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No entanto não há como criar essa percepção existencial sem antes entender
os fenômenos da construção do pensamento, da transformação da energia
psíquica, da formação do “eu” e da organização da história consciente e
inconsciente da memória, pois esses processos ainda estão em fase de
desenvolvimento na criança.
De modo que as crianças sejam ensinadas que para ser cidadão é preciso ser
solidário, altruísta, tolerante, e respeitar as diferenças etnoculturais. Por isso, é
muito importante que o governo se mobilize através da reestruturação do sistema
educacional qualificando os docentes para ensinarem acerca da cultura afro-
brasileira e indígena.
Por isso é necessário rever a qualidade das disciplinas que compõem a grade
escolar, e ao mesmo tempo qualificar professores que possam ensinar as
crianças sobre o multiculturalismo, pois somente a educação é capaz de eliminar
as diferenças.
Para desmistificar a imagem negativa que foi criada sobre o negro, foi feito um
estudo acerca do caso Ari um estudante de Pos-graduação que foi reprovado
por causa de discriminação racial.
Conhecimento consciente:
Quando estamos conscientes do nosso conhecimento, mas não
exercemos domínio total sobre ele.
UM ANJO A LEVOU,
DEUS RALHOU COM ELA,
MAS DEU ROUPA NOVA
AZUL E AMARELA
Procusto, segundo a mitologia dos gregos antigos, era um malfeitor que morava
numa floresta na região de Elêusis (península da Ática - Grécia). Ele tinha
mandado fazer uma cama que tinha exatamente as medidas do seu próprio
corpo, nem um milímetro a menos. Quando capturava uma pessoa na estrada,
Procusto amarrava-a naquela cama. Se a pessoa fosse maior do que a cama,
ele simplesmente cortava fora o que sobrava. Se fosse menor, ele a esticava até
caber naquela medida.
A simbologia por trás desse mito representa a intolerância diante do outro, do
diferente, do desconhecido. Representa uma visão de mundo totalitária daquele
sujeito que quer modelar todos os seres a sua própria imagem e semelhança. É
a recusa da multiplicidade, da diversidade, da criatividade, da originalidade.
Esta consciência dos reis absolutistas também esteve presente até com Joana
D´arc, além de estar nas revoluções burguesas, no processo de escravidão
mercantil, na formação dos partidos nazifascistas, no extermínio de milhões de
judeus nos campos de concentração de trabalho, nas Guerras Mundiais, na
dizimação de índios, na tortura de negros... (só para citar alguns poucos
exemplos...).
O espírito de Procusto esteve presente em várias etapas de nossa História e
ainda continua atormentando a Escola tanto quanto o processo educativo, em
outras palavras, está presente na consciência humana produzindo “cegueiras”,
erros e ilusões acerca do conhecimento quanto às questões raciais.
Um novo tipo de negro vem despontando no decorrer dos anos, alguém que luta
por seus direitos, que exerce sua cidadania, mas essas mudanças só ocorrem
por causa do conhecimento, pois enquanto o negro não possuía conhecimento
ele vivia debaixo do paradigma da sujeição privado de direitos básicos de
sobrevivência.
Esta frase sintetiza como o cidadão negro era visto pela sociedade, um ser
serviçal sem cultura e sem conhecimento, alguém capaz de desenvolver apenas
atividades braçais.
E sob a ótica da sociedade brasileira os negros não possuíam potencialidades
intelectuais, durante esse período foram poucos negros que se destacaram.
Hoje negros não aceitam mais informações do tipo leite com manga faz mal, e
também não devem aceitar e se submeter às idiossincrasias escritas por
pessoas que querem implantar uma nova filosofia cultural baseada na cultura e
nos costumes americanos.
- Conclusão
Há exatamente cento e vinte quatro anos a Lei Áurea era assinada dando aos
negros escravos a conotação de “liberdade” e após cento e vinte quatro anos de
abolição é duro admitir que a liberdade do negro não é completa, temos que
suportar os detrimentos de um passado obscuro que nos acompanha como se
fosse uma sombra.
No entanto vemos que são meras palavras, quando a Constituição foi elaborada
seus arquitetos estavam nos dando um cheque no qual poderíamos descontar
quando precisássemos e quando vamos descontar (os negros) ouvimos a
justificativa de que o saldo é insuficiente e que não há dinheiro para nos ressarcir.
Porém devemos nos recusar a acreditar que os bancos da “justiça” estão falidos
e que as grandes empresas de oportunidades deste país abriram concordata.
Não podemos permanecer aprisionado em um local frio e cálido, onde não há
luz e tendo que ficar com grilhões nos pés e mãos, silenciados pela sociedade
hipócrita, as quais dizem o Brasil é um país de todas as cores.