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Capítulo V: “O planejamento”
2. As causas do processo:
a. Ordem histórica e casual: a intervenção no jogo de forças do mercado vem em
primeiro lugar e só depois o planejamento é realizado;
b. Trata-se de um processo de causação cumulativa: a intervenção aumenta com
o agravamento dos problemas (intervenção: solução de problemas específicos,
um foco menor/ planejamento: escala maior, um planejamento global):
i. Violentas crises internacionais a partir da 1° Guerra Mundial (crise
econômica e política);
ii. Racionalidade crescente da atitude da população;
iii. Crescimento do autogoverno provincial e municipal;
iv. Crescimento das empresas e organizações de interesses em larga
escala;
v. O aumento da complexidade econômica gerou confusões e
contradições: “A necessidade de uma coordenação racionalizadora foi
imposta ao Estado como órgão central da vontade política”.
3. As metas de desenvolvimento:
a. Tais metas são determinadas pelo processo político que fornece a base para o
poder.
b. As medidas de intervenção devem ser coordenadas: é preciso analisar a forma
como elas se combinam [diferente da anarquia de produção]
c. Os planejadores devem fazer previsões de curto e de longo prazo, com base
em estatísticas e bancos de dados. Mas as previsões não podem tomar a forma
de um plano rígido e universal.
d. Com base em prognósticos para o futuro, tenta-se modificar as diretrizes do
comércio.
4. Da intervenção ao planejamento.
a. As empresas representam interesses particulares, e não os interesses gerais e
comuns da nação.
b. A história nos mostra como as imensas estruturas de educação e saúde foram
edificadas. E as grandes reformas redistributivas: planos de previdência social e
assistência para os doentes, incapacitados, desempregados, idosos e crianças.
c. “Todos esses complexos de intervenção social e econômica foram o produto
final de um longo processo de mudanças fragmentárias, gradualmente
introduzidas, que nos diversos setores foram levadas adiantes, de início, como
medidas independentes e não-relacionadas de politica social, motivadas por
seu próprio mérito ou empreendidas como resposta a pressões de grupos”
(Exemplo da CLT no Brasil).
5. Previdência Social:
a. Argumento inicial: busca de maior justiça social e bem-estar de grupos
específicos e pessoas necessitadas;
b. Com o tempo, as reformas revelaram-se importantes para o aumento da
produtividade dos trabalhadores.
i. Um sistema público de educação mão de obra mais qualificada
c. Os adversários do Estado de Bem-Estar alegavam que a Previdência arruinaria
a economia dos países que adotavam o sistema. E o resultado foi justamente o
inverso.
i. Na verdade, favoreceu um ciclo de crescimento econômico nunca visto
no capitalismo.
d. Suécia: o país estava inaugurando um plano compulsório de pensões e
previdência para eliminar todas as distinções de classes. Todos os idosos
teriam a garantia de uma renda equivalente a 2/3 de seus “melhores quinze
anos de atividade profissional”.
e. Todos os gastos com previdência devem ser fundados na previsão das receitas.
“De outra maneira, representaria o mais impensado jogo com a economia
futura do país” [prever para prover].
i. É possível ter previdência publica sem afetar a economia de
mercado/gastos públicos.
6. Habitação:
a. Intervenção direta do Estado: através de leis e administração:
i. Nível dos aluguéis (ex: NY);
ii. Disponibilidade e preço da construção (Ex: material de construção civil,
cimento etc. – o governo pode subsidiar alguns impostos para facilitar
que a população tenha oportunidade de construir suas casas);
iii. Créditos hipotecários;
iv. Regulamentação dos mercados de trabalho e de material de
construção (regulamentação do mercado – a ideia da liberdade
contratual/livre negociação entre patrão e empregado NÃO existe).
b. Intervenção indireta do Estado: através do provimento da infraestrutura
(transporte, moradia etc.).
c. A construção civil movimenta toda a atividade comercial;
8. O pleno emprego:
a. No apogeu do liberalismo o desemprego em massa era aceito como
consequência natural dos ajustes necessários do mercado (isso volta no
governo Thatcher entre 1970-1980). O governo pouco ou nada podia fazer a
respeito.
b. Mudança de atitude:
i. Resultado do aumento do poder político da classe trabalhadora e do
processo de democratização. (O aumento do sufrágio teve influência
nisso);
ii. A consciência social aumentou em relação ao sofrimento dos
desempregados e suas famílias.
c. No início, as medidas tinham uma natureza compensatória: reduzir o
sofrimento dos desempregados com algum tipo de auxílio. Mas, essa era uma
forma de combater os sintomas e não do desemprego.
d. Não basta o seguro-desemprego: O Estado deve proporcionar novas
oportunidades de trabalho para os desempregados.
e. Durante a Grande Depressão, as obras públicas se espalharam pelos países
ocidentais. Aumentou a pressão dos trabalhadores por aumentos salariais.
i. Construções de barragens, usinas hidroelétricas, estradas etc. essas
obras ajudaram a reativar o consumo (política anticíclica).