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Orixá

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Bastão de dança para discípulo de Xangô no LACMA - Los Angeles County Museum of Art.

Orixás (yoruba Òrìṣà) são considerados ancestrais africanos que foram divinizados[1], pois
durante sua vivência na Terra, supostamente adquiriram um controle sobre a aspectos
da natureza, como: raios, chuvas, árvores, minérios e o controle de ofícios e
das condições humanas, como: agricultura, pesca, metalurgia, guerra, maternidade,
saúde.[2] Correspondendo assim, aos pontos de força da natureza, manifestações
e arquétipos, que possuem características semelhantes aos dos seres humanos, pois
manifestam-se através de emoções, como: raiva, ciúmes, amor em excesso, passional.
Cada orixá possui um sistema simbólico particular composto de: cores, comidas, cantigas,
rezas, ambientes, oferendas, espaços físicos e até horários.
Como resultado do sincretismo que se deu durante o período da escravatura, com à
imposição do catolicismo aos negros, cada orixá foi associado a um santo católico, para
manterem os orixás vivos e não perder seu direito ao culto. Pois foram obrigados a
disfarçá-los na roupagem dos santos católicos, aos quais cultuavam apenas
aparentemente.[3]
Desde 2005, o Bosque sagrado da orixá Osun é um Patrimônio Mundial da UNESCO.[4] e o
oráculo Ifá do Orixá Orunmila uma Obra Prima da humanidade.[5]

Índice

 1História
 2Na África
 3No Brasil
 4Esculturas de Carybé no Museu Afro-brasileiro, Salvador.
 5Bibliografia
 6Ligação externa
 7Ver também
 8Referências
História[editar | editar código-fonte]

Religião Tradicional culto de Ifá

Existe uma divisão nos cultos: Ifá, Egungun[6], Orixá, Vodun e Nkisi, são separados pelo
tipo de iniciação sacerdotal.[7]

 O culto de Ifá só inicia Babalawos, não entram em transe.


 O culto aos Egungun só inicia Babaojés, não entram em transe.
 O Candomblé Ketu inicia Iaôs, entram em transe com Orixá.
 O Candomblé Jeje inicia Vodunsis, entram em transe com Vodun.
 O Candomblé Bantu inicia Muzenzas, entram em transe com Nkisi.
Em cada templo religioso são cultuados todos os orixás, diferenciando que nas casas
grandes tem um quarto separado para cada Orixá, nas casas menores são cultuados em
um único (quarto de santo) termo usado para designar o quarto onde são cultuados os
orixás.
Alguns orixás são só assentados no templo para serem cultuados pela comunidade,
exemplo: Odudua, Oranian, Olokun, Olossa, Baiani, Iyami-Ajé que não são iniciados Iaôs
para esses orixás.

Opon Ifá

A Iyalorixá ou o Babalorixá são responsáveis pela iniciação dos Iaôs e pelo culto de todo e
qualquer orixá assentado no templo, auxiliada pelas pessoas designadas para cada
função. Exemplo o Babaojé que cuida da parte dos Eguns e Babalosaim que é o
encarregado das folhas.
Apesar de serem de origem daomeana, Nanã, Obaluaiyê, Iroko, Oxumarê e Yewá, são
cultuados nas casas de nação Ketu, mas são muito raros os Iaôs que são iniciados, houve
casos de passar vinte ou trinta anos sem se iniciar ninguém para esses orixás que são
cultuados em locais separados dos outros.
Existem orixás que já viveram na terra, como Xangô, Oyá, Ogun, Oxossi, viveram e
morreram, os que fizeram parte da criação do mundo esses só vieram para criar o mundo
e retiraram-se para o Orun, o caso de Obatalá, e outros chamados Orixá funfun (branco).
Existem orixás que são cultuados pela comunidade em árvores como é o caso de Iroko,
Apaoká, os orixás individuais de cada pessoa que é uma parte do orixá em si e são a
ligação da pessoa, iniciada com o orixá divinizado; ou seja, uma pessoa que é de Xangô,
seu orixá individual, é uma parte daquele Xangô divinizado, com todas as características,
ou arquétipos.
Existe muita discussão sobre o assunto: uns dizem que o orixá pessoal é uma
manifestação de dentro para fora, do Eu de cada um ligado ao orixá divinizado, outros
dizem ser uma incorporação mas é rejeitada por muitos membros do candomblé, justificam
que nem o culto aos Egungun é de incorporação e sim de materialização. Espíritos
(Eguns) são despachados (afastados) antes de toda cerimônia ou iniciação do candomblé.

Na África[editar | editar código-fonte]


Na África, cada Orixá estava ligado originalmente a uma cidade ou a um país inteiro.
Tratava-se de uma série de cultos regionais ou nacionais. Şàngó em Oyó, Yemoja na
região de Egbá, Iyewa em Egbado, Ògún em Ekiti e Ondo, Òşun em Ilesa, Osogbo e Ijebu
Ode, Erinlé em Ilobu, Lógunnède em Ilesa, Otin em Inisa, Oşàálà-Obàtálá em Ifé,
subdivididos em Oşàlúfon em Ifo e Òşágiyan em Ejigbo. A realização das cerimônias de
adoração ao Òrìsá (yoruba) é assegurada pelos sacerdotes designados para tal em sua
tribo ou cidade.
Orixás na religião Iorubá :

 Exu, Orixá guardião dos templos, encruzilhadas, passagens, casas, cidades e das
pessoas, mensageiro divino dos oráculos.
 Ogum, Orixá do ferro, guerra, fogo, e tecnologia.
 Oxóssi, Orixá da caça e da fartura.
 Logunedé, Orixá jovem da caça e da pesca.
 Xangô, Orixá do fogo e trovão, protetor da justiça.
 Ayrà, Usa branco, tem profundas ligações com Oxalá e com Xangô.
 Obaluaiyê, Orixá das doenças epidérmicas e pragas, Orixá da Cura.
 Oxumaré, Orixá da chuva e do arco-íris, o Dono das Cobras.
 Ossaim, Orixá das Folhas, conhece o segredo de todas elas.
 Oyá ou Iansã, Orixá feminino dos ventos, relâmpagos, tempestades, e do Rio Niger.
 Oxum, Orixá feminino dos rios, do ouro, do jogo de búzios, e do amor.
 Iemanjá, Orixá feminino dos lagos, mares e fertilidade, mãe de muitos Orixás.
 Nanã, Orixá feminino dos pântanos, e da morte, mãe de Obaluaiê.
 Yewá, Orixá feminino do Rio Yewa.
 Obá, Orixá feminino do Rio Oba, uma das esposas de Xangô.
 Axabó, Orixá feminino da família de Xangô.
 Ibeji, Orixás gêmeos.
 Irôco, Orixá da árvore sagrada, (gameleira branca no Brasil).
 Egungun, ancestral cultuado após a morte em casas separadas dos Orixás.
 Iyami-Ajé, é a sacralização da figura materna, a grande mãe feiticeira.
 Onilé, Orixá do culto de Egungun.
 Oxalá, Orixá do Branco, da Paz, da Fé.
 Obatalá ou Orixanlá, o mais respeitado, o pai de quase todos orixás, criador do mundo
e dos corpos humanos.
 Ifá ou Orunmila-Ifa, Ifá é o porta-voz de Orunmila, Orixá da Adivinhação e do destino.
 Odudua, Orixá também tido como criador do mundo, pai de Oranian e dos yoruba.
 Oranian, Orixá filho mais novo de Odudua.
 Baiani, Orixá também chamado Dadá Ajaká.
 Olokun, Orixá divindade do mar.
 Olossá, Orixá dos lagos e lagoas.
 Oxalufon, Qualidade de Oxalá velho e sábio.
 Oxaguian, Qualidade de Oxalá jovem e guerreiro.
 Orixá Oko, Orixá da agricultura.

No Brasil[editar | editar código-fonte]

Esculturas de Carybé no Museu Afro-Brasileiro, Salvador.

No Brasil, em cada templo religioso, são cultuados todos os Orixás, diferenciando que nas
casas grandes tem um quarto separado para cada Orixá, nas casas menores são
cultuados em um único quarto de santo expressão usada para designar o quarto onde são
cultuados os Orixás.

Esculturas de Carybé no Museu Afro-brasileiro, Salvador.[editar | editar


código-fonte]

 Galeria de Esculturas



Bibliografia[editar | editar código-fonte]


Ver: Lista de livros com tema afro-brasileiro

 CARYBÉ [Hector Julio Páride Bernabó]. Iconografia dos Deuses Africanos no


Candomblé da Bahia. Salvador: Editora Raízes Artes Gráficas, 1980. 266 p.
 D'OBALUAYÊ, Batista. A Língua dos Orixás. 3. ed. Editora Império da Cultura, 1998,
brochura, 115 págs. ISBN 8586896098
 D'OBALUAYÊ, Batista. A Religião dos Orixás. 7. ed. Editora Império da Cultura, 1997,
brochura, 140 págs. ISBN 8590024636
 D'OBALUAYÊ, Batista. A verdadeira origem do Candomblé, seus Orixás e suas
Magias. 8. ed. Editora Império da Cultura, 1998, brochura, 140 págs. ISBN
8586896020
 D'OBALUAYÊ, Batista. Cânticos D'Candomblé em Louvor aos Orixás. 3. ed. Editora
Império da Cultura, 2002, brochura, 121 págs. ISBN 8586896195
 D'OBALUAYÊ, Batista. O Homem sob a Influência dos Orixás. Editora Império da
Cultura, 2012, brochura, 115 p. ISBN 9788586896347
 D'OBALUAYÊ, Batista. O Livro de Ouro dos Orixás. 3. ed. Editora Império da Cultura,
2002, capa dura, colado e costurado, 150 fotos em preto e branco, 350 p. ISBN
8586896209
 D'OBALUAYÊ, Batista. Oferendas Preferidas dos Orixás. 7. ed. Editora Império da
Cultura, 1998, brochura, 111 págs. ISBN 8590024660
 D'OBALUAYÊ, Batista. Orações e Preces aos Orixás. Editora Império da Cultura,
2011, brochura, 113 págs. ISBN 9788586896378
 D'OBALUAYÊ, Batista. Os Orixás e suas Qualidades. Editora Império da Cultura,
2014, brochura, 146 p. ISBN 9788586896446
 VATIN, Xavier. Rites et musiques de possession à Bahia. Paris: L'Harmattan, 2005.
 VERGER, Pierre Fatumbi, Dieux D'Afrique. Paul Hartmann, Paris (1st edition, 1954;
2nd edition, 1995). 400pp, 160 fotos em preto e branco, ISBN 2-909571-13-0.
 VERGER, Pierre Fatumbi, * Notas Sobre o Culto aos Orixás e Voduns. 624pp,
fotos em preto e branco. Tradução: Carlos Eugênio Marcondes de Moura EDUSP
1999 ISBN 85-314-0475-4

Ligação externa[editar | editar código-fonte]


 Ilé Asè Nagô-Yoruba
 Na África existem mais de 200 orixás, mas no Brasil eles foram reduzidos a 16 dos
quais, 12 são os mais cultuados.

Ver também[editar | editar código-fonte]


 Santeria
 Tabela de correspondência entre orixás, voduns e nkisis
 Lista de federações e associações de umbanda e candomblé

Você também pode gostar