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OBALÚAYIÉ - OMOLÚ – XAPANÃ

Recebe também os títulos de Warìwarùn, Babalúayé e Alápó.

Dia: segunda-feira
Dia da Semana Yorubá: ojo isegun (dia do vencedor)
Data: 13 ou 16 de agosto.
Metal: chumbo
Cor: branco, vermelho, preto.
Partes do corpo: a pele e os pulmões.
Animais: porco
Comida: deburú (pipoca), abadô (amendoim pilado torrado), latipá (folha de mostarda) e abêrem
(bolo de milho envolvido na folha de bananeira), sarapatel, cuscuz e Inhame.
Arquétipo: sóbrios, reservados, generosidade destacada, geniosos, independentes, teimosos,
tendência ao masoquismo.
Símbolos: xaxará ou ileô (instrumento de palha com que limpa as doenças e os males espirituais).
Saudação: Atoto.
Domínio: Terra, Eguns, Doenças, arvore, cemitério, estradas abandonadas.
Força Emanada (axé): Saúde e riquezas da terra.
Obaluaiê
Filho de Oxalá e Nanã, esse orixá, que também é conhecido pelos nomes de Omulu e Xapanã, é o
senhor da morte e da vida, da doença e da cura. Seu rosto se oculta sob uma vestimenta de palha,
material empregado nos ritos fúnebres africanos. Conta a lenda que, ao nascer, Obaluaiê era tão
feio que sua mãe não suportou olhá-lo, e quem o criou foi a doce e maternal Iemanjá. No
sincretismo religioso, está associado a São Lázaro e a São Roque.

OBALUWAYE é um EBORA primordial e assim associado à criação e considerado como o grande


regente do planeta. Tido como filho de Nana, no Brasil, sua origem, forma, nome e culto na África
é bastante variado, de acordo com a região, essa variação de nomes é de conformidade com a
região, Obaluaiê/Xapanã em Tapá (nupê) chegando ao território mahi ao norte do Daomé;
Sapata é sua versão fon, trazido pelos nagôs.
Em alguns lugares se misturam em outros são deuses distintos, confundido até com Nana Buruku;
Omolu em kêtu e Abeokuta. Seu parentesco com Oxumarê e Iroko é observado em Kêtu (vindo
de Aisê segundo uns e Adjá Popo segundo outros), onde pode se ver uma lança (okó Omolu)
cravada na terra, esculpida em madeira onde figuram esses três personagens superpostos, também
em Fita próximo de Pahougnan, território Mahi, onde o rei Oba Sereju recebera o fetiche Moru,
três fetiches ao mesmo tempo Moru (Omolu), Dan (Oxumarê) e seu filho Loko (Iroko).
A terra, no sentido mais amplo da palavra, é sua matéria de origem, sobre a qual detém o poder e
domínio absoluto. A terra é uma unidade cósmica, viva e ativa. Ela é o fundamento de todas as
manifestações. Tudo o que compõe a terra, ou seja, sua extensão, a variedade de seu relevo e da
vegetação que nela cresce, enfim, tudo o que está sobre a terra está em conjunto e constitui uma
grande unidade. A terra encontra-se no começo e no fim de toda a vida. Toda a forma nasce dela,
viva, e retorna para ela no momento em que a parte de vida que lhe tinha sido concedida se
esgotou. OBALUWAYE está relacionado à terra e à tudo o que dela advém, ao retorno, ao pó, à
transformação, à regeneração, ao renascimento, pois é sabido que "tudo o que sai da terra é
dotado de vida e tudo o que volta para a terra é de novo provido de vida".
OBALUWAYE, como o senhor da terra, mantém o domínio e a responsabilidade pelo equilíbrio
e ajuste da mesma. Mas, o que se entende por domínio?
Como EBORA consagrado à terra e sendo a terra o fundamento de todas as manifestações,
deve-se pedir à OBALUWAYE permissão para o seu uso, pois tudo o que se movimenta, planta,
constrói, cultiva ou se cria sobre a terra está sob sua "jurisdição".
Essa necessidade de pedir permissão à OBALUWAYE para tudo o que deva ocorrer em seus
domínios reflete-se, inclusive, no culto ao EBORA, onde antes de qualquer cerimonial, louva-se a
terra, como que pedindo "licença" para que os rituais que serão desenvolvidos ocorram em
condições adequadas de equilíbrio e "frescor" da terra.
Interessante reforço a este conceito encontramos em um Itan relatado por Deoscoredes M. dos
Santos e Juana Elbein, em sua monografia "West African sacred art and rituals in Brazil",
apresentado à UNESCO em 1967, e que reproduzimos: "segundo alguns mitos, OBALUWAYE, ILE
(terra) e ORUNMILA empreenderam uma viagem e no retorno encontraram-se com os
remanescentes cento e noventa e oito Orisa. Quando se reencontraram decidiram eleger ILE como
a Mãe, ORUNMILA como o Pai e SHOPONNA como o Oba - o Rei dos ORISA, chamando-o então
de OBA-AWON-OLU. Posteriormente, quando os homens reconheceram a existência de alguns
ORISA no orun, substituíram o título por OBA-OLU-AIYE, para deixar claro que SHOPONNA é o Rei
de todos os ORISA no mundo, ou seja, em qualquer lugar em que os ORISA pudessem ser
encontrados no aiye, SHOPONNA seria considerado seu Rei." É por essa razão que os Yorubá
saúdam OBALUWAYE com a expressão: "KABIYESI", significando "Vossa Majestade".
Os Yorubá, freqüentemente, em ocasiões de festividade ou de culto, entoam cantigas pedindo
permissão ao Rei e Senhor, chamado então de OLODE, Senhor dos espaços abertos, para o uso da
terra:
E JE' NG B' ON'-ILE LERE, BI O JE A JO, E JE' NG B' ON'-ILE LERE, BI O JE A JO.
Deixe-me obter a permissão do Senhor da terra, Se Ele permitir, dançaremos, Deixe-me obter a
permissão do Senhor da terra, Se Ele permitir, dançaremos.
Da mesma forma, para que se possa trabalhar o cultivo da terra pede-se, também, permissão
a OBALUWAYE:
OLOKO A YO SESE, OLOKO A YO SESE OWU 'I 'LA K' INU O B' OLOKO O: OLOKO A YO SESE; AWA
'I 'LU, K' INU O B' OLODE O OLODE A YO SESE.
OLOKO* poderia ser profundamente agradado OLOKO poderia ser profundamente agradado. O
algodão não queimaria. E não desagradaria OLOKO. OLOKO poderia ser profundamente agradado.
Nós não manuseamos as ferramentas. E não desagradamos OLODE. OLODE poderia ser
profundamente agradado.
* OLOKO é um dos nomes pelo qual OLODUNMARE é conhecido.
Todas as formas de vida geradas pela terra e da terra constituem um sistema solidário, em que os
laços que ligam a vegetação, o reino animal e os homens, "gente da terra", estão unidos por uma
mesma força que os anima e que é a vida. Vida que pulsa tanto na mãe terra como em suas
criaturas, caracterizando-se, a terra, como uma unidade de ordem biológica. Quando qualquer dos
modos desta vida é atingido, causando um desequilíbrio, todo o sistema é afetado, visto que ele,
em si, compõe-se como um todo, como uma unidade. OBALUWAYE, também conhecido por
"Senhor das Águas quentes" ou "Senhor das Terras quentes" (ILE GBONA) promove o equilíbrio e o
ajuste do sistema através dos elementos constitutivos de sua própria natureza. As águas quentes, o
calor, as estações de seca e temperatura elevada, são ambientes favoráveis à disseminação de
doenças de extinção populacional e não individual. OBALUWAYE, então, regula o sistema através
da manifestação de doenças epidêmicas, a malária, a peste bubônica e, especialmente, doenças de
pele como a lepra e a varíola, sendo chamado, por isso, de SHOPONNA, cujo significado literal é
"varíola". Vale ressaltar que todas essas doenças têm como sinais principais, febre alta, tremores e
calafrios, denotando a característica principal de OBALUWAYE que é o calor e as altas
temperaturas. O Iorubá descreve SHOPONNA como a "destruição do meio-dia", hora em que o sol
tem de fato seu poder destruidor e a terra sua temperatura mais alta. Assim, diz-se que quando
alguém sofre febre e delírio está sob o domínio de OBALUWAYE. A terra é o vasto domínio e reino
de OBALUWAYE. A terra ventre, a fonte inesgotável de todas as existências, o coloca, portanto,
em íntima ligação com a matriz feminina representada por IYA MI.
A característica essencial da terra é a de geração da vida. Tudo o que tem forma e vida nasce dela
e tudo o que é inerte e estéril volta à ela, fazendo com que a capacidade geradora da terra se
restabeleça e se forme uma nova vida.
Os mortos são devolvidos a terra. Tal qual as sementes são enterradas, penetrando uma região da
terra só à eles acessível. No interior da terra se transformam, se regeneram, propiciando o
renascimento e a continuidade da vida. A força do poder ancestral, portanto, está fortemente
associada ao poder de geração da vida. Do exposto fica nítido concluir a estreita ligação entre
OBALUWAYE e os ANCESTRAIS. Os ancestrais "habitam" a terra, matéria de origem e reino
absoluto de OBALUWAYE que, em decorrência, exerce sobre eles pleno poder e domínio.
OBALUWAYE, através da associação terra (matéria de origem) e os ancestrais, mantém o
equilíbrio planetário através do ciclo retorno, pó, renascimento. OBALUWAYE está associado ao
tronco e às árvores, sendo que a representação coletiva dos ancestrais (espíritos da terra) é o
feixe das nervuras das palmas do igi-ope, elemento básico do sasara, emblema de OBALUWAYE.
As árvores simbolizam a própria fonte da vida, pois se regeneram periodicamente, fazendo com que
o ciclo da vida seja inesgotável. A vida como um novo nascimento, como fecundidade, riqueza,
saúde e imortalidade. Outra função importante associada a OBALUWAYE é sua ligação com,
ou senioridade sobre, o sangue vermelho, representado pelo osun. Corroborando estas questões
reproduzem trecho de um Itan do ODU OSE OYEKU: "OBARISA ama o efun, OBALUWAYE ama o
osun, OGUN ama o carvão, ODUDUWA ama a lama...". E mais, "OBALUWAYE pega o osun, no
osun onde ele esfrega seu corpo...", concluindo adiante, "ODU diz, se eles adoram a cabaça de
osun, ela responderá...".
Este Itan não só associa OBALUWAYE ao asé do sangue vermelho, representado, como dissemos,
pelo osun, como demonstra a ligação desse EBORA com o poder ancestral feminino, representado
por ODU. Essa sua particular relação com o asé do sangue vermelho não
exclui sua função de transportador do asé dos sangues branco e preto, o primeiro representado
pelos cauris, símbolo por excelência da capacidade geradora da matriz feminina e porção
individualizada de matéria, o segundo, representando a terra, enquanto "ventre fecundado", e os
espíritos nela contidos. OBALUWAYE, como EBORA primordial, é detentor do princípio regulador
da terra. À cada desequilíbrio corresponde uma ação que se dá através dos elementos constitutivos
de sua própria natureza, visando o ajuste do sistema.
Desta forma e, ciclicamente, a harmonia da terra e dos seres que nela habitam se restabelece em
saúde, regeneração e riqueza.
Ele lidera e detém o poder dos espíritos e dos ancestrais, os quais o seguem.
Oculta sob o saiote o mistério da morte e do renascimento (o mistério do gênesis). Ele é a própria
terra que recebe nossos corpos para que vire pó.
Também é um vodum Jêje conhecido por Sapata, sendo também cultuado por outras nações.
Poderoso orixá, filho de Nana Buruku (Anabioko) e Orixalá (Oulissassa).

Etimologia:
OBA significa Rei (Oni), ILU espíritos e AIYÊ, significa terra, ou seja, Rei de Todos os Espíritos do
Mundo. OBALUWAYE = OBA - OLU – AIYE = "Rei que é o Senhor do Aiye"; Obaluaiê; "Rei dono da
Terra", Omolu "Filho do Senhor", Sapata "Dono da Terra" são os nomes dados a Sànpònná (um
título ligado a grande calor - o sol - também é conhecido como Babá Igbona = pai da quentura)
deus da varíola e das doenças contagiosas, é ligado simbolicamente ao mundo dos mortos. Outra
corrente os define como: Obaluayê: Obá - ilu; aiye; Rei, dono, senhor; da vida; na terra; Omolu;
Omo-ilu; Rei, dono, senhor; da vida. Canjanjá na Angola.
Sua dança o Opanijé (cuja tradução é: ele mata qualquer um e come), como um ser doente onde
mostra suas feridas, o céu e a terra, sua lenda, em outras danças, dança curvado para frente, como
que atormentado por dores, e imitam seu sofrimento, coceiras e tremores de febre.
Sua Saudação é "Atoto" quer dizer; Silêncio - escutai; hora da devoção.

Origem:
As origens nago-yorùbá do Vodun Sapata são confirmadas durante os rituais de iniciação, onde os
Sapatasi são tratados pelo nome de "ànàgonu (nagôs)" e o idioma usado nas orações é o Yorùbá.
O que temos, de origem Fon, é que Nàná Bùkùú é mãe de todos os Sapatas. Portanto, na minha
visão, Obàluwàiyé-Omolú-Sòpònón são uma só divindade, valente guerreiro, Òrìsà conquistador
e desbravador de territórios, portanto cultuado para obtenção de progresso e prosperidade. O Título
de Jagun (Fazedor de Guerra - Guerreiro) justifica a visão de ser ele jovem guerreiro.
Uma ìtòn conta que Sòpònón nasceu em Empe, território Tapá também chamado Nupe. Ele era
um valente guerreiro que acompanhado por suas tropas percorria o Céu e os quatro cantos da
Terra, massacrando impiedosamente seus inimigos que morriam mutilados ou de pestes variadas.
Chegando ao território Mahi causou pânico aos habitantes locais, que consultaram um Babaláwo
que afirmou: "O Valente guerreiro chegou, e se tornará o Senhor deste País, fazendo esta terra rica
e próspera. Se o povo não o aceitar ele o destruirá. É necessário que se façam muitas oferendas a
ele, todas que ele goste, como: inhame pilado, feijão e farinha de milho, azeite de dendê, picadinho
de carne e muita pipoca. Todos devem respeitá-lo e servi-lo. Quando o povo reconhece-lo como
Rei, Sòpònón não mais os destruirá". Quando o guerreiro chegou os habitantes do local o
reverenciaram, colocando suas testas no chão e gritando "Atótóo!" (Silêncio). Assim Sòpònón
aceitou os presentes dizendo:

"Eu os pouparei. Em todas as minhas viagens sempre encontrei desconfiança e hostilidade, mas
aqui foi diferente. Construam um palácio e aqui será minha moradia doravante ".
Sòpònón instalou-se então em Mahi tornando o País próspero e rico, e nunca mais voltou a Empe.
Recebeu então um novo nome "Sapata", mas também era chamado de "Ainon / Senhor da Terra"
ou então "Jeholú / Senhor das Pérolas" Ele tem o controle das epidemias e doenças contagiosas,
usando-as como punição aos que o ofendem e conduzem-se mal.

Tratar Obàlúwàiyé como jovem, e Omolú como velho são configurações dos cultos Afro-
brasileiros. Como diz o Bàbálòrìsà Altair t’Ògún: "As pessoas vão conhecendo Títulos de um mesmo
Òrìsà e vão criando deuses diferentes baseados nesses Títulos".

O lugar de origem de Obalúayé é incerto, há grandes possibilidades que tenha sido em território
Tapá (ou Nupê) e se esta é ou não sua origem seria pelo menos um ponto de divisão dessa crença.
Conta-se em Ibadã, que Obalúayé teria sido antigamente o Rei dos Tapás. Uma lenda de Ifá
confirma esta última suposição. Obalúayé era originário de Empê (Tapá) e havia levado seus
guerreiros em expedição aos quatro cantos da terra. Uma ferida feita por suas flechas tornava as
pessoas cegas, surdas, ou mancas. Obalúayé chegou assim ao território Mahi, ao norte de Daomé,
batendo e dizimando seus inimigos. Pôs-se a massacrar e a destruir tudo que encontrava à sua
frente. Os mahis, porém tendo consultado um Babalaô, aprenderam como acalmar Obalúayé, com
oferendas de pipocas. Assim tranqüilizado pelas atenções recebidas, Obalúayé mandou-os construir
um palácio, onde ele passaria a morar, não mais voltando ao país de Empê. Mahi prosperou e tudo
se acalmou. Apesar dessa escolha, Obalúayé continua a ser saudado como Kábiyèsí Olútápà Lempé
(Rei de Nupê em país Empê).
Doença
Ele é o símbolo da terra, médico dos pobres, senhor das epidemias e deus da bexiga (doença de
pele). Corresponde à pele e assim castiga com as doenças da pele: dermatose, varíola, lepra, etc.
Como essas doenças começam com vômitos, tem sob sua guarda as plantas estomacais e
depurativas. As pústulas das doenças são consideradas "vulcões" (simbolismo), assim como a
panela de barro emborcada nos assentamentos do santo simboliza a marca deixada pela doença.

Representações:
Xaxará:
Associado na África, onde houve, e ainda há ocasionalmente, grandes endemias e epidemias.
Sua "arma" (emblema) é o Xaxará (Sàsàrà), espécie de cetro de mão, feito de nervuras da palha do
dendezeiro, enfeitado com búzios e contas, em que ele capta das casas e das pessoas as energias
negativas, bem como "varre" as doenças, impurezas e males sobrenaturais.
Esta representação nos mostra sua ligação a terra, ao tronco e ramo das árvores, transporta assim
o Asé (axé) preto, vermelho e branco. Está relacionado com o axé preto (terra), contido no segredo
do "ventre fecundado" e com os espíritos contidos na terra.
Contas:
Suas contas como Omolu são vermelho, preto e branco, como Obaluaiê o preto e branco, como
Xapanã, o preto e vermelho.
O colar que o simboliza é o lagidiba, cujas contas são feitas de semente existente dentro da fruta do
Igi-Opê ou Ogi-Opê, palmeiras pretas. Também usa um lagidiba, feito de pequenos discos preto de
chifre de búfalo cortado em rodelinhas, é usado para proteger de doenças e tem uma conotação de
grau hierárquico.
Usa também brajá, um colar longo de cauris. Faz muito uso dos cauris (búzios) em seu brajá (colar
de búzios) e nos paramentos.
Búzios:
OBALÚAYÉ é o patrono dos cauris e do conjunto dos 16 búzios, que reina do instrumento ao
sistema oracular: o érindílogun, que lhe pertence. Em uma região é ligados a riqueza e ao conjunto
de 16 búzios + 1 da leitura esotérica "érindílogun".
Owó nlá bànbà -----------------Dinheiro (cauris) grande, imenso.
Ójísè owó nlá bànlà -----------Mensageiro da riqueza.
Owó nlá bànbà -------------dinheiro grande, imenso.
Na Nigéria os owó érindílogun adoram Obaluaiê e usa no punho esquerdo, uma tira de Igbosu
(pano africano) onde são costurados cauris esó.
OBALÚAYÉ mede a riqueza com cântaros, mas o povo esqueceu-se de sua riqueza e só se lembra
dele como o Orixá da moléstia.

Vestimenta:
OBALÚAYÉ representa a terra e o sol, aliás, ele é o próprio sol, por isso usa uma coroa de palha
(AZÊ) que tampa seu rosto, porque sem ela as pessoas não poderiam olhar para ele. Ninguém pode
olhar o sol diretamente. Esta fortemente relacionada com os troncos e os ramos das árvores e
transporta o axé preto, vermelho e branco. Sua matéria de origem é a terra e, como tal, ele é o
resultado de um processo anterior. Relaciona-se também com os espíritos contidos na terra.
Sua vestimenta é feita de ìko, é uma fibra de ráfia extraída do Igí-Ògòrò, a "palha da costa",
elemento de grande significado ritualístico, principalmente em ritos ligados a morte e o
sobrenatural, sua presença indica que algo deve ficar oculto.
É composta de duas partes o "Filá" e o "Azé", a primeira parte, a de cima que cobre a cabeça é uma
espécie de capuz trançado de palha da costa, acrescido de palhas em toda sua volta, que passam
da cintura, o Azé, seu asó-ìko (roupa de palha) é uma saia de palha da costa que vai até os pés em
alguns casos, em outros, acima dos joelhos, por baixo desta saia vai um Xokotô, espécie de calça,
também chamado "cauçulú", em que oculta o mistério da morte e do renascimento.
Nesta vestimenta acompanha algumas cabaças penduradas, onde supostamente carrega seus
remédios. Ao vestir-se com ìko e cauris, revela sua importância e ligação com a morte.

Comemoração:
Sua festa anual é o Olubajé, (Olu - aquele que, ba - aceita, jé - comer; ou ainda: aquele que come),
são feitas oferendas e são servidas suas comidas votivas, seus "filhos" devidamente "incorporados"
e paramentados oferecem as mesmas aos convidados/assistentes desta festa, em folhas de
bananeira ou mamona.

Ewo:
Suas quizilas (proibições) mudam de casa para casa, e de nação para nação; carneiro, peixe de rio
de couro, caranguejo, carne de porco, pipoca, jaca...

Omolú, de origem Jeje e posteriormente cultuado pelos Yorùbá, está relacionado com a varíola e
doenças infecciosas e epidêmicas, de um modo geral. Òrìsà misterioso, como Ìrokò, Òsùmàrè e
Nàná.

Os Voduns Daometanos tem características básicas que os diferenciam dos Òrìsà Yorùbá, pois são
associadas a conceitos de castigos e punições, suas ameaças são mais graves e conseqüentes, com
grande potencial de repressão ao ser humano; enquanto as divindades Yorùbá são mais
extrovertidas, mais humanizadas e passionais.

Dentro desta visão temível, ele é uma divindade terrível que exige muito respeito, e simplesmente a
menção do verdadeiro nome de Omolú, pode trazer castigos e envolver riscos.

Cabe a ele o controle sobre todas as doenças, principalmente as epidêmicas, podendo causar, ou
curar. Está relacionado com a varíola, pois esta doença causou muitas mortes em Daomé. Dentro da
visão dos Òrìsà como as forças da Natureza, é Omolú o momento em que a revolta Natural se faz
presente através da passagem das epidemias atacando toda uma comunidade de cada vez, ou
ainda o mundo todo.

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