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A ROTINA NA EDUCAÇÃO INFANTIL

PEDAGOGIA
A rotina na educação infantil, Atividades dirigidas, Atividades livres (isto é, menos
dirigidas pelo professor), Atividades de cuidado pessoal, reforçar a idéia.
Rotina à estrutura básica, da espinha dorsal das atividades do dia. A rotina diária é o
desenvolvimento prático do planejamento. É também a seqüência de diferentes
atividades que acontecem no dia-a-dia da creche e é esta seqüência que vai possibilitar
que a criança se oriente na relação tempo-espaço e se desenvolva. Uma rotina adequada
é um instrumento construtivo para a criança, pois permite que ela estruture sua
independência e autonomia, além de estimular a sua socialização.
Maria Carmen Barbosa e Maria da Graça Horn, afirma em Organização do Espaço e do
Tempo na Escola Infantil.
“O cotidiano de uma Escola Infantil tem de prever momentos diferenciados que
certamente não se organizarão da mesma forma para crianças maiores e menores.
Diversos tipos de atividades envolverão a jornada diária das crianças e dos adultos: o
horário da chegada, a alimentação, a higiene, o repouso, as brincadeiras – os jogos
diversificados – como o faz-de-conta, os jogos imitativos e motores, de exploração de
materiais gráficos e plásticos – os livros de histórias, as atividades coordenadas pelo
adulto e outras”.
Assim, para organizar estas atividades no tempo, é fundamental levar em consideração
três diferentes necessidades das crianças:
“As necessidades biológicas, como as relacionadas ao repouso, à alimentação, à higiene
e à sua faixa etária; as necessidades psicológicas, que se referem às diferenças
individuais como, o tempo e o ritmo de cada um; as necessidades sociais e históricas
que dizem respeito à cultura e ao estilo de vida”.
É interessante aqui reforçar a idéia de que a rotina deve prever pouca espera das
crianças, principalmente durante os períodos de higiene e de alimentação. A espera pode
ser evitada se organizarmos a nossa sala de aula de maneira que a criança tenha a
possibilidade de realizar outras atividades, de forma mais autônoma, tendo livre acesso
a espaços e materiais, enquanto o professor está atendendo uma única criança.
Atividades de organização coletiva
As crianças definem o que desejam fazer, e para isso é necessário que o ambiente, em
termos de materiais e espaços, dê condições. Já as crianças maiores podem participar na
própria organização das atividades. Uma festa, por exemplo, é uma atividade coletiva
que pode ser organizada junto com as crianças. O mesmo pode ser feito com relação a
um passeio, uma visita fora da instituição.
Atividades de cuidado pessoal
Não devemos separar o “cuidar” do “educar”. Uma das preocupações básicas das
atividades de cuidado pessoal é com a saúde, entendendo a saúde como sendo o bem-
estar físico, psicológico e social da criança. A higiene, o sono e a alimentação são
algumas das principais condições para a sua vida, é necessária uma atenção maior em
relação à limpeza e aos hábitos adequados de higiene. Também a alimentação é muito
importante e não deve ser encarada com momento de dificuldade e de tensão. É
importante observarmos alguns detalhes, tais como: o uso do guardanapo, a utilização
correta dos talheres, e a ingestão de líquidos no momento adequado.
É possível organizar na creche brincadeiras e músicas que envolvam questões de
higiene e alimentação. O sono é outro fator relevante para a saúde da criança, o ideal é
que sejam ofertadas outras opções de atividades para as crianças que não querem ou não
conseguem dormir. O problema da exigência dos momentos de sono da criança é o
resultado da falta de pessoal. Mas isso não é correto? Importante: as crianças nunca
devem dormir sem a presença de um adulto para atender a qualquer eventualidade,
como passar mal, acordar aos sustos, por exemplo. Além disso, o horário é de descanso
das crianças e não do profissional, que neste momento está trabalhando!
O momento do banho é especial para a criança na creche. No berçário, devemos cuidar
da temperatura da água, arrumar as roupas antecipadamente e escolher os brinquedos
para entreter a criança antes, durante e após o banho. No maternal pode-se dar banhos
de mangueira nas crianças, ou mesmo instalar chuveiros externos quando as condições
climáticas assim permitirem.
Atividades dirigidas
Na creche, as atividades dirigidas são aquelas que o professor realiza com uma ou
poucas crianças, procurando chamar a atenção pra algum elemento novo do ambiente,
como uma figura, uma brincadeira com som etc. No momento em que as crianças
aprendem a andar é relevante realizar passeios pela creche. O adulto deve coordenar
inúmeras atividades com as crianças, a partir de certa idade, tais como: contar histórias,
fazer teatro com fantoches, ensinar músicas e brincadeiras de roda, brincar de esconde-
esconde. O interessante é propor atividades à criança e deixá-la segura para escolher a
forma de participar. Isso significa respeitar seu ritmo, confiar na criança, na sua
capacidade de ação e na liberdade que tem para expressar seus sentimentos.
Atividades livres (isto é, menos dirigidas pelo professor)
Estas atividades devem fazer parte d programação diária de todos os grupos de crianças,
desde o berçário até a turma dos maiores. Cabe a este organizar espaços e momentos
para que as crianças livremente explorem o ambiente e escolham suas atividades
específicas, mas é sempre interessante que o professor intervenha na coordenação das
brincadeiras quando assim for necessário e integre-se como participante.

Publicado por: Renata Gonçalves


http://monografias.brasilescola.uol.com.br/pedagogia/a-rotina-na-educacao-infantil.htm
Rotina da Creche

https://www.portaleducacao.com.br/conteudo/arti
gos/pedagogia/rotina-da-creche/50560

PEDAGOGIA

16/09/2013
A creche é um equipamento de assistência e de educação, onde a criança é a prioridade absoluta.

A educação se dá pelo relacionamento com outras crianças e adultos, onde a maior parte do
tempo ela interage-se com as pessoas e os objetos, fazendo desse cotidiano uma proposta
educativa.

Na prática educativa de creches e pré-escolas, está sempre presente uma rotina de trabalho, que
pode ter autorias diversas: em alguns casos, são normas ditadas pelo próprio sistema de ensino;
outras vezes, pelos técnicos ou burocratas dessas repartições; outras ainda, pelos diretores,
supervisores ou professores e demais profissionais da instituição e, em certas escolas, também
as próprias crianças são convidadas a participar da elaboração das normas.

A rotina é apenas um dos elementos que integram o cotidiano, não deve ser entendida como
robotizadora, tampouco, sufocar e inibir, portanto, deve facilitar a participação ativa das
crianças, voltadas ao desenvolvimento, autonomia e independência.

O conjunto de ações simultâneas, que envolvem adultos e crianças, deve-se caracterizar sempre
uma organização flexível, para atingir os objetivos da creche, de modo a sintetizar o projeto
pedagógico, mediante a proposta educativa dos profissionais.

É preciso aprender certas ações que, com o decorrer do tempo, tornam-se automatizadas, pois é
necessário ter modos de organizar a vida, para se adquirir confiança. Do contrário, seria muito
difícil viver, se todos os dias fosse necessário refletir sobre todos os aspectos dos atos
cotidianos.
Os acontecimentos diários são únicos, portanto, é preciso ter consciência das múltiplas
dialéticas, com o cuidado de não reduzir o cotidiano ao rotineiro, repetitivo, a-histórico.

As rotinas podem tornar-se uma tecnologia de alienação quando não consideram o ritmo, a
participação, a relação com o mundo, a realização, a fruição, a liberdade, a consciência, a
imaginação e as diversas formas de sociabilidade dos sujeitos nela envolvidos; quando se
tornam uma sucessão de eventos, de pequenas ações, prescritas de maneira precisa, levando as
pessoas a agir e a repetir gestos e atos em uma seqüência de procedimentos que não lhes
pertence nem está sob seu domínio(fora da realidade). É o vivido sem sentido, alienado, pois
está cristalizado em absolutos. Ao criar rotinas, é fundamental deixar uma ampla margem de
movimento, senão encontraremos o terreno propício à alienação, frente ao imediatismo com a
falta de imaginação e esperança, enfatizando a morte cotidiana, ao invés da vida cotidiana.
A rotina pedagógica é um elemento estruturante na normatização da subjetividade das crianças e
dos adultos que frequentam os espaços coletivos de cuidados e educação.

O excesso de rotinização impede a exploração, a descoberta, a formulação de hipóteses sobre o


que está para acontecer. É imprescindível o planejamento com a clareza de objetivos e
atividades adequadas para o desenvolvimento físico, motor, intelectual, afetivo, emocional,
social e moral, abrangendo todos na creche, desde o planejamento até a execução.

O ato e a forma dos acontecimentos de vida, se caracterizam na somatização do currículo


explícito e oculto, totalizando o ser com seus valores, normas e comportamentos, de acordo com
o contexto histórico e o meio em que vive.

Diante disto, o currículo explícito deve despertar no aluno, a curiosidade e não somente o
comportamento, impulsionando interiorizações que serão levadas para toda a vida, tendo em
mente que ser humano eu quero formar, agregando a plena importância na interação professor-
aluno; aluno-professor; aluno-aluno, adquirindo o respeito ao próximo, ou seja, a concepção de
desenvolvimento é interacionista, tendo o professor como facilitador.

Uma característica básica do currículo é a interdisciplinaridade, tudo deve estar


interrelacionado.

Estabelecer uma rotina produtiva garante que ninguém fique parado à toa e mostra que a equipe
é capaz de integrar cuidados com o ato de educar.

Fornecer atividades regradas garante mais conforto e segurança, pois as crianças, se acostumam
com a sequência de acontecimentos e conseguem prever o que virá depois. Isso também permite
que os pequenos conheçam seus limites e entendam que as coisas nem sempre podem ser
realizadas na hora e do jeito que eles desejam. A assimilação de normas desde a primeira
infância é imprescindível para que, no futuro, todos se tornem adultos seguros e tolerantes,
capazes de lidar com frustrações.

Creche e família completam-se na educação da criança. O contato dos profissionais da creche e


família é fundamental, de modo a fazer uma anamnese social para o estabelecimento de
vínculos de confiança e respeito mutuo, lembrando que a criança é um ser em desenvolvimento,
uma pessoa humana e um cidadão em construção, um seguimento da população.
Existem vários conceitos na concretização das rotinas de educação infantil. Não existe um
padrão, depende do meio em que está inserido, levando em conta a diversidade e diferentes
possibilidades que se têm, exigindo uma reflexão sistemática sobre o curso do desenvolvimento,
para adequar um projeto balanceado e estimulador, integrando planejamento, currículo e rotina.

por ALINE DOS SANTOS


Naturalidade: brasileira Estado civil: Solteira Formaçãoção Acadêmica Uniesp-União das
Instituições Educacionais do Estado de São Paulo:Cursando- Pedagogia/ UNIP-Universidade
Paulista: Bacharel administração c/ênfase em análise de sistemas-concluído em 1999/ Colégio
Vectra: técnico em contabilidade-concluí
Aprender

Especialistas respondem: o que a


creche ideal precisa oferecer?
18/02/2017 19:59 | Atualizado: 20/02/2017 10:10

Como saber se uma creche é realmente boa, e oferece aquilo que o


bebê - que ainda não fala, e é tão pequeno e frágil - precisa para se
desenvolver? Para responder a essa pergunta,
o Catraquinhaconversou com especialistas dos campos da educação
infantil, desenvolvimento da criança e primeira infância para oferecer
subsídios para que famílias possam fazer uma escolha consciente e
segura, munidos de informação para avaliar e cobrar - porque não?- a
instituição escolhida.
Afinal, o que faz de uma creche um bom espaço para uma criança?
A resposta para essa pergunta passa longe dos brinquedos
industrializados, de um espaço físico que impressione pela
modernidade, ou pelo design arrojado, ou da oferta de infraestrutura e
tecnologia, e se aproxima de aspectos mais simples e humanos, como
carinho, afeto e tempo para a criança poder brincar e explorar o
mundo.
Muito mais importante do que as características do espaço -salas
grandes ou pequenas, um jardim enorme, chão de borracha para a
criança não se machucar, e oferta de brinquedos, por exemplo- é a
forma como o local será aproveitado dentro do projeto pedagógico da
instituição, a qualidade e a formação dos profissionais que trabalham
no local e, principalmente, se o ambiente proporciona segurança e
acolhimento para que a criança possa experimentar novas sensações.
“Bebês precisam explorar objetos, experimentar o corpo, aventurar-se
pelos espaços, brincar, comunicar-se com outras crianças e com os
adultos e ampliar os seus saberes”, aponta Alice Junqueira, psicóloga
e educadora do Cenpec.

Créditos: Shutterstock
"As crianças de zero a três anos estão aprendendo a todo o momento,
seja nas atividades de cuidados físicos, como nos desafios
proporcionados pelas outras crianças nas interações e
compartilhamento de sentidos das experiências, como nos objetos,
brinquedos, materiais que os professores colocam a disposição da
criança para explorar, conhecer, criar", Alice Junqueira

Para João Batista Araujo e Oliveira, Presidente do Instituto Alfa e Beto,


uma creche é boa quando contribui para promover o desenvolvimento
harmônico da criança. “Para cumprir sua função, precisa acolher as
crianças com carinho, apresentar à elas estímulos adequados aos
vários aspectos do seu desenvolvimento e trabalhar em sintonia com
as famílias”, aponta.
De acordo com os especialistas, o que faz de uma creche uma "boa"
creche está muito mais atrelado à qualidade das experiências que
aquela instituição proporciona à criança, do que aos recursos
materiais aos quais a criança tem acesso no local.

"Ambientes lúdicos são criados pelas crianças. O fundamental é ter


espaço com alguns estímulos e liberdade para explorar", afirma João
Batista. De acordo com ele, o "segredo consiste na organização do
espaço, do tempo, das atividades que nele ocorrem e nas interações,
os desafios e limites apresentados à criança para que ela possa fazer
o melhor proveito deles. As coisas – como os brinquedos em si – não
são especialmente relevantes. O relevante é o que a criança possa
fazer com elas e o estímulo e feedback que recebe para explorar e
conhecer o mundo – liberando a sua curiosidade e sua
imaginação", completa o especialista.
Brincar: o modo de aprender das crianças
Muito mais do que uma forma de lazer e de passar o tempo, brincar é
um direito da criança, e também uma atividade imprescindível ao seu
desenvolvimento. “É a forma como as crianças se conectam ao
mundo, é a sua forma de aprender sobre a linguagem, as pessoas, os
fenômenos da natureza e da sociedade”, explica o presidente do IAB.

No dia a dia da educação infantil, de acordo com os especialistas, a


brincadeira deve estar tão presente quanto os cuidados com o bem-
estar físico da criança. "Na creche, cabe ao educador organizar o
espaço físico e planejar ações intencionais que favoreçam um brincar
de qualidade", aponta a educadora Alice Junqueira.

Créditos: Shutterstock
"A brincadeira é a forma de a criança ser e estar no mundo. Ela usa os
objetos com um sentido bem especial, primeiro ela quer saber o que é,
e pega, põe na boca, olha, cheira, chacoalha, bate, enfim , percebe
todas as propriedades deste objeto seja ele qual for. Depois, quer
saber para que aquele objeto é usado, para que ele serve. E por fim a
criança transforma em algo novo, que ela imagina e cria", diz Cisele
Ortiz, psicóloga especialista em educação infantil
E, ao contrário do que muitos podem pensar, quanto menos "pronto"
for o brinquedo, melhor ele servirá ao propósito do brincar da criança.
Nesse sentido, materiais simples como caixas de papelão, panos,
sucatas, folhas, galhos, na creche, ganham o status de poderosas
ferramentas pedagógicas. “Eles certamente os transformarão, por
meio da imaginação, em brinquedos bem mais interessantes e
divertidos dos que os industrializados”, afirma Alice Junqueira do
Cenpec.

 Leia também: Jardim de Infância na Noruega retira brinquedos das salas; o resultado foi
crianças mais criativas
O contato com a leitura começa antes da alfabetização
A leitura tem grande importância na creche, pois coloca os bebês
desde cedo em contato com a linguagem escrita. "Por meio dela,
percebem que a fala do dia a dia é diferente daquela usada numa
leitura em voz alta, notam que tem cadência, ritmo e emoção
diferentes. Estar em contato com livros desde o berçário é um
excelente caminho para despertar paixões pela leitura", disse Alice
Junqueira, do Cenpec.
Créditos: Shutterstock
"Para a criança, os livros são um 'brinquedo' como outro qualquer, e
se tornam tão mais interessantes quanto mais estiverem associados a
interações com os pais e outros entes queridos", afirma João Batista.

Mas, a tarefa de educar e criar futuros leitores não deve ser exclusiva
dos educadores. Livros e leituras assistidas devem permear a rotina
das crianças na instituição de ensino, mas também as brincadeiras
entre pais e filhos em casa. "Livros trazem em si o elemento mágico
de compartilhar narrativas, melodias e fortalecer
vínculos", completa Cisele Ortiz, psicóloga especialista em educação
infantil.
E as telas?
Na era da internet, as telas estão presentes na rotina das famílias.
Mas será que atividades com tablets, filmes ou moimentos de
televisão fazem sentido no ambiente da creche?
Os especialistas consultados vêm com muita cautela o uso das telas
na rotina das crianças nas creches. "Esse tipo de atividade só tem
sentido quando está relacionada a algum projeto ou proposta
pedagógica", aponta a psicóloga Alice Junqueira.
Cisele Ortiz, que é Coordenadora do GT de Educação Infantil de Rede
Nacional Primeira Infância, sugere sessões de cinema na creche para
as famílias como uma possibilidade de ampliação cultural para a
comunidade escolar. "Deve-se ter em mente sempre que a ação da
creche é complementar à ação da família, portando deve ir mais, ir
além e não reproduzir o que a criança já tem", afirma.
 Leia também: Telas e crianças: conheça os mitos e riscos desta exposição
Os cuidados com o bem-estar do bebê e a rotina na creche
Cisele Ortiz, psicóloga especialista em educação infantil e coautora do
livro "Ser professor de bebês: cuidar educar e brincar uma única
ação", destaca a importância da criança ter na creche uma rotina
estável, e que seja centrada nas necessidades infantis e não nas
necessidades institucionais e dos adultos. “A rotina é fundamental
para as crianças como elemento de segurança que favorece a
construção da identidade e da autonomia”, afirma.

O que é mais importante na estrutura física de uma creche?


Como já foi dito anteriormente, mais importante do que o espaço em
si, para a criança, é o tipo o local é aproveitado e que tipo de atividade
é desenvolvida ali. Sem rodeios, sobre essa questão, Cisele afirma:
"Fundamental é termos: 1,80m² por criança no espaço interno tudo
acessível e à altura dela, e que as paredes reflitam a cultura e a
estética infantis, com espaços externos verdes, onde ela possa ter
diversidade de cores, aromas, texturas, espécies, enfim, vida que
pulsa".

O contato com espaços mais verdes e naturais, sem dúvida, é muito


importante para o desenvolvimento das crianças. "Desemparedadas",
as crianças podem experimentar o brincar de forma mais livre e
imaginativa. Apesar disso, o pátio dos sonhos, repleto de árvores e
verde, não é uma realidade para todas as instituições. "Sempre se
pode possibilitar às crianças o contato com elementos naturais como
água, terra, grama ou areia, sempre fontes de inesgotáveis
experiências sensoriais, não sendo para isso necessário espaços tão
incríveis e inovadores", completa Alice Junqueira, do Cenpec.

As 32 escolas da rede de ensino de Novo Hamburgo, no Rio Grande


do Sul, são um exemplo interessante nesse sentido. "A questão não
está no tamanho do espaço e sim na riqueza que ele vai oferecer, em
como organizá-lo. Entre as escolas de nossa rede, justamente, uma
das escolas com menor tamanho de pátio, é uma das que tem maior
diversidade de possibilidades para as crianças, com variedade de
árvores frutíferas, horta, composteira, cisterna e diferentes recantos
para a brincadeira. Materializar uma proposta de pátio está muito mais
para a concepção do que para o tamanho do pátio ou para os
recursos financeiros", conta a bióloga Rita Jaqueline Morais,
assessora pedagógica de Educação Infantil da Secretaria Municipal de
Educação do município.
Créditos: arquivo pessoal / Rita Jaqueline
Cada escola tem liberdade para a construção deste espaço, de acordo
com suas possibilidades financeiras.

 Confira a proposta de composição do pátio para as escolas de Educação infantil de Novo


Hamburgo e inspire-se: Nas escolas de Novo Hamburgo, em todo pátio tem fruta no pé
 Leia também: 8 dicas para criar espaços de brincadeira mais naturais na escola
Por fim, os especialistas fazem um alerta em relação a estruturas
físicas que se assemelhem à instituições totalitárias como prisões,
quartéis ou conventos. "A estrutura física muitas vezes tem esse poder
de massificar e embotar o indivíduo assim como a rotina rígida. As
crianças não podem ficar massificadas e confinadas", aponta Cisele.

Não existe educação de qualidade sem bons educadores


A ciência já sinaliza os enormes benefícios dos investimentos em
políticas para a primeira infância, e também para a importância dos
primeiros seis anos de vida da criança para todo o seu
desenvolvimento futuro. Apesar disso, no Brasil, a ampliação de vagas
-com qualidade- nas creches ainda é um dos grandes desafios do
país. Superar esse desafio passa pela valorização e qualificação dos
professores da educação infantil.

A formação do educador é fundamental e sabemos que tem um


impacto direto em sua prática. Nesse sentido, não basta a formação
inicial. É muito importante que o professor participe de processos de
formação continuada para que construa e aprofunde conhecimentos a
partir da discussão e análise das próprias ações educativas.

"Sem salários adequados e equalizados com outras profissões do


mesmo nível, sem que a lei do piso seja cumprida por todos os
municípios , sem plano de carreira, sem formação continuada no
cotidiano, (aquela que o supervisor, diretor e coordenador pedagógico
são responsáveis ), que traga luz às práticas e reflexões aprofundadas
, não tem como melhorar a qualidade. Se o professor de creche ainda
é visto como um profissional inferior pelo Estado, não há por que a
sociedade pensar diferente . Sem visão política e estratégica
dificilmente a educação avança. A educação da criança pequena ,
infelizmente é vista como um problema privado , da família, em geral
da mulher , e não como o nosso maior bem , nosso futuro sendo
criado hoje", disse Cisele, da Rede Nacional Primeira Infância.
Leia mais:
https://catraquinha.catracalivre.com.br/geral/aprender/indicacao/especialistas-
respondem-o-que-a-creche-ideal-precisa-oferecer/

ste ano, o ingresso de crianças de 4 e 5 anos anos de idade na Educação


Infantil passa a ser obrigatório. A mudança se deve a uma Emenda
Constitucional de 2013, que incorporou a etapa ao Ensino Básico, que agora
deve durar treze anos. Apesar de o Brasil não estar muito longe de atingir a
meta de matrículas nessa faixa etária (temos 87,9 % das crianças de 4 e 5 anos
estudando), o país enfrenta um desafio maior que é oferecer qualidade de
atendimento a essas crianças.
Pesquisas acadêmicas mostram que o fato de a criança estar matriculada
na pré-escola não garante avanços quando o ensino é de baixa qualidade.
Pelo contrário, uma pré-escola sem uma proposta curricular que contemple
atividades e rotinas apropriadas pode afetar negativamente o desenvolvimento
e o futuro escolar dos pequenos.
A organização do tempo constitui um dos maiores desafios para proporcionar
à criança cuidados e educação de qualidade. Cada momento da vida na pré-
escola deve ser um momento pleno de estímulos, desafios e oportunidades
para aprender. Para que isso ocorra, é fundamental planejar bem as atividades
de cada dia, no contexto de um plano semanal ou mensal de trabalho. Abaixo,
listamos os nove momentos essenciais da rotina da pré-escola. O conteúdo faz
parte do Programa Alfa e Beto Pré-escola, do Instituto Alfa e Beto, e leva
em consideração as principais evidências científicas sobre aprendizagem na
Primeira Infância.

 Chegada e acolhida
Esta é a parte mais importante do dia da criança na pré-escola. Superada a
dificuldade na separação dos pais, a criança aprende que é bem-vinda. Quem a
recebe, como é recebida pelos adultos, professores e colegas determina o tom
do dia e de sua percepção da vida na pré-escola. A chegada também é o
momento de formação de importantes hábitos: localizar e guardar objetos,
colocar e tirar roupas, amarrar e desamarrar sapatos. A criança deve adquirir
autonomia nessas questões logo nas primeiras semanas. A presença de um
adulto é fundamental para orientar a formação de hábitos e sequências, bem
como para estimular a criança a, progressivamente, tornar-se autônoma.

 Iniciação e rodinha
Há duas formas mais comuns de iniciar o dia: em algumas escolas, a criança
se dirige à sala e tem liberdade para fazer o que quer ou pode ficar brincando
no pátio, até a organização de alguma atividade; em outras, as crianças já se
dirigem diretamente para uma atividade organizada pela professora. Essa
atividade pode ser a rodinha habitual, ou algo que a professora preparou para
engajar as crianças diretamente nela. O mais usual é a rodinha, e há várias
formas e agendas para ela, dentre as quais destacamos:

1. Ouvir as crianças, deixá-las contar a respeito de eventos que ocorreram em


casa ou no caminho da escola. A escuta é fundamental para o professor
identificar crianças que necessitam de atenção especial, e é também um
momento profícuo para estimular as crianças que falam pouco e compartilham
pouco de suas vidas.

2. Fazer a chamada, identificar os presentes e ausentes. Conferir o calendário;


aprender sobre dias do ano, mês, semana; falar sobre o tempo; acertar as
rotinas do dia; anunciar eventos ou surpresas.

3. Introduzir conceitos. Em rodinha, as crianças podem participar de brincadeiras


para conhecer o nome dos colegas, falar nome de objetos, identificar palavras
ou fonemas, continuar uma história, etc.

 Lanche
A hora do lanche é um momento privilegiado para a formação de hábitos de
higiene e saúde, organização, comportamentos sociais e habilidades
psicomotoras. Mas é, sobretudo, um tempo privilegiado para uma interação
adulto-criança muito semelhante à vida em casa. A possibilidade do professor
sentar-se junto às crianças e conversar de maneira livre e descontraída deve
ser vista como um momento ímpar.

 Recreio
Numa escola dinâmica em que a criança tem vários graus de liberdade para ir
e vir e escolher tarefas e amigos, o recreio não é muito diferente de outros
momentos da pré-escola. A existência de espaços e equipamentos adequados e
a presença de outros adultos também pode ajudar muito no desenvolvimento
de comportamentos sociais. Assegurar a segurança das crianças deve ser uma
preocupação básica, e como tudo em segurança, a prevenção é sempre o
melhor remédio.

 Repouso
As crianças variam muito em suas necessidades de repouso e na duração
dele. As necessidades tendem a se reduzir com o tempo, mas, como qualquer
hábito, o repouso deve ser previsto e cultivado. A escola poderá decidir se as
crianças que não têm o hábito de dormir devem permanecer quietas
descansando ou se podem participar de outras atividades. Ademais, há
momentos em que a criança precisa de um tempo e um espaço isolado para se
recompor.

 Banheiro/higiene
Há várias questões importantes a respeito desses temas.
1. Com relação à higiene. Comprovadamente as mãos são as maiores
transmissoras de doenças entre pessoas, e isso é particularmente acentuado no
caso das crianças. Portanto, o acesso a locais para lavar as mãos com
frequência é fundamental para evitar doenças.

2. Com relação ao uso do banheiro. As crianças têm necessidade frequente de ir


ao banheiro, mas nem sempre têm a capacidade de prever ou se lembrar. Daí
que as necessidades muitas vezes surgem de forma inesperada e com caráter
urgente. Ademais, muitas crianças precisam adquirir os hábitos básicos para
uso das instalações sanitárias, que nem sempre são ensinados ou praticados
em suas casas.

3. Tudo isso sugere que pias e banheiros devem ser de tamanho adequado, estar
na altura adequada e estar localizados, de preferência, em espaços contíguos
ou adjacentes à sala de aula. De outra forma, essa atividade pode consumir
20% ou mais do tempo diário do professor.

 Despedida
A despedida deve ser precedida de uma revisão do dia. Isso ajuda as crianças
a desenvolver o sentido de planejamento, previsibilidade e estabilidade.
Também ajuda no desenvolvimento da memória e da organização de
estruturas narrativas. Antes do encerramento do dia há cuidados a serem
levados em conta:

1. Arrumação da sala e dos materiais: as crianças devem fazer isso após cada
atividade, mas especialmente ao final do dia é importante deixar a sala limpa e
arrumada. Isso reforça o senso de planejamento, de ordem e de
responsabilidade.

2. Arrumação das roupas: esta é outra oportunidade para a criança desenvolver


hábitos independentes de se vestir e treinar habilidades motoras. Também
ajuda a memória e o senso de responsabilidade sobre os objetos que ela leva e
traz para a escola.

3. Itens para levar para casa: frequentemente a criança leva para casa mensagens,
bilhetes, trabalhos que faz, livros ou objetos emprestados, ajuda também ajuda
o processo de memória.

4. Dever de casa: se houver dever de casa, o ideal é que isso seja feito de forma
sistemática, por exemplo, todos os dias, ou em um dia determinado. Dever
passado, deve ser cobrado e cumprido – isso é essencial para a criança
desenvolver o senso de responsabilidade.
5. Saudações calorosas: são essenciais para constituir e reforçar laços de
afetividade das crianças entre si e com os adultos e professores. Além disso, é
o momento de interações e troca de informações entre professores e pais.

 Brincadeira livre
Dependendo dos recursos disponíveis, as crianças podem ter tempo para fazer
o que quiserem em diferentes espaços da sala. Caso isso seja possível, a
professora deve assegurar que as crianças circulem nos vários espaços em dias
diferentes, para evitar que sempre façam a mesma coisa. Normalmente, isso se
faz formando duplas ou trincas e estimulando as crianças a brincarem juntas.
São momentos importantes para as crianças desenvolverem sua
individualidade, aprenderem a brincar em grupos de dois, três ou mais; e são
momentos preciosos para o professor observar as crianças e engajar-se em
conversas reais em torno da atividade que as crianças estão fazendo. Conversa
real significa diálogos longos, em que o professor estimula a criança a
elaborar seus pensamentos, sentimentos, explicar a ação, etc. É o contrário de
fazer questionários com perguntas e respostas ou dar ordens.

 Atividades organizadas
A cada dia o professor organizará duas, três ou quatro atividades, utilizando os
materiais disponíveis. As atividades devem ser planejadas de forma espaçada,
mas podem ser sequenciais: por exemplo, o professor pode fazer a leitura de
uma história infantil e depois fazer uma atividade ou um desenho sobre o
texto lido. A preparação para cada atividade deve ser cuidadosa, pois isso
facilita a transição e ajuda as crianças a se concentrarem no que irão começar
a fazer.

http://www.alfaebeto.org.br/blog/como-deve-ser-uma-boa-rotina-de-pre-escola/

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