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2017
ISSN 2316-8102
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ANDRADE, Oswald de. Obras Completas, Vol. 6-7. Rio de Janeiro: Civilização
Brasileira, 1972.
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Lucio Agra, Vejo Tudo Nu. Performance apresentada na cidade de São Paulo,
Brasil. Março de 2015. Fotografia de Coletivo Sem Título, S.D.
Lucio Agra, Vejo Tudo Nu. Performance apresentada na cidade de São Paulo, Brasil.
Dezembro de 2016. Fotografia de Grasiele Sousa
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Texto cedido pelo artista.
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SALOMÃO, Wally. Gigolô de Bibelôs. São Paulo: Editora Rocco, 2008.
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Cf. DELEUZE, Gilles; GUATTARI, Félix. Mil Platôs: Capitalismo e Esquizofrenia,
Vol. 3. São Paulo: Editora 34, 2000.
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Texto cedido pelo artista.
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GOLDBERG, RoseLee. A Arte da Performance: Do Futurismo ao Presente. São
Paulo: Martins Fontes, 2006.
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ela começa com uma certa caminhada contra uma procissão na década de 30 do
século XX.
E sobre desvelar o corpo nu? Digamos que esta é a parte em que o artista
não demonstra nenhum controle do que pode acontecer quando sua figura for
descoberta assim, sem roupa alguma. Vamos ter que aguardar o momento em
que isso aconteça para dizer algo. Entretanto, é impossível não fazer um
exercício mental acerca das reações que a vizinhança “mackenziana” suscitaria:
o problema do nu no espaço público, o risco da prisão do performer, a
imoralidade do corpo desvestido perante Deus. São muitas as voltas labirínticas
que o tema do corpo e sua “liberdade” tensionam na arte da performance.
Não sabemos também, como é a visão do performer dentro da cabine
durante a ação. O que sabemos pelo próprio artista é que há o iminente risco de
tropeçar num degrau, bater num pilar ou algo semelhante. Em realidade, ele não
pode ver tudo que está fora. A catástrofe e o fracasso ainda permeiam algumas
experimentações artísticas no contemporâneo; Flávio de Carvalho com seu boné
verde atravessando uma procissão e Lucio com seu trocador de roupas
ressignificado como arte são “prova” disso. Viva a ousadia daqueles que não se
desviam de suas ideias, absurdas ou não, materiais futuros para contarmos a
história da arte de nossa cidade, de nossa época.7
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Texto originalmente publicado no catálogo “O que não é performance?” (2016).
Organização e edição de Ana Roman, Lara Rivetti, Thiara Grizilli e Thierry Freitas.
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