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Introdução
O trabalho a ser abordado terá como tema principal, os pronomes clíticos. As línguas possuem
diferentes formas de pronúncia, de escrita, de adaptação, enfim, existe uma grande divergência
nas maneiras de como usamos a linguagem; mesmo que sendo fluente na língua existe e sempre
existirá alguma coisa que faça com ocorra essa divergência.
Algumas são, o uso da forma gramatical, que na maior parte das vezes é usada em convívios
formais, se assim podemos dizer. A esta questão, poderemos acrescentar uso do clítico,
pronunciado como um afixo, contudo desempenha um papel sintáctico no nível de sintagma. Em
outras palavras, clíticos possuem a forma de afixos, mas a distribuição de elementos funcionais.
Nesse trabalho teremos como objectivo, fazer compreender à qualquer um que ler este trabalho,
assim como, a nós mesmos, pois pela complexidade do tema, demonstra que deve se ter interesse
pelo mesmo para se poder perceber algumas palavras, e de como elas são formadas.
2. Conceito: Clítico
2.1.Pronomes
2.2.Pronomes Clíticos
Segundo a Gramática da Língua Portuguesa (Editorial Caminho), de M.ª Helena Mira Mateus et
al., os pronomes clíticos são pronomes pessoais que também podem ser designados pronomes
átonos ou clíticos especiais.
1ª singular me me me
2 ª singular te te te
Os pronomes clíticos não se limitam a denotar a pessoa gramatical, podendo exibir uma função
predicativa, ou revestir-se de propriedades morfo-sintácticas características de alguns sufixos
derivacionais.
1. Exemplos:
a) Ele viu-me ontem na praia.
b) Eu ofereci-lhes um gelado (a cada um).
2. Exemplos:
a) As crianças lavaram-se rapidamente antes de ir para a escola.
b) Eles cumprimentaram-se um ao outro cerimoniosamente.
3. Simpáticos para nós, eles sempre assim o foram.
4. Os cafés entornaram-se devido ao desequilíbrio do empregado.
No exemplo (3) o clítico denota um predicado e não uma entidade. Em suma, podemos definir os
pronomes clíticos como palavras pelas quais se identifica uma entidade gramatical, e que podem
substituir o sentido de uma frase, como por exemplo, transformar-se num predicativo.
Os clíticos também servem de vocábulos tónicos e átonos, pois nesses grupos de força certos
vocábulos perdem seu acento próprio para unir-se ao outro que os segue ou que os precede.
Clíticos (que se inclinam) ou átonos (porque se acham destituídos de seu acento vocabular).
Os clíticos também podem ser chamados por proclíticos se precederem o vocábulo tónico a que
se incorporam para constituir o grupo de força: o rei; ele disse; bom livro; deve estar.
Dizem enclíticos se vêm depois do vocábulo tónico: disse-me; ei-lo; falar-lhe. São enclíticos as
formas pronominais me, te, se, nos, o, a, os, as, lhe, lhes, quando propostas ao vocábulo tónico.
Os pronomes tónicos preposicionados a ele, a ela, a mim, a ti, a nós, a vós podem aparecer, na
língua exemplar, nos seguintes casos, em vez das formas átonas (lhe, me, te, nos, vos);
Devemos saber que o pronome o (os) em referencia a nomes de géneros diferentes, por
neutralização:
“No latim eram quatro os pronomes demonstrativos. Todos eles conserva o português”[PL apud
Bechara]
“Olha ele!”
a) João se banha.
A nossa experiencia do mundo admite a hipótese de João banhar a si mesmo ou banhar uma
outra pessoa: João banha o filho pela manhã.
Já na seguinte oração:
O significado do verbo amar e a nossa experiencia do mundo que, em geral, tratando de duas
pessoas, supõem o amor de alguém A dirigido a outro alguém B, permite-nos dar outra acepção,
contextual, ao originário significado unitário de “reflexividade”; isso nos quer dizer que “João
ama Maria” e que “Maria ama João”. Então, não mais se trata de “reflexividade pura”, mas de
“reflexividade recíproca”.
Logo, é possível que a interpretação mais natural seria a de um reflexivo recíproco; mas se
acrescentarmos João e Maria se miram no espelho, mais natural nos parecerá a interpretação de
reflexivo “próprio”. Portanto, são interpretações contextuais, e não valores de língua.
Fugir _ Fugiu-me
Alguns clíticos põem ser entendidos como elementos passando por um processo histórico de
gramaticalização.
O que quer dizer, um item lexical autónomo pode, no contexto particular, perder as propriedades
de uma palavra totalmente independente com o tempo e adquire as propriedades de u afixo
morfológico (prefixo, sufixo, etc.).
6.1.Quando vários clíticos co-ocorrem, a ordem por que surgem é igualmente distinta da
canónica, aparecendo primeiro o clítico impessoal (sujeito), depois o clítico dativo e por
fim o acusativo, como por exemplo:
6.2.Uma segunda propriedade distingue estes dois tipos de clíticos no português actual: os
clíticos especiais cliticizam numa classe de palavras específica, o verbo; em que do ponto
de vista semântico, o clítico está associado ao núcleo nominal do objecto directo e ao
predicativo do sujeito adjectival. Como ilustra os exemplos a seguir:
a) Ela conhece-lhos todos os gostos.
b) Nós estamos-lhe muito gratos.
c) Ela conhece todos os gostos deles vs. Ela conhece todos os lhes gostos.
d) Nós estamos muito gratos a ele vs. Nós estamos muito gratos-lhes.
De acordo com Helena Mira Mateus et al. (2003) os pronomes clíticos diferem dos artigos e das
preposições, pois não possuem uma posição fixa relactivamente ao hospedeiro, podem precedê-
lo (próclise), segui-lo (ênclise) ou ocorrer no interior (mesóclise). Os artigos e preposições, pelo
contrário, estão sempre antes da palavra primitiva.
Exemplos:
Dependendo da posição que ocupam em relação à palavra à qual estão conectados, diz-se que os
clíticos são:
7.1. Proclítico
O proclítico é aquele que aparece antes do seu hospedeiro. É muito comum nas línguas
românicas. Em português, por exemplo, “eu te amo”, em espanhol, “tú me gustas” (“eu gosto de
você”), em francês, “je t'aime” (“eu te amo”).
Duarte & Matos (1995) up Mapasse (2005) considera que a posicao proclitica so pode ocorrer
quando o padrao enclítico for proibido por condicoes gerais tais como depois de advérbios e de
frases introduzidas por alguns pronomes.
7.2.Enclítico
O enclítico é aquele que aparece depois do seu hospedeiro. A ênclise ocorre quando uma palavra
depende do acento tónico da palavra anterior, com a qual forma, assim, uma unidade fonética.
Pronomes clíticos em ênclise, distinguem-se dos artigos definidos que são homónimos pelo
facto de eles e as formas verbais em que cliticizam apresentarem propriedades fonológicas
idiossincráticas (natureza), originarias da língua padrão.
Exemplos:
O pronome clítico o(s)/a(s) assume a forma lo(s)/la(s) quando a forma verbal termina em /s/ ou
/r/, dando-se, simultaneamente o desaparecimento destes elementos. O clítico apresenta-se como
no (s) /na (s) quando a forma verbal termina em nasal.
7.3.Mesoclítico
O mesoclítico é aquele que aparece entre o tronco do hospedeiro e outros afixos. Como por
exemplo, em português formal, conquistar-se-á, dá-lo-ei, matá-la-ia. Estes exemplos, geralmente
são encontrados na escrita em relação a fala. Inclusive é possível o uso de dois pronomes dentro
do verbo como em dar-no-lo-á.
Duarte (2003) cit Mapasse (2005) define a mesóclise como um dos traços de sobrevivência de
uma gramática antiga, que consiste na colocação alternativa à ênclise nas formas de futuro
condicional exigida no português padrão.
Uma distinção importante divide o amplo termo “clítico” em duas categorias, clíticos simples e
clíticos especiais.
8.1.Clíticos simples
Os clíticos simples são morfemas livres, o que significa que eles podem estar sozinhos em um
sintagma. Eles não são acentuados e, portanto, são fonologicamente dependentes de uma palavra
próxima. Eles só recebem significado desse “hospedeiro”.
8.2.Clíticos especiais
Clíticos especiais são morfemas que são ligados a palavra que eles são dependentes, o que
significa que eles existem como parte do seu hospedeiro. Esta forma, que não é acentuada,
representa uma variante de uma forma livre que carrega acento. Embora as duas variantes
tenham significado composição fonológica semelhantes, o clítico especial é ligado a uma palavra
hospedeira e não acentuada.
Os clíticos argumentais repartem-se por vários subtipos, tendo em vista o seu comportamento
face às propriedades acima enunciadas.
De acordo com Helena et al. (2003) Estes clíticos admitem construções de redobro em que o
constituinte redobrado assinala a posição argumental a que o clítico está associado.
Para alguns temáticos, o sujeito frásico que denota uma entidade arbitrária, é assinalado pelo
clítico se. Designaram por clítico sujeito impessoal ou indeterminado e outros se-normativo.
a) Aluga-se casas.
b) Trabalha-se demais.
Se-normativo é obrigatoriamente referencial, não podendo pois ocorrer associado a uma posição
de pronome expletivo.
O seu carácter referencial torna possível o aparecimento deste clítico em contextos de extracção
simultânea de clítico.
O seu valor demonstrativo impede este clítico de ocorrer em construções de redobro clítico.
Porém o facto de possuir um substantivo (argumental ou predicativo) permite-lhe legitimar
extracção simultânea de clítico.
Se-passivo tem por referente uma entidade arbitraria identificada com o chamado “agente da
passiva”. Partilha, pois, com se-nominativo a impossibilidade de redobro de clítico.
a) Venderam-se hoje muitos livros na feira do livro. (Venderam-se hoje muitos livros por
alguém na feira do livro).
(ii) Clíticos referenciais não associados à grelha argumental do verbo: dativos ético e de
posse
Daí, fazendo surgir o tema de pronomes clíticos correspondem às formas átonas do pronome
pessoal que ocorrem associadas à posição dos complementos dos verbos, ou seja são palavras
pelas quais se denotam a pessoa gramatical das entidades participativas no acto
comunicativo. Os clíticos também servem de vocábulos tónicos e átonos, pois nesses grupos
de força certos vocábulos perdem seu acento próprio para unir-se ao outro que os segue ou
que os precede
Os pronomes clíticos estão classificados por três tipos, dependendo da posição em que os
mesmos estão localizados nas palavras a que estão conectados. Constituem as seguintes
classificações: em primeiro, as proclíticas - clíticos que precedem as palavras primitivas ou
seja, a hospedeira, a qual é muito comum nas línguas românicas; e em segundo encontra as
enclíticas, que sofrem um processo de posição, a ênclise sendo aquela que aparece depois do
seu hospedeiro, e que na maior parte, as hospedeiras (palavras primitivas) possuem acento
tónico.
Pela complexidade dos clititicos, existe uma divisão de clíticos simples, correspondentes aos
morfemas livres, o que significa que eles podem estar sozinhos em um sintagma, sem a
presença de acento tónico. Os clíticos especiais correspondem aos morfemas que são ligados
a palavra que eles são dependentes, o que significa que eles existem como parte do seu
hospedeiro.
10. Referências bibliográficas
BECHARA, Evanildo. Moderna Gramatica Portuguesa, 37ª ed. Editora Nova Fronteira e
Editora Lucerna. Rio de Janeiro-2009
HELENA, Maria Mira Mateus et al. Gramática da Lingua Portuguesa. 7ª ed. Editora Caminho
SA –Lisboa.2003
GARCIA, Maria Cecilia, Costa dos Reis et al.Minimanual Compacto Gramática Língua
Portuguesa -Teoria e Pratica. 2ª ed. Editora Rideel, Santa Terezinha