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Bacharel em Economia pela UFPA, Mestre e Doutor em Economia pela Unicamp e professor
da Faculdade de Economia e do Programa de Pós-Graduação em Gestão Pública do Núcleo de
Altos Estudos da Amazônia (PPGGP/NAEA), ambos da UFPA.
Correio eletrônico: ejmcufpa@gmail.com
Av. Perimetral, n. 1 – Campus Universitário do Guamá, Setor Profissional – NAEA. CEP:
66.075-750. Belém – Pará.
Fone: (91) 3201-8769
1
Instituições, Cultura e Estado na Teoria de Douglass North
Resumo
Este artigo tem por objetivo apresentar os elementos centrais da teoria das instituições e da
mudança institucional desenvolvida por Douglass North. Para isso, inicialmente, apresenta as
contribuições seminais para o debate e descreve na forma de survey a evolução de seu
pensamento no que tange a importância das instituições, processo esse que o faz se afastar
paulatinamente da Cliometria e o torna um dos mais proeminentes representantes da Nova
Economia Institucional. Em seguida, apresenta a teoria institucionalista de North em sua visão
consolidada destacando os seus conceitos mais importantes como as instituições, matriz
institucional, organizações, dependência de trajetória e mudança institucional. Finalmente,
apresenta o papel que a cultura e o Estado desempenham na conformação de uma trajetória
dependente.
Abstract
This article aims to present the central elements of institutional theory and institutional change
developed by Douglass North. For this, initially, he presents the seminal contributions to the
debate and describes in the form of a survey the evolution of his thought regarding the
importance of institutions, a process that makes him gradually move away from Cliometry and
makes him one of the most prominent representatives of New Institutional Economy. He then
presents North's institutionalist theory in its consolidated view, highlighting its most important
concepts such as institutions, institutional matrix, organizations, patch dependence, and
institutional change. Finally, it presents the role that culture and the State play in shaping a path
dependence.
2
Introdução
3
cultural. É exatamente por isso que mudanças culturais evolvendo alterações na cosmovisão
dos indivíduos, advindas de alterações na ideologia, religião, crenças e valores, abalam a
estabilidade das instituições e tendem a ser importantes vetores de mudança institucional. Ou
seja, a cultura materializa-se, em última instância, como como a chave para a dependência de
trajetória.
O Estado, por seu turno, logra a capacidade de promover mudanças institucionais que
podem tornar uma economia mais eficiente, garantindo direitos de propriedade e reduzindo
custos de transação e incertezas. Parte da explicação encontrada por Douglass North para o
desenvolvimento de determinados países da Europa Ocidental e Estados Unidos encontra-se na
formatação, por parte do Estado, de uma matriz institucional indutora do desenvolvimento.
Isto posto, para atingir o objetivo colimado, após essa breve introdução, esse ensaio
está dividido em quatro partes. A primeira procura apresentar as contribuições seminais para o
debate do papel das instituições na análise econômica, passando de forma geral pelas
formulações da Escola Histórica Alemã (EHA) e pela Escola Institucionalista Americana
(EIA), com destaque para as formulações gerais de Werner Sombart, Max Weber e Thorstein
Veblen, sem, obviamente, nenhuma pretensão de se entrar em pormenores. A segunda procura
descrever na forma de survey a evolução do pensamento de Douglass North no que tange ao
papel das instituições na compreensão da dinâmica econômica, e de que forma ele se afasta
paulatinamente da Cliometria e passa a dar forma a um corpo analítico próprio.
O terceiro item apresenta a teoria institucionalista de North, em sua visão consolidada,
destacando os seus conceitos mais importantes, como o papel da mudança institucional na
conformação de uma trajetória de desenvolvimento de longo prazo, e as suas contribuições
singulares no tocante ao papel da cultura e do Estado nesse processo. E, finalmente, resta uma
parte conclusiva para breves considerações finais.
A história importa. Importa não só porque podemos aprender com o passado, mas
também porque o presente e o futuro estão relacionados com o passado por meio da
continuidade das instituições de uma sociedade. As escolhas de hoje e de amanhã são
moldadas pelo passado, e o passado só pode se tornar inteligível como um caso de
evolução institucional. Integrar as instituições à teoria econômica e à história
econômica é um avanço essencial no aperfeiçoamento dessa teoria e dessa história.
Nesse livro North traça as linhas gerais de uma teoria por ele consolidada das
instituições e da mudança institucional, sublevando o foco na questão da cooperação humana,
em especial as formas de cooperação que possibilitam explicar as diferentes trajetórias logradas
pelas nações, algumas de riqueza e prosperidade, outras de pobreza e miséria. Contudo, em que
pese o seu protagonismo contemporâneo, North não foi o autor seminal no debate sobre o papel
das instituições na economia, seguiu e aprofundou um debate que se iniciara a mais de duzentos
anos e que foi paulatinamente ganhando corpo e amadurecendo, mesmo que de forma periférica
na academia.
Friedrich List em 1841, ao publicar a obra O Sistema Nacional de Economia Política,
estabeleceu um importante contraponto a visão liberal inglesa da economia e a Teoria
4
Ricardiana das Vantagens Comparativas, destacando a importância das instituições sociais e
das condições objetivas dadas por instituições livres para o desenvolvimento da economia nos
territórios germanófonos, ao lado de um claro papel institucional do Estado na defesa da
indústria nascente1. A importância desse estudo está justamente no fato, apesar de suas
deficiências teórico-metodológicas, de ter inaugurado uma agenda de pesquisa que seria
enfrentada pela Escola Histórica Alemã (EHA)2, ou também chamada por alguns de Escola
Institucionalista Alemã.
As análises desenvolvidas por essa escola partiam do pressuposto de que as categorias
econômicas detêm um caráter histórico, sendo inadequada a transposição de metodologias
utilizadas nas ciências naturais para as ciências que estudam a sociedade. Haveria, assim, a
necessidade de elaboração de uma metodologia específica capaz de dar sustentabilidade
analítica à análise histórica e capaz de identificar tendências de comportamento humano
oriundas de atitudes psicológicas, compreendendo que o homem é um ser imerso em um
complexo social.
Em contraposição ao individualismo metodológico assentado nas decisões
maximizadoras, egoístas e utilitaristas do homo oeconomicus da Teoria Econômica
Neoclássica, haveria um volksgeist, “espírito do povo”, que atuaria condicionando o processo
de desenvolvimento das sociedades, cabendo a Ciência Econômica o desafio de encontrar por
meio da análise historiográfica as regularidades e as instituições que explicassem o
desenvolvimento do capitalismo e das nações.
Partido dessa premissa da complexidade comportamental humana, a análise
econômica jamais poderia prescindir dos elementos subjetivos, o que compelia ao desafio de
elaborar uma análise historiográfica não universalista capaz de compreender as singularidades
de cada complexo social – cada nação seria única, singular. Nesse desiderato, a cultura de um
povo, os aspectos éticos e morais, as crenças e os valores religiosos, exerceriam decisiva
influência nas trajetórias das sociedades.
Essa visão está claramente manifesta nas obras Der Moderne Kapitalismus3 de Werner
Sombart e Die Protestantische Ethik und der 'Geist' des Kapitalismus4 de Max Weber, que se
lançam no desafio de compreender o geist como representação das motivações dos agentes,
compreendidos como imersos em determinados sistemas socioculturais. Assim, enquanto
Sombart procurou identificar as origens do capitalismo moderno buscando compreender o
1
Ha-Joon Chang, professor e pesquisador da Universidade de Cambridge, quando da publicação em 2002 do livro
Chutando a Escada: A estratégia do desenvolvimento em perspectiva histórica, resgata as ideias originais de List
e afirma (Chang, 2004, p. 15): “Ela também é interessante pelo grau assombroso de sofisticação na compreensão
do papel da política e das instituições públicas no desenvolvimento econômico.” Chang prossegue citando o
próprio List (1885 apud Chang 2004, p. 15): “Por industriosos, parcimoniosos, inventivos e inteligentes que sejam,
os cidadãos individuais não podem compensar a falta de instituições livres. A história também ensina que os
indivíduos derivam grande parte de sua energia produtiva das instituições sociais e das condições que lhes são
dadas.”
2
Usualmente a Escola Histórica Alemã é dividida em três vertentes, a velha escola histórica (Wilhelm Roscher,
Karl Knies, e Bruno Hildebrand), a nova escola histórica (Gustav von Schmoller, Etienne Laspeyres, Karl Bücher
e Lujo Brentano) e a novíssima escola histórica (Arthur Spiethoff, Werner Sombart e Max Weber), existindo
diferenças metodológicas entre elas e, inclusive, um debate sobre a possibilidade ou não desse corpo analítico ser
considerada uma escola de pensamento. Contudo, como não é o objetivo deste trabalho entrar nestes pormenores,
recomendamos os seguintes trabalhos para quem quiser se aprofundar no assunto: Rhia (1985), Schumpeter (1987),
Betz (1988), Streissler e Milford (1993), Peukert (2001), Hodgson (2001), Shionoya (2005), Tribe (2007), Máximo
(2010) e Dias (2015).
3
Em português: O Capitalismo Moderno.
4
Em português: A Ética Protestante e o “Espírito” do Capitalismo. Apesar da tradução em português no título do
livro ser “espírito”, o termo geist pode também ser traduzido para o português, dependendo do contexto, como
consciência, mente, intelecto, ânimo ou até mesmo fantasma.
5
“espírito” de competição e acumulação aliado à racionalidade econômica5, Weber buscou na
Reforma Protestante a conformação de um padrão de comportamento mais adequado a lógica
do capitalismo.
O trabalho desenvolvido pelos pesquisadores da EHA, trazendo efetivamente as
instituições para dentro de uma agenda sistemática de pesquisa, acabou exercendo influência
na formação de novas escolas de pensamento, como a Escola Institucionalista Americana (EIA)
no início do Século XX.6
De uma forma geral as concepções analíticas da EIA partiam de uma forte crítica a
Teoria Econômica Neoclássica, sobretudo, por considerarem as suas análises reducionistas com
ênfase no alcance do equilíbrio estático ao invés da busca pela compreensão do processo
econômico enquanto processo dinâmico (Lopes, 2013).
As concepções iniciais dessa escola de pensamento surgem com Thorstein Veblen e
foram amplamente difundidas nos Estados Unidos por meio de seu livro A Teoria da Classe
Ociosa publicado em 18997, obra através da qual procurou incorporar na análise econômica a
explicação da conduta social do homem a partir de conceitos como hábitos, instinto e
instituição, que exerceriam na evolução econômica, ao serem transmitidos geracionalmente,
um papel semelhante aos genes da Biologia (Oliveira Junior, 2011; Simões, 2014).
Os hábitos, derivados de comportamentos repetitivos dos agentes ao procurarem
atingir determinados fins, são moldados pelo contexto social no qual estão imersos e
transmitidos através da cultura. Ao se tornarem um padrão coletivo de comportamento acabam
por conformar as instituições políticas, econômicas e sociais. Ou seja, em última instância as
instituições seriam essencialmente formas de pensar compartilhadas (Lopes, 2013).
A evolução da estrutura social ocorreria por meio de um processo de seleção adaptativa
de instituições, que juntamente com as relações legais exerceriam forte influência nas atividades
econômicas. Desta forma, para Veblen, a incorporação das instituições na análise econômica
representava um avanço teórico pois permitiu que os economistas saíssem de uma análise
estática para um modelo social dinâmico capaz de refletir uma visão histórica e evolutiva do
processo de transformação econômica e social, colocando a ação humana dentro de uma
realidade social plural, e não meramente hedonista, passiva, inerte e imutável. Assim, em sua
perspectiva, a Ciência Econômica deveria ser evolucionista, incorporando na agenda de
pesquisa problemáticas sobre o desenvolvimento cultural e institucional (Domingues, 2015).
A problemática das instituições recebe novo impulso com a entrada no debate dos
pesquisadores que foram agrupados naquilo que se convencionou a chamar de Nova Economia
Institucional e que teve em Ronald Coase, por meio do artigo A Natureza da Firma publicando
em 1937, o impulso inicial. Coase pela primeira vez colocou a noção de que as relações que os
agentes estabelecem no mercado envolvem custos concretos e por isso mereciam ser melhor
compreendidas, introduzindo o conceito de custos de transação – destacando a importância dos
direitos de propriedade para a estrutura institucional e adequado funcionamento da economia.
Oliver Williamson aprofunda essa agenda de pesquisa, analisando a governança econômica,
especialmente nos limites da firma, ampliando a compreensão dos custos de transação para o
ambiente de negócios.8
5
Em Der Moderne Kapitalismus, Werner Sombart procura diferenciar o capitalismo moderno dos sistemas
anteriores em função da organização baseada na propriedade privada e economia de trocas, das tecnologias
desenvolvidas a partir do século XVIII e dum “espírito” de competição e acumulação aliado à racionalidade
econômica. Para uma maior imersão no assunto recomenda-se Riha (1985).
6
A influência da EHA na EIA é assinalada por Schumpeter (1987), Hodgson (2001) e Máximo (2010).
7
Como pilares da Escola Institucionalista Americana se agregam John Commons e Wesley Mitchell. Contudo,
pelo fim aqui proposto a nossa análise se limitará a visão sobre instituições desenvolvidas por Veblen.
8
Sobre os trabalhos de Coase e Williamson recomendo Pondé (2007).
6
Entretanto, foi Douglass North que – ao incorporar o papel das instituições na análise
da história econômica e na explicação dos desníveis entre as nações – promoveu maior impacto
nos estudos sobre a historiografia, teoria econômica e desenvolvimento.
7
introduzir na análise da historiografia econômica o papel das instituições, numa clara tentativa
superação das limitações do instrumental neoclássico (Robles, 1998; Goldin, 1994).
Em 1971, novamente em parceria com Lance Davis, North publica o livro Institutional
Change and American Economic Grow no qual afirmam a importância do enfoque institucional
como elemento chave para compreender o processo de crescimento econômico dos Estados
Unidos no século XIX, citando, como exemplos, a política agrícola, o desenvolvimento do
sistema bancário e a melhoria da infraestrutura de transporte. Adicionalmente, sustentam que
frequentemente a captura dos ganhos com o comércio dependem de modificações nos direitos
de propriedade ao lado da adoção de novos arranjos institucionais e formas de organização
econômica (North; Davis, 1971; Robles, 1998).
Esse afastamento da Cliometria torna-se ainda mais notório quando em 1973 North
profere um discurso na Associação de História Econômica dos Estados Unidos destacando que
a teoria neoclássica, em função de suas limitações metodológicas e sua natureza a-histórica,
dificultava o estudo das transformações de longo prazo. De acordo com Salama (2009, p. 19),
North foi ainda mais longe:
Ainda em 1973, em nova parceria com Robert Thomas, North publica o livro The Rise
of the Western World no qual procuram estabelecer um marco analítico para explicar a ascensão
econômica da Europa Ocidental no período da Idade Média até o século XVIII. Os autores, ao
olharem para as tradicionais teorias do crescimento econômico (Solow, Kaldor, Romer,
Damodar-Harrod e Ramsey-Cass-Koopmans), apontam que estas confundem as consequências
do processo com as causas. Ou seja, inovações tecnológicas, economias de escala, educação e
acumulação de capital não seriam as causas do crescimento, mas resultantes de uma adequada
matriz institucional. O que os autores propõem, de forma ousada, é uma inversão analítica entre
causa e efeito, sugerindo que os arranjos institucionais seriam os elementos propulsores do
crescimento econômico, entendendo estes como um arranjo entre unidades econômicas que
define e específica os meios pelos quais estas unidades podem cooperar ou competir (Gala,
2001; 2003a; North; Thomas, 1973).
Para North e Thomas (1973), a luz desse entendimento, o processo de crescimento
econômico de longo prazo da Europa Ocidental só pode ser compreendido através da análise
das transformações institucionais e dos direitos de propriedade que propiciaram o ambiente
adequado para as iniciativas individuais e atividades produtivas, ao estabelecerem as condições
para que o agende inovador usufruísse dos benefícios de sua inovação.9
Em 1974, no artigo Beyond the New Economic History, North volta a mencionar o
papel da Cliometria na historiografia econômica, reconhecendo a sua importância na
revitalização da área, mas destacando as suas limitações enquanto aporte analítico. Em sua
argumentação as pesquisas desenvolvidas por essa escola expressavam forte conteúdo
contrafactual sem que apresentassem uma análise alternativa, limitavam-se apenas a questões
específicas sem que procurassem apresentar uma narrativa das transformações econômicas no
9
De acordo com North e Thomas (1973) uma organização econômica eficiente contribui para aumentar a taxa de
retorno dos investimentos produtivos, o que serve de estímulo ao crescimento econômico.
8
longo prazo; além de excluírem das análises os fatores extra mercado, limitando, dessa forma,
as variáveis analíticas sobre o processo econômico (North, 1974).
Apresentando claramente um contraponto a essas limitações da Cliometria, North
publica no ano de 1981 o livro Structure and Change in Economic History no qual destaca que
o principal objetivo da história econômica é explicar o desempenho e a estrutura das economias
ao longo do tempo, claramente ampliando a sua agenda de pesquisa que até então estava
limitada a análise do processo de crescimento econômico (North, 1981). Nesse livro North
destaca que são as instituições que determinam a dinâmica e o ritmo do crescimento econômico.
Assim, as formas de cooperação e competição desenvolvidas pelos seres humanos, bem como
os sistemas de aplicação das regras de organização das atividades humanas, são fundamentais
para compreender as mudanças econômicas ao longo do tempo.10
Se as instituições passam a ser o elemento motriz da dinâmica econômica, North sente
a necessidade, para dar mais densidade em suas formulações analíticas, de avançar no esboço
da elaboração de uma teoria das instituições. Destarte, a teoria das instituições de North (1981)
é composta por três elementos, uma teoria dos direitos de propriedade, uma teoria do Estado e
uma teoria da ideologia: (i) Os direitos de propriedade estabelecem incentivos econômicos
individuais e coletivos, ao mesmo tempo em que explicam as formas de organização econômica
que os seres humanos estabelecem para reduzir os custos de transação e organização das trocas;
(ii) O Estado entra em seu modelo na medida em que de um lado especifica e resguarda a
estrutura dos direitos de propriedade; (iii) A ideologia torna-se elemento analítico importante
na medida em que é imprescindível para compreender de que modo as diferentes percepções
subjetivas afetam a reação dos indivíduos numa realidade objetiva em transformação.11
10
De acordo com North (1981, pp. 201 e 202): “As instituições provêm a estrutura dentro da qual os seres humanos
interagem. Elas estabelecem as relações cooperativas e competitivas que constituem a sociedade e mais
especificamente uma ordem econômica. [...] Instituições são um conjunto de regras, procedimentos consensuais e
normas de comportamento moral e ético que limitam o comportamento dos indivíduos [...].”
11
Para North (1981) a ideologia ajuda a compreender de que forma os indivíduos podem se comportar ante as
instituições sociais (“regras do jogo”), havendo em sua compreensão ideologias exitosas que são capazes de incitar
os indivíduos a terem um comportamento calculista de custos e benefícios.
12
Conforme North (1993a): “A teoria neoclássica é simplesmente uma ferramenta inadequada para analisar e
prescrever políticas que induzem o desenvolvimento. Ela se preocupa com o funcionamento dos mercados, mas
não sobre como eles se desenvolvem. Como você pode prescrever políticas sem entender como as economias se
desenvolvem? São precisamente os métodos usados pelos economistas neoclássicos que impuseram a questão e
aqueles que militaram contra tal desenvolvimento. Essa teoria, na forma primitiva que lhe dava precisão e
elegância matemática, modelava um mundo sem fricção e estática. Quando aplicado à história e ao
desenvolvimento econômico, focou-se no desenvolvimento tecnológico e, mais recentemente, em investimentos
em capital humano, mas deixou de lado a estrutura de incentivos presente em instituições que determinam o grau
de investimento social nesses fatores. Na análise do desempenho econômico ao longo dos anos, essa teoria incluiu
duas suposições errôneas: i) que as instituições não importam, e ii) que o tempo não importa.”
9
num mundo sem fricções, sem custos de transação13, com os direitos de propriedade
perfeitamente especificados e com informações fluidas e de conhecimento pleno pelos agentes
(Robles, 1998).
Para além das críticas já elencadas em North e Thomas (1973) sobre as tradicionais
teorias do crescimento, apontando que estas confundem as consequências do processo com as
causas, North estabelece críticas ao princípio racional e maximizador do homo economicus,
afirmando que o altruísmo, ideologias, questões éticas, morais, políticas e religiosas possuem
um papel destacado na motivação do comportamento dos agentes (North, 1981; 1990; 1995;
2018).
Nem mesmo o mainstream analítico do desenvolvimento foi poupado de suas críticas.
Segundo ele, mesmo depois de quarenta anos de esforços, as disparidades no desempenho das
economias e a sua persistência ao longo do tempo não foram satisfatoriamente explicadas,
sobretudo devido a omissão em suas análises sobre a natureza da coordenação e cooperação
humanas (North, 1990; 1995; 2018).
Essa percepção sobre a inconsistência dada pela teoria aos problemas de coordenação
e cooperação humanas levou North, da mesma forma, a questionar o modelo da Teoria dos
Jogos que, segundo a sua opinião, não parte de uma hipótese de comportamento humano
realista. Em sua perspectiva, o comportamento humano, conforme já destacado, é muito mais
complexo do que assume a função de utilidade dos modelos econômicos convencionais (North,
1990; 1995; 2018).
A partir destas constatações e partindo da premissa de que o mundo econômico é não-
ergódico – portanto passivo de mudanças contínuas, inusitadas e atípicas, no qual os agentes
precisam de um amplo esforço cognitivo para compreensão dos fenômenos econômicos e
sociais (North, 2005; Lopes, 2013) –, e com o objetivo de aperfeiçoar o instrumental analítico
ortodoxo14, North lançou-se no desafio de consolidar uma teoria das instituições e da mudança
institucional que lhe permitisse um melhor resultado na análise da dinâmica do
desenvolvimento por meio de uma perspectiva histórica. É, neste sentido, no livro Instituições,
Mudança Institucional e Desempenho Econômico publicado originariamente em língua inglesa
no ano de 1990 e no discurso por ocasião do recebimento do Prêmio Nobel de Ciência
Econômicas, Desempenho econômico no transcurso dos anos, proferido em Estocolmo na
Suécia no dia 09 de dezembro de 1993, que o aporte analítico de Douglass North sobre o papel
das instituições e da mudança institucional no desenvolvimento econômico alcança o maior
nível de amadurecimento.15
North (1993a) inicia o seu discurso em Estocolmo afirmando:
13
Conforme North (1993a): “Foi Ronald Coase (1960) quem fez a relação fundamental entre instituições, custos
de transação e teoria neoclássica. O resultado neoclássico de mercados eficientes só é obtido quando as transações
são gratuitas. Somente sob condições de negociação, sem custo, os atores alcançarão a solução que maximiza a
renda agregada, independentemente dos arranjos institucionais. Quando a negociação tem um custo, as instituições
se tornam importantes. E negociar implica um custo.”
14
De acordo com Robles (1998) o modelo analítico desenvolvido por Douglass North é uma modificação da Teoria
Neoclássica na medida em que aceita a hipótese fundamental da escassez e as ferramentas da microeconomia
ortodoxa, porém, modifica a hipótese de racionalidade ao assumir o pressuposto da informação incompleta e
modelos subjetivos da realidade, bem como os retornos crescentes, característico da análise institucionalista.
15
De acordo com Robles (1998), o livro Instituições, Mudança Institucional e Desempenho Econômico explica
com maior rigor e detalhe, do que nos estudos anteriores, três aspectos fundamentais de seu marco analítico: o que
são as instituições; como se diferenciam as instituições das organizações; e como as instituições influem nos custos
de transação e produção.
10
Seguindo esse desiderato, o ponto de partida de seu modelo é o axioma de que as
instituições e a estrutura produtiva herdadas por meio de processos históricos singulares geram
dinâmicas socioeconômicas diversificadas entre as nações. Isto significa que o
desenvolvimento econômico é um fenômeno eminentemente institucional, resultante de
complexas interações entre forças econômicas, culturais e políticas da qual fazem parte distintos
arranjos institucionais, que conferem diferenças nas trajetórias de desenvolvimento, bem como
na forma de organização das diversas organizações da sociedade16. Neste sentido, o sucesso ou
o fracasso das nações decorrem de sua formação histórica e da forma como as suas instituições
foram criadas e/ou evoluíram17.
Em suma, quando North formula a questão central de sua pesquisa – Por que algumas
nações adentram em um caminho de prosperidade enquanto outras permanecem na pobreza e
na miséria? –, ele encontra a resposta nas instituições e nas organizações que as sociedades
construíram ao longo de sua história (North, 1993a). É seguindo esta senda que passamos a
seguir a apresentar os conceitos fundamentais de sua teoria: instituições, matriz institucional,
organizações, dependência de trajetória (path dependence) e ruptura institucional.
As instituições são apresentadas como sendo as “regras do jogo” (normas) socialmente
construídas, gozando de aceitação geral pelos membros de um grupo social, que impõem
restrições formais e/ou informais e que moldam o processo de interação entre os agentes, ao
mesmo tempo em que estruturam incentivos na troca humana, sejam estes de ordem política,
social ou econômica18. Ao fazerem isso as instituições reduzem a incerteza19 na medida em que
conferem uma estrutura previsível de ação por meio da coordenação das expectativas
divergentes, criando padrões de comportamento duráveis e rotineiros que estabelecem limites
para o conjunto de escolhas dos agentes (North, 1990; 1995; 2018). Em Estocolmo North
reforçou esse entendimento:
As instituições são imposições criadas pelos homens e estruturam e limitam suas
interações. Se compõem de imposições formais (por exemplo, regras, leis,
constituições), informais (por exemplo, normas de comportamento, convenções,
códigos de conduta auto impostos) e suas respectivas características impositivas. Em
conjunto, definem a estrutura de incentivos das sociedades, e especificamente das
economias.20
11
estabelecendo uma estrutura estável para a interação humana, estas não são necessariamente
socialmente eficientes22, podendo, consequentemente, os custos de transação, produção e
acesso as informações diferirem substancialmente entre as sociedades em decorrência de suas
diferentes estruturas institucionais.
Portanto, trona-se conveniente repisar, existe um caráter histórico nas trajetórias das
sociedades que depende da forma como as suas matrizes institucionais foram conformadas. A
compreensão das trajetórias de desenvolvimento das nações depende da compreensão de sua
matriz institucional e, para isso, torna-se necessária a análise da conformação de regras e
normas, sejam estas formais e/ou informais, que a compõem e formam uma rede interligada
que sob variadas combinações moldam o conjunto de escolhas dos agentes em múltiplos
contextos, bem como das instituições que garantem a sua aplicação (enforcement). Essa
hipótese leva ao corolário de que, de um lado, o subdesenvolvimento é resultado de instituições
socialmente ineficientes e, de outro, somente com uma mudança institucional os países
subdesenvolvidos conseguiriam romper com a sua trajetória de subdesenvolvimento.
A mudança institucional, ao definir o modo como a sociedade evolui ao longo do
tempo, pode ser até mesmo mais importante para o desenvolvimento, ao estimular o capital
físico e humano, do que o acesso a inovações tecnológicas (Gala, 2003a; North, 1990; 1995;
2018). Nessa análise, as organizações – entendidas como grupos de indivíduos unidos por um
propósito comum – inserem-se como elementos dinâmicos do modelo23. Ao mesmo tempo em
que são influenciadas pelo ambiente institucional na qual estão inseridas, as organizações
influenciam a transformação desse ambiente num processo que molda a evolução institucional
da sociedade. Em síntese, se as instituições são as regras do jogo, as organizações são os
jogadores (North, 1990; 1993a; 1995; 2018).
North (1990; 1995; 2018) ao firmar a compreensão de que as instituições são
dependentes de suas trajetórias prévias – portanto “portadoras da história”24 na medida em que
apresentam fortes relações com suas configurações historicamente herdadas (Strachman, 2000)
– estabelece a matriz institucional de uma sociedade como o elo de ligação entre o passado e o
presente e como condicionante do futuro por meio de uma trajetória dependente, o que realça a
importância para a historiografia econômica da compreensão das sequências temporais de
eventos e processos sociais25.
O conceito de trajetória dependente surge, assim, como uma explicação que permite
observar a influência do passado sobre o presente e deste sobre o futuro, possibilitando a
compreensão das diferenças de desenvolvimento entre países e regiões, decorrentes de
empregada, elas determinam o custo de transação e transformação e com isso a viabilidade e o proveito de
participar da atividade econômica.”
22
North (2018, p. 36): “As instituições não são necessariamente e nem habitualmente criadas para serem
socialmente eficientes; elas, ou ao menos as regras formais, são antes criadas para servir aos interesses daqueles
com poder de barganha para formular novas regras (...) Se economias auferem ganhos com o comércio mediante
a criação de instituições relativamente eficientes, é porque, sob certas circunstâncias, os objetivos particulares
daqueles com poder de barganha para alterar as instituições geram soluções institucionais que se revelam ou se
tornam eficientes.”
23
De acordo com North (2018, p. 16) as organizações incluem órgãos políticos (partidos políticos, Câmaras,
Senados, Conselhos e agências reguladoras), corpos econômicos (empresas, sindicatos, fazendas, cooperativas,
associações patronais), corpos sociais (igrejas, clubes, sociedades filantrópicas, culturais, etc.) e órgãos
educacionais (escolas, universidades, centros de formação profissional).
24
É importante neste ponto abrir um parêntese para fazer justiça destacando que Douglass North não foi o pioneiro
na apresentação desta compreensão histórica da conformação das instituições, Thorstein Veblen, um dos
precursores da Escola Institucionalista Americana já colocava em seu trabalho de 1899, The theory of the leisure
class: an economic study of institutions, que as instituições e as tecnologias uma vez adotadas poderiam gerar um
efeito de retroalimentação e reforço de um padrão institucional e tecnológico (Hodgson, 1994, p. 17).
25
North (1990; 1995; 2018) utiliza o conceito de trajetória dependente para explicar a diferenças socioeconômicas
entre os Estados Unidos e a América Latina, posto que o processo de formação institucional distinto entre as
colônias americanas acabou por determinar desempenhos econômicos diferentes.
12
processos de auto reforço de suas trajetórias históricas. Assim, uma vez definido um caminho
há a atuação de mecanismos auto-reforçantes que fazem com que a matriz institucional fique
“trancada” (lock in) em uma trajetória, mutável apenas por meio de uma ruptura institucional.
13
A cultura materializa-se, em última instância, como como a chave para a dependência
de trajetória na medida em que os indivíduos ao fazerem as suas escolhas o fazem sob influência
de suas crenças, formadas por meio de um processo de aprendizagem cumulativo transmitido
culturalmente de geração em geração (North, 1993a)26. Conforme North (1993a):
Isto é, as crenças mantidas por indivíduos, grupos e sociedades e que determinam suas
preferências são uma consequência de sua aprendizagem ao longo do tempo, e não
apenas do tempo de vida de um indivíduo ou de uma geração; são a aprendizagem
incorporada em indivíduos, grupos e sociedades, cumulativa no tempo e transmitida
de uma geração para outra pela cultura de cada sociedade.
Uma herança cultural comum facilita a redução das divergências entre os modelos
mentais que os membros de uma sociedade têm, e é também o meio para a
transferência de percepções unificadoras de geração em geração.
26
Conforme Lopes (2013), esse processo de transmissão pode acontecer através da teoria, (pelo hábito de expressar
ideias através de palavras), da prática (conhecimento prático / "knowing how"), ou, inclusive, por meio da imitação
das práticas de outros (cozinhar, andar de bicicleta, dirigir carro etc.).
27
North (2005) coloca que a estrutura inicial de aprendizagem é genética, um debate polêmico e que necessita de
uma análise mais aprofundada, mas que não é o busílis deste trabalho.
28
Conforme North (1993a): “É a cultura que fornece a chave para a dependência da trajetória - um termo usado
para descrever a poderosa influência do passado no presente e no futuro.”
14
3.2 O Papel do Estado na Teoria Institucionalista de Douglass North
North (1981), aditivamente, afirma que uma teoria do Estado é essencial na medida
em que o mesmo é diretamente responsável pelo desempenho da economia, de um lado por
especificar a estrutura dos direitos de propriedade e garantir a sua eficiência de onde decorre as
origens do crescimento, estagnação ou declínio econômico; de outro, por deter
discricionariedade em alterações institucionais, o que faz com que o autor enfatize que as
iniciativas de reformas nas instituições devem partir com mais frequência dos governos. Indo
mais além, os direitos de propriedade estabelecidos são o resultado de tensões que envolvem os
interesses dos governantes e os esforços dos agentes para redução dos custos de transação.
Assim, há a sinalização de que grupos de pressão tentam influenciar os tomadores de decisão
29
North (1981) afirma que a diferenças nas taxas de crescimento do países europeus durante o século XVII
encontra-se na natureza dos direitos de propriedade desenvolvidos em cada Estado-Nação.
15
para a alteração das “regras do jogo” da concorrência e da cooperação, influenciando a estrutura
dos mercados de fatores e de produtos.
North (1989) volta a destacar a importância do Estado na promoção da eficiência nos
mercados de produtos e fatores e na garantia dos direitos de propriedade, ao definir,
regulamentar e fiscalizar as regras formais da economia. Mas é em seu livro lançado
originalmente em língua inglesa em 1990 e em seu discurso por ocasião do recebimento do
Prêmio Nobel de Economia em Estocolmo em 1993 que a sua análise sobre o papel do Estado
alcança maior nível de amadurecimento. Conforme Fiani (2003, p. 145):
Nesse sentido, faz parte das democracias modernas a pressão de grupos de interesses
sobre o Estado e sobre a burocracia estatal, ou até mesmo ações em prol de mudanças na
estrutura política de uma sociedade com a finalidade de redefinir regras e direitos de
propriedade, e com isso a repartição dos ganhos. Indo mais além, na medida em que o Estado
detém força coercitiva, aqueles que dirigem o governo podem usar essa força em benefício de
seus interesses em detrimento dos interesses do resto da sociedade.
Finalmente, em seu discurso em Estocolmo Douglass North retoma, reforça e amplia
alguns pontos.
Para North (1993a) as organizações políticas modelam o desempenho econômico
porque definem e implementam regras econômicas. Nesse sentido, em sua visão, uma política
de desenvolvimento efetiva perpassa pela criação de organizações políticas capazes de criarem
e de imporem direitos de propriedade eficientes. Conduto, a criação de organizações políticas
ainda é um campo regado a incertezas na medida em que grande parte do conhecimento da
chamada Nova Economia Política – um campo de conhecimento emergente que segundo North
16
deriva da NEI aplicada à política – focou prioritariamente na realidade dos Estados Unidos e
nas organizações políticas deste país. É nesse sentido que já em 1993 North apontava como
uma agenda importante as pesquisas sobre as características e a moldagem de organizações
políticas no Terceiro Mundo e na Europa Oriental.
North (1993a) em seu caráter prescritivo aconselha que ao se elaborar políticas de
desenvolvimento para o Terceiro Mundo e Leste Europeu se tenha por parâmetros os
fundamentos do enfoque institucional-cognitivo, na medida em que o ambiente cultural, os
hábitos e costumes, valores, ideologias, podem alterar o efeito resultante das regras formais.
Assim, a simples transferência de regras formais podem não lograr o efeito esperado,
resultando em simulacros de políticas públicas. Conforme Robles (1998, p. 16):
17
Conclusão
30
A esse respeito ver North (1990; 1995; 2018).
18
principal agente capaz de promover mudanças da matriz institucional de uma sociedade e,
portanto, alterar a sua trajetória de desenvolvimento.
Em síntese, a teoria das instituições desenvolvidas por Douglass North revigorou o
campo de pesquisas na historiografia econômica, na teoria econômica e no campo do
desenvolvimento.
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