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Nathalia Moreira

O QUE É síndrome do
PÂNICO?
O QUE É SÍNDROME DO
PÂNICO?

Copyright © 2019 - Nathalia Moreira Felipe


Todos os direitos reservados

email: vivasempanico@hotmail.com
Título: O Que É Síndrome Do Pânico
Autora: Nathalia Moreira Felipe

1ª edição: Agosto de 2019


A INTENSÃO DESTE EBOOK

Esse ebook é a exposição do que é chamado de


síndrome do pânico pela medicina.

Toda a descrição do tema feita aqui é amparada na


literatura psiquiátrica, que é o ramo da medicina que
se propõe a diagnosticar e tratar distúrbios
psicológicos.

A intenção é expor para você leitor a compreensão da


medicina convencional a respeito desse sintoma.
MINHA HISTÓRIA COM O PÂNICO
Meu nome é Nathalia Moreira. Tenho 31 anos.
Tive crises de pânico durante mais de sete anos com
agorafobia, além de uma fobia específica (vou explicar
melhor o que é isso mais a frente).
A primeira crise foi em 2009, aos 21 anos.
Nunca vou esquecer o que senti aquele dia, de longe a
pior experiência da minha vida.
O tempo foi passando e as crises passaram a ser
frequentes, cheguei a ter várias num mesmo dia, e isso
sem dúvida, era um tormento.
Fui deixando de frequentar locais onde pudesse ter
muitas pessoas, e onde eu tivesse a sensação de estar
presa, salas de aula, reuniões e filas eram angustiantes.

Com o passar do tempo algumas mudanças foram


necessárias (você entenderá melhor sobre isso depois
que ler meu segundo livro) e aos poucos as crises
foram diminuindo até que pararam.
Agora, em 2019, já fazem mais de três anos que estou
curada!

Se eu soubesse naquela época o que sei hoje, tudo


teria sido bem mais fácil, e eu não teria sofrido com o
pânico por tanto tempo.
Por causa disso minha missão é ajudar pessoas que
estejam passando por essa situação.
Formo esse ano em Psicologia, e já venho estudando o
pânico há algum tempo, inclusive ele é o tema do meu
TCC (Trabalho de Conclusão de Curso).
Tudo isso para que eu possa entender em
profundidade o pânico e possa ajudar outras pessoas
com esse conhecimento.
ÍNDICE:

1  | De onde foram retiradas as informações deste


ebook?

2  | O que é um ataque de pânico?

3  | O que é um ataque de pânico anormal?

4  | Medo e ansiedade

5  | O que são transtornos de ansiedade?

6  | Transtornos de ansiedade mais comuns

7  | O que é Transtorno de Pânico

8  | O que é agorafobia e qual sua relação com o


pânico?

9  | Transtorno de Pânico tem cura?


DE ONDE FORAM RETIRADAS AS
INFORMAÇÕES DESTE EBOOK?

Existe um manual chamado DSM-V - Manual Diagnóstico e Estatístico de


Transtornos Mentais, ele é uma diretriz da Associação Americana de Psiquiatria
para o diagnóstico de transtornos mentais que é seguida por vários países, inclusive
o Brasil.

Para a criação deste ebook utilizei a versão mais atualizada deste manual, que
contém o que de mais recente a medicina psiquiátrica sabe sobre o pânico. Além
de livros que são referência na área.

Também foram usadas informações de artigos científicos sobre o pânico, que são
resultados de pesquisas e trabalhos reconhecidos pela ciência.

Então vamos lá!

O QUE É UM ATAQUE DE PÂNICO?

Um ataque de pânico é um episódio súbito de medo e ansiedade intensos que


incluem vários sintomas físicos e mentais.

Quando nosso cérebro percebe que estamos em perigo, reações fisiológicas


começam a acontecer, com o objetivo de nos preparar para lutarmos ou fugirmos da
ameaça.

Isso é chamado de reação de luta ou fuga, e é um mecanismo de defesa do nosso


organismo, serve para nossa segurança e é perfeitamente normal.
Dentro desse sistema de proteção a amigdala cerebral desempenha um papel muito
importante, porque ela funciona como um centro de identificação de perigos.

Quando um perigo é identificado pela amigdala, uma reação automática de auto-


preservação é iniciada e várias reações fisiológicas acontecem rapidamente.

é r e b ro
s d o c
Part e n a
l vi d a s
e n v o o u
el u t a
ã o d
reaç
fuga.

É um sistema de alarme natural!

Nesse instante, a corrente sanguínea recebe uma grande descarga de adrenalina e


outros hormônios, responsáveis por deixar o corpo preparado para reações rápidas
contra ameaças.

Como resultado disso o coração bate mais rápido,


começamos a suar, nossos músculos se contraem para
poderem entrar em ação, a respiração fica curta e
acelerada e já estamos prontos pra reagirmos à ameaça.

IMPORTANTE!
Em um ataque de pânico normal sentimos medo por causa da ameaça real
que está diante de nós.
Sabemos que nossas reações corporais e o que sentimos são resultado dessa
ameaça.
Por isso não sentimos medo do que estamos sentindo e sim da ameaça!
Até aqui falamos sobre uma reação natural e
necessária do nosso organismo que garante nossa
sobrevivência.

Agora vamos ver como essa reação natural perde sua


função de nos proteger e passa a ser disfuncional.

O QUE É UM ATAQUE DE PÂNICO


DISFUNCIONAL OU ANORMAL?

Quando uma pessoa tem as mesmas reações fisiológicas e mentais de um ataque


de pânico comum, porém não existe perigo real, isso pode ser chamado de ataque
de pânico disfuncional ou anormal.

As reações fisiológicas e as sensações são muito parecidas com um ataque de


pânico normal, porém a diferença – e esta é a grande diferença – é que não é
possível identificar uma ameaça real que justifique a reação de pânico.

Um ataque de pânico na ausência de um perigo real que possa


causar dano é um alarme falso.
Alarme falso porque a interpretação de perigo é falsa.

Lembra do sistema de alarme natural que


temos no cérebro?

No caso de ataques de pânico anormais esse sistema


de alarme fica desregulado e passa a emitir sinais
falsos de perigo.

Nota: Disfuncional ou anormal significam mal funcionamento


O sistema de alarme do nosso cérebro e o alarme
i c a r o de um carro possuem funcionamentos muito
m p li f
a ex e m
P a r c e e parecidos.
a c o nte
que p â n ic o O alarme de um carro foi projetado para disparar,
e s d e s
t a q u a m o
a
o n a i sv o
toda vez que seu sensor for ativado, para avisar
f u nc i r a ç ã
dis m p a sobre um provável perigo ao veículo.
ac o
z e r u m d e um
fa a l a rme
o m o
c . Imagine agora que um alarme de carro esteja
carro
desregulado e por causa disso esteja muito
sensível, ele vai então começar a disparar por
qualquer motivo, na menor vibração, passagem
de um vento ou sem motivo algum.

Em ataques de pânico disfuncionais (que


não tem função protetora) esse sistema de
alarme desregula e passa a ser ativado por
motivos errados ou sem nenhum motivo,
emitindo no cérebro uma informação
errada de que estamos em perigo.

Esses são os ataques de pânico da síndrome do


pânico. Voltaremos a falar sobre isso mais a
frente.

Agora precisamos falar um pouco sobre


medo e ansiedade, pra que você
entenda como eles contribuem (e
muito) pra o desenvolvimento do
transtorno de pânico.

7
MEDO
E
ANSIEDADE
MEDO E ANSIEDADE

Medo e ansiedade são sinais de alerta e atuam com o objetivo de


chamar a atenção diante de uma ameaça.

Medo: É uma sensação em resposta a um perigo real


percebido

Podemos sentir medo quando estamos atravessando a rua e um carro está se


aproximando rapidamente. Esse é um exemplo de perigo real percebido.
Medo então tem função adaptativa, ou seja, é necessário a nossa sobrevivência, ele
prepara nosso corpo para respostas rápidas quando estamos em perigo.
Como começar a correr quando percebemos o carro se aproximando no exemplo
acima.

Ansiedade: É a antecipação de ameaça futura, que nem


sempre é identificável, pode ser vaga e pouco clara.

É o que alguém pode sentir se conhece uma pessoa nova num ambiente estranho
pra ela.

Ansiedade é uma emoção orientada ao futuro, e envolve a percepção de que não


temos controle de determinada situação, a ansiedade então é dirigida a eventos
imprevisíveis e que podem ser de alguma forma aversivos.

Para alguém, conhecer uma pessoa nova por exemplo, pode significar desconforto
se ela fica preocupada em como deve agir nessa situação.

A emoção causada por um carro que se aproxima com rapidez à medida que o
indivíduo atravessa a rua é diferente do desconforto vago que pode ser
experimentado ao conhecer uma pessoa nova em um ambiente estranho.

A diferença psicológica principal entre as duas respostas emocionais é que o medo é


repentino, já a ansiedade é insidiosa e pode ser falsa e enganosa.

A ansiedade faz parte da vida de qualquer pessoa,


isso quer dizer que todo mundo experimenta
ansiedade em algum nível
Ela é uma sensação difusa, desagradável, e vaga, e pode ser
acompanhada por diversos sintomas. Como:

Palpitações
Inquietação
Suor frio
Dilatação da pupila
Diarreia
Vertigem
Reflexos aumentados
Taquicardia
Formigamento das extremidades
Tremores
Perturbação estomacal (“borboletas no estômago”)
Urgência ou dificuldade para urinar

A experiência da ansiedade se apresenta de duas formas: a


percepção das sensações fisiológicas (como palpitações e suor)
e a percepção de estar nervoso, assustado, ou inquieto.

A ansiedade é uma resposta normal e adaptativa, que tem função protetora. Nos avisa
sobre ameaças de dano corporal, dor, impotência, possível punição ou frustração de
necessidades sociais ou corporais; separação de entes queridos; ameaça ao sucesso
ou à posição individual, etc.

Ela nos impulsiona a tomar as medidas necessárias para evitar a ameaça ou reduzir
suas consequências.

Agora que você já sabe que a ansiedade faz parte da


vida de qualquer pessoa, desconfie de tratamentos
que prometam livrar completamente da ansiedade!

Já que a ansiedade e medo fazem parte da vida, como então


podemos diferenciar ansiedade e medo comuns de
ansiedade e medo excessivos que merecem atenção?
Esses são sinais de que a ansiedade precisa de cuidados:

Quando há falsa avaliação de perigo. Por exemplo: Uma pessoa vê um


cachorro pequeno e dócil, e tem uma reação exagerada de medo.

Quando o funcionamento da pessoa é prejudicado por causa da


ansiedade. A pessoa não consegue agir e reagir de forma funcional, ela
pode ficar paralisada diante de uma situação em que deveria agir, para se
defender de um perigo real, ou pode ter atitudes que a coloquem ainda
mais em risco. De forma geral, medo e ansiedade em excesso impedem
que uma pessoa possa levar uma vida satisfatória e produtiva.

A ansiedade patológica, ou seja, ansiedade anormal persiste muito mais


tempo do que seria esperado sob condições normais. Geralmente pessoas
com esse tipo de ansiedade tendem a sentir grande desconforto apenas
por imaginar uma situação onde possa existir algum tipo de ameaça,
mesmo que essa ameaça não seja real.

A presença de alarmes falsos, como por exemplo, ataques de pânico sem


que haja perigo real, ou medo intenso, quando não existe ameaça ou
quando ela é muito pequena pra causar danos.

Hipersensibilidade a estímulos. Uma pessoa que sente medo em excesso


ao ver noticiais na tv é um bom exemplo.

Podemos definir a ansiedade patológica como a


interpretação errada ou exagerada de uma
ameaça.

É  essa ansiedade que está na base de


vários transtornos de ansiedade, inclusive
da síndrome do pânico.
A ansiedade é genética?

O nível de ansiedade varia de pessoa para pessoa.

Por causa de heranças genéticas algumas pessoas


já nascem com certa vulnerabilidade para
desenvolver algum transtorno de ansiedade.

Isso quer dizer que algumas pessoas já nascem


mais propensas a serem mais ansiosas.

IMPORTANTE!
É necessário destacar que somente essa herança genética não é determinante
para que uma pessoa possa desenvolver um transtorno de ansiedade. Outros
fatores, como a maneira como uma pessoa foi criada, como ela pensa, suas
crenças sobre sua capacidade de enfrentar os desafios, o ambiente em que essa
pessoa vive entre outros, são fatores que interferem juntos no desenvolvimento de
um transtorno de ansiedade.

Em outras palavras, uma pessoa pode ter nascido predisposta a ter problemas de
ansiedade, mas se ela tiver tido uma criação benéfica, tiver crenças favoráveis e viver
num ambiente ameno é provável que ela não desenvolva um transtorno de
ansiedade.

Quando a ansiedade está presente em excesso


ela pode gerar vários problemas conhecidos
como transtornos de ansiedade.

Agora que já vimos muitas informações a respeito da


ansiedade vamos conhecer quais são os principais
transtorno de ansiedade, e o transtorno de pânico que
além de ser um deles, é o que mais nos interessa.
TRANSTORNOS
DE ANSIEDADE
O QUE SÃO TRANSTORNOS DE
ANSIEDADE?

São transtornos psicológicos que têm em sua base o medo e a ansiedade em


excesso. A ansiedade presente nesses transtornos vai muito além da ansiedade
temporária que pode ser causada por situações pontuais de estresse, é algo mais
persistente.

O medo e a ansiedade se relacionam de forma muito


íntima nesses transtornos. Deixando o sistema de
alarme (aquele responsável por comportamentos de
luta ou fuga), excessivamente atento, gerando
sensação de perigo iminente e comportamentos de
evitação e fuga.

Em cada transtorno de ansiedade existem situações ou objetos


específicos que causam medo e ansiedade.

Cada transtorno de ansiedade possui suas


particularidades, que dependem dos sintomas
que a pessoa têm.

Características dos transtornos de ansiedade

Uma semelhança entre os transtornos de ansiedade é a superestimação do perigo


nas situações que são evitadas. Ou seja, o que é evitado parece oferecer perigo muito
maior do que o que realmente oferece.

Muitos transtornos de ansiedade tem seu inicio na infância e


quando não são tratados permanecem na vida adulta.

As mulheres desenvolvem duas vezes mais transtornos de


ansiedade que os homens.
De acordo com a OMS - Organização Mundial da
Saúde, cerca de 3,6% da população mundial tem
algum transtorno de ansiedade. Isso é
equivalente a mais de 277 milhões de pessoas.

O Brasil possui o maior número de casos de transtornos de


ansiedade do mundo. Cerca de 9,3 % da população brasileira
tem algum transtorno desse tipo. Aproximadamente 18 milhões
de brasileiros.

Agora vamos conhecer um pouco sobre os principais


transtornos de ansiedade de acordo com o DSM-V.

TRANSTORNOS DE ANSIEDADE
MAIS COMUNS

Transtorno de Ansiedade Generalizada - TAG

É definido como ansiedade e preocupação excessivas na maior parte dos dias,


durante um período de pelo menos seis meses.

A preocupação é difícil de controlar e está associada com sintomas como tensão


muscular, irritabilidade, dificuldade para dormir e inquietação.

Pra que uma pessoa tenha diagnóstico de transtorno de ansiedade generalizada,


esses sintomas não podem estar relacionados a aspectos de outro transtorno, não
podem ser causados por uso de drogas ou por problemas de saúde.

A ansiedade generalizada é difícil de controlar, é


perturbadora e compromete áreas importantes
da vida de uma pessoa.

Agora vamos ver quais as condições precisam estar


presentes, de acordo com o DSM-V, para o diagnóstico de
transtorno de ansiedade generalizada
Ansiedade e preocupação excessivas, ocorrendo na maioria dos
a ra dias por pelo menos seis meses, com diversos eventos ou atividades
s p
r i o ico (tais como desempenho escolar ou profissional).
r ité óst
C g n G O indivíduo considera difícil controlar a preocupação.
d i a T A
d e A ansiedade e a preocupação estão associadas com três, ou mais,
dos seguintes sintomas (com pelo menos alguns deles presentes na
maioria dos dias nos últimos seis meses).

Inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele.


Cansaço excessivo
Dificuldade em concentrar-se ou sensações de “branco” na mente.
Irritabilidade.
Tensão muscular.
Perturbação do sono (dificuldade pra dormir ou sono insatisfatório).

Fobia Específica
Fobia significa medo exagerado.
A fobia específica é um medo intenso e
persistente de um objeto ou de uma situação.
Uma pessoa com fobia específica tem
ansiedade em excesso (é comum ter ataques
de pânico), quando está diante de um
determinado objeto ou situação.

Pessoas com fobia tendem a imaginar que as situações que evitam terão desfecho
trágico, como serem mordidas por um cão (mesmo que pequeno e dócil), ou podem
ficar em pânico por pensarem que podem perder o controle. Se a fobia é de andar de
elevador, por exemplo, podem imaginar que irão desmaiar após a porta se fechar.

Critérios para diagnóstico de Fobia Específica

Medo ou ansiedade exagerados de um objeto ou situação (p. ex., voar, alturas,


animais, tomar uma injeção, ver sangue).
O objeto ou situação fóbica quase sempre provoca resposta imediata de medo ou
ansiedade.
O objeto ou situação fóbica é fortemente evitado ou suportado com intensa
ansiedade ou sofrimento.
O medo ou ansiedade é desproporcional em relação ao perigo real que o objeto ou
situação representa.
O medo, ansiedade ou fuga é persistente, geralmente com duração mínima de seis
meses.
O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento significativo ou prejuízo no
funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida da
pessoa.
Nota: Fuga ou esquiva é quando a pessoa evita o contato com aquilo que teme.

De acordo com o DSM-V pra que uma pessoa tenha diagnóstico de fobia específica
esses sintomas não podem estar relacionados a aspectos de outro transtorno, não
podem ser causados por uso de drogas ou por problemas de saúde.

Alguns tipos de fobias:

Acrofobia Medo de altura


Agorafobia Medo de espaços abertos
Ailurofobia Medo de gatos Cinofobia Medo de cães
Hidrofobia Medo de água Misofobia Medo de sujeira e germes
Claustrofobia Medo de espaços fechados Pirofobia Medo de fogo
Xenofobia Medo de estranhos
Zoofobia Medo de animais

Transtorno de Ansiedade Social

Também conhecido como fobia social envolve o medo exagerado de situações


sociais. As pessoas com transtorno de ansiedade social temem se embaraçar em
situações sociais (reuniões sociais, apresentações orais, encontro com pessoas novas)

Elas podem ter medos específicos de realizar determinadas atividades, como comer ou
falar na frente dos outros, ou podem experimentar um medo vago e inespecífico de
“embaraçar-se”.
Em ambos os casos, o medo no transtorno de ansiedade social é do embaraço que
pode ocorrer na situação, não da situação em si.

a ra
s p Medo ou ansiedade elevados em uma ou mais situações sociais
r i o ico
r ité óst de em que a pessoa é exposta a possível avaliação por outras
C g n da
dia nsie l pessoas. Exemplos incluem interações sociais (p. ex., manter uma
e a ia conversa, encontrar pessoas que não são familiares), ser
d c
so
observado (p. ex., comendo ou bebendo) e situações de
desempenho diante de outros (p. ex., proferir palestras).
A pessoa teme agir de forma a
demonstrar sintomas de ansiedade
que serão avaliados negativamente
(será humilhante ou constrangedor;
provocará a rejeição ou ofenderá a
outros).

As situações sociais quase sempre provocam


medo ou ansiedade.

As situações sociais são evitadas ou suportadas com intenso medo ou ansiedade.


O medo ou ansiedade é desproporcional à ameaça real apresentada pela situação
social.
O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente durando mais de seis
meses.
O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento significativo ou prejuízo no
funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida.
O medo, ansiedade ou esquiva não é consequência dos efeitos de uma substância
(p. ex., droga ou medicamento) ou de outra condição médica.
Pra que uma pessoa tenha diagnóstico de transtorno de ansiedade social esses
sintomas não podem estar relacionados a aspectos de outro transtorno, como
autismo ou transtorno de pânico, e não podem ser causados por uso de drogas ou
por problemas de saúde.

Vimos então quais são os principais transtornos de


ansiedade e suas características. Agora vamos voltar ao
pânico, que também é um transtorno de ansiedade e é
nosso foco principal.
TRANSTORNO
DE
PÂNICO
O QUE É TRANSTORNO DE PÂNICO?

No DSM-V a síndrome do pânico é chamada de transtorno de pânico. Que são


ataques de pânico do tipo disfuncional (que falamos anteriormente), que se repetem
e ocorrem a qualquer momento, sem que exista um motivo óbvio, ou seja, o ataque
parece vir do nada.

Esse ataque de pânico é uma crise de medo intenso ou desconforto intenso, que
alcança um pico em minutos e durante o qual ocorrem quatro (ou mais) dos
seguintes sintomas:

Palpitações, coração acelerado, taquicardia.


Sudorese.
m a s Tremores ou abalos.
in t o
S s: Sensações de falta de ar ou sufocamento.
s ic o
fí Sensações de asfixia.
Dor ou desconforto no peito.
Náusea ou desconforto abdominal.
Pânico, síndrome
Sensação dedo pânico
tontura, e transtorno
instabilidade, vertigem oude
desmaio.
Calafrios ou ondas
pânico significam de calor. coisa, porém o
a mesma
Parestesias (anestesia ou sensações de formigamento).
termo correto é transtorno de pânico.
a s  
to m :
Sin g ic o s Desrealização (sensações de irrealidade, sensação de que as
o l ó
psic coisas ou o lugar ao redor não são reais)
Despersonalização (sensação de estar distanciado de si
mesmo, de ser um observador da própria vida).
Medo de perder o controle ou “enlouquecer”.
Medo de morrer.

Esses são os sintomas reconhecidos pelo DSM-V (aquele manual que citei no
começo), mas algumas pessoas podem ter outros sintomas que não estão nessa
lista. Como por exemplo, vômito, dor na nuca, dor de cabeça, ou choro incontrolável.
Porém esses sintomas não devem contar como um dos quatro sintomas exigidos
para o diagnóstico segundo o DSM-V.

O ataque de pânico pode acontecer quando a pessoa está calma ou


quando está ansiosa, agitada.
Também podem ocorrer ataques de pânico esperados que são
ataques onde existe um motivo ou um gatilho óbvio, como uma
situação em que os ataques de pânico ocorrem geralmente, como
locais com muitas pessoas. (isso é muito comum na agorafobia,
vamos falar dela mais a frente)

Pânico, síndrome do pânico e transtorno de


pânico significam a mesma coisa, porém o
termo usado no DSM é transtorno de pânico.

Condições para o diagnóstico de transtorno de pânico

Pelo menos um dos ataques é seguido de um mês (ou mais) de uma ou de ambas as
seguintes características:

Preocupação persistente acerca de ter outros ataques de pânico ou sobre suas


consequências (p. ex., perder o controle, ter um ataque cardíaco, “enlouquecer”).
Uma mudança significativa no comportamento relacionado aos ataques (p. ex.,
comportamentos que têm por finalidade evitar ter ataques de pânico, como deixar
de fazer exercícios ou de frequentar locais específicos).
Para diagnóstico de transtorno de pânico os ataques de pânico não podem ser
consequência de outro transtorno, como fobia especifica ou fobia social, e não
podem ser resultados de problemas de saúde.

IMPORTANTE!
Nem todo ataque de pânico anormal se torna um transtorno de pânico
Algumas pessoas podem ter um ataque de pânico disfuncional e isso
não se tornar um transtorno. Porém, se os ataques são frequentes, e há
pelo menos quatro dos sintomas citados acima, a pessoa pode estar
com transtorno de pânico.
Sobre frequência e gravidade do transtorno

A frequência e a gravidade dos ataques de pânico variam de pessoa pra pessoa.


Em termos de frequência, pode variar de vários ataques por dia a poucos ataques
durante um ano.
Em termos de gravidade, pessoas com transtorno de pânico podem ter ataques com
vários ou poucos sintomas.
A quantidade e tipo de sintomas frequentemente são diferentes de um ataque para o
outro.

Porém, é necessário mais de um ataque de pânico completo


(quatro ou mais sintomas) e que os ataques sejam inesperados
para o diagnóstico de transtorno de pânico.

Duração de uma crise


O ataque geralmente atinge um pico em 10 minutos onde
os sintomas ficam mais fortes, duram em média de 20 a 30
minutos e raramente mais do que uma hora. Os sintomas
podem desaparecer de forma rápida ou gradual

Principais preocupações no pânico

Preocupação de que os ataques sejam sinais de doenças (p. ex., doença cardíaca,
transtorno convulsivo);

Preocupações pessoais, como constrangimento ou medo de ser julgado


negativamente pelos outros devido aos sintomas visíveis de pânico;

E preocupações acerca do funcionamento mental, como “enlouquecer” ou perder


o controle.

Mudanças no comportamento

As mudanças no comportamento representam as tentativas de minimizar ou evitar os


ataques de pânico ou suas consequências.

Os exemplos incluem deixar de fazer esforço físico, reorganizar a vida diária para
garantir que haja ajuda disponível no caso de um ataque de pânico, deixar de fazer
atividades diárias habituais e evitar situações que podem causar crises (agorafobia)
como sair de casa, usar transporte público ou fazer compras.
Além disso, pode haver preocupações acerca da
capacidade de concluir as tarefas ou suportar os
estressores diários.
Pessoas nessa condição podem vir a abusar de
drogas como estratégia de diminuição do
desconforto (p. ex., álcool, medicamentos de
prescrição ou drogas ilícitas).

Podem ainda ter comportamentos extremos que visam controlar os ataques de


pânico (p. ex., restrições severas ou evitação de alimentos ou medicamentos
específicos, devido a preocupações acerca dos sintomas físicos que provocam
ataques de pânico).

O que é ataque de pânico noturno?

É acordar do sono em estado de pânico,


que é diferente de entrar em pânico depois
de estar completamente acordado.
Por causa disso algumas pessoas podem
começar a ter medo de dormir

Gênero e pânico

Assim como nos transtornos de ansiedade, no pânico as


mulheres também são as mais afetadas, cerca de duas ou
três vezes mais. A causa exata dessa diferença ainda não
foi descoberta. Geralmente as crises começam no final da
adolescência e inicio da idade adulta.

Fatores genéticos

Vários estudos verificaram que os parentes em


primeiro grau de pessoas com transtorno de
pânico têm um risco 4 a 8 vezes maior para
desenvolverem o transtorno. A causa exata para
essa relação ainda é desconhecida.
O QUE É AGORAFOBIA E QUAL SUA
RELAÇÃO COM O PÂNICO?

Agorafobia é um medo ou uma


ansiedade excessiva em relação a
lugares em que fugir ou escapar
possa ser difícil.

É comum que pessoas com transtorno de pânico


desenvolvam agorafobia que nesse caso é um medo de
ter ataques de pânico em um local púbico em que a
fuga seja difícil.

Para uma pessoa ser diagnosticada com agorafobia é necessário que os sintomas
ocorram em pelo menos duas das cinco situações seguintes:

Uso de transporte público (p. ex., automóveis, ônibus, trens, navios, aviões).
Permanecer em espaços abertos (p. ex., estacionamentos, mercados, pontes).
Permanecer em locais fechados (p. ex., lojas, teatros, cinemas).
Permanecer em uma fila ou ficar em meio a uma multidão.
Sair de casa sozinho.

A pessoa tem medo ou evita essas situações devido a


pensamentos de que pode ser difícil escapar, ou de que não
conseguir ajuda no caso de ter ataques de pânico, ou outros
sintomas incapacitantes ou constrangedores.

As situações evitadas quase sempre provocam medo ou ansiedade.


Essas situações são muito evitadas, requerem a presença de uma companhia ou são
suportadas com intenso medo ou ansiedade.
O medo ou ansiedade é desproporcional ao perigo real apresentado pelas situações
evitadas.
O medo, ansiedade ou esquiva é persistente, geralmente durando mais de seis meses.
O medo, ansiedade ou esquiva causa sofrimento significativo ou prejuízo no
funcionamento social, profissional ou em outras áreas importantes da vida.

Da mesma forma que os transtornos que já falamos até aqui a agorafobia só pode ser
diagnosticada se as situações evitadas não forem consequências de outros
transtornos, como fobia específica, não envolverem apenas situações sociais (como
no transtorno de ansiedade social e nem de outras condições mentais.
O que é comorbidade?

Comorbidade é quando a pessoa tem duas ou mais patologias ao mesmo tempo.


Por exemplo, eu tive transtorno de pânico, agorafobia e fobia específica de altura, ao
mesmo tempo.
Infelizmente é muito comum que o transtorno de pânico não seja a única patologia, é
comum que haja outro transtorno de ansiedade, ou depressão por exemplo.
Quanto antes se começa o tratamento adequado (assunto principal do meu segundo
livro) menores as chances de que surjam comorbidades.

Resumo dos critérios mais importantes para o diagnóstico


de cada um dos transtornos que vimos segundo o DSM-V:

Crises ou ataques de pânico, ou


medo repentino

Associados a medo ou Súbitos, sem motivo


Específicos para uma
constrangimento em aparente e associados a
situação ou objeto
situações sociais medo de novos episódios

Possibilidade Possibilidade
Possibilidade
FOBIA TRANSTORNO DE
FOBIA SOCIAL
ESPECÍFICA PÂNICO

Preocupção ou ansiedade excessiva com tudo, "nervos a flor da pele"",


sensação de estar no "limite"

Possibilidade
TRANSTORNO DE ANSIEDADE GENERALIZADA

Ansiedade em relação a situações nas quais pode ser


dificil escapar ou receber ajuda se necessário

Possibilidade
AGORAFOBIA
Até aqui falamos sobre a perspectiva tradicional da medicina
psiquiátrica acerca do que chamam de transtorno de pânico. Essa
exposição foi necessária para que você pudesse ter acesso há
algumas informações básicas a respeito de como o pânico, e outros
transtornos de ansiedade, são categorizados e diagnosticados a partir
de seus sintomas..

O TRANSTORNO DE PÂNICO TEM CURA?

Dificilmente um médico psiquiatra admite que exista cura para o pânico! Dizem que o
pânico surge porque o cérebro deixa de fabricar algumas substâncias desregulando-
se, sendo portanto uma doença orgânica. Essa suposição será aprofundada e
discutida no próximo livro e você perceberá que isso não é verdade!

Devido a essa concepção geralmente falam em controle de sintomas através de


medicamentos.

O que poucas pessoas sabem é que o pânico não é só o que está escrito nos
manuais, e que existe CURA para ele sim! Porém ela passa longe do tratamento que
geralmente é oferecido.

Explico em detalhes essas e outras questões relacionadas


ao pânico no meu segundo livro chamado: Tudo Que
Você Precisa Saber Para Viver Sem Pânico

QUAL A MENSAGEM DO PÂNICO?

O transtorno de pânico foi a forma que meu organismo encontrou


para me dizer que algo precisava mudar com urgência.
E a mensagem foi: Chega! Para! Assim não dá mais!

É impossível ignorar uma mensagem tão dura como a do pânico.


É um pedido de socorro cruel para o destinatário, porém é também uma chance de
investigar o recado e disponibilizar-se para o crescimento e uma vida mais autêntica.

Um sintoma é
a forma que o
organismo
encontra de
transmitir uma
mensagem.
Ingenuidade é continuar fazendo
as mesmas coisas e esperar
resultados diferentes!

A verdade é que nenhum problema pode ser resolvido pelo mesmo estado de
consciência que o criou! Dificilmente, pra não dizer nunca, uma pessoa pode alcançar
a cura do pânico se não houver mudanças, que sejam de hábitos, de pensamentos,
de atitudes...

Hoje, depois de tudo que passei, percebo que o pânico foi um sintoma muito coerente
com tudo que eu vivi e reconheço minha contribuição para que ele surgisse.

Qual a mensagem do pânico pra você?

Recapitulando...

Você viu que um ataque de pânico é uma reação normal do nosso corpo e mente,
quando estamos diante de situações que podem nos oferecer perigo.
Porém descobriu que esse recurso natural pode deixar de ter a função de nos
proteger e passar a ser um problema.
Percebeu então que esses ataques são a principal manifestação no transtorno de
pânico.

Também entendeu que o medo e a ansiedade em excesso podem causar vários


problemas e que inclusive eles são as bases do pânico.
Conheceu os principais transtornos de ansiedade e quais as características de cada
um.
Se informou sobre vários aspectos relacionados ao transtorno de pânico e sobre a
Agorafobia uma complicação muito comum no pânico.
Descobriu que a cura para o pânico é possível desde que o tratamento seja
adequado e coerente com o que o pânico representa.
Vc também entendeu que o pânico carrega uma mensagem importante que não
deve ser ignorada!
Agora te faço um convite!

Você quer descobrir o que você faz e deixa de fazer que contribui para que as crises
permaneçam?
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