram dormir.
O homem acordou ao meio-dia, com outro bode armado na sala de baixo. Sob
as cobertas, distinguia o choro de sua filha e as vozes abafadas que a
consolavam.
Desceu de pijama mesmo.
- Que está havendo nesta casa?
A filha correu para ele, de braços abertos:
- Papai, a freira deu bomba no senhor: quatro!
E o pai, traduzido em servo-croata, editado pelo MacMillan, deu um uivo e rolou
pela escada, espumando contra a freira e contra o pôr-do-sol.
CONY, Carlos H. Pôr-do-sol da freira. In: CONY, Carlos H. Quinze anos. São
Paulo: Ediouro, 2003, pp. 30-32.

Do texto, compreende-se que;


A) a filha tinha dificuldades em todas as matérias.
B) a professora não sabia ensinar língua portuguesa.
C) O processo de redigir era uma tarefa difícil para o pai.
D) O escritor e a menina eram antipatizados pela professora.
E) o pai e a filha se ressentem com o desfecho da história.

Texto para as próximas questões


Metapoesia
Não sei o que fazer com essa falta de inspiração.
Sei que ontem a sucumbi e dormi sobre seus

66
Prof. ª Fabíola Soares

escombros e agora, saudosa, a procuro;

Sei que não consigo escrever.


Nem adianta observar lagartos em sua modorra sobre lajes,
não adianta ver os beijos dos enamorados nas praças ou
apreciar o idílio dos diáfanos cisnes no lago ao lado.

Tudo me lembra poesia,


Mas ela de mim não se lembra.
Não me faz rápida visita sequer!
Quando ela chegar,

Irei dizer-lhe metáforas, prosopopeias,


Cobrirei seus ombros de pétalas
Alvas, sonoras, quentes.

Enquanto não a recebo,


vejo o menino que passa
descalço levando nas costas
as intempéries da vida.

Pior do que não versejar sobre casais enamorados,


cisnes ou lagartos
é não poder eufemizar a vida do menino pobre que passa.
GURGEL, Nádia. Metapoesia. In: MEDEIROS, Giselda. A7EB Letras. Fortaleza:
RBS, 2003, p. 168.

57. (EAM – 2008)

A leitura do texto METAPOESIA esclarece-nos que a autora;


A) não tem dificuldades de encontrar novas temáticas.
B) elabora muito bem os eufemismos.
C) inspira-se com o que lhe traz a visão.

67
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D) tem problemas com a inspiração.


E) é exímia na construção de figuras de linguagem

58. (EAM – 2008)

Com relação aos desejos da poetisa e o que constata na própria realidade,


percebe-se que existe um sentimento de;
A) inconstância.
B) desespero.
C) impotência.
D) raiva.
E) indiferença.

59. (EAM – 2010)

Analise as afirmativas abaixo.


I - O texto critica as mudanças que ocorrerão na Língua Portuguesa, em função
do novo acordo ortográfico.
II - A linguagem utilizada pelo sobrinho contradiz a justificativa dada pelo tio, no
primeiro quadrinho, ao pedir ajuda a fim de entender o acordo ortográfico.
III- Ao ler o texto do sobrinho, o tio percebe que o menino não pode ajudá-lo a
entender o acordo ortográfico porque não parece estar interessado nas
mudanças ocorridas.

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Prof. ª Fabíola Soares

Assinale a opção correta.


A) Apenas a afirmativa I é verdadeira.
B) Apenas a afirmativa II é verdadeira.
C) Apenas as afirmativas I e II são verdadeiras.
D) Apenas as afirmativas I e III são verdadeiras.
E) Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras.

Textos para as próximas questões


TEXTO 1 – Vamos acabar com esta folga
O negócio aconteceu num café. Tinha uma porção de sujeitos, sentados nesse
café, tomando umas e outras. Havia brasileiros, portugueses, franceses,
argelinos, alemães, o diabo.
De repente, um alemão forte pra cachorro levantou e gritou que não via homem
pra ele ali dentro. Houve a surpresa inicial, motivada pela preocupação, e logo
um turco, tão forte como o alemão, levantou-se de lá e perguntou:
- Isso é comigo?
- Pode ser com você também- respondeu o alemão.
Aí então o turco avançou para o alemão e levou uma traulitada tão segura que
caiu no chão. Vai daí o alemão repetiu que não havia homem ali dentro pra ele.
Queimou-se então um português que era maior ainda do que o turco. Queimou-
se e não conversou. Partiu para cima do alemão e não teve outra sorte. Levou um
murro debaixo dos queixos e caiu sem sentidos.
O alemão limpou as mãos, deu mais um gole no chope e fez ver aos presentes
que o que ele dizia era certo. Não havia homem para ele ali naquele café.[…] Até
que, lá do canto do café, levantou-se um brasileiro magrinho, cheio de picardia,
para perguntar, como os outros:
- Isso é comigo?
O alemão voltou a dizer que podia ser. Então o brasileiro deu um sorriso cheio
de bossa e veio vindo gingando assim pro lado do alemão. Parou perto,
balançou o corpo e...PIMBA!O alemão deu-lhe uma porrada na cabeça com
tanta força que quase desmonta o brasileiro.
Como, minha senhora? Qual é o fim da história? Pois a história termina aí,
madame. Termina aí que é pros brasileiros perderem essa mania de pisar macio
e pensar que são mais malandros do que os outros.
(Stanislaw Ponte Preta)

TEXTO 2 – O violão e o vilão

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Prof. ª Fabíola Soares

Havia a viola da vila,


a viola e o violão.
Do vilão era a viola,
e da Olívia o violão.

O violão da Olívia dava


vida à vila, à vila dela.

O violão duvidava
da vida, da viola e dela.

Não vive Olívia na vila,


na vila nem na viola.
O vilão levou-lhe a vida,
levando o violão dela.

No vale, a vila de Olívia


vela a vida
no seu violão vivida
e por um vilão levada.

Vida de Olívia - levada


por um violão violento.
Violeta violada
pela viola do vento.
(Cecília Meireles)

60. (Fuzileiro Naval – 2019)

Tome como referência as seguintes frases: texto 1 “ O negócio aconteceu num


café. Tinha uma porção de sujeitos, sentados nesse café, tomando umas e
outras.” e texto 2 “ Havia a viola da vila, a viola e o violão. Do vilão era a viola, e
da Olívia o violão.” – linhas 01 a 04. Há uma diferença na linguagem e no estilo
utilizados nos dois textos, caracterizando-os, respectivamente, como:
A) música e texto.
70
Prof. ª Fabíola Soares

B) verbal e não verbal.


C) texto e poesia.
D) prosa e poesia.
E) texto e prosa.

61. (Fuzileiro Naval – 2019)

Segundo o texto 2, é correto afirmar que:


A) Olívia e o vilão eram parentes.
B) O vilão tirou a vida de Olívia de alguma forma.
C) Olívia toca vários tipos de instrumentos.
D) A vila que Olívia vivia era muito perigosa.
E) Olívia matou o vilão, que era o violão.

62. (Fuzileiro Naval – 2019)

No texto 1, por que a senhora achou que a história não tinha terminado?
A) Porque ainda tinham outras pessoas no bar para enfrentar o alemão.
B) Porque ela esperava uma história mais longa.
C) Porque faltou um ponto final representando o término do texto.
D) Porque como todo brasileiro, mesmo apanhando, ele não iria desistir.
E) Porque ela tinha a convicção de que o brasileiro não levaria a pior como os
outros.

63. (Fuzileiro Naval – 2019)

O texto 1 “ Vamos acabar com esta folga” é uma crônica que retrata uma
situação envolvendo pessoas nascidas em vários países que estão tomando
“umas e outras” em um café. Que período representa melhor a ideia sugerida no
título do texto?
A) ”Pois a história termina aí, madame. Termina aí que é pros brasileiros
perderem essa mania de pisar macio e pensar que são mais malandros do que
os outros.“ - linhas 40 a 43.
B) ”De repente, um alemão forte pra cachorro levantou e gritou que não via
homem pra ele ali dentro.“ - linhas 06 a 08.
C) ”O alemão limpou as mãos, deu mais um gole no chope e fez ver aos
presentes que o que ele dizia era certo.“ - linhas 24 a 26.

71
Prof. ª Fabíola Soares

D) ”Queimou-se então um português que era maior ainda do que o turco.


Queimou-se e não conversou.“ - linhas 18 a 20.
E) ”- Pode ser com você também - respondeu o Alemão.“ - linhas 13 e 14.

64. (Fuzileiro Naval – 2019)

Texto 3

No segundo quadrinho do texto 3, observando o contexto da tirinha, a frase “ Vá


pegá-lo, Garfield!” apresenta um vício de linguagem, esse desvio é chamado:
A) Barbarismo.
B) Solecismo.
C) Preciosismo.
D) Vulgarismo.
E) Ambiguidade.

Textos para as próximas questões


TEXTO 1 – FUGA
Mal colocou o papel na máquina, o menino começou a empurrar uma cadeira
pela sala, fazendo um barulho infernal.
- Para com esse barulho, meu filho – falou, sem se voltar.
Com três anos já sabia reagir como homem ao impacto das grandes injustiças
paternas: Não estava fazendo barulho, estava só empurrando uma cadeira.
- Pois então para de empurrar a cadeira.
- Eu vou embora – foi a resposta.
Distraído, o pai não reparou que ele juntava ação às palavras, no ato de juntar do
chão suas coisinhas, enrolando-as num pedaço de pano. Era a sua bagagem: um
caminhão de madeira com apenas três rodas, um resto de biscoito, uma chave
(onde diabo meteram a chave da dispensa? - a mãe mais tarde irá dizer), metade
de uma tesoura enferrujada, sua única arma para a grande aventura, um botão
amarrado num barbante.

72
Prof. ª Fabíola Soares

A calma que baixou então na sala era vagamente inquietante. De repente, o pai
olhou ao redor e não viu o menino. Deu com a porta da rua aberta, correu até o
portão:
- Viu um menino saindo desta casa? - gritou para o operário que descansava
diante da obra do outro lado da rua, sentado no meio-fio.
- Saiu agora mesmo com uma trouxinha – informou ele.
Correu até a esquina e teve tempo de vê-lo ao longe, caminhando cabisbaixo ao
longo do muro. A trouxa, arrastada no chão, ia deixando pelo caminho alguns de
seus pertences: o botão, o pedaço de biscoito e – saíra de casa desprevenido –
uma moeda de 1 cruzeiro. Chamou-o, mas ele apertou o passinho, abriu a correr
em direção à avenida, como disposto a atirar-se diante do lotação que surgia a
distância.
– Meu filho, cuidado!
O lotação deu uma freada brusca, uma guinada para a esquerda, os pneus
cantaram no asfalto. O menino, assustado, arrepiou carreira. O pai precipitou-se
e o arrebanhou com o braço como a um animalzinho:
- Que susto você me passou, meu filho – e apertava-o contra o peito fora de si.
– Deixa eu descer, papai. Você está me machucando.
Irresoluto, o pai pensava agora se não seria o caso de lhe dar umas palmadas:
- Machucando, é? Fazer uma coisa dessas com seu pai. - Me larga. Eu quero ir
embora.
Trouxe-o para casa e o largou novamente na sala – tendo antes o cuidado de
fechar a porta da rua e retirar a chave, como ele fizera com a da despensa.
- Fique aí quietinho, está ouvindo? Papai está trabalhando.
- Fico, mas vou empurrar esta cadeira.
E o barulho recomeçou.
(Fernando Sabino)

TEXTO II
Profundamente
Quando ontem adormeci
Na noite de São João
Havia alegria e rumor
Estrondos de bombas luzes de Bengala
Vozes, cantigas e risos
Ao pé das fogueiras acesas.

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Prof. ª Fabíola Soares

No meio da noite despertei


Não ouvi mais vozes nem risos
Apenas balões
Passavam, errantes

Silenciosamente
Apenas de vez em quando
O ruído de um bonde
Cortava o silêncio
Como um túnel.
Onde estavam os que há pouco
Dançavam
Cantavam
E riam
Ao pé das fogueiras acesas?

— Estavam todos dormindo


Estavam todos deitados
Dormindo
Profundamente.
*
Quando eu tinha seis anos
Não pude ver o fim da festa de São João
Porque adormeci

Hoje não ouço mais as vozes daquele tempo


Minha avó
Meu avô
Totônio Rodrigues
Tomásia
Rosa
Onde estão todos eles?
74
Prof. ª Fabíola Soares

— Estão todos dormindo


Estão todos deitados
Dormindo
Profundamente.
(Manuel Bandeira)

TEXTO 3
Os principais problemas da agricultura brasileira referem-se muito mais à
diversidade dos impactos causados pelo caráter da modernização, do que à
persistência de segmentos que dela teriam ficado imunes. Se hoje existem
milhões de estabelecimentos agrícolas marginalizados, isso se deve muito mais à
natureza do próprio processo de modernização, do que à sua suposta falta de
abrangência.
(Folha de São Paulo, 13/09/94, 2-2)

TEXTO 4

65. (Fuzileiro Naval – 2018)

Os textos 1, 2, 3 e 4 podem ser classificados, respectivamente, como


A) artigo, narrativa, relato e tirinha.
B) narrativa, poema, reportagem e charge.
C) artigo, poema, reportagem e tirinha.
D) narrativa, poema, reportagem e tirinha.
E) artigo, narrativa, relato e charge.

75
Prof. ª Fabíola Soares

66. (Fuzileiro Naval – 2018)

De acordo com o texto 4, o pronome pessoal do caso reto “eles” é utilizado no


primeiro balão e depois no terceiro balão. A quem o pronome “eles” se refere
em cada balão, respectivamente?
A) Os peixes – os meninos.
B) Os peixes – a mãe.
C) As crianças – os demais personagens.
D) Os demais personagens – os peixes.
E) Os meninos – os peixes.

67. (Fuzileiro Naval – 2018)

Tome como referência as seguintes frases: texto 1 - linhas 62 e 63 “- Fique aí


quietinho, está ouvindo? Papai está trabalhando.” e texto 3 - linhas 1 a 6 “Os
principais problemas da agricultura brasileira referem-se muito mais à
diversidade dos impactos causados pelo caráter da modernização, do que à
persistência de segmentos que dela teriam ficado imunes.”. É possível observar
que o registro da linguagem utilizado em ambos os trechos foi diferente,
podendo ser classificados, respectivamente, como registros
A) culto e coloquial.
B) informal e culto.
C) informal e popular.
D) culto e formal.
E) popular e informal.

68. (Fuzileiro Naval – 2017)

76
Prof. ª Fabíola Soares

Jaguar. Átila, você é bárbaro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968. p.166-
7.

A ironia no texto 3 consiste


A) na evolução humana como causadora da própria destruição.
B) em homens criando armas cada vez mais potentes.
C) em flechas se tornando armas de destruição poderosas.
D) na exclusão de outros tipos de armas no texto.
E) na exploração espacial como resultado da evolução humana.
69. (Fuzileiro Naval – 2017)

TEXTO 1
- Falar português não é difícil – me diz um francês residente no Brasil -, o diabo é
que, mal consigo aprender, a língua portuguesa já ficou diferente. Está sempre
mudando.
E como! No Brasil as palavras envelhecem e caem como folhas secas. Ainda bem
a gente não conseguiu aprender uma nova expressão, já vem o pessoal com
outra.
Não é somente pela gíria que a gente é apanhado. (Aliás, já não se usa mais a
primeira pessoa, tanto do singular como do plural: tudo é 'a gente'.) A própria
linguagem corrente vai-se renovando, e a cada dia uma parte do léxico cai em
desuso. É preciso ficar atento, para não continuar usando palavras que já
morreram, vocabulário de velho que só velho entende.

77
Prof. ª Fabíola Soares

Os que falariam ainda em cinematógrafo, auto-ônibus, aeroplano, estes também


já morreram e não sabem. Mas uma amiga minha, que vive preocupada com
este assunto, me chama a atenção para os que falam assim:
- Assisti a uma fita de cinema com um artista que representa muito bem.
Os que acharem natural esta frase, cuidado! Não saberão dizer que viram um
filme com um ator que trabalha bem. E irão ao banho de mar em vez de ir à
praia, vestidos de roupa de banho em vez de calção ou biquíni, carregando
guarda-sol em vez de barraca. Comprarão um automóvel em vez de comprar um
carro, pegarão um defluxo em vez de um resfriado, vão andar no passeio em vez
de passear na calçada e percorrer um quarteirão em vez de uma quadra.
Viajarão de trem de ferro acompanhados de sua esposa ou sua senhora em vez
de sua mulher.
A lista poderia ser enorme, mas vou ficando por aqui, pois entre escrever e
publicar há tempo suficiente para que tudo que eu disser caia em desuso – é dito
e feito.

TEXTO 2
Pesquisa
Na gostosa penumbra da Biblioteca Municipal
leio velhos jornais
e
dos anúncios prescritos
das novidades caducas
dos poetas mortos há tanto tempo que parecem
de novo estreantes
das ferocíssimas batalhas políticas do ano
de 1910
- brotam como balões meus sábados azuis.
as horas bebidas aos goles
(num copo azul)
e as ruas de poeira e sol onde bailam
sozinhos
os meus sapatos de colegial.
(QUINTANA, Mário. © by herdeiros de Mário Quintana. Porta Giratória. São
Paulo, Globo, 1997.)

78
Prof. ª Fabíola Soares

Pode-se observar que os dois textos se relacionam, pois se referem a


A) adequado e inadequado.
B) estrangeiros e expressões.
C) gírias e guerras.
D) linguagem e futuro.
E) presente e passado.

Texto para as próximas questões


A raposa furta e a onça paga
A raposa viu que vinha vindo um cavalo carregado com cabaças cheias de mel
de abelhas. Mais que depressa deitou-se no meio da estrada, fingindo-se de
morta. O tangerino parou e achou o bicho muito bonito. Não tendo tempo de
esfolar, para aproveitar o pelo, sacudiu a raposa no meio da carga e seguiu
viagem. Vai a raposa e se farta de mel, pulando depois para o chão e ganhou o
mato. O homem ficou furioso mas não viu mais nem a sombra da raposa.
Dias depois a raposa encontrou a onça que a achou gorda e lustrosa. Perguntou
se ela descobrira algum galinheiro.
— Qual galinheiro, camarada onça, minha gordura é de mel de abelha que dá
força e coragem.
— Onde você encontrou tanto mel?
— Ora, nas cargas dos camboeiros que passam pela estrada.
— Quer me levar, camarada raposa?
— Com todo gosto. Vamos indo…
Levou a onça para a estrada, depois de muita volta, e ensinou a conversa. A
onça deitou-se e ficou estirada, dura, fazendo que estava morta. Quando o
comboeiro avistou aquele bichão estendido na areia, ficou com os cabelos em
pé e puxou logo pela sua garrucha. Não vendo a onça bulir, aproximou-se,
cutucou-a com o cabo do chicote e gritou para os companheiros:
— Eh lá! Uma onça morta! Vamos tirar o couro.
Meteram a faca com vontade na onça que, meio esfolada, ganhou os matos,
doida de raiva com a arteirice da raposa.
(Contos tradicionais do Brasil, Luís da Câmara Cascudo, Rio de Janeiro: Ediouro,
2003)

70. (Fuzileiro Naval – 2006)

79
Prof. ª Fabíola Soares

“A raposa viu que vinha vindo um cavalo carregado com cabaças cheias de mel
de abelhas. Mais que depressa deitou-se no meio da estrada, fingindo-se de
morta. O tangerino passou e achou o bicho muito bonito.” (linhas 1 a 4)

Assinale a alternativa que substitui o vocábulo bicho no trecho acima.


A) Onça.
B) Abelha.
C) Cavalo.
D) Raposa.
E) Tangerino.

80
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7.1 Gabarito
24. A 47. A
1. A
25. C 48. E
2. E
26. D 49. A
3. A
27. A 50. E
4. B
28. A 51. D
5. D
29. E 52. C
6. A
30. C 53. B
7. C
31. B 54. D
8. E
32. D 55. B
9. C
33. D 56. E
10. C
34. E 57. A
11. C
35. B 58. E
12. E
36. C 59. D
13. A
37. D 60.A
14. B
38. B 61.B
15. A
39. B 62.A
16. E
40. B 63.E
17. B
41. C 64.D
18. E
19. B 42. A 65.B
43. B 66.E
20. B
44. B 67.A
21. B
45. C 68.D
22. A
46. C 69.A
23. B
70.A

81
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7.2 Exercícios comentados

1. (ESA – 2020)

Segundo o texto, a praticidade do cotidiano atual deve-se, em especial, à:


a) Escalada da indústria de materiais descartáveis.
b) Produção de embalagens sustentáveis.
c) Redução dos custos de produção, pois o PET é mais barato que o vidro, por
exemplo.
d) Facilidade de armazenamento dos produtos.
e) Substituição de manufaturas por produtos da indústria de base.

Comentários:

A alternativa A está correta, pois o texto indica que a “ascensão da indústria de


materiais descartáveis foi uma das protagonistas desse desenvolvimento” da praticidade no
cotidiano.

A alternativa B está incorreta, pois o movimento de pensar em embalagens


sustentáveis é mais recente.

A alternativa C está incorreta, pois o plástico é dito ser “inquebrável, leve e de fácil
manuseio”, não necessariamente mais barato.

A alternativa D está incorreta, pois isso é uma consequência do surgimento do


plástico, não mais praticidade no cotidiano, mas nos transportes e armazenamento de
alimentos e bebidas.

A alternativa E está incorreta, pois em nenhum momento há essa análise do tipo de


produto criado ou consumido. Fala-se da popularização do plástico.

Gabarito: A

2
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2. (ESA – 2020)

Segundo o texto, a indústria, quanto ao desenvolvimento sustentável, deve:


a) gerar riquezas e reduzir os custos de produção.
b) escolher empresas que utilizem matérias-primas para a produção de embalagens
sustentáveis.
c) pressionar o governo, a fim de que recursos sejam revertidos para “campanha eco-
friendly”.
d) promover o marketing social, financiando estudos para a substituição do PET.
e) responsabilizar-se pela reciclagem de materiais descartáveis.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois essa é a consequência para a indústria, não que ela
deve fazer isso.

A alternativa B está incorreta, pois nesse caso as indústrias e empresas são o mesmo
referente no texto.

A alternativa C está incorreta, pois em nenhum momento se fala que empresas devem
pressionar governos.

A alternativa D está incorreta, pois em nenhum momento se fala que empresas devem
financiar estudos.

A alternativa E está correta, pois quando apresenta os 3Rs – reduzir, reutilizar e reciclar
– o texto fala que “A indústria fica encarregada da terceira etapa”.

Gabarito: E
3. (ESA – 2015)

Na conclusão, a autora deixa claro que pra garantir o abastecimento de água


a) as ações de efeito são: investir, planejar e proteger.
b) o essencial é adequar, otimizar e produzir.
c) é urgente conscientizar, garantir e preservar.
d) são necessários proteção e racionamento.
e) urge investir para otimizar a distribuição de água no Sudeste.

Comentários:

A alternativa A está correta, pois no último parágrafo a autora afirma que “São
necessários investimentos urgentes para a adequação dos sistemas produtores de água,
sobretudo no Sudeste, e planejamento para otimização de uso das fontes hídricas. Além
disso, a proteção de áreas naturais é condição sine qua non, pois a qualidade e a
quantidade de água produzida pela natureza dependem da manutenção da vegetação
nativa”
3
Prof. ª Fabíola Soares

Uma vez que as necessidades para garantir o abastecimento de água estão todas no
último parágrafo, apenas a alternativa A poderia se adequar.

Gabarito: A
4. (ESA – 2015)

De acordo com a introdução do texto, é imprescindível.


a) implantar ações de conservação para o uso dos mananciais de água.
b) empreender ações de preservação com vistas à manutenção dos recursos hídricos.
c) agir no sentido de explorar e esgotar o potencial hídrico.
d) executar ações de recuperação e exploração dos mananciais.
e) atuar no sentido de recuperação dos mananciais.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois a autora fala sobre manutenção dos mananciais,
não uso.

A alternativa B está correta, pois no primeiro parágrafo a autora diz que “há urgência
na implantação de ações de conservação para a manutenção dos recursos hídricos no país”.

A alternativa C está incorreta, pois a ideia das ações é justamente a manutenção, não o
esgotamento.

A alternativa D está incorreta, pois a ideia ano é recuperar para explorar, mas para
garantir a manutenção.

A alternativa E está incorreta, pois não há a ideia aqui de recuperação, mas de


manutenção – justamente para que não se chegue no ponto de precisar de uma ação de
recuperação.

Gabarito: B
5. (ESA – 2015)

A expressão latina sine qua non, levando em conta o contexto, significa


a) impossível.
b) inviável.
c) improvável
d) indispensável.
e) invariável.

Comentários:

O trecho em que essa expressão aparece é “São necessários investimentos urgentes


para a adequação dos sistemas produtores de água, sobretudo no Sudeste, e planejamento

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para otimização de uso das fontes hídricas. Além disso, a proteção de áreas naturais é
condição sine qua non, pois a qualidade e a quantidade de água produzida pela natureza
dependem da manutenção da vegetação nativa”.

A alternativa A está incorreta, pois não há aqui a ideia de que é impossível proteger
áreas naturais para a manutenção das fontes hídricas.

A alternativa B está incorreta, pois não há aqui a ideia de que é uma ação sem
viabilidade proteger áreas naturais para a manutenção das fontes hídricas.

A alternativa C está incorreta, pois não há aqui a ideia de que é pouco provável que se
consiga proteger áreas naturais para a manutenção das fontes hídricas.

A alternativa D está correta, pois o trecho indica que além de planejamento e


otimização do uso de fontes hídricas, e preciso também proteger áreas naturais para se
alcançar o objetivo.

A alternativa E está incorreta, pois não há aqui a ideia de que invariavelmente se vá


proteger áreas naturais para a manutenção das fontes hídricas. É uma indicação de ação,
mais do que uma prática comum.

Gabarito: D

6. (ESA – 2014)

A expressão “dias de cão” só não se refere:


a) a dias tipicamente escaldantes atualmente.
b) à série de fatos vinculados à corrosão social e citados no texto.
c) à época de temperaturas inclementes.
d) à influência maligna da constelação de Cão Maior.
e) ao verão de 2013-2014.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois o trecho fala especificamente do verão de


2013/2014, não de qualquer dia da atualidade.

A alternativa B está correta, pois além da sensação escaldante, a sociedade também


está metaforicamente “pegando fogo”, com muitas questões sociais.

A alternativa C está correta, pois o calor é descrito como muito difícil, inclemente de
tão quente.

A alternativa D está correta, pois essa é a origem da expressão entre os gregos.

A alternativa E está correta, pois é esse o verão a que o autor se refere, marcado por
temperaturas recordes.

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Gabarito: A
7. (ESA – 2014)

Assinale o trecho em que o autor dá a entender que as expressões “calor do cão e dias
de cão” não surgiram atualmente:
a) “Ás noites abafadas e mal dormidas seguem manhãs secas e tórridas”.
b) “Não é coincidência que as duas expressões se encontram nesta época de
temperaturas inclementes”.
c) “Elas foram forjadas há mais de dois milênios, sob o sol mediterrâneo”.
d) “Talvez seja exagero dizer que o verão brasileiro é a causa dos dias de cão.”
e) “Ou, para quem preferir, é tempo de procurar alguma luz na escuridão, como a das
estrelas na noite escura”.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois nesse trecho não há nenhuma referência temporal.

A alternativa B está incorreta, pois aqui o autor fala sobre um momento em que as
temperaturas se encontram, mas não sobre seu surgimento.

A alternativa C está correta, pois nesse trecho o autor faz referência a “mais de dois
milênios”, ou seja, não poderiam ter surgido agora.

A alternativa D está incorreta, pois nesse trecho não há nenhuma referência temporal.

A alternativa E está incorreta, pois aqui o autor dá uma sugestão de ação para o
presente, mas não sobre o surgimento das expressões.

Gabarito: C
8. (ESA – 2011)

O texto apresenta ingredientes da fórmula do sucesso, porém um desses ingredientes


não está diretamente relacionado à aquisição prévia de conhecimentos. Esse
ingrediente é a(o)
A) formação profissional.
B) qualidade valorizada.
C) seleção dos melhores.
D) aperfeiçoamento de conhecimentos.
E) persistência.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois formações profissionais, de modo geral,


demandam aquisição prévia de conhecimentos.

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A alternativa B está incorreta, pois a valorização das qualidades depende de sua


prática, exposição, e ela só é adquirida com aquisição prévia de conhecimentos.

A alternativa C está incorreta, pois os melhores nesse contexto são os que detém mais
conhecimento que foi, portanto, previamente adquirido.

A alternativa D está incorreta, pois a ideia de aperfeiçoamento pressupõe a existência


de algo que já temos e queremos melhorar.

A alternativa E está correta, pois a persistência não tem a ver necessariamente à


aquisição prévia de conhecimentos. É uma característica, tanto podendo ser um traço de
personalidade quanto algo aprendido ao longo da vida. Não tem a ver, no entanto, com
conhecimentos ou experiências profissionais.

Gabarito: E
9. (ESA – 2011)

O resgate de momentos históricos no 1º e 2º parágrafos do texto é utilizado com a


finalidade prioritária de
A) noticiar as novas descobertas relacionadas ao assunto em questão.
B) ampliar nossos conhecimentos relacionados à construção de navios.
C) mostrar que há muito tempo o sucesso tem fórmula.
D) apresentar dados estatísticos sobre resultados do passado.
E) minimizar o papel do profissional frente aos resultados.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois os exemplos históricos não são novos, são situações
que ocorreram no passado.

A alternativa B está incorreta, pois o texto não fala sobre a construção de navios. Esse
é apenas um exemplo de excelência da Inglaterra.

A alternativa C está correta, pois o título do texto, “Sucesso tem fórmula”, indica que é
possível seguir uma série de passos para alcançar o sucesso. Para comprovar isso, o autor faz
uso de exemplos históricos que comprovem sua ideia.

A alternativa D está incorreta, pois não apresentados dados estatísticos nesses


parágrafos.

A alternativa E está incorreta, pois os profissionais são valorizados nesses trechos,


como em “precisava de excelentes carpinteiros navais”.

Gabarito: C

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10. (ESA – 2011)

O vocábulo meritocracia aparece no oitavo parágrafo do texto. Considerando o


contexto, o significado que melhor o substitui é
A)agradecimento.
B) honradez.
C) merecimento.
D) entusiasmo.
E) altruísmo.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois não há aqui a noção de que se deve agradecer por
alcançar um posto, pois se trabalhou para merecer essa posição.

A alternativa B está incorreta, pois não há necessariamente honra envolvida na


questão do mérito.

A alternativa C está correta, pois no trecho em questão o autor explica o processo de


seleção das Olimpíadas, deixando evidente que há uma série de processos para alcançar o
posto de representante brasileiro. Assim, é uma questão de merecimento alcançar esse
posto.

A alternativa D está incorreta, pois não se aponta que as pessoas estariam


empolgadas ou entusiasmadas com se tornarem representantes do Brasil.

A alternativa E está incorreta, pois ser altruísta e conseguir um cargo por mérito não
são necessariamente equivalentes.

Gabarito: C

11. (Col. Naval – 2009)

Analise as afirmativas abaixo.


I - O primeiro parágrafo do texto já explicita toda a discussão subsequente.
II - A autora sugere que os blogs são ferramentas indispensáveis para a articulação
social no mundo moderno.
III- O segundo parágrafo do texto contrapõe duas realidades: uma, fundamentada em
coisas palpáveis; outra, em coisas imateriais.
IV - Na escola, os blogs podem ser interessantes ferramentas pedagógicas que
permitirão aos alunos expressarem os seus pontos de vista acerca de diferentes
assuntos e, assim, abolirem a aprendizagem formal.

Assinale a opção correta.

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A) Apenas as afirmativas I, II e III são verdadeiras.


B) Apenas as afirmativas I e III são verdadeiras.
C) Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras.
D) Apenas a afirmativa III é verdadeira.
E) Apenas a afirmativa IV é verdadeira.

Comentários:

A afirmativa I está incorreta, pois o primeiro capítulo é descritivo, não antecipa a


discussão sobre os blogues atualmente.

A afirmativa II está correta, pois tendo em vista o poder de articulação social da


internet, a possibilidade de poder trocar comentários com o autor do blogue e tornar-nos
nós mesmos autores de blogues é uma questão fundamental para o mundo moderno.

A afirmativa III está correta, pois a autora confronta objetos físicos “livros, giz, carteiras,
quadro-negro, mural” com outros que pertencem ao digital, imaterial “ imagens, dados e
sons que trafegam e são armazenados no espaço virtual”.

A afirmativa IV está incorreta, pois e nenhum momento se defende a abolição do


sistema tradicional de ensino. Os blogues são mais uma ferramenta possível.

Gabarito: C
12. (Col. Naval – 2009)

O texto começa e termina com um mesmo questionamento: "Eles blogam. E você? "
Assinale a opção que justifica, discursivamente, o emprego do pronome "você" .
A) Apresentar alguém que pode interagir diretamente com a autora.
B) Representar um ser em quem a autora pensa no momento de sua produção.
C) Retratar uma participação indireta do leitor/ouvinte no "diálogo" estabelecido.
D) Tratar de forma indeterminada o sujeito do verbo que o acompanha implicitamente.
E) Estabelecer, por meio dele, um diálogo com o leitor/ouvinte, com vistas ao incentivo
de uso da blogosfera.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois o texto foi veiculado em uma revista, logo, não tinha
um interlocutor direto presente.

A alternativa B está incorreta, pois o texto não é escrito com ninguém em especial em
mente. É uma pergunta ao leitor em potencial.

A alternativa C está incorreta, pois a fala chama o leitor a participar do movimento


diretamente, escrevendo ele mesmo um blog.

A alternativa D está incorreta, pois o sujeito do verbo elíptico (blogar) é “você”.


Desenvolvida, a oração seria: “E você bloga?”.
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A alternativa E está correta, pois ao questionar o leitor diretamente, a autora indica


uma aproximação com ele, chamando-o à ação, incentivando-o a ter também um blogue.

Gabarito: E
13. (Col. Naval – 2009)

Assinale a opção em que a referência ao universo virtual se caracteriza pela isenção e


objetividade.
A) "Nós, que nascemos em um mundo anterior à Internet, aprendemos a viver no
universo constituído por coisas palpáveis..." (1° §)
B) "Um dos aspectos mais sedutores do ciberespaço é o seu poder de articulação
social." (3° §)
C) "A velocidade de reprodução da blogosfera é assustadora..."(3° §)
D) "Se a escola é o espaço preferencial para a construção do conhecimento, nada mais
lógico do que levar os blogs para a sala de aula. . . " (6° §)
E) "O entusiasmo pela criação de um blog coletivo certamente será acompanhado pelo
desejo de transformá-lo em ponto de parada obrigatória..." (7° §)

Comentários:

A alternativa A está correta, pois aqui a autora não usa adjetivos subjetivos tampouco
opina sobre o mundo em que vivemos. Ela apenas faz uma descrição.

A alternativa B está incorreta, pois o trecho “Um dos aspectos mais sedutores” explicita
a opinião da autora.

A alternativa C está incorreta, pois o trecho “é assustadora” explicita a opinião da


autora.

A alternativa D está incorreta, pois a descrição da escola em confronto com a ideia de


levar os blogs para a sala de aula, porque isso é “lógico”, explicita a opinião da autora.

A alternativa E está incorreta, pois o termo “certamente” explicita a opinião da autora,


deixando evidente sua certeza.

Gabarito: A
14. (Col. Naval – 2009)

O texto tem por finalidade principal


A) apresentar os temas explorados nos blogs: pessoais, políticos, culturais, esportivos,
jornalísticos, de humor, etc.
B) lembrar que os blogs são importantes instrumentos na interação social, leitura e
produção escrita.
C) mostrar à escola que livros, giz, carteiras, quadro-negro, mural são coisas do
passado.
D) motivar a comunidade pedagógica à exploração máxima da blogosfera.
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E) comparar os diferentes mundos e ferramentas computacionais.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois ainda que se fale sobre isso em um trecho,
apontando possibilidades, não é esse o objetivo do texto.

A alternativa B está correta, pois a autora descreve o funcionamento dos blogs para
indicar que eles podem servir para propósitos pedagógicos, principalmente por conta da
interação, necessidade de pesquisa para a criação de um post e prática da escrita .

A alternativa C está incorreta, pois a autora não fala mal do passado. Ela apenas faz a
comparação entre os objetos utilizados no passado e os que podem ser usados hoje.

A alternativa D está incorreta, pois ainda que a autora sugira as possibilidades


pedagógicas, seria hiperbólico afirmar que ela sugere exploração máxima da blogosfera.

A alternativa E está incorreta, pois ela não compara ferramentas computacionais,


apenas elenca as possibilidades da utilização dos blogs.

Gabarito: B
15. (Col. Naval – 2010)

É correto afirmar que o texto


A) apresenta causas, consequências e possibilidades de tratamentos para o viciado em
internet.
B) faz uma análise subjetiva da dependência em internet, sem se ater a faixas etárias
mais propensas ao vício.
C) estabelece como principais motivos para o vício em internet a baixa autoestima e os
problemas de relacionamento com os pais.
D) evidencia olheiras profundas, ganho de peso relevante, vida social que se extingue
como exemplos dos males provocados pelo uso comedido da internet.
E) parte de experiências virtuais para mostrar que o vício em internet, apesar de ser um
mal relativamente novo, já atingiu proporções irreversíveis.

Comentários:

A alternativa A está correta, pois o texto aponta possibilidades do porquê


desenvolvemos um vício em internet (aumento do tempo de uso, vida social real pouco ativa
etc.); indica quais as consequências desse vício (“uma combinação de baixa autoestima com
intolerância à frustração. Cerca de 50% deles, inclusive, sofrem de depressão, fobia social ou
algum transtorno de ansiedade”); e aponta tratamentos (grupos especializados, limites em
casa pelos pais etc.).

A alternativa B está incorreta, pois o texto aponta que “a parcela de viciados


representa, nos vários países estudados, de 5% (como no Brasil) a 10% dos que usam a web -
com concentração na faixa dos 15 aos 29 anos”.

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A alternativa C está incorreta, pois há outras questões envolvidas, como a mudança no


comportamento e na rotina, além da elevação do tempo de uso.

A alternativa D está incorreta, pois esses sintomas aparecem em pessoas que usam a
internet de maneira desmedida.

A alternativa E está incorreta, pois em nenhum momento o texto aponta que seriam
situações irreversíveis, uma vez que há até tratamentos indicados.

Gabarito: A
16. (Col. Naval – 2010)

Marque a opção correta em relação à interpretação geral do texto.


A) A ideia central do texto é divulgar a importância do uso prático da internet em
detrimento da diversão tão desejada.
B) Os especialistas percebem que há no uso excessivo da web apenas o prejuízo no
aumento de peso entre os jovens.
C) A tarefa principal da internet, segundo os especialistas, é a de "aliviar os sentimentos
negativos".
D) Já que o uso da internet é como uma droga, não há perspectiva de solução para o
problema.
E) Longe dos extremos, a virtude no uso da internet estaria na justa medida.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois tanto a diversão quanto o uso prático podem
ocorrer, desde que sem uso excessivo.

A alternativa B está incorreta, pois há outros prejuízos elencados, como “depressão,


fobia social ou algum transtorno de ansiedade”, por exemplo.

A alternativa C está incorreta, pois que faz essa afirmação são os usuário, não os
especialistas.

A alternativa D está incorreta, pois há no texto diversas soluções, que passam desde as
mais simples, como a atribuição de limites por parte dos pais, até tratamentos para viciados
com profissionais especializados.

A alternativa E está correta, pois o texto defende que “Toda a questão gira em torno
da dose ideal”, ou seja, encontrar uma justa medida para o uso de internet.

Gabarito: E
17. (Col. Naval – 2010)

Assinale a opção correta sobre o contido nos parágrafos.


A) As ideias expressas no primeiro parágrafo se contrapõem àquelas do segundo.

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B) Tanto o primeiro parágrafo quanto o segundo apresentam consequências do uso


exagerado da internet.
C) O terceiro parágrafo analisa as causas que levam ao vício em internet e propõe
soluções para o problema.
D) Nota-se que, no segundo parágrafo, os pais são totalmente eximidos de
responsabilidade no que se refere ao vício dos filhos em internet.
E) O quarto parágrafo somente aborda o tratamento para a dependência em internet,
sem propor limites rígidos a serem seguidos pelos jovens, viciados ou não.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois os parágrafos trazem informações complementares


acerca do vício em internet, não opostas.

A alternativa B está correta, pois no primeiro parágrafo há uma consequência extrema


– a necessidade de internação em um centro de recuperação – e no segundo parágrafo há
consequências cotidianas – “o aparecimento de olheiras profundas e ainda um ganho de
peso relevante, resultado da frequente troca de refeições por sanduíches - que prescindem
de talheres e liberam uma das mãos para o teclado. Gradativamente, a vida social vai se
extinguindo”.

A alternativa C está incorreta, pois ainda que haja a expressão das causas, não há
soluções apresentadas aqui.

A alternativa D está incorreta, pois o parágrafo sugere que as mudanças de


comportamento cotidianas dos filhos deveriam ter sido percebidas.

A alternativa E está incorreta, pois a imposição de limites para o uso de internet é


fundamental para que os adolescentes principalmente não acabem se viciando.

Gabarito: B
18. (Col. Naval – 2011)

Em qual trecho, textual e discursivamente, aparecem apenas aspectos negativos acerca


dos jovens da chamada Geração Y?
A) " . . . estão levando a sociedade a um novo estágio, que será muito diferente do que
conhecemos." (3° § )
B) "Dizem que esses jovens estão aptos a desenvolver a autorrealização..." (3° § )
C) " . . .um grupo que está, aos poucos, provocando uma revolução silenciosa." (2° § )
D) " . . . se preocupam com o ambiente, têm fortes valores morais..." (1° § )
E) " . . . distraídos, superficiais, impacientes. . . " (1° § )

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois nesse parágrafo o autor diz que “A novidade é que
“umbiguismo” não é, necessariamente, negativo”.

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A alternativa B está incorreta, pois nesse parágrafo o autor diz que “A novidade é que
“umbiguismo” não é, necessariamente, negativo”.

A alternativa C está incorreta, pois os jovens descritos nesse parágrafo são


caracterizados como “. Sem as bandeiras e o estardalhaço das gerações dos anos 60 e 70,
mas com a mesma força poderosa de mudança, eles sabem que as normas do passado não
funcionam – e as novas estão inventando sozinhos”.

A alternativa D está incorreta, pois isso são características positivas, não negativas.

A alternativa E está correta, pois nesse trecho do parágrafo se apontam traços


negativos dos jovens da geração Y: “Eles já foram acusados de tudo: distraídos, superficiais,
impacientes, preocupados consigo mesmos e até egoístas”.

Gabarito: E
19. (Col. Naval – 2011)

Assinale o trecho em que NÄO se confirma o significado do termo destacado em "A


novidade é que esse 'umbiguismo' não é, necessariamente, negativo." (3° § )
A) "Eles já foram acusados de tudo: distraídos, superficiais, impacientes, preocupados
consigo mesmos e até egoístas." (1° § )
B) " . . . interessados em construir um mundo melhor e, em pouco tempo, vão tomar
conta do planeta. " (1° § )
C) "...só fazem o que gostam; não conseguem passar mais de três meses no mesmo
trabalho." (1° § )
D) " . . . essa garotada está acostumada a pedir e ter o que quer." (1° § )
E) "...buscando agir de acordo com seus próprios interesses..." (3° § )

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois essa caracterização denota a esma ideia de


“umbiguismo”, de individualismo ou egoísmo.

A alternativa B está correta, pois apenas nessa alternativa vê-se uma caracterização da
geração Y como pessoas que pensam no outro, no planeta, ou seja, tem atitudes altruístas,
não egoístas, individualistas.

A alternativa C está incorreta, pois essa caracterização denota a esma ideia de


“umbiguismo”, de individualismo ou egoísmo.

A alternativa D está incorreta, pois essa caracterização denota a esma ideia de


“umbiguismo”, de individualismo ou egoísmo.

A alternativa E está incorreta, pois essa caracterização denota a esma ideia de


“umbiguismo”, de individualismo ou egoísmo.

Gabarito: B

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20. (Col. Naval – 2011)

Em relação ao texto, é correto afirmar que


A) a busca da realização pessoal é o principal objetivo da atual geração, levando-a a um
egocentrismo sem precedentes.
B) o individualismo da "Geração Y" é compensado por suas outras virtudes.
C) o estado de "umbiguismo" é inerente a qualquer geração, uma vez que todas
buscam realizações pessoais.
D) o "umbiguismo" não permite o desenvolvimento de nenhum valor ético coletivo.
E) o sistema cognitivo da "Geração Y" possui poucas diferenças em relação ao da
geração anterior, visto que ambas conviveram com ferramentas virtuais.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois eles também são caracterizados por uma
preocupação com bandeiras sociais, nem sempre ostentadas da mesma maneira que as
gerações anteriores.

A alternativa B está correta, pois ainda que seja caracterizada por traços de egoísmo,
essa geração também “têm valores éticos muito fortes; priorizam o aprendizado e as
relações humanas”, por exemplo.

A alternativa C está incorreta, pois essa é uma característica específica da geração Y


no texto.

A alternativa D está incorreta, pois essa geração é caracterizada como pessoas que
“têm valores éticos muito fortes” e são capazes de pensar no coletivo.

A alternativa E está incorreta, pois a geração Y é descrita como formada por pessoas
multitarefas, com outra velocidade de pensamento.

Gabarito: B

21. (EAM – 2019)

Em que opção há uma passagem em que o autor interage explicitamente com o leitor?
A) “Eu não sei o que é casa bonita, quem sabe é o leitor.”
B) “Quando você lê para uma criança “A casa é bonita", [...].”
C) “O texto literário convida o leitor a se dizer diante dele.
D) "Com a literatura, esse mundo sonhado consegue falar."
E) "A importância para mim da literatura é também acreditar que [...].”

Comentários:

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A alternativa A está incorreta, pois aqui o autor menciona o leitor, mas não fala
diretamente com ele.

A alternativa B está correta, pois aqui o autor se dirige diretamente ao leitor, fazendo
uso do pronome “você” e o verbo “Ler” na terceira pessoa do singular, concordando com
“você”.

A alternativa C está incorreta, pois aqui o autor menciona o leitor, mas não fala
diretamente com ele.

A alternativa D está incorreta, pois aqui não há nenhuma referência ao leitor,


tampouco um uso verbal direcionado ao interlocutor.

A alternativa E está incorreta, pois aqui o autor fala sobre percepções pessoais, mas
não se dirige ao leitor.

Gabarito: B
22. (EAM – 2019)

Segundo o autor, o texto literário:


A) permite diversas interpretações.
B) rejeita o sonho, a imaginação.
C) prescinde do leitor.
D) refuta o diálogo.
E) se atém ao fato.

Comentários:

A alternativa A está correta, pois o autor usa o exemplo da descrição de “casa bonita”
para mostrar como na literatura muitos elementos estão abertos à interpretação do leitor –
algo a que ele se refere como “voz do leitor”. Cada um imagina uma casa bonita de um jeito.
O texto é aberto à interpretação de casa um a partir das suas referências.

A alternativa B está incorreta, pois o texto reforça a importância da imaginação no


texto literário.

A alternativa C está incorreta, pois o texto aponta que o “texto literário dá a palavra ao
leitor”.

A alternativa D está incorreta, pois o texto aponta que “a literatura é esse espaço onde
o que sonhamos encontra o diálogo”.

A alternativa E está incorreta, pois o texto reforça a importância da imaginação no


texto literário.

Gabarito: A

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Fissura - 1. pequena abertura longitudinal em fenda, rachadura, sulco. 2. Ter grande


apego ou paixão por; ficar apaixonado por. copy-paste - copiar e colar, cool - legal,
bacana.
Platô -1 - Palco de um teatro. 2 - Estúdio de cinema ou de televisão. 3 - Planalto.
________________________________________________________________________________

23. (EAM – 2019)

De acordo com o texto, é correto afirmar que:


A) os indivíduos da sociedade fissurada consomem mercadorias e serviços voltados
para a construção de suas identidades.
B) a emissão de ideias vazias e discursos prontos é inversamente proporcional à
reflexão crítica.
C) a televisão e o cinema são responsáveis pela resolução “da excitação que cura a
excitação".
D) a existência da televisão e do cinema nos dá maior liberdade e consciência da vida
em sociedade.
E) as músicas e filmes da indústria cultural são o caminho para as "platitudes”, ou seja,
para plenitude libertadora dos clichês.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois o texto indica que “A intimidade, a interioridade, a


alma, que dependiam da ideia de profundidade, tornaram-se assuntos caducos”.

A alternativa B está correta, pois o texto indica que “O preconceito tem a estrutura de
nossa relação com a substância, dependemos dele, ficamos como que viciados em ideias
e discursos prontos que não passam pelo crivo da reflexão. Repetimos compulsivamente
ideias prontas como quem busca o incomparável prazer da primeira vez”.

A alternativa C está incorreta, pois segundo o texto o cinema e a televisão não


resolvem essa questão, mas são responsáveis por ela.

A alternativa D está incorreta, pois segundo o texto o cinema e a televisão são


responsáveis pela domesticação das pessoas, adequando-as ao sistema.

A alternativa E está incorreta, pois a indústria cultural é aquela que gera os clichês, não
que os elimina.

Gabarito: B
24. (EAM – 2019)

Que aspecto do sujeito da sociedade chapada é enfatizado em “[Ele] é sem fundo e


sem relevo, sem dobras nem reentrâncias[...].” (5°§)?
A) Superficialidade.

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B) Lisura.
C) Autenticidade.
D) Instabilidade.
E) Retidão.

Comentários:

A alternativa A está correta, pois algo que não tem fundo tampouco relevo, volume, é
algo superficial, pouco profundo.

A alternativa B está incorreta, pois ainda que lisura pudesse dar uma ideia de algo que
não tem dobras nem reentrâncias, não se pode dizer que “lisura” seja algo sem fundo.

A alternativa C está incorreta, pois autenticidade não é uma característica de algo que
não é profundo ou sem volume.

A alternativa D está incorreta, pois a descrição no trecho é de elementos físicos, não


sobre quão estável é a sociedade.

A alternativa E está incorreta, pois, assim como em “lisura”, mesmo que “retidão”
pudesse dar uma ideia de algo que não tem dobras nem reentrâncias, não se pode dizer
que “lisura” seja algo sem fundo.

Gabarito: A
25. (EAM – 2019)

Em. "A substância que nos tira a paz é a mesma que nos traz a paz, como nos ensina
qualquer vício.”(2°§), a passagem grifada apresenta uma ideia:
A) ortodoxa.
B) redundante.
C) paradoxa.
D) conciliadora.
E) conservadora.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois “ortodoxo” é algo rigoroso. Não fala sobre
contradição.

A alternativa B está incorreta, pois não há aqui repetição o redundância, mas uma
construção contraditória, paradoxal.

A alternativa C está correta, pois algo que tira a paz e dá a paz ao mesmo tempo é
algo paradoxal.

A alternativa D está incorreta, pois a ideia de conciliação indica apaziguamento, algo


tornado harmônico, mesmo quando aparentemente contraditório. Aqui não há a ideia de

18
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conciliar paz e falta de paz. Há a descrição de algo que é ao mesmo tempo dois elementos
contraditórios.

A alternativa E está incorreta, pois “conservador” é algo ou alguém contrário a


mudanças, o que não se aplica aqui.

Gabarito: C
26. (EAM – 2019)

Ao afirmar que "[...] ficamos como que viciados em ideias e discursos prontos que não
passam pelo crivo da reflexão[...]." (4°§), a autora desenvolve a ideia de:
A) criticidade.
B) independência.
C) altruísmo.
D) alienação.
E) egocentrismo.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois o que se indica aqui é o contrário: a ausência de


criticidade.

A alternativa B está incorreta, pois aqui se indica a ausência de independência de


pensamento.

A alternativa C está incorreta, pois altruísmo dá ideia de pensar no próximo, o que não
ocorre aqui.

A alternativa D está correta, pois a ideia de que não refletimos, ficando viciados em
ideias prontas, remete à noção de alienação, alheamento da realidade.

A alternativa E está incorreta, pois aqui se indica uma ausência de reflexão e


subjetividade, não características que apontem para o “eu”.

Gabarito: D
27. (EAM – 2019)

Que outra passagem do texto expressa ideia semelhante a “Repetimos


compulsivamente ideias prontas como quem busca o incomparável prazer da primeira
vez." (4°§)?
A) “Chapados, somos uma superfície plana quando antes éramos um organismo com
alguma coisa dentro, quem sabe a alma." (3°§)
B) “Como um grande platô por onde tudo escorrega, a sociedade atual tem um caráter
chapado reproduzido em seus indivíduos.” (5°§)
C) “O procedimento de copy-paste é o que comanda o mundo da linguagem sem
ideias que sustenta as redes sociais e a televisão.” (5°§)

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D) "A substância que nos tira a paz é a mesma que nos traz a paz, como nos ensina
qualquer vício." (2°§)
E) "Em termos bem simples, vivemos ansiosos, nervosos, [...] e, sobretudo, loucos por
emoções." (2°§ )

Comentários:

A alternativa A está correta, pois no trecho em destaque apresenta a ideia de busca de


prazer, de sentir-se inebriado. Aqui, ao falar que somos organismos “chapados em busca de
uma alma” há a mesma noção, de buscar prazer e inebriar-se em busca de uma sensação de
prazer ou completude.

A alternativa B está incorreta, pois aqui há uma descrição da sociedade, não dos seres
humanos.

A alternativa C está incorreta, pois aqui há uma descrição da sociedade, não dos seres
humanos.

A alternativa D está incorreta, pois aqui há uma descrição da sociedade, não dos seres
humanos.

A alternativa E está incorreta, pois aqui há uma descrição das pessoas na sociedade,
mas não fala sobre a busca pela felicidade ou pelo prazer.

Gabarito: A
28. (EAM – 2018)

Em que opção o elemento coesivo destacado está corretamente relacionado a seu


referente no texto?
A) “[...] mas também pelo crescimento desordenado delas [...].” (6°§) - cidades.
B) “[...] referente à mobilidade urbana que precisa ser resolvida [...].” (6°§) - mobilidade
urbana.
C) “[...] através da melhoria de suas qualidades e eficiências [...].” (5°§) - especialistas.
D) “[...] embora esses últimos também encontrem dificuldades [...].” (4°§) - transportes
individuais.
E) “[...] que esbarram em problemas como o privilégio [...].” (1°§) - busca pela
mobilidade urbana.

Comentários:

A alternativa A está correta, pois o trecho em destaque se encontra em “Outra questão


referente à mobilidade urbana que precisa ser resolvida é o tempo de deslocamento, que
vem aumentando não só pelos excessivos congestionamentos e trânsito lento nas ruas das
cidades, mas também pelo crescimento desordenado delas, com o avanço da especulação
imobiliária e a expansão das áreas periféricas, o que contrasta com o excessivo número de
lotes vagos existentes”. A palavra cidades é a que substitui corretamente o termo em

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destaque. Se reescrita, a oração ficaria “mas também pelo crescimento desordenado das
cidades”.

A alternativa B está incorreta, pois o trecho em destaque se encontra em “Outra


questão referente à mobilidade urbana que precisa ser resolvida é o tempo de
deslocamento”. “que” é pronome relativo, substituindo “outra questão”. Se reescrita, a
oração ficaria “outra questão precisa ser resolvida”.

A alternativa C está incorreta, pois o trecho em destaque se encontra em “As


principais soluções para o problema da mobilidade urbana, na visão de muitos especialistas,
seria o estímulo aos transportes coletivos públicos, através da melhoria de suas qualidades e
eficiências e do desenvolvimento de um trânsito focado na circulação desses veículos”. O
termo transportes coletivos públicos é o que substitui corretamente o termo em destaque.
Se reescrita, a oração ficaria “através da melhoria das qualidades e eficiências dos
transportes coletivos públicos”.

A alternativa D está incorreta, pois o trecho em destaque se encontra em “A principal


causa dos problemas de mobilidade urbana no Brasil relaciona-se ao aumento do uso de
transportes individuais em detrimento da utilização de transportes coletivos, embora esses
últimos também encontrem dificuldades com a superlotação”. O termo transportes
coletivos é o que substitui corretamente o termo em destaque. Se reescrita, a oração ficaria
“embora os transportes coletivos também encontrem dificuldades com a superlotação”.

A alternativa E está incorreta, pois o trecho em destaque se encontra em “A busca pela


mobilidade urbana é um desafio enfrentado pela maioria das grandes cidades no Brasil, que
esbarram em problemas como o privilégio aos transportes individuais”. O termo grandes
cidades do Brasil é o que substitui corretamente o termo em destaque. Se reescrita, a
oração ficaria “as grandes cidades do Brasil esbarram em problemas como o privilégio aos
transportes individuais”.

Gabarito: A
29. (EAM – 2018)

De acordo com o texto, é correto afirmar que


A) a construção de mais rodovias resolveria a questão da mobilidade urbana.
B) a mobilidade urbana é um problema exclusivo de países em desenvolvimento.
C) a utilização de motos e bicicletas seria uma solução viável para a mobilidade urbana.
D) o problema da mobilidade urbana refere-se ao trânsito de veículos pesados, como
ônibus e metrôs.
E) o tamanho das cidades contribui para os excessivos congestionamentos e para a
lentidão do trânsito.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois a solução não passa por um aumento no número de
ruas, mas numa mudança dos tipos de transporte usados e na distribuição populacional.

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A alternativa B está incorreta, pois a ideia aqui é falar sobre as grandes cidades do
Brasil, não sobre países em desenvolvimento como um todo.

A alternativa C está incorreta, pois para os especialistas no assunto, motos entram no


mesmo lugar que os carros, aumentando o congestionamento. Uma possível solução é o
incentivo ao uso de bicicletas.

A alternativa D está incorreta, pois os transportes individuais também são um


problema para a mobilidade urbana.

A alternativa E está correta, pois no texto se afirma que “se as cidades fossem mais
compactas, os deslocamentos com veículos seriam mais rápidos e menos frequentes”.

Gabarito: E
30. (EAM – 2018)

Em que opção as ideias expressas estão de acordo com o texto?


A) Os congestionamentos estão diretamente relacionados com a política rodoviarista
do país.
B) O uso exclusivo de transportes coletivos resolveria o problema de mobilidade
urbana.
C) O crescimento desordenado das cidades também interfere na mobilidade urbana.
D) O aumento de carros e motos nas ruas produz congestionamentos que absorvem as
ilhas de calor.
E) A construção de ciclovias já é uma solução amplamente utilizada nas grandes
cidades.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois o texto fala que houve incentivo à política
rodoviarista no Brasil ao longo do tempo.

A alternativa B está incorreta, pois os transportes coletivos também enfrentam


problemas e apenas o seu uso não resolveria a questão da mobilidade.

A alternativa C está correta, pois o texto fala sobre " crescimento desordenado delas,
com o avanço da especulação imobiliária e a expansão das áreas periféricas” como um
problema para a mobilidade urbana nas cidades.

A alternativa D está incorreta, pois congestionamentos aumentam as ilhas de calor,


não as absorvem.

A alternativa E está incorreta, pois as ciclovias ainda não são tão comuns nas grandes
cidades.

Gabarito: C

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31. (EAM – 2018)

De acordo com o texto, é correto afirmar que


A) somente produtos do agronegócio circulam pelos portos do país e terminais
portuários.
B) grande parte do povo brasileiro ignora a importância dos mares e rios para a história
do Brasil.
C) a Amazônia Azul deve ser lembrada tão somente nas datas comemorativas, como
aconselha Rui Barbosa.
D) na atualidade, há demonstrações de ameaças reais que ocorrem de maneira
complexa contra a Amazônia Azul.
E) os programas estratégicos da Marinha do Brasil prescindem dos setores das
indústrias e empresas, pois visam proteger o país.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois o texto deixa evidente que os portos do país e
terminais portuários são responsáveis pela circulação de produtos e riquezas de diferentes
naturezas.

A alternativa B está correta, pois o texto indica que é preciso “entender a importância
dos mares e rios exige a absorção de conhecimentos e percepções que, normalmente,
deixam de estar à disposição de significativa parte do Povo Brasileiro”. Se ainda é preciso
que isso ocorra é porque o povo ainda não tem consciência de toda essa importância.

A alternativa C está incorreta, pois a importância da Amazônia Azul é diária, não


restrita a uma data comemorativa.

A alternativa D está incorreta, pois não há no texto indicação de que a Amazônia Azul
esteja passando por algum tipo de ameaça.

A alternativa E está incorreta, pois a ideia do texto é que os programas são


imprescindíveis, não prescindíveis.

Gabarito: B
32. (EAM – 2018)

Que opção está de acordo com as ideias expressas no texto?


A) O Dia da Amazônia Azul foi instituído com a finalidade de exaltar o poderio bélico do
Brasil.
B) Os mares e rios foram responsáveis pelas mais graves agressões à soberania
nacional.
C) A localização de usinas de energia próximas à costa é estrategicamente benéfica ao
país.
D) A Marinha do Brasil desenvolve diversos programas estratégicos, a fim de proteger a
Amazônia Azul.
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E) Produtos e serviços vitais para o Brasil são exclusivamente escoados através dos
mares e rios.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois o dia foi criado “em decorrência da relevância dos
fatos históricos que nos associam ao mar e aos rios e da magnitude das riquezas da
Amazônia Azul”.

A alternativa B está incorreta, pois no primeiro parágrafo do texto aponta-se que a


partir do mar e dos rios, “consolidamos nossa independência e fixamos as fronteiras ao
norte, sul e a oeste; o que garantiu a integridade do nosso território, com dimensões
continentais” e “os defendemos das mais graves agressões à soberania nacional”.

A alternativa C está incorreta, pois a proximidade à costa nesse caso é considerada


uma vulnerabilidade.

A alternativa D está correta, pois o texto aponta que a marinha desenvolve programas
estratégicas como “Programa Nuclear da Marinha, Programa de Desenvolvimento de
Submarinos, Programa de Construção das Corvetas Classe Tamandaré e Obtenção da
Capacidade Operacional Plena”.

A alternativa E está incorreta, pois o texto fala que “circulam parcela preponderante
das riquezas nacionais, tais como granéis sólidos e líquidos, contêineres e commodities de
toda ordem, como aquelas oriundas do agronegócio” não a totalidade delas.

Gabarito: D

33. (EAM – 2017)

Com o pensamento “Escolha um trabalho que você ame e não terá que trabalhar um
único dia em sua vida.”, Confúcio diz que
A) amar é muito melhor que trabalhar.
B) quem ama jamais precisa trabalhar.
C) trabalhar é muito melhor do que amar.
D) trabalhar no que se gosta, vira lazer.
E) quem trabalha sem amor nunca tira férias.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois essa frase fala sobre a importância de amar o seu
trabalho.

A alternativa B está incorreta, pois o amor não prescinde do trabalho. Essa frase fala
sobre a importância de amar seu trabalho.

A alternativa C está incorreta, pois não há era hierarquização na frase. A ideia é que
trabalhar com o que se ama torna o trabalho melhor.
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A alternativa D está correta, pois essa frase contraria a ideia de trabalho como algo
penoso ou ruim. Quando se escolhe trabalhar com algo que se gosta, o trabalho se tona uma
espécie de lazer.

A alternativa E está incorreta, pois a ideia da frase é valorizar o trabalho com amor, não
expor as condições do trabalho feito sem ele.

Gabarito: D
34. (EAM – 2017)

Em que opção o trecho apresentado estabelece sentido de oposição?


A) "Na hora me perguntei se era realmente preciso escolher entre sucesso e diversão.”
(4°§)
B) "Poucas coisas são tão eficazes na função de honrar alguém quanto o ofício que se
exerce." (5°§)
C) "Convivo com pessoas que amam o que fazem e se engrandecem cada vez que
percebem como são eficientes na missão de dar sentido à profissão." (6°§)
D) “Arregacemos as mangas conscientes de que os pés na areia da praia e as rodas de
amigos em bares são combustíveis importantes para o bom andamento da labuta
diária." (7°§)
E) “Pode ser bom, pode ser até divertido, mas não substitui a capacidade que só o lazer
possui de tirar o peso de um cotidiano regido por prazos, horários, metas.” (1°§)

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois aqui há uma noção de condição, não de oposição.

A alternativa B está incorreta, pois aqui há uma noção de comparação, não de


oposição

A alternativa C está incorreta, pois aqui há uma complementação à ideia do que as


pessoas perceberam, não uma oposição.

A alternativa D está incorreta, pois aqui há a exortação a uma atitude, não uma
oposição.

A alternativa E está correta, pois a oração “mas não substitui a capacidade que só o
lazer possui de tirar o peso de um cotidiano regido por prazos, horários, metas” se opõe à
informação da oração anterior, que fala que o trabalho pode ser divertido. A ideia é que
mesmo que seja divertido, o trabalho segue não tendo a mesma função que os omentos de
lazer.

Gabarito: E

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35. (EAM – 2017)

Em “Poucas coisas são tão eficazes na função de honrar alguém quanto o ofício que se
exerce." (5°§), deve-se, corretamente, compreender que
A) a eficácia de alguém ser honrado é um ofício para poucos.
B) o ofício que se exerce é uma das poucas coisas que cumpre a função de honrar
alguém.
C) exercer um ofício que possa honrar alguém se torna tão pouco eficaz.
D) são tão pouco eficazes as coisas para honrar alguém para quem exerce um ofício.
E) as poucas coisas na função de honrar alguém são, no ofício que se exerce, tão
eficazes quanto.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois a eficácia citada é ligada ao papel do ofício para
trazer honra.

A alternativa B está correta, pois o período original dá a ideia de que o ofício exercido
por alguém é uma das poucas coisas capaz de trazer honra para esse alguém.

A alternativa C está incorreta, pois a honradez que se fala aqui não é em relação a
outra pessoa, mas a si mesmo.

A alternativa D está incorreta, pois o ofício é que é responsável por trazer honra, não
outras coisas.

A alternativa E está incorreta, pois a honradez que se fala aqui não é em relação a
outra pessoa, mas a si mesmo.

Gabarito: B
36. (EAM – 2016)

É correto afirmar, a partir do texto, que


A) para as empresas, as redes sociais são utilizadas como passatempo para os
funcionários que captam novos clientes.
B) o conceito de redes sociais surgiu a partir da expansão da internet.
C) a efemeridade é uma das características marcantes das redes sociais digitais.
D) os professores de Língua Portuguesa já não se sentem preocupados com o avanço
das redes sociais digitais as quais possibilitam que as pessoas leiam e escrevam muito
mais do que antigamente.
E) as empresas ajudam as pessoas no dia a dia, oferecendo acesso às redes sociais e
transformando as informações em conteúdo para marketing e propaganda.

Comentários:

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A alternativa A está incorreta, pois as redes sociais não são passatempo, mas uma
forma de promoção de bens e serviços, ou seja, parte do trabalho e da divulgação das
marcas.

A alternativa B está incorreta, pois o texto afira que “O próprio conceito de redes
sociais é antigo e indica a integração de pessoas que têm um objetivo comum e se
comunicam para compartilhar ideias ou realizar ações conjuntas”.

A alternativa C está correta, pois o texto aponta que “as redes sociais digitais possuem
um tempo de vida útil”, característica que as torna efêmeras.

A alternativa D está incorreta, pois segundo o texto, o avanço das redes sociais “tem se
tornado preocupação dos professores e professoras de Língua Portuguesa pela qualidade
duvidosa e pelos incontáveis erros de escrita que circulam pela internet”.

A alternativa E está incorreta, pois as empresas não ajudam pessoas. Elas utilizam as
informações dos clientes em potencial para aumentar suas vendas.

Gabarito: C
37. (EAM – 2016)

Com relação ao texto, assinale a opção correta.


A) Graças às redes sociais, as pessoas se tornaram viciadas em leitura e escrita.
B) Depois do advento dos aparelhos móveis, as pessoas contraíram tendinite e
ansiedade social.
C) O fato de as pessoas lerem e escreverem mais causou espanto nos professores de
Língua Portuguesa.
D) As novas tecnologias precisam ser dosadas, pois todo exagero acarreta
desequilíbrio.
E) O isolamento nas redes sociais é causado pelas propagandas das empresas e pelos
comentários pagos por partidos políticos.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois o texto não indica que as pessoas sejam viciadas
em escrita e leitura, ainda que com a internet ambos os hábitos se tornem mais frequentes.

A alternativa B está incorreta, pois o texto relaciona essas questões a aparelhos de


acesso à internet de modo geral, não especifica que seriam apenas os móveis.

A alternativa C está incorreta, pois não se fala em espanto, mas em preocupação de


muitos professores, que não vem a quantidade de escrita se refletir na qualidade, já que
mesmo escrevendo muito, muitas pessoas escrevem mal.

A alternativa D está correta, pois o texto afirma que “devemos aprender a dosar o uso
das novas tecnologias de comunicação para que seus benefícios possam ser aproveitados
de maneira a contribuir para a real aproximação e compartilhamento entre as pessoas, com
liberdade e não como escravidão e dominação”.
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A alternativa E está incorreta, pois as redes sociais não estão isoladas. Elas podem
gerar isolamento em pessoas que as utilizam em excesso.

Gabarito: D
38. (EAM – 2016)

Com base no texto, assinale a opção correta.


A) O uso de redes sociais digitais traz benefícios e malefícios, mas estes superam
aqueles.
B) As redes sociais são benéficas, desde que usadas para que as pessoas se
aproximem, compartilhem ideias e realizem ações conjuntas.
C) Há uma crítica veemente aos erros de escrita produzidos peias pessoas nas redes
sociais.
D) O quinto parágrafo ratifica o conceito de redes sociais, mostrado no terceiro.
E) O texto analisa o chamado "vício eletrônico", mostrando que esse problema afeta
exclusivamente crianças e adolescentes.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois não há essa comparação indicando que haveria
mais malefícios do que benefícios.

A alternativa B está correta, pois o texto indica que “devemos aprender a dosar o uso
das novas tecnologias de comunicação para que seus benefícios possam ser aproveitados
de maneira a contribuir para a real aproximação e compartilhamento entre as pessoas, com
liberdade e não como escravidão e dominação”.

A alternativa C está incorreta, pois se menciona a preocupação dos professores de


português, mas não há uma crítica veemente ao modo de escrita por parte do autor.

A alternativa D está incorreta, pois no terceiro parágrafo fala-se sobre os usos


comerciais das redes sociais; e no quinto parágrafo fala-se sobre os relacionamentos
interpessoais.

A alternativa E está incorreta, pois qualquer pessoas pode estar sujeita a viciar-se em
tecnologia, haja vista sua presença em nossa vida atualmente.

Gabarito: B
39. (Fuzileiro Naval – 2019)

Texto 4
Por que as listras da pasta de dente não se misturam dentro do tubo?
(Leonardo Menezes, Rio de Janeiro, RJ)
Primeiro porque os ingredientes de cores diferentes ficam armazenados em
compartimentos separados. Segundo, porque as listras só aparecem perto da boca do
tubo. A bisnaga inteira é preenchida por creme dental comum, de cor branca. Nas
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laterais superiores do tubo, encontramos o gel colorido que dá forma às listras. O


segredo é que o gel e o creme seguem por “estradas” exclusivas até bem perto da
saída. A parte branca sobe por um duto que tem pouco mais de meio centímetro de
diâmetro, a mesma dimensão da pasta que chega até a escova. O gel, por sua vez, flui
por quatro buraquinhos de 1 milímetro que desembocam no duto principal. Lá dentro,
as pequenas saídas de gel interceptam o fluxo de pasta branca e as listras coloridas
começam a se espalhar pelo creme. Como isso acontece a apenas 1,5 centímetro da
saída, os filetes coloridos saem quase intactos. Eles só vão se juntar dentro da boca, na
hora em que a gente escova os dentes.
(Mundo Estranho, n.26)

No texto 4, no fragmento ”Eles só vão se juntar dentro da boca (…)“ o pronome


destacado retoma a:
(A) Intactos.
(B) Filetes coloridos.
(C) Gel.
(D) Cremes.
(E) Buraquinhos.

Comentários:

O fragmento em destaque se encontra no seguinte trecho “Como isso acontece a


apenas 1,5 centímetro da saída, os filetes coloridos saem quase intactos. Eles só vão se juntar
dentro da boca, na hora em que a gente escova os dentes”.

O pronome “eles”, aqui, retoma um termo anterior que esteja perto o suficiente para
não gerar ambiguidade. Dentre os termos anteriores, o que se encaixa no contexto é “filetes
coloridos”. Reescrita, a oração seria:

“Os filetes coloridos só vão se juntar dentro da boca, na hora em que a gente escova
os dentes”.

Gabarito: B
40. (Fuzileiro Naval – 2018)

TEXTO 3
Os principais problemas da agricultura brasileira referem-se muito mais à diversidade
dos impactos causados pelo caráter da modernização, do que à persistência de
segmentos que dela teriam ficado imunes. Se hoje existem milhões de
estabelecimentos agrícolas marginalizados, isso se deve muito mais à natureza do
próprio processo de modernização, do que à sua suposta falta de abrangência.
(Folha de São Paulo, 13/09/94, 2-2)

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Segundo o texto 3, é correto afirmar que


A) o processo de modernização deve tornar-se mais abrangente para implementar a
agricultura.
B) os problemas da agricultura resultam da inadequação do processo de modernização
do setor.
C) os problemas da agricultura resultam dos impactos causados pela modernização
progressiva do setor.
D) segmentos do setor agrícola não adotam processos modernos.
E) os problemas da agricultura decorrem da adequação do processo de modernização
do setor.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois a agricultura, utilizando ou não processos mais


modernos, já está implementada.

A alternativa B está correta, pois o texto aponta que, mais do que a abrangência da
modernização, os problemas resultam dos impactos causados por ela. O setor agrícola ainda
não está adequado às modernizações.

A alternativa C está incorreta, pois o texto não indica que esses processos tenham sido
graduais.

A alternativa D está incorreta, pois há adoção dos processos mais modernos, ainda
que haja uma dificuldade de adequação no setor.

A alternativa E está incorreta, pois não é a adequação que gera o processo, mas a
inadequação.

Gabarito: B

41. (ESA – 2019)

Assinale o item em que a explicação corresponde ao excerto citado:


a) " ... permitindo que fluísse em silêncio pelos cômodos ... "I A esposa silencia
para agradar o marido.
b) "Largou o tecido em uma gaveta, esqueceu o batom." I Ela não tem mais
atitudes humanas por causa da anulação de sua identidade.
c) "Uma fina saudade, porém, começou a alinhavar-se em seus dias."/ A esposa
perde a matéria que a torna ser.
d) "E continuou andando pela casa de vestido de chita."/ Reforça a ideia de que
o homem não se importava com a esposa.
e) “Ninguém a olhava duas vezes."/ Sua aparência não mais chamava a atenção

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Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois esse trecho indica que o marido perdeu o interesse
na esposa, não que ela estava tentando agradá-lo.

A alternativa B está incorreta, pois esse trecho indica que ela perdeu a vaidade, não as
atitudes humanas.

A alternativa C está incorreta, pois esse trecho indica que o marido começou a sentir
falta de como a esposa era antes dele muda-la completamente.

A alternativa D está incorreta, pois esse trecho indica que a esposa já não tinha mais
nenhuma vaidade, não que o marido parara de se importar com a esposa.

A alternativa E está correta, pois esse trecho indica que despida da vaidade, a esposa
se tornou alguém que não chamava mais a atenção como antes. Sua aparência já não era
mais chamativa.

Gabarito: E
42. (ESA – 2019)

Marina Colasanti ressalta tanto a violência física quanto a violência simbólica


praticada contra a mulher. Assinale o item em que há um exemplo de violência
física:
a) “...pegou a tesoura e tosquiou-lhe os longos cabelos."
b) "Dos armários tirou as roupas de seda, da gaveta tirou todas as joias.
c) "...foi obrigado a exigir que eliminasse os decotes, jogasse fora os sapatos de
saltos altos.".
d) "... mandou que descesse a bainha dos vestidos e parasse de se pintar."
e) “... um ou outro olhar viril se acendia à passagem dela,...”

Comentários:

A alternativa A está correta, pois nesse trecho há uma ação física: cortar os cabelos da
mulher com uma tesoura.

A alternativa B está incorreta, pois jogar fora as roupas e joias da mulher é uma
violência simbólica, não contra o corpo físico da esposa.

A alternativa C está incorreta, pois exigir que ela troque de roupas é uma violência
simbólica, não contra o corpo físico da esposa.

A alternativa D está incorreta, pois exigir que ela troque de roupas ou que ela não use
mais maquiagem é uma violência simbólica, não contra o corpo físico da esposa.

A alternativa E está incorreta, pois esse trecho mostra as reações que os homens
tinham quando viam a esposa, não violências que ela sofria.

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Gabarito: A
43. (ESA – 2019)

Assinale a alternativa que explica o sentido do trecho "enquanto a rosa


desbotava sobre a cômoda":
a) O desbotamento da rosa simboliza a perda do estereótipo de fragilidade
imputado à mulher.
b) A perda de cor da rosa equivale ao comportamento de resistência e força da
mulher.
c) O desbotamento sugere raiva e desleixo da personagem, que não cuidou da
rosa.
d) A imagem da rosa desbotada traduz a anulação da identidade da
personagem.
e) A rosa, tanto no conto como na literatura universal, simboliza a anatomia da
mulher.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois a rosa desbotando mostra a perda de vitalidade da


mulher, não da fragilidade ou dos estereótipos.

A alternativa B está incorreta, pois a mulher já se encontra sem forças ou vontades,


assim como a rosa está desbotada.

A alternativa C está incorreta, pois a personagem não sente raiva nem desleixo,
apenas não tem mais vaidade nem vitalidade.

A alternativa D está correta, pois a rosa é uma metáfora visual para a própria perda de
vitalidade da personagem, que teve sua identidade anulada pelo marido por ciúmes.

A alternativa E está incorreta, pois não há nada que sugere que a rosa seja uma
metáfora para o corpo feminino.

Gabarito: D

44. (ESA – 2011)

Em função do que é dito nos versos do poema, observa-se que o “eu lírico”:
A) viaja, não só fisicamente, mas também por meio de seus pensamentos.
B) é um homem agitado, que leva uma vida de passageiro com luxo e
mordomias.
C) deseja ser mau e mórbido, por isso faz suas viagens pelas estrelas.
D) tem fome e pouco dinheiro, logo não gasta com comidas que não alimentam.

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E) é uma voz que clama por tranquilidade e brada contra a poluição do ar.

Comentários:

A alternativa A está correta, pois o eu lírico diz “fecho os olhos e sonho: / viajar, viajar”,
indicando que a viagem não é só física, como mental.

A alternativa B está incorreta, pois em nenhum momento há menção a luxos ou


mordomias nas viagens.

A alternativa C está incorreta, pois não há nenhuma alusão a esses traços de


personalidade como justificativa para viagens.

A alternativa D está incorreta, pois em nenhum momento há referência às condições


financeiras do eu lírico.

A alternativa E está incorreta, pois a poluição do ar não é uma questão para o eu lírico.

Gabarito: A
45. (ESA – 2011)

Levando em conta o contexto do poema, em qual das alternativas há um sentido


semelhante ao de “acomodo-me no meu lugar” ?
A) Ajeito-me no meu canto.
B) Entendo-me com minhas ideias.
C) Adapto-me ao meio em que vivo.
D) Limito-me a ficar pensativo.
E) Satisfaço-me com o lugar que me dão.

Comentários:

O contexto em que esse verso aparece é:

“e – até hoje – quando embarco

para alguma parte

acomodo-me no meu lugar

fecho os olhos e sonho”

A alternativa A está correta, pois a ideia do trecho é de ajeitar-se e um canto que fosse
seu.

A alternativa B está incorreta, pois a ideia de acomodar-se não tem a ver nesse caso
com entender-se.

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A alternativa C está incorreta, pois não há analogia possível aqui, nesse contexto, entre
adaptação e acomodação. É uma questão física, de onde se acomodar.

A alternativa D está incorreta, pois o “lugar” aqui não tem a ver com pensamentos
necessariamente.

A alternativa E está incorreta, pois não há aqui a ideia que o lugar fosse dado por
outra pessoa, mas que o eu lírico se coloca no seu lugar.

Gabarito: A
46. (ESA – 2011)

A expressão “viajar indefinidamente” só NÃO significa


A) viajar sem se preocupar com o tempo de chegar.
B) aventurar-se pelo mundo sem ter um objetivo definido.
C) passear de modo errante, a esmo.
D) sair por aí sem definir o nome das pessoas conhecidas.
E ) não ter a preocupação de saber o lugar para onde se vai.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois a ideia de indefinição pode implicar na questão do


tempo de chegada da viagem.

A alternativa B está incorreta, pois a ideia de indefinição pode implicar na questão de


se aventurar sem um objetivo definido.

A alternativa C está incorreta, pois a ideia de indefinição pode implicar na questão de


viajar sem planos, não traçando caminhos, indo a esmo.

A alternativa D está correta, pois a ideia de indefinidamente aqui tem a ver com sem
saber para onde ir ou sem tempo definido, não tem a ver com pessoas conhecidas e seus
nomes.

A alternativa E está incorreta, pois a ideia de indefinição pode implicar na questão da


falta de preocupação com planos e direções de onde ir.

Gabarito: D
Texto para as próximas questões

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47. (Col. Naval – 2012)

A fala de Miguelito, no último quadrinho do texto II, revela uma atitude


A) alienada.
B) condolente.
C) reflexiva.
D) firme.
E) irresponsável.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois ele revela postura crítica, não alienada.

A alternativa B está incorreta, pois ele não revela sentimento de compaixão ou pena
nesse trecho.

A alternativa C está correta, pois Miguelito reflete sobre a ideia de que a publicidade
vende de que seríamos felizes através do consumo.

A alternativa D está incorreta, pois ele não está falando de maneira dura, mas reflexiva.

A alternativa E está incorreta, pois não há irresponsabilidade em sua fala. Ele esta
apenas omitindo sua opinião crítica sobre um assunto.

Gabarito: C
48. (Col. Naval – 2012)

Assinale a opção que melhor caracteriza a mensagem do texto II.


A) O consumo de bens materiais está diretamente relacionado com a felicidade.
B) A televisão incentiva os telespectadores a consumirem diferentes produtos e
serviços.

35
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C) A felicidade só pode ser alcançada através do consumo dos produtos


anunciados em diferentes meios de comunicação.
D) O principal papel da televisão ê anunciar produtos que serão comprados
pelos telespectadores.
E) As coisas boas veiculadas pela televisão fazem com que os telespectadores
sejam felizes.

Comentários:

A alternativa A está correta, pois a publicidade vende uma ideia de que seríamos
felizes através do consumo.

A alternativa B está incorreta, pois o incentivo não é questionado. É a mensagem de


felicidade das propagandas que ele critica.

A alternativa C está incorreta, pois essa é a impressão que as propagandas passam,


mas em nenhum momento se mencionam diferentes veículos de comunicação para além da
televisão.

A alternativa D está incorreta, pois o papel da televisão é entretenimento e


comunicação, não anúncio de produtos.

A alternativa E está incorreta, pois os telespectadores não seriam felizes apenas por
ver anúncios de produtos. Seria preciso consumi-los.

Gabarito: A
49. (Col. Naval – 2013)

Que termo resume a ideia apresentada no texto?


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A) Abnegação.
B) Perseverança.
C) Altruísmo.
D) Improbidade.
E) Comodismo.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois abnegação dá ideia de altruísmo, o que não


aparece na charge.

A alternativa B está correta, pois há uma noção de exaltação à perseverança e ao


esforço pessoal na charge, mas de maneira crítica.

A alternativa C está incorreta, pois assim como em A, a ideia de desprendimento e


superação do egoísmo não é mencionada no texto.

A alternativa D está incorreta, pois improbidade significa ausência de honestidade, o


que não se identifica aqui.

A alternativa E está incorreta, pois o que a charge fala é o contrário: o texto fala sobre
perseverança.

Gabarito: B
50. (Col. Naval – 2019)

Infere-se do texto que:


A) água é comparada com Wi-fi porque ambos são importantes hoje em dia

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B) o comportamento das pessoas mudou totalmente com a chegada do Wi-fi,


C) atualmente, as pessoas têm vergonha de pedir água na casa dos outros.
D) pedir água indica intimidade; pedir a senha do Wi-fi indica modernidade.
E) água significa manutenção da vida; Wi-fi, adaptação ao mundo moderno.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois ainda que a internet tenha se tornado presente na
vida das pessoas, não se pode dizer que ela seja tão essencial à vida quanto água.

A alternativa B está correta, pois a imagem dá a ideia de que a internet tomou conta
de tantos espaços na vida das pessoas que mudou os hábitos: visitar alguém é uma situação
social que também acaba sendo atravessada pela internet.

A alternativa C está incorreta, pois não é uma questão de vergonha o que se aponta
aqui, mas de hábito e prioridade.

A alternativa D está incorreta, pois ambos os pedidos podem ser vistos como sinais de
intimidade, uma vez que a senha do wifi e alguém também é um dado pessoal.

A alternativa E está incorreta, pois o que a imagem aponta é a mudança de hábitos e


de prioridades: ao invés de pedir água, as pessoas se preocupam com a senha do wifi.

Gabarito: B
51. (Col. Naval – 2018)

No texto apresentado, o autor:


A) não tem intenção de se comunicar com o leitor.
B) gera ambiguidade na articulação dos vocábulos.
C) explora a polissemia como recurso para gerar humor.
D) divulga determinado produto para venda.

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E) articula palavras contrárias, comprometendo o sentido a ser veiculado.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois o texto faz uso do pronome “seu”, o que indica
comunicação direta com o leitor.

A alternativa B está incorreta, pois há uma brincadeira com a polissemia da palavra


“gato”, mas não há uma ambiguidade: ninguém ao ler esse anúncio pensa que é possível
que seu animal mude de espécie.

A alternativa C está correta, pois o humor do anúncio está na polissemia da palavra


“gato” que pode ser tanto um animal quanto uma gíria para “bonito”.

A alternativa D está incorreta, pois a divulgação é de um serviço – banho e tosa – não


um produto.

A alternativa E está incorreta, pois não há palavras de uso contrário, mas a


apresentação de espécies diferentes.

Gabarito: C
52. (EAM – 2014)

ÔNIBUS LOTADO
O ônibus aguardava no ponto final, no alto de uma ladeira. Após os passageiros
entrarem, seguiu ladeira abaixo.
Eis que um homem de bigode, de meia-idade, começou a correr atrás do
ônibus.

Da janela, um passageiro gritou:


- Esquece, cara! O busão já tá lotado.
E o senhor, ofegante:
- Não posso. Sou o motorista!
Almanaque Brasil, 02\07\2009 (adaptado).

O homem de bigode corria ofegante porque


A) ele era um passageiro atrasado.
B) o ônibus já estava lotado.
C) ele era o motorista do ônibus.
D) o ônibus já estava com a saída atrasada.
E) um passageiro não quis pagar a passagem.

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Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois ele é o motorista, não o passageiro.

A alternativa B está incorreta, pois o ônibus estava lotado de passageiros, mas não
tinha nenhum motorista.

A alternativa C está correta, pois o motorista está correndo atrás do ônibus porque o
veículo saiu correndo ladeira abaixo sem ninguém dirigindo. Ele está preocupado, porém os
passageiros sequer perceberam a ausência do motorista.

A alternativa D está incorreta, pois ele está correndo atrás do ônibus por ele estar
andando sem motorista, não por estar atrasado.

A alternativa E está incorreta, pois ele é o motorista, não o passageiro.

Gabarito: C
53. (EAM – 2009)

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Prof. ª Fabíola Soares

O pronome demonstrativo usado em ". . . sou eu sentado nesta caixa" se justifica


porque o falante.
A) situa a caixa perto de si.
B) pretende tomar a caixa de seu ouvinte.
C) refere-se à caixa utilizada por seu ouvinte.
D) dá ênfase ao objeto utilizado por seu interlocutor.
E) retoma o termo "caixa" empregado no quadrinho anterior.

Comentários:

A alternativa A está correta, pois o pronome “nesta” é utilizado pelo falante para
referir-se a elementos que estejam próximos a si. Como ele está dentro da caixa, a
proximidade se justifica.

A alternativa B está incorreta, pois ambos estão na caixa, não há a vontade de roubá-la
de ninguém.

A alternativa C está incorreta, pois ambos estão na caixa, não apenas o ouvinte de sua
fala.

A alternativa D está incorreta, pois ambos estão na caixa, não apenas seu interlocutor.

A alternativa E está incorreta, pois no quadrinho anterior não se fala de caixa. Ela é
referida como “máquina do tempo”.

Gabarito: A
Texto para as próximas questões
TEXTO II
Descobri aos 13 anos que o que me dava prazer nas leituras não era a beleza das
frases, mas a doença delas.
Comuniquei ao Padre Ezequiel, um meu Preceptor, esse gosto esquisito.
Eu pensava que fosse um sujeito escaleno.
- Gostar de fazer defeitos na frase é muito saudável, o Padre me disse.
Ele fez um limpamento em meus receios.
O Padre falou ainda: Manoel, isso não é doença, pode muito que você carregue
para o resto da vida um certo gosto por nadas. . .
E se riu.
Você não é de bugre? - ele continuou.
Que sim, eu respondi.
Veja que bugre só pega por desvios, não anda em estradas
- Pois é nos desvios que encontra as melhores surpresas e os ariticuns maduros.
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Há que saber apenas errar bem o seu idioma. Esse Padre Ezequiel foi o meu
primeiro professor de agramática.
BARROS, Manoel de. O livro das ignorãças. 9 ed. Rio de Janeiro: Record, 2000.

54. (EAM – 2009)

O narrador sofreu um "limpamento" em seus receios. O que ocasionou isso?


A) O desejo do garoto de ser um "sujeito escaleno".
B) A insatisfação do garoto em relação ao seu gosto esquisito.
C) O medo do preceptor de que o garoto sofresse um desgosto.
D) A dúvida do padre quanto ao caminho que o garoto seguiria.
E) A declaração do padre de que "gostar de fazer defeitos na frase é muito
saudável".

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois isso é como o menino se sentia antes do


limpamento que a frase do padre lhe causou.

A alternativa B está incorreta, pois o menino se sentia insatisfeito antes de ouvir as


palavras do padre.

A alternativa C está incorreta, pois o padre conversa com o menino por esse receio,
mas é sua fala que promove o livramento.

A alternativa D está incorreta, pois o livramento vem do conselho de que é normal e


saudável aquilo que ele acreditava ser um defeito, não das dúvidas do padre.

A alternativa E está correta, pois a referência ao limpamento de receios está logo após
“- Gostar de fazer defeitos na frase é muito saudável, o Padre me disse.”. Ou seja, essa
afirmação do padre faz com que o menino se sinta melhor.

Gabarito: E
55. (EAM – 2009)

"Comuniquei ao Padre Ezequiel, um meu Preceptor, / esse gosto esquisito."


(versos 4 e 5). Esse gosto é considerado esquisito porque;
A) é algo fora do comum.
B) elogia os gramáticos.
C) define o caráter do narrador.
D) causa surpresa no preceptor.
E) propõe uma alteração nas gramáticas.

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Prof. ª Fabíola Soares

Comentários:

A alternativa A está correta, pois o gosto estranho a que ele se refere é preferir os
defeitos da gramática, ou seja, os erros no português, à grafia correta.

A alternativa B está incorreta, pois ocorre o contrário: ele prefere os “agramáticos”.

A alternativa C está incorreta, pois não é uma questão de caráter, as de preferência


estética.

A alternativa D está incorreta, pois o preceptor não parece espantado com o que o
menino diz a ele.

A alternativa E está incorreta, pois o menino não propôs uma alteração da gramática,
apenas expos seu gosto pelas incorreções.

Gabarito: A
56. (EAM – 2009)

Do texto, compreende-se que;


A) a filha tinha dificuldades em todas as matérias.
B) a professora não sabia ensinar língua portuguesa.
C) O processo de redigir era uma tarefa difícil para o pai.
D) O escritor e a menina eram antipatizados pela professora.
E) o pai e a filha se ressentem com o desfecho da história.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois a filha ia mal especificamente em português.

A alternativa B está incorreta, pois não é uma questão com a capacidade da


professora, mas com a avaliação que ela faz do trabalho da menina.

A alternativa C está incorreta, pois o pai é apresentado como um autor premiado e


traduzido no mundo todo.

A alternativa D está incorreta, pois não se pode presumir que a professora não
gostasse do pai e da filha, apenas que ela não gostou do trabalho que eles fizeram.

A alternativa E está incorreta, pois os dois ficam inconformados com a nota que a freira
deu ao trabalho, o que fica claro em “distinguia o choro de sua filha” e “E o pai, traduzido em
servo-croata, editado pelo MacMillan, deu um uivo e rolou pela escada, espumando contra a
freira e contra o pôr-do-sol”.

Gabarito: E

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57. (EAM – 2008)

A leitura do texto METAPOESIA esclarece-nos que a autora;


A) não tem dificuldades de encontrar novas temáticas.
B) elabora muito bem os eufemismos.
C) inspira-se com o que lhe traz a visão.
D) tem problemas com a inspiração.
E) é exímia na construção de figuras de linguagem

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois a autora fala que não consegue ter ideias para
escrever.

A alternativa B está incorreta, pois a autora reclama da falta de possibilidade de


“eufemizar”.

A alternativa C está incorreta, pois a autora vê muitas situações, mas nenhuma a


inspira verdadeiramente.

A alternativa D está correta, pois todo o poema se constrói e torno da ideia de que a
autora está num bloqueio criativo, que a impede de escrever poesia e encontrar inspiração.

A alternativa E está incorreta, pois a autora reclama que não consegue traduzir em
figuras de linguagem situações que vê na vida a seu redor.

Gabarito: D
58. (EAM – 2008)

Com relação aos desejos da poetisa e o que constata na própria realidade,


percebe-se que existe um sentimento de;
A) inconstância.
B) desespero.
C) impotência.
D) raiva.
E) indiferença.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois a autora não apresenta oscilações de humor ou


temperamento.

A alternativa B está incorreta, pois a autora não parece em desespero, apenas


relatando sua situação de impotência.

44
Prof. ª Fabíola Soares

A alternativa C está correta, pois a autora se sente impotente diante da falta de


inspiração, que a impede de produzir poesia.

A alternativa D está incorreta, pois a autora não parece sentir raiva, apenas relatando
sua situação de impotência.

A alternativa E está incorreta, pois a autora, apesar de não parecer desesperada,


também não se mostra indiferente. Ela se incomoda com a falta de inspiração.

Gabarito: C
59. (EAM – 2010)

Analise as afirmativas abaixo.


I - O texto critica as mudanças que ocorrerão na Língua Portuguesa, em função
do novo acordo ortográfico.
II - A linguagem utilizada pelo sobrinho contradiz a justificativa dada pelo tio, no
primeiro quadrinho, ao pedir ajuda a fim de entender o acordo ortográfico.
III- Ao ler o texto do sobrinho, o tio percebe que o menino não pode ajudá-lo a
entender o acordo ortográfico porque não parece estar interessado nas
mudanças ocorridas.

Assinale a opção correta.


A) Apenas a afirmativa I é verdadeira.
B) Apenas a afirmativa II é verdadeira.
C) Apenas as afirmativas I e II são verdadeiras.
D) Apenas as afirmativas I e III são verdadeiras.
E) Apenas as afirmativas II e III são verdadeiras.
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Comentários:

A afirmativa I está incorreta, pois não há crítica ao novo acordo ortográfico, mas uma
expressão da diferença no modo de falar de cada geração.

A afirmativa II está correta, pois o tio pensa em pedir ajuda ao sobrinho para entender
o acordo ortográfico, mas ao ver o modo como o sobrinho escreve, ele repensa seu pedido,
já que não entende o modo como ele escreve.

A afirmativa III está incorreta, pois o tio repensa seu pedido não pelo desinteresse do
sobrinho, que parece solícito, as por não compreender as gírias e modo de escrever do
menino.

Gabarito: B

60. (Fuzileiro Naval – 2019)

Tome como referência as seguintes frases: texto 1 “ O negócio aconteceu num


café. Tinha uma porção de sujeitos, sentados nesse café, tomando umas e
outras.” e texto 2 “ Havia a viola da vila, a viola e o violão. Do vilão era a viola, e
da Olívia o violão.” – linhas 01 a 04. Há uma diferença na linguagem e no estilo
utilizados nos dois textos, caracterizando-os, respectivamente, como:
A) música e texto.
B) verbal e não verbal.
C) texto e poesia.
D) prosa e poesia.
E) texto e prosa.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois a música não se organiza em parágrafos, mas em


versos e estrofes. Além disso, “texto” é um nome genérico para qualquer construção, verbal
ou não, que passe uma mensagem.

A alternativa B está incorreta, pois o segundo texto também é verbal.

A alternativa C está incorreta, pois “texto” é um nome genérico para qualquer


construção, verbal ou não, que passe uma mensagem.

A alternativa D está correta, pois o primeiro texto, organizado em parágrafos e com


menor preocupação com a sonoridade, é um texto em prosa. O segundo texto, organizado
em versos e estrofes e com maior preocupação com a sonoridade, é um texto de poesia.

A alternativa E está incorreta, pois “texto” é um nome genérico para qualquer


construção, verbal ou não, que passe uma mensagem. Além disso, o segundo texto,
organizado em versos e estrofes e com maior preocupação com a sonoridade, logo, é um
texto de poesia
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Prof. ª Fabíola Soares

Gabarito: D
61. (Fuzileiro Naval – 2019)

Segundo o texto 2, é correto afirmar que:


A) Olívia e o vilão eram parentes.
B) O vilão tirou a vida de Olívia de alguma forma.
C) Olívia toca vários tipos de instrumentos.
D) A vila que Olívia vivia era muito perigosa.
E) Olívia matou o vilão, que era o violão.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois o violão é um objeto, não um parente de Olívia.

A alternativa B está correta, pois um dos versos do poema afirma “O vilão levou-lhe a
vida, / levando o violão dela” e “Vida de Olívia – levada / por um violão violento”.

A alternativa C está incorreta, pois só há menção do violão coo um instrumento tocado


por Olívia – ainda que a palavra “viola” apareça algumas vezes.

A alternativa D está incorreta, pois não há menção aos perigos da vila. Apenas ao vilão
que levou seu violão embora.

A alternativa E está incorreta, pois não se pode pressupor pelo poema que Olívia teria
matado alguém.

Gabarito: B
62. (Fuzileiro Naval – 2019)

No texto 1, por que a senhora achou que a história não tinha terminado?
A) Porque ainda tinham outras pessoas no bar para enfrentar o alemão.
B) Porque ela esperava uma história mais longa.
C) Porque faltou um ponto final representando o término do texto.
D) Porque como todo brasileiro, mesmo apanhando, ele não iria desistir.
E) Porque ela tinha a convicção de que o brasileiro não levaria a pior como os
outros.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois na situação descrita da briga final há apenas o


alemão e o brasileiro.

A alternativa B está incorreta, pois não se pode pressupor que ela tivesse uma
expectativa de história mais longa, apenas que se surpreendeu com o desfecho.

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A alternativa C está incorreta, pois a pontuação do texto está toda adequada.

A alternativa D está incorreta, pois a característica atribuída aos brasileiros no texto


não é a da persistência, mas a fama da malandragem.

A alternativa E está correta, pois no último parágrafo do texto é dito “Qual é o fim da
história? Pois a história termina aí, madame. Termina aí que é pros brasileiros perderem essa
mania de pisar macio e pensar que são mais malandros do que os outros”. Ou seja, a
interlocutora acha estranho que brasileiros não se deem bem no fim da história, pois
costumam ter fama de serem “mais malandros do que os outros”.

Gabarito: E
63. (Fuzileiro Naval – 2019)

O texto 1 “ Vamos acabar com esta folga” é uma crônica que retrata uma
situação envolvendo pessoas nascidas em vários países que estão tomando
“umas e outras” em um café. Que período representa melhor a ideia sugerida no
título do texto?
A) ”Pois a história termina aí, madame. Termina aí que é pros brasileiros
perderem essa mania de pisar macio e pensar que são mais malandros do que
os outros.“ - linhas 40 a 43.
B) ”De repente, um alemão forte pra cachorro levantou e gritou que não via
homem pra ele ali dentro.“ - linhas 06 a 08.
C) ”O alemão limpou as mãos, deu mais um gole no chope e fez ver aos
presentes que o que ele dizia era certo.“ - linhas 24 a 26.
D) ”Queimou-se então um português que era maior ainda do que o turco.
Queimou-se e não conversou.“ - linhas 18 a 20.
E) ”- Pode ser com você também - respondeu o Alemão.“ - linhas 13 e 14.

Comentários:

A alternativa A está correta, pois a folga mencionada no título se refere ao


comportamento dos brasileiros descrito como de achar que “são mais malandros do que os
outros”.

A alternativa B está incorreta, pois o alemão se dá bem no fim do texto, logo, não se
pode dizer que foi o comportamento dele que foi identificado como “folga” tampouco que
acabaram com o comportamento do alemão.

A alternativa C está incorreta, pois , assim como em B, o alemão se dá bem no fim do


texto, logo, não se pode dizer que foi o comportamento dele que foi identificado como
“folga” tampouco que acabaram com o comportamento do alemão.

A alternativa D está incorreta, pois não há nenhuma descrição do comportamento


nem do português nem do turco para que possamos associa-los de alguma forma à “folga”
do título.

48
Prof. ª Fabíola Soares

A alternativa E está incorreta, pois, assim como em B e C, o alemão se dá bem no fim


do texto, logo, não se pode dizer que foi o comportamento dele que foi identificado como
“folga” tampouco que acabaram com o comportamento do alemão.

Gabarito: A
64. (Fuzileiro Naval – 2019)

Texto 3

No segundo quadrinho do texto 3, observando o contexto da tirinha, a frase “ Vá


pegá-lo, Garfield!” apresenta um vício de linguagem, esse desvio é chamado:
A) Barbarismo.
B) Solecismo.
C) Preciosismo.
D) Vulgarismo.
E) Ambiguidade.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois barbarismo é o uso incorreto de uma palavra, seja
na pronúncia, na grafia ou escolha morfológica, o que não ocorre aqui.

A alternativa B está incorreta, pois solecismo é o uso incorreto da sintaxe, incorrendo


em desvio gramatical, o que não ocorre aqui.

A alternativa C está incorreta, pois preciosismo é o exagero de detalhamento e


cuidado com algo, o que não ocorre aqui.

A alternativa D está incorreta, pois vulgarismo ocorre quando há construção ou


expressões que fogem à norma culta, normalmente ligados à vícios da fala, o que não ocorre
aqui.

A alternativa E está correta, pois quando Jon fala “pega-lo” ele está se referindo ao
rato, não ao biscoito que ele roubou. Garfield, porém, pega a comida ao invés de pegar o
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animal. Como ambas as palavras – rato e biscoito – são masculinas, a construção fica
ambígua, o que legitima a atitude de Garfield.

Gabarito: E

65. (Fuzileiro Naval – 2018)

Os textos 1, 2, 3 e 4 podem ser classificados, respectivamente, como


A) artigo, narrativa, relato e tirinha.
B) narrativa, poema, reportagem e charge.
C) artigo, poema, reportagem e tirinha.
D) narrativa, poema, reportagem e tirinha.
E) artigo, narrativa, relato e charge.

Comentários:

O texto 1 é um conto breve, apresentando uma narrativa de um menino que foge de


casa após ser repreendido pelo pai.

O texto 2 é um poema, texto que se divide em versos e estrofes, com preocupação


sonora.

O texto 3 é um texto jornalístico que, por contar com uma análise sobre algum fato,
pode ser entendido como uma reportagem.

O texto 4 é uma tirinha, apresentando uma sequência narrativa dividida em


quadrinhos, com imagem e texto verbal.

Gabarito: D
66. (Fuzileiro Naval – 2018)

De acordo com o texto 4, o pronome pessoal do caso reto “eles” é utilizado no


primeiro balão e depois no terceiro balão. A quem o pronome “eles” se refere
em cada balão, respectivamente?
A) Os peixes – os meninos.
B) Os peixes – a mãe.
C) As crianças – os demais personagens.
D) Os demais personagens – os peixes.
E) Os meninos – os peixes.

Comentários:

50
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A alternativa A está correta, pois no primeiro quadrinho vemos os meninos falando


sobre os peixes, logo, “eles” aqui equivale a peixes. Já no segundo quadrinho são os peixes
que se referem aos meninos, logo, “eles” aqui equivale a os meninos

A alternativa B está incorreta, pois “mãe” é um termo feminino singular, logo, não
poderia ser substituído por “eles”.

A alternativa C está incorreta, pois no primeiro quadrinho os meninos proferem a fala,


logo, “eles” não poderia referir-se a eles próprios. No segundo quadrinho vemos que as
únicas pessoas no campo de visão dos peixes são os meninos, não todos os demais
personagens.

A alternativa D está incorreta, pois no primeiro quadrinho vemos os meninos falando


sobre os peixes e no segundo quadrinho são os peixes que se referem aos meninos.

A alternativa E está incorreta, pois a ordem correta seria o contrário: os peixes e os


meninos.

Gabarito: A
67. (Fuzileiro Naval – 2018)

Tome como referência as seguintes frases: texto 1 - linhas 62 e 63 “- Fique aí


quietinho, está ouvindo? Papai está trabalhando.” e texto 3 - linhas 1 a 6 “Os
principais problemas da agricultura brasileira referem-se muito mais à
diversidade dos impactos causados pelo caráter da modernização, do que à
persistência de segmentos que dela teriam ficado imunes.”. É possível observar
que o registro da linguagem utilizado em ambos os trechos foi diferente,
podendo ser classificados, respectivamente, como registros
A) culto e coloquial.
B) informal e culto.
C) informal e popular.
D) culto e formal.
E) popular e informal.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois o registro do primeiro trecho é mais informal,


enquanto o segundo é mais culto.

A alternativa B está correta, pois no primeiro trecho selecionado há uma fala de um pai
para um filho, num contexto de informalidade; e no segundo, há um texto jornalístico,
publicado num veículo de comunicação, o que demanda um registro culto da linguagem.

A alternativa C está incorreta, pois não se pode dizer que o texto jornalístico se apoie
num registro popular da linguagem.

51
Prof. ª Fabíola Soares

A alternativa D está incorreta, pois a conversa entre pai e filho não se dá por meio do
registro culto da linguagem.

A alternativa E está incorreta, pois não se pode dizer que o texto jornalístico se apoie
num registro informal da linguagem.

Gabarito: B
68. (Fuzileiro Naval – 2017)

Jaguar. Átila, você é bárbaro. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 1968. p.166-
7.

A ironia no texto 3 consiste


A) na evolução humana como causadora da própria destruição.
B) em homens criando armas cada vez mais potentes.
C) em flechas se tornando armas de destruição poderosas.
D) na exclusão de outros tipos de armas no texto.
E) na exploração espacial como resultado da evolução humana.

Comentários:

A alternativa A está correta, pois o homem é visto na tirinha como inimigo de si


próprio, ressaltando que a evolução das armas fez com que ele se tornasse cada vez mais
danoso a si, acabando por se destruir.

A alternativa B está incorreta, pois há uma crítica na ideia de construção de armas cada
vez mais potentes. Não se pode dizer que isso seja irônico.
52
Prof. ª Fabíola Soares

A alternativa C está incorreta, pois a ironia está no homem construir armas potentes
que acabam por destruí-lo, não em armas aparentemente menos fortes sendo consideradas
destruidoras.

A alternativa D está incorreta, pois as armas escolhidas já conseguem dar o tom da


crítica.

A alternativa E está incorreta, pois o foguete citado aqui não tem a ver diretamente
com exploração espacial, mas com destruição em massa.

Gabarito: A
69. (Fuzileiro Naval – 2017)

Pode-se observar que os dois textos se relacionam, pois se referem a


A) adequado e inadequado.
B) estrangeiros e expressões.
C) gírias e guerras.
D) linguagem e futuro.
E) presente e passado.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois não há no texto 2 nenhuma noção de adequação


ou não, apenas de passagem do tempo.

A alternativa B está incorreta, pois não há no texto 2 uma importância para a figura do
estrangeiro.

A alternativa C está incorreta, pois não há no texto 1 uma relevância ao tema da


guerra.

A alternativa D está incorreta, pois nenhum dos textos pensa a noção de futuro,
apenas as noções de passado e presente.

A alternativa E está correta, pois o texto 1 fala sobre como as palavras envelhecem e
se tornam estranhas com o tempo, expondo uma relação de passado e presente; e o texto 2
fala sobre como notícias de jornal, sempre entendidas como “novidades” se tornam velhas e
caducas com o tempo, também tensionando noções de passado e presente.

Gabarito: E
70. (Fuzileiro Naval – 2006)

“A raposa viu que vinha vindo um cavalo carregado com cabaças cheias de mel
de abelhas. Mais que depressa deitou-se no meio da estrada, fingindo-se de
morta. O tangerino passou e achou o bicho muito bonito.” (linhas 1 a 4)
Assinale a alternativa que substitui o vocábulo bicho no trecho acima.

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Prof. ª Fabíola Soares

A) Onça.
B) Abelha.
C) Cavalo.
D) Raposa.
E) Tangerino.

Comentários:

A alternativa A está incorreta, pois a onça ainda não apareceu na história.

A alternativa B está incorreta, pois a abelha é a responsável por fazer o mel que a
raposa come.

A alternativa C está incorreta, pois o cavalo é quem carrega o el, não quem está
deitado na estrada.

A alternativa D está correta, pois esse trecho apresenta a estratégia da raposa para
conseguir subir no caminhão. O bicho a que se refere aqui é a raposa.

A alternativa E está incorreta, pois tangerino é o homem quem passa pela estrada, não
o animal.

Gabarito: D

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Prof. ª Fabíola Soares

8. Considerações Finais

É isso, meu/ minha querido (a)! Finalizamos o nosso curso. Espero que tenha gostado!

Restando qualquer dúvida, estou à disposição. Mantenha-se no foco, a sua


classificação está mais perto do que imagina!

Qualquer crítica, sugestão ou elogio, só mandar mensagem no fórum!

Até a nossa próxima aula!

Siga minhas redes sociais!

@fabiola soares @professafabiolasoares

Fé na missão!

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