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MACIEL, R.F. Eu sei o que é bom para você: a lógica da emancipação revisitada. In: ZACCHI, V.:
STELLA. P. Novos Letramentos. formação de professores e ensino de língua inglesa. Maceió:
Edufal, 2013.
O professor e pesquisador Ruberval Maciel (2013) propõe uma visão crítica sobre a questão
da emancipação nas práticas e na formação moderna dos professores. O autor explica que o título
“Eu sei o que é bom para você” faz alusão à discussão sobre “quem emancipa quem (em sala de
aula)?”, com o um colega igualmente pesquisador. “Nesse sentido, busco discutir alguns aspectos
relacionados à formação de professores com base em uma experiência de pesquisa colaborativa com
característica etnográfica da qual participaram duas professoras de uma escola pública em Campo
Grande-MS durante três anos.” (MACIEL, 2013, p. 248).
Antes de prosseguir com a exposição dos dados empíricos das duas professoras, o autor faz
uma reflexão sobre o que significa a palavra “emancipar”; de modo geral, conclui, que, emancipar-
se significa tornar-se independente ou livre de algum modo de opressão, como por exemplo o
movimento social feminismo que, emancipou as mulheres da subalternização masculina. “Assim, o
objeto da emancipação [sujeito a ser emancipado] torna-se livre como resultado da emancipação”.
(Ibid., p. 249).
Para fundamentar o conceito de emancipação pretendido, o autor busca fontes históricas e
teorias filosóficas para uma melhor compreensão de como os sujeitos foram emancipando-se ao
longo da constituição das civilizações. Nesse sentido, o Iluminismo é um momento-chave, já que
filósofos como Kant, postularam que o pensamento deveria ser visto como uma parte herdada da
natureza humana, além do ser humano só se constituir pela educação. Entretanto, o mundo ocidental
passou a ser regido por uma visão logocêntrica, hierarquizada, o que, por conseguinte, gerou
processos excludentes no âmbito da educação.
Considerando-se a vertente da educação crítica sob influência da teoria marxista ou neo-
marxista, pode-se considerar que a emancipação se detém em analisar as estruturas
opressivas, as suas práticas e as suas teorias. […] O emancipado, nessa perspectiva, é
incapaz de compreender as ideologias, bem como de identificar como o poder opera através
delas e, consequentemente, perceber como suas consciências são moldadas em função
disso. (Ibid., p. 250).