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Lazaro Rodrigo de Marins 1, Bruno Pereira Toniolo 2, Acácio Luis Almagro Baptista 3,
Darllan Collins da Cunha e Silva 4, Antonio Cesar Germano Martins 5
1
Matemático, UNESP Sorocaba, lazarodrigo@gmail.com
2
Tecnólogo em Construção Civil, UNESP Sorocaba, bruperton.cad@gmail.com
3
Tecnólogo em Projetos Mecânicos, UNESP Sorocaba
4
Professor na UNESP Registro
5
Professor, Processamento Digital de Imagens, UNESP Sorocaba
RESUMO
1 - INTRODUÇÃO
1
exemplo: DONHA et al. (2006) usando variáveis de declividade, tipos de solo, distância a partir
de nascentes, distância a partir de represa e uso do solo; e Messias & Ferreira (2017) calculou
os planos de informação (PIs) por meio do teste Kolmogorov-Smirnov no Parque Nacional da
Serra da Canastra.
Nesse sentido, o presente trabalho teve por objetivo fazer o mapeamento das áreas com
fragilidade ambiental da Bacia Hidrográfica do Rio Jundiaí-Mirim (BHJM) através do Sistema
de Inferência Fuzzy (SIF) com auxílio de Sistema de Informações Geográficas (SIG) para
identificar os maiores ou menores valores de fragilidades potencial e emergente.
2 –METODOLOGIA
A BHJM está situada no estado de São Paulo entre as latitudes 23º 00’ e 23º30’ Sul e
longitudes 46º 30’ e 47º 15’ Oeste, cuja a área é de 11.750 hectares, sendo 55% pertencentes
ao município de Jundiaí, 36,6% ao município de Jarinu e 8,4% ao município de Campo Limpo
Paulista. Possuindo 18 sub-bacias hidrográficas, é uma região com forte degradação ambiental,
com loteamentos, áreas densamente urbanas e mineração.
Para o MFP os planos de informação (PI) usados foram: i) declividade – obtida a partir do
modelo digital de elevação (MDE) Alos Palsar de resolução espacial de 12,5 metros; ii)
pluviosidade – obtida das isoietas com média anual da série histórica de 1977 a 2006, na escala
1:5.000.000 da Agência Nacional das Águas (ANA), interpoladas pela ponderação do inverso
da distância (IDW) e iii) pedologia, baseada no fator K de erodibilidade do solo (Rossi, 2017).
Já, no MFE, foram usados os PIs: i) MFP; ii) fator CP da Equação Universal da Perda de Solo
(EUPS), baseado no mapa de uso do solo do ano de 2013 adaptado de Fengler (2013) com 11
classes (hidrografia, mata, pastagem, chácara, reflorestamento, campo, agricultura, área urbana,
mineração, solo exposto e outros usos) e iii) proximidade de APPs – obtidas do Sistema
Nacional de Cadastro Rural (Sicar) baseado na ferramenta Distância Euclidiana do ArcGIS.
Também foi criada uma grade vetorial com 20x20m para o limite da BHJM e as quadrículas
dessa malha foram numeradas em ordem crescente (atributo “FID”). As variáveis foram
convertidas em formato matricial (raster) e cruzadas com essa grade vetorial a partir da
ferramenta Zonal Statistics do programa ArcGIS 10.5, obtendo-se um raster para cada variável
com resolução espacial de 20 metros e valor médio. Então cada raster foi novamente vetorizado
com o valor da variável atrelado ao campo “FID”, concatenando-se todos os dados dos PIs
numa única tabela.
2
linguísticos e informações estatísticas de cada variável utilizadas no SIF. Para construção dos
Mapas de Fragilidade Potencial e Emergencial foram utilizados dois SIFs, ambos pelo Método
de Mandani e defuzificação por centroide, sendo o primeiro SIF com 30 regras e o segundo
com 100 regras, conforme a Figura 1. Após o processamento do SIF, obteve-se as imagens em
tons de cinza dos Mapas de Fragilidade Potencial e Emergente do Solo. Posteriormente foram
extraídos os valores dos pixels das imagens e indexados numa tabela com o “FID” para ser
importada no ArcGIS e relacionada com a grade vetorial 20x20m para a confecção do MFP e
do MFE.
Figura 1 – Sistema de Inferência Fuzzy aplicado ao trabalho.
Variáveis Desvio
Termos linguísticos Min. Média Max.
linguísticas padrão
MB=[0 5] ,B=[3 13] ,M=[8 28] ,
Declividade 0,00 16,94 95,13 10,68
A=[20 60], MA=[45 150]
B=[0 0.0398], A=[0.0272 0.061],
Pedologia 0,0000 0,0311 0,0697 0,0225
MA=[0.0511 0.07]
Pluviosidade MB=[0 110], B=[75 150] 112,12 118,58 122,28 8,95
Fonte: Autores (2019).
Variáveis Desvio
Termos linguísticos Min. Média Max.
linguísticas padrão
Vulnerabilidade MB=[0 0.25] ,B=[0 0.5] ,M=[0.25
0,40 2,80 4,60 0,95
Potencial 0.75], A=[0.5 1] ,MA=[0.75 1]
B=[0 0.2039], M=[0.0984 0.5422],
Uso do Solo A=[0.4324 0.8365], 0,00 0,15 1,00 0,27
MA=[0.7348 1.5]
MA=[0 31.91], A=[21.38 64.15],
Proximidade
M=[53.61 96.39], B=[85.85 128.6], 0,00 100,75 464,01 89,82
APPs
MB=[118,1 470]
Fonte: Autores (2019).
3
3 - RESULTADOS E DISCUSSÕES
Analisando a Figura 2, as regiões de fragilidade potencial atingiram 21,61 km² (risco MB);
37,08 km² (risco B); 16,33km² (risco M); 41,78 km² (risco A) e 0,64 km² (risco MA). Já as
áreas de fragilidade emergente atingiram 21,62 km² (risco MB); 35,54 km² (risco B); 0,93 km²
(risco M); 9,32 km² (risco A) e 50,03 km² (risco MA). Ainda na Figura 2, no MFE é bem visível
que as áreas próximas do rio e com ocupação antrópica, cujo fator CP varia de 0,75 a 1, são de
risco muito alto, as áreas com agricultura e pastagem são de risco entre baixo e moderado e as
regiões com cobertura vegetal possuem de risco muito baixo a baixo.
No MFP, nota-se que as áreas próximas aos rios possuem fragilidade entre muito baixa e
baixa, ocorrendo o efeito contrário no MFE, a considerar os corpos hídricos como recursos
naturais que devem ser preservados independentemente de nas áreas de várzea o risco aos
processos erosivos ser mínimo.
A sub-bacia hidrográfica do Horto é a que possui a menor fragilidade potencial média, com
2,20 pontos, caracterizada por ter predominância de latossolo vermelho-amarelo (fator K médio
de 0,018) e um relevo suavemente ondulado (declividade de 3 a 8%), enquanto a sub-bacia da
Represa Nova é a mais fragilizada, com um risco médio de 3,71 pontos, classificada com uma
vulnerabilidade alta devido à sua topografia ser predominantemente do tipo forte ondulado
(inclinação de 20 a 45%) e uma pedologia do tipo argissolo vermelho-amarelo (fator K médio
de 0,069).
4
Parque Centenário – ambas com expressiva área urbanizada e comprimentos de 6,4 e 5,7 km
de rede de drenagem, respectivamente.
4 - CONSIDERAÇÕES FINAIS
SAMIZAVA, T. M.; KAIDA, R. H.; IMAI, N. N.; NUNES, J. O. R. SIG aplicado à escolha
de áreas potenciais para instalação de aterros sanitários no município de Presidente
Prudente– SP. Revista Brasileira de Cartografia, v. 60, n. 1, p. 43-55, 2008.
ROSSI, M. Mapa pedológico do Estado de São Paulo: revisado e ampliado. São Paulo:
Instituto Florestal, v. 1, p. 118, 2017.