Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Eu e meus irmãos
CAPÍTULO II
Por volta dos anos 1952 à 1953, a Aceli descobriu por acaso o
programa “A hora da Boa Vontade” do Alziro Zarur no único rádio da
região, que ficava na casa do Homero ao lado da nossa casa. Conta a
minha irmã que, ocasionalmente, ao meio dia, sintonizou o rádio no
programa e ficou extasiada com o que ouviu. A voz de Zarur era
vibrante e transmitia serenidade e paz, alcançando o íntimo de sua
alma. Voltando para casa aquele dia, contou a novidade para mamãe.
No dia seguinte, a mamãe foi ouvir também o comentado
programa. Gostou tanto que em pouco tempo comprou o rádio do
Homero. Eu e meus irmãos não entendíamos nada de religiosidade
naquele tempo, mas as palavras de Zarur contagiavam a todos nós.
Diariamente ouvíamos Zarur entoar, ao som da melodiosa canção
“Noite Feliz”, os seguintes versículos: “Glória a Deus nas alturas, paz
na Terra aos homens de Boa Vontade” (Lc 2:14).
Para mim, ao que tudo indica, Zarur é a reencarnação de Allan
Kardec conforme está anunciado em Obras Póstumas: “...será
necessário que retornes, reencarnado num outro corpo, para completar
o que tiveres começado...” (protetor Z). Ainda hoje, quando ouço as
gravações dos programas da LBV, na voz de Alziro Zarur, sinto imensa
saudade da família reunida em torno do rádio no salão de nossa antiga
casa.
Com o tempo, o programa passou a ser transmitido à noite, das
20:00 às 22:00 horas. No início, o Alcides ouvia e até aprovava os
ensinamentos do Zarur, mas depois começou a criar uma certa
antipatia por ele. Tudo começou quando a Federação Espírita não
autorizou a publicação dos livros ditados pelo espírito Ramatis. O
então autor destes livros, Ercílio Maes, recorreu ao Zarur que lhe deu
total apoio para a expansão deles. Mas meu irmão não concordou com
esta decisão e a partir daí começou a se opor a LBV. Deste momento em
diante tornou-se um ferrenho crítico do programa.
Às vezes o Alcides estendia o horário da corrente espírita para
depois das 20:00 e a mamãe reclamava, lamentando perder o início do
programa do Zarur. Ele, supondo que a mamãe estava dando mais
valor a LBV do que ao Espiritismo, foi aos pucos dispersando as
reuniões mediúnicas na fazenda, talvez influenciado pelos espíritos
menos esclarecidos.
Para atestar o que suponho ter acontecido, houve recentemente
uma comunicação em nossa reunião de uma entidade raivosa que
falava, entre outras coisas, sobre o fim da corrente espírita anos atrás
aqui na fazenda, mas que, segundo a entidade, ficou um tal de Zarur...
Por fim, o Alcides acabou se mudando para uma fazenda que ele
comprou no município de Jataí. Contudo somos gratos ao nosso
saudoso irmão por ter dado os primeiros passos na formação uma
equipe de estudos Espíritas nesta região com o objetivo de
compreender a importância do Espiritismo em nossa vida.
No entanto a mamãe não deixou que a chama se apagasse
totalmente. Conservou o Culto Cristão do Lar três vezes por semana,
em cuja ocasião reunia a família. Entretanto, nestas reuniões, ainda
não havia nenhuma comunicação dos espíritos.
A insistência e a persistência da mamãe no caminho do
Cristianismo são a maior riqueza que ela deixou para a família.
A vida é um difícil aprendizado permeado de erros e acertos,
nem sempre nossas escolhas são feitas segundo os preceitos
superiores. É preciso muitas vezes que nos desviemos do caminho para
alcançarmos a nossa evolução espiritual. Num trecho de uma
mensagem recebida através da psicografia da Adailma do dia
03/05/2009 encontramos a seguinte reflexão:
“Não é tão fácil discernirmos com presteza em todos os
momentos e acertarmos sempre. É preciso o hábito de reflexão em
torno da vida, das questões evangélicas, o altruísmo de sentimentos e
uma preparação contínua para um equilíbrio maior.”
CAPÍTULO VIII
-------
‘‘
‘‘
‘‘
‘‘ ‘‘
‘‘
‘‘
‘‘ ‘‘
‘‘
‘‘
‘‘
‘‘
‘‘
‘‘
‘‘
‘‘
No final de nossas atividades espirituais, deixamos aqui, em singelas palavras, o nosso
profundo agradecimento ao nosso Senhor Jesus Cristo pela proteção e por tanto amor que nos
proporciona. Agradecemos os amigos espirituais, anjos guardiães, que sempre nos assistem.
Gratos ao apoio dos saudosos familiares que nos prestigiaram durantes todos estes anos com sua
presença.
A cada companheiro de tarefa, o nosso sincero sentimento de gratidão pela dedicação,
perseverança e boa vontade que, durante 19 anos, ou seja, 228 meses, dispensaram para conosco,
percorrendo longas distâncias, enfrentando chuva, lama, frio. E sempre no 1º domingo de cada
mês, aqui estavam presentes para as atividades mediúnicas do Grupo Espírita na Fazenda Babaçu.
Rogamos a Deus nos ampare e nos fortaleça em nossos compromisso de continuarmos este
trabalho na construção de um mundo melhor.
“Seguros estamos na Divina Segurança das Seguras Mãos de Jesus” (Paiva Neto)
Viva Jesus!
------