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Etapa Ensino Médio Língua

Portuguesa

Imparcialidade no
texto jornalístico
2a SÉRIE
Aula 3 – 3o Bimestre
Conteúdo Objetivos
• Intencionalidade do texto • Refletir acerca do papel dos
jornalístico. meios de comunicação.
• Linha editorial. • Discutir sobre imparcialidade
ou neutralidade na mídia.
• Imparcialidade ou
neutralidade em textos
jornalísticos.
Para começar
Você acredita que tudo o que os
jornais publicam é verdade?
Acha que pode haver algum tipo
de manipulação? Que notícias e
reportagens possam revelar um
ponto de vista que reflita algum
interesse?
Se você fosse um(a) jornalista,
qual seria a sua conduta?

Técnica LEMOV:
Virem e conversem. Jornalistas em reunião de trabalho
Foco no conteúdo
Informação... é só uma informação?
Existem inúmeros textos que circulam na sociedade e se propõem
a serem materiais unicamente informativos, mas que, na verdade,
trazem opiniões inseridas aos fatos, pois têm a intenção de induzir
o leitor a acreditar em algum viés ideológico que está sendo
veiculado, fazendo com que uma grande parte da população seja
manipulada sem perceber. Importante notar que não estamos
falando de fake news, que apresentam um tratamento ainda mais
manipulador da informação, pois alteram fatos deliberadamente,
fazendo com que informações falsas pareçam verdadeiras.
Foco no conteúdo
Você lerá o texto “Imparcialidade: o mito
do jornalismo” e perceberá a importância
da imprensa como um instrumento
essencial para a sociedade. Nele, uma
estudante de jornalismo reflete sobre o
papel da imprensa, o quão imparcial os
meios de comunicação conseguem ser,
bem como sobre a importância da
curadoria de informações realizada pelo
leitor.
Foco no conteúdo
Imparcialidade: o mito do jornalismo
Isabel Vernier
O jornalista tem como principal função fomentar o debate público com
fatos. Hoje, percebemos a prevalência das crenças e das opiniões. No
entanto, estes fatores são individuais e não devem prevalecer aos
fatos e à verdade. Portanto, o jornalista deve fazer com que o público
tenha acesso a informações verificadas que têm impacto nos âmbitos
social e individual.
Dessa forma, o profissional fomentará o esclarecimento da população,
fazendo com que esta possa tomar as melhores atitudes quanto aos
acontecimentos e se manifestar contra ou a favor deles.
Essencialmente, de acordo com o professor de jornalismo da USP,
Dennis de Oliveira, o trabalho do jornalista é contribuir para uma
democracia forte.
Entretanto, segundo Oliveira, a imparcialidade ou neutralidade no
jornalismo é uma idealização, pois é impossível de ser alcançada. O
nascimento do jornalismo ocorreu com textos opinativos e fortemente
ideológicos. No entanto, a prática jornalística tornou-se uma atividade
comercial que implicou uma ideia de neutralidade para abranger um
público consumidor mais diverso.
Na verdade, grande parte do fazer jornalístico relaciona-se com a
seleção de informações verdadeiras para compor uma notícia ou
reportagem. Isso quer dizer que é impossível explicar um fato ou
acontecimento exatamente como aconteceu, com todos os detalhes
intrínsecos ao evento. Portanto, alguns dos fatos investigados não
estarão no texto publicado ou na reportagem televisiva. Esta escolha
dos dados da edição final pode diferir de veículo para veículo e, com
isso, demonstrar diferentes olhares sobre um mesmo tema.
Isso ocorre porque o tempo de leitura de uma notícia ou de uma
telerreportagem é curto e um acontecimento de horas precisa ser
resumido em poucos minutos. Por isso, as matérias devem ser
realizadas com objetividade. Além disso, algumas linhas editoriais
entendem certos detalhes como importantes, enquanto outras podem
ver os mesmos fatos como secundários.
Tais linhas editoriais têm grande influência no encaminhamento de
uma reportagem. O editor tem liberdade para excluir partes de uma
notícia, inserir dados verificados e alterar qualquer porção do material
entregue pelo jornalista, desde que não afete a veracidade das
informações.
Muitas vezes, o jornalista necessita se enquadrar à linha editorial para
facilitar o processo de edição e para seguir os valores da empresa
jornalística para a qual trabalha. No entanto, isso não quer dizer que as
informações não são confiáveis. Mesmo existindo a imposição de um
determinado cunho textual, os dados precisam, necessariamente, ser
verdadeiros e sem apelo sensacionalista.
Cabe ao jornalista investigar com fontes diferentes e sempre buscar
versões diversas sobre um mesmo ocorrido. Tais fontes devem pautar
todas as informações de uma notícia. Essas informações podem ser
números e dados adquiridos de órgãos públicos, pesquisas, consultas com
profissionais e testemunhos.
Vale lembrar, no entanto, que testemunhas de acontecimentos podem dar
informações não verdadeiras ou extremamente enviesadas. Portanto, a
investigação deve sempre comparar tais relatos com outros dados ou
outros testemunhos.
Essa prática não garante imparcialidade, pois a escolha das fontes
também influencia no tom da reportagem, mas assegura o cumprimento
de dois valores que são a base do jornalismo: compromisso com a
verdade e com o interesse público.
Já a população que busca se informar também precisa se atentar aos
veículos que propagam notícias e sempre verificar se elas foram
publicadas e confirmadas em outros jornais confiáveis. Matérias
compartilhadas em redes sociais ou em aplicativos de mensagens
instantâneas sempre devem ser checadas, já que o acesso ilimitado a
essas plataformas faz com que seja mais simples a disseminação de
informações falsas, criadas por qualquer pessoa e sem qualquer tipo
de investigação.
(Texto cedido pela autora para uso no material Currículo em Ação, 2a série
do EM, 3o bimestre)

À época da elaboração do “Currículo em Ação, 2022”, a autora, Isabel


Vernier, era estudante do segundo ano de Jornalismo na USP.
Na prática
Em duplas, discutam e respondam às questões, anotando no
caderno as informações consideradas importantes.
1. O texto que vocês acabaram de ler
deve ser classificado como pertencente
ao gênero notícia ou ao gênero artigo
de opinião? Por quê?
2. “O trabalho do jornalista é contribuir
para uma democracia forte”. Na
opinião do grupo, como pode se dar
essa contribuição? Como a democracia
pode ser enfraquecida?
Foco no conteúdo
“Imparcial é quem não é parte. Como, em tese, um juiz. Não é parte,
não tem lado prévio, mas toma parte, ou seja, posiciona-se a cada
vez conforme os dados disponíveis, evidências, indícios, provas e
situações concretas. Avalia, julga, sentencia, escolhe [...].
Neutralidade é ponto de partida. A isenção é a disponibilidade para a
prática da independência. Ser imparcial não é impossível
intelectualmente falando. Mas, além de difícil e de pouco praticado por
quem deveria, é sempre pertinente? A quem interessa isso? Diante de
uma injustiça, deve-se tomar parte ou permanecer alheio? [...] Um
jornalista de opinião obviamente não pode ser parte, mas deve se
posicionar. A partir de quê? Do seu livre entendimento, da sua
consciência. Se é pênalti contra o seu clube do coração, deve dizer
sem hesitar.” (SILVA, 2022; apud SÃO PAULO (ESTADO), 2022)
Foco no conteúdo
Notícia de interesse público
“Pode-se conceituar a notícia de interesse público como aquela que
contribua para o desenvolvimento intelectual, moral e físico do cidadão,
com informações que possibilitem ao leitor refletir e tomar decisões em
relação ao governo, à saúde, à segurança, à educação, ao trabalho,
enfim, exercer a cidadania. Em suma, a notícia de interesse público tem
agregado ao seu valor-notícia um valor de cidadania. É o valor que
possibilita ao cidadão ter integração e participação na vida em
sociedade. Dentro das categorias estabelecidas neste estudo, são
consideradas como de interesse público: Ciência e Tecnologia; Cultura;
Economia e trabalho; Educação; Governo e Poder; Meio ambiente;
Saúde; Social; e Utilidade.” (VIDAL, 2010)
Aplicando
Pesquisa de linha editorial
O que são linhas editoriais? Pesquisem o que isso quer dizer e
quais são as linhas editoriais de dois grandes jornais. Anotem
alguns tópicos que considerem relevantes para compartilhar com a
classe. Ao entrar nas plataformas desses jornais, procurem por:
★ “Sobre”; “Princípios editoriais”; “Código de ética”; “Missão
editorial”; entre outros;
★ compromissos, valores e conduta ética, levando em
consideração, se possível, o apresentado nas notícias e o que
efetivamente é publicado.
O que aprendemos hoje?
• Refletimos acerca do papel dos meios de comunicação;
• Discutimos sobre imparcialidade ou neutralidade na
mídia;
• Conhecemos o conceito de “notícia de interesse
público”.
Tarefa SP
Localizador: 97745

1. Professor, para visualizar a tarefa da aula, acesse com


seu login: tarefas.cmsp.educacao.sp.gov.br
2. Clique em “Atividades” e, em seguida, em “Modelos”.
3. Em “Buscar por”, selecione a opção “Localizador”.
4. Copie o localizador acima e cole no campo de busca.
5. Clique em “Procurar”.

Videotutorial: http://tarefasp.educacao.sp.gov.br/
Referências
Slide 14 – DICIO. Disponível em:
https://www.dicio.com.br/neutro/. Acesso em: 14 jun. 2023.
Slide 15 – SÃO PAULO (ESTADO). Secretaria da Educação.
Currículo em Ação – Língua Portuguesa. Segunda série do ensino
médio. Caderno do Professor. São Paulo, 2022.
Slide 17 – DE MATTOS VIDAL, D. M. Notícias de interesse público
e de interesse do público: a possibilidade de convergência desses
interesses. Intercom. Goiânia, maio de 2010. Disponível em:
https://cutt.ly/VSyEz9J. Acesso em: 2 jun. 2023.
Referências
Lista de imagens e vídeos

Slide 3 – https://cutt.ly/FwwzGqQQ

Slide 5 – https://cutt.ly/bwwxWYk8 ; https://cutt.ly/LwwxErJs

Slide 11 – https://cutt.ly/owwxC9n8

Slide 19 – https://cutt.ly/9wwx1wa3

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