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OFÓ - A FORÇA DA PALAVRA

A RELAÇÃO DA PALAVRA NA COSMOGONIA YORUBA

Cosmogonia é uma palavra que dá origem aos princípios fundamentais


da criação. A ciência sugere que a formação do universo esta
relacionada a partir de uma explosão cósmica, prevalecendo valido
para a cultura da sociedade mundial os registros radiotelescópios feitos
através de décadas de estudos. Observando pelo lado de nossas
questões religiosas, podemos observar e repassar o ensinamento da
cosmogonia dentro dos terreiros através das citações da deidade maior
conhecida pelo nome de Olódùmaré, o princípio fixo, fonte inalterável
de energia criativa, Deus Supremo e Criador do universo e de todas as
coisas nele contidas. Quando ele se comunica com as outras
divindades, libera uma força em suas palavras que é entendida por nós
com o nome de Òró, uma palavra que expressa o poder da criação e que
só pode ser utilizada pelos sacerdotes quando precisam se entoar suas
súplicas diretamente para Olódùmaré.

Elá é a divindade do tempo, o único mutável do panteão yorùbá e esta


presente desde o princípio da criação, é também a fonte de tudo aquilo
que chega ser criado. Quando Olódùmaré pensou em dar forma ao
Àiyé, extraiu de dentro de si Elá e Òrunmilá, que representam os
primeiros Ikole Òrun, nos princípios de expansão e contração. Eles
representaram as simbologias dos Odú, o poder da transformação na
criação da natureza e a aparição dos Imolé para a administração das
forças de composição do Àiyé. Quando os Imolé levaram as substâncias
para dar forma ao planeta, se tornam Igbamolé, forças invisíveis das
coisas naturais que propiciaram a evolução, que em custo da evolução
das espécies passaram a ser chamados de Irúnmole. Este é o processo
Ifá que modifica a descida de um Ikole Òrun para Ikole Àiyé, ou seja, o
mito da descida do corpo celeste para a criação da pessoa no mundo
físico. Isto representa na cadeia da criação dos seres uma forma relativa
e prática de organizar o número de seres e sua distribuição e evolução
nos Mésón Òrun ordenada por Olódùmaré, rendendo para Òbátalá o
equivalente para a ciência, a informação genética de todas as espécies.

Ifá conta que a criação aconteceu através do testamento expressado


pela vontade de Olódùmaré, onde os Bàbálawos ensinam que a palavra
tem que ser capaz de interagir entre as fontes de comunicação e fontes
naturais, que por sua vez são controladas pelos deuses primordiais
criados por Olódùmaré chamados Òrìsà ou Ebora. Basicamente, existe
um complexo ritual e administrativo que envolve estas divindades com
o principio da criação e formação de todas as coisas contidas no mundo
dos vivos denominado Àiyé, mais a complexidade deste hemisfério
organizado não esta somente centralizada nas formas que a natureza
toma, mas sim na relação entre seres vivos, ancestrais, deuses
primordiais e o Criador.

Quando nós recorrermos ao poder da palavra, queremos realçar o


seguinte; Olódùmaré, transformou a evolução do universo a partir da
sua vontade e repassou para os Òrìsà o modo mais apropriado para
manter e transformar. Podemos notar que o repasse de informações
partem através desta questão, observando que o ensino da palavra vem
sendo aplicado por nossos ancestrais e vem sendo aplicado nas
gerações da mesma forma que os alunos aprendem como seus
professores, observamos então o poder que a palavra tem entre as
questões do tempo e transformação.

Embora a palavra Òrò corresponda ao chamado e expressões de


Olódùmaré com as divindades, o nome da interligação das palavras
entre os homens se chama Òfó, que se expressam para realçar qualquer
ritual dentro das tradições dos Òrìsà e Ifá. Òfó é também conhecido
como encantação, que em particular causa a transformação das coisas
na vida do homem, pelas preces enviadas para as forças naturais
invocadas pelos sacerdotes. Sua energia deverá por eles ser bem
aplicada e com clareza, para assim conseguirem alcançar a mais pura
energia sem a qual nenhum ritual terá valor.

O ensino do poder na liturgia revelada pela palavra é aplicado nos


templos da diversidade de segmentos relacionados as religiões afro-
descendentes e no corpo literário das ramas de Ifá. Estão
correlacionados nesta transmissão as Àdúrà, que são as rezas
denominadas para as divindades e os poemas que correspondem aos 16
Odú Meji, signos principais de Ifá que formam outros 240 Omo Odú
que são é a voz expressa de Olódùmaré no ato da criação.

Òrunmilá é o princípio Cardeal, testemunha e personagem principal de


tudo aquilo que chega a ser criado, é o responsável da comunicação dos
deuses com à humanidade e vice-versa. Sua atuação esta sempre
presente em todos os segmentos e processos nos dois mundos. Ele
observa e mantém as questões oraculares que são repassadas para os
novos integrantes do corpo litúrgico de sacerdotes da nossa religião que
devem ensinar os noviços como consultar as ligações entre o mundo
material e o mundo espiritual. Neste momento é que os aprendizes
estarão recebendo o poder da palavra na qualidade de Òfó, que tornará
possível a comunicação para se obter respostas as premonições e
revelações dos Odú em seus dilemas e feições.

REZA QUE ESTÁ NO AUDIO

OFÒ TI ÀSE ( QUER DIZER ENCANTAMENTO )

Àse Òrìsà lenu mi o


Força de Orixá em minha boca
Àse Òrìsà lenu mi
Força de Orixá em minha boca
Gbogbo ohun mo tí wi
Toda minha voz é entendida
Níki irun ìmònle oba o
e sentida pelos 400 Espíritos Reais
Àse Òrìsà lenu mi.
Força de Orixá em minha boca.
Asè

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