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Auxílio doença Acidentário B91 após a MP 905 x Acidente de Trajeto

Como já se sabe, com o advento da Medida Provisória 905 de 11/11/2019, pelo menos
enquanto ela estiver em vigor, os acidentes de trajetos não serão considerados como acidente
de trabalho. Isso significa que o INSS não gerará um benefício por incapacidade com a espécie
B91 (acidentária). Esses poderão ser equiparados ao rol de acidentes de qualquer natureza, logo
o instituto previdenciário concederá, quando o trabalhador ficar mais de 15 dias consecutivos
ou alternados, incapaz para atividade laborativa, um benefício com espécie B31 (Auxílio-
doença).

Assim sendo, não caberá a emissão de CAT (Comunicado de Acidente de Trabalho), não
se depositará o FGTS no período em que o segurado permanecer em gozo do Auxílio-doença e
nem gerará estabilidade de 12 meses após a cessação do benefício. Vale lembrar que, após o
advento da Lei 13.467 (Reforma Trabalhista), sempre se deve consultar os acordos coletivos para
avaliar uma possível estabilidade para esse trabalhador, mesmo em casos de benefícios não
acidentários.

Só para fechar esse resumo, vale lembrar que o acidente de trajeto já não impactava o
FAP desde a Resolução nº 1.329/2017 do Conselho Nacional de Previdência. Agora, enquanto
vigorar a MP, sequer é considerado acidente de trabalho.

Cabe uma observação, para aqueles, adeptos da boa gestão, cabe acompanhar os passos
da MP, pois se ela não virar lei e perder o efeito, volta a vigorar a legislação anterior:

As Medidas Provisórias (MPVs) são normas com força de lei editadas pelo Presidente
da República em situações de relevância e urgência. Apesar de produzir efeitos jurídicos
imediatos, a MPV precisa da posterior apreciação pelas Casas do Congresso Nacional
(Câmara e Senado) para se converter definitivamente em lei ordinária.

O prazo inicial de vigência de uma MPV é de 60 dias e é prorrogado automaticamente


por igual período caso não tenha sua votação concluída nas duas Casas do Congresso
Nacional. Se não for apreciada em até 45 dias, contados da sua publicação, entra em regime
de urgência, sobrestando todas as demais deliberações legislativas da Casa em que estiver
tramitando.

O art. 62 da Constituição Federal traz as regras gerais de edição e apreciação das


MPVs, definindo inclusive os assuntos e temas sobre os quais não podem se pronunciar. Já
o disciplinamento interno do rito de tramitação dado pela Resolução do Congresso Nacional
n° 1 de 2002 exige, por exemplo, sobre emendas, a formação da comissão mista e prazos de
tramitação.

Autor: Claudeci da Silva

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