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Ventilação de Minas

Prof. Me. Hermeson Carneiro Rodrigues


Ementa do Curso
•Projetos de ar comprimido e de ventilação, análise,
especificação, eficiência dos sistemas envolvidos. Aplicações à
mineração subterrânea.
Referências Bibliográficas

•Hartman, H.L., Mutmansky, J.M., Wang, Y.J., eds.,1997, Mine Ventilation and
Air Conditioning, 3nd. Ed., John Wiley & Sons, ISBN 0-471-05690-1.
•McPherson, M. J., 1993, Subsurface Ventilation and Environmental
Engineering, Ed. Chapman & Hall, London.
•Kennedy, W.R., 1999, Practical Mine Ventilation, 2nd. Ed., Intertec Publishing
Corp., ISBN 0-929531-50-7.
•Mutmansky, J.M., Ramani, R.V., 1992, “Environmental Health and Safety”,
SME Mining Engineering Handbook, 2nd edition, Vol.1, AIME, N.Y., section 11.
•Normas NR-22 e NR-15, Ministério do Trabalho e Emprego, Brasil, 2010.
Tópicos

1.Poluentes de minas subterrâneas


2.Normas para cálculo de necessidades de ar
3.Divisores do fluxo do ar
4.Configurações de sistemas de ventilação
5.Leis da ventilação
6.Ventiladores
7.Controle de ventilação
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO

•O que é ventilar uma mina?


• Consiste na introdução de ar nas galerias de
uma mineração subterrânea de modo a diluir o
ar tóxico oriundo das atividades mineiras.
•A ventilação é necessária para:

•Permitir a manutenção do oxigênio para os


operários.
•Suprimir os gases tóxicos produzidos pela
detonação de explosivos.
•Evitar a formação de misturas explosivas de
Gás – Ar.
•Eliminar concentração nociva de pó em
suspensão.
•Controlar a umidade e temperatura.
•Diluir gases formados pelos equipamentos
com motores a diesel.
•O sistema de ventilação Composição do ar normal (puro, seco):
% em volume
de mina procura, dentro do
Oxigênio 20.93
possível, reproduzir a
CO2 0.03
composição do ar na
Nitrogênio 78.10
superfície. Argônio 0.94
Total 100.00

Estas percentagens serão reduzidas com a


presença de vapor d’água no ar, o qual pode
chegar a um valor máximo de 4% .
•Os gases da mineração podem ser classificados em:

• Asfixiantes simples: etano, metano, CO2, acetileno, nitrogênio,


hidrogênio (sufocamento).

• Gases tóxicos: CO (intoxicação).


LIMITES DE TOLERÂNCIA DE GASES

NR 15
ANEXO N.º 11 AGENTES QUÍMICOS CUJA
INSALUBRIDADE É CARACTERIZADA POR
LIMITE DE TOLERÂNCIA E INSPEÇÃO NO
LOCAL DE TRABALHO
NR 15

•O LT de um gás no ambiente do trabalho é a máxima concentração, em


média aritmética, que o trabalhador poderá respirar durante 48 horas
semanais.

•Quando trata-se de Asfixiantes simples, deve-se considerar que em presença


destas substâncias, a concentração mínima de oxigênio deverá ser de 18%.
Abaixo disso considera-se risco grave e iminente.

•Excedido o LT, caracteriza-se situação de insalubridade.


•Cada uma das concentrações
obtidas nas referidas
amostragens não deverá
ultrapassar os valores obtidos
na equação que segue, sob
pena de ser considerada
situação de risco grave e
iminente.

•O limite de tolerância será


considerado excedido quando
a média aritmética das
concentrações ultrapassar os
valores fixados no Quadro n° 1
da NR 15 – Anexo .
•Exemplo 1:
•Detecção de amônia
(LT=20 PPM) por tubo
reagente a cada hora,
no local de trabalho,
ao nível respiratório
do trabalhador, até 10
detecções:
•Aplicando a Equação •Exemplo 2: Para detecção de
NO+NO2 (LT=4 PPM) com VALOR
tem-se:
TETO, o local é insalubre porque
todas as detecções são maiores que
VM = 20*1,5 = 30 PPM o LT, assim como a média aritmética.

•Nenhuma das detecções


VM = 4*2 = 8 PPM

deu acima de 30 PPM, não •7 detecções são maiores que o Vm,


caracterizando situação de caracterizando situação de risco
grave e iminente nestes horários.
risco grave e iminente.
PRINCIPAIS GASES CONTAMINANTES
•LIMITES DE TOLERÂNCIA DO OXIGÊNIO

•É um gás que não tem cor, sabor ou cheiro, com densidade


de 1,10 em relação ao ar.

•A NR-22 considera o teor mínimo, que deve estar presente


em volume no ambiente de trabalho, como sendo 19%.

•É considerado risco grave e iminente os valores abaixo


deste patamar.
O2 %vol Efeitos no homem

21 - 18 Respiração Normal;

Respiração mais rápida, aumento da pulsação e


18 - 12
funcionamento deficiente dos músculos;
Aumento forte da pulsação, respiração acelerada,
14 - 9
vômitos e enfraquecimento;

10 - 6 Após pouco tempo de exposição pode acarretar a morte;

5-3 Morte rápida.


•LIMITES DE TOLERÂNCIA DO CO2

•A principal fonte de CO2 nas minas é o uso de explosivos.


•O limite tolerável no Brasil segundo a NR-15 é 0,39% em volume ou 3900 ppm.
% Sintoma
1% Respiração mais rápida sem prejuízo para a saúde, exposição rápida
2% Respiração duplicada, cansaço rápido
5% Respiração triplicada e dificultada
6% Sensação de falta de ar (apnéia), enfraquecimento
10% Risco de desmaio
20% Risco de vida após poucos minutos
•O gás carbônico se forma nas minas durante a putrefação de
madeira, decomposição de rochas carbonatadas por águas ácidas,
trabalho com explosivos, motores a combustão, incêndios,
desgaseificação da jazida, auto-oxidação do carvão e a própria
respiração humana.
•LIMITES DE TOLERÂNCIA DO CO
•Gás tóxico; grande afinidade com a hemoglobina (250 a 300 vezes
maior que o Oxigênio).

•O limite de tolerância para até 48 horas semanais de exposição


segundo a NR-15 é 39 ppm (43 mg/m3), ou 0,0039% em volume.

•Obtém-se da combustão incompleta de qualquer matéria carbonosa


que se queima. É por esta razão que se encontra nos gases de escape
dos motores de combustão interna e nos gases gerados pela detonação
de explosivos.
•Este gás causa mais de 90% dos casos fatais, nos incêndios
de minas.

ppm Sintoma
50 Riscos para a saúde em trabalhos que exijam muito esforço
50 - 100 Dores leves de cabeça, dificuldades de respirar após duas
horas de exposição
100 a 200 Dores de cabeça, dificuldades de respiração, vertigem,
diminuição da capacidade visual e vômitos
500 a 1000 Risco de vida após uma hora de exposição
1000 a 10000 Risco de vida após 3 a 5 minutos
•LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA SO2

•NR-15 estabelece como limite de exposição para 48 horas


semanais o valor de 4 ppm.

•É um gás tóxico, incolor, não inflamável, que irrita olhos e


garganta mesmo em baixas concentrações.
•Formado na detonação de minérios de enxofre, durante
incêndios envolvendo sulfetos (p.ex. pirita), e em gases de
veículos diesel.

ppm Sintoma
3-5 Detectável pelo odor (enxofre)
20 Irritação de olhos, nariz e garganta
50 Pronunciada irritação de olhos, garganta e
pulmões
> 700 Risco de morte em minutos
•LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA NO e NO2

•Formados na detonação incompleta de explosivos e em


gases de escape de veículos diesel e gasolina; sendo
necessário cuidados na operação de carregamento.

•Geralmente, forma-se primeiro o óxido nítrico – NO que,


combinado com o oxigênio do ar, se transforma
imediatamente em dióxido de nitrogênio – NO2.
•No Brasil o limite de tolerância é de 4 ppm ou 0,0004% em volume.

Teor (ppm) Sintomas


2.8 a 5 Sem irritações nas vias respiratórias, alterações no sangue
5 a 10 possíveis doenças pulmonares
10 a 20 Irritação nas vias respiratórias, desaparecimento dos sintomas após
adaptação
20 a 30 Aumento do teor de hemoglobina
30 a 35 Longo período de adaptação mas com todos os riscos descritos
anteriormente
35 a 54 Irritação forte nas vias respiratórias com tosse, início da intoxicação
55 a 120 Após 3 a 5 minutos, angústia no peito
120 a 200 Risco de vida após uma hora de exposição
200 a 300 Morte
•LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA H2S (Gás Sulfídrico)

•Gás tóxico. NR-15 estabelece como limite de exposição para 48 horas


semanais o valor de 8 ppm.

•A exposição provoca irritação de mucosas, olhos e vias respiratórias.


Ataca o
sistema nervoso. O sulfeto de hidrogênio é um gás com odor de ovos podres,
o que pode denunciar sua presença.

•Presente em jazidas minerais de origem orgânica (p.ex. estratos de carvão),


resultante da putrefação de substâncias orgânicas, decomposição de minerais,
desprendimento das rochas e detonação com explosivos;
H2S (ppm) Efeitos

0,001 – 0,0015 Inflamação dos olhos após tempo maior de exposição.

0,005 – 0,01 Inflamação do solhos após uma hora de exposição.


0,015 Dores de cabeça, cansaço e náusea.
Inflamação forte dos olhos após pouco tempo de
0,02 – 0,03
exposição
Irritações das vias respiratórias, vômitos, tosse, catarro, e
0,05
dificuldades de respirar.
0,06 Morte após meia hora de exposição.
•LIMITES DE TOLERÂNCIA PARA O METANO (CH4)

•É um gás combustível que ocorre em jazidas de origem


orgânica como as de carvão.

•Concentrações entre 5 e 15% tem ignição espontânea.

•Pela NR-22, a concentração de metano no ambiente de


trabalho deve ser < 1%.
•O metano, no seu estado natural, ocorre confinado nas
camadas de carvão, seja na forma de moléculas livres de
gás, ocupando poros, vazios ou fissuras, por efeito de
adsorção nas superfícies destas cavidades, sendo liberado
lentamente nas frentes de lavra ou mais rapidamente quando
o carvão é britado. Em minas com alta liberação de metano,
há risco de explosão do gás.
•Grisu é uma mistura de metano (entre 5% e 15%), gás
carbônico, gás nitrogênio e, às vezes, CO, H2, H2S, SO2,
entre outros, ocorre naturalmente nas minas de carvão, com
o O2 do ar, formando em ambientes fechados uma mistura
explosiva que detona facilmente na presença de chamas ou
centelhas, e constitui um grande perigo na mineração de
carvão.
•Há casos de ocorrência de grisú em minas metalíferas,
decorrentes da presença de estratos ricos em matéria
orgânica, situados nos contatos ou nas vizinhanças do
depósito mineral, sendo também produzido no processo de
apodrecimento de madeira utilizada na mina.
•As condições de atmosfera da mina nas quais pode ocorrer a explosão
do metano estão indicadas no gráfico conhecido como “triângulo de
Coward”, delimitado pelos pontos da tabela abaixo .

Pontos Oxigênio (%) Metano (%)


B 20 5
C 18 14
E 12 6
•Condições de explosividade do metano:
Tabela resumo de gases poluentes de mina (Hartman et al.,1997, Mine Ventilation and Air
Conditioning)
Poeiras em minas subterrâneas
•Poeiras:
• consistem de partículas sólidas suspensas em um gás e sua
presença em mina subterrânea representa um problema
comum;

• são formadas em processos de fragmentação de rocha;

• o diâmetro das partículas de poeira pode variar de 1 a 100 μm,


mas o intervalo normalmente é de 1 a 20 μm;
•As poeiras podem causar dano à saúde dos trabalhadores e
apresentar explosividade;

•um exemplo de doença causada pela exposição contínua a


poeiras é a silicose, que é originada pelo acúmulo, nos
pulmões, de partículas contendo sílica;

•poeiras em suspensão cujas partículas apresentam


diâmetros menores que 5 μm são denominadas “poeira
respirável”;
• Tipos de poeiras:

• 1. fibrogênicas – sílica, minérios de berílio, minério de ferro,


carvão, etc.
• 2. carcinogênicas – asbestos, produtos de desintegração
do Radônio, sílica, DPM’s, etc.
• 3. tóxicas – minérios de chumbo, berílio, arsênico, mercúrio,
minérios radioativos, etc.
• 4. radioativas – minérios de urânio, radio, tório, etc.
• 5. explosivas – carvão, minérios de sulfetos, etc.
•Explosividade de poeiras
• Consiste em uma combustão muito rápida da poeira. A
iniciação pode ocorrer por uma chama ou detonação
(explosões de gás metano são iniciadores comuns de
poeiras).

•Condições de explosividade do carvão:


• 1. diâmetro de partícula abaixo de 850 μm;
• 2. concentrações acima de 60 g/m3;
• 3. a explosividade diminui pelo aumento do % de cinzas.
•As normas regulamentadoras do Ministério do Trabalho do Brasil (NR-
15) fixam as concentrações máximas toleradas no ambiente de trabalho.

•Limites máximos de concentração de sólidos no ar, conforme a NR-15,


para o caso da presença de sílica cristalizada (p.ex. em minas de carvão):

•LT (Limite de Tolerância, em mg/m3) para poeira total (respirável + não-


respirável):
LT = 24 / (%Qz + 3)
•LT para poeira respirável:
LT = 8 / (%Qz +2) .
•Alternativas para controle de poeiras no ambiente

• Usar água no processo de fragmentação de rocha, umedecendo


paredes das frentes de serviço (antes e após a detonação), além
do material fragmentado;

• Fazer a captação de poeiras (p.ex. na perfuração à seco);

• Usar sprays d'água em locais onde existe formação de poeiras;

• Usar máscaras de proteção individual.


-----------------
DPM – Diesel Particulate Matter
•Material particulado de diesel é parte da complexa mistura formada
na exaustão do combustível consumido por veículos, máquinas e
equipamentos movidos a óleo diesel.

•Características: na exaustão do diesel encontram-se gases e


partículas resultantes da combustão incompleta do diesel. O
particulado em geral apresenta diâmetro menor que 1µm, com o
carbono como componente primário, além de outros compostos
adsorvidos (benzeno, hidrocarb. aromáticos, sulfatos, nitratos, ...)
• problemas ocupacionais gerados pelo DPM: estão
relacionados tanto à exposição curta como longa, além de
fatores relevantes como concentração e a individualidade de
cada trabalhador. As emissões podem causar irritações nos
olhos, nariz, garganta, pulmões. Há consideráveis evidências
que estas emissões de diesel são cancerígenas.
•medidas para minimizar o DPM: utilizar se possível
equipamentos elétricos; evitar manter o motor ligado, quando
o veículo estiver parado; manter o equipamento revisado e
ajustado, para minimizar a queima desnecessária de diesel;
usar filtro DPF (filtro para partículas do diesel) com
dimensionamento e validade correta do elemento filtrante
para cada equipamento; manter a ventilação de mina nos
padrões adequados definidos nas normas.
•Limites de exposição
•A legislação está mais rígida nos últimos anos quanto à exposição
diária do trabalhadores de minas subterrâneas, principalmente em
países com tradição mineira como Alemanha, Canadá e Estados
Unidos.

•Na Alemanha , os limites de tolerância para trabalhos subterrâneos


são de 0.10 mg/m3 de carbono elementar.

•Na Suíça esse limite corresponde a 0.20 mg/m3, de carbono total


contido no DPM.
•Limites para a velocidade do ar em subsolo
• Procuram garantir que a velocidade do ar seja suficiente
para remover contaminantes do local de trabalho, mas
sem aumentar demais o transporte de poeiras ou
prejudicar o conforto térmico dos trabalhadores.

• Lembrar que : Q=vA

Q = vazão de ar na galeria (m3/s);


v = velocidade do ar (m/s); A = área de seção de galeria
(m2).
•Exemplos de limites velocidade do ar determinados
pela NR-22 (Brasil):

• 22.24.10 A velocidade do ar no subsolo não deve ser inferior


a zero vírgula dois metros por segundo nem superior à média
de oito metros por segundo onde haja circulação de pessoas.

• 22.24.10.2 Em poços, furos de sonda, chaminés ou galerias,


exclusivos para ventilação, a velocidade pode ser superior a
dez metros por segundo.
NR 22-SEGURANÇA E SAÚDE
OCUPACIONAL NA MINERAÇÃO
Normas para cálculo de necessidades de ar em
minas subterrâneas
•O principal parâmetro do sistema de ventilação de mina é a vazão

de ar fresco a ser insuflada nos locais de trabalho.

•Do ponto de vista do suprimento das necessidades de oxigênio para


consumo humano e de motores de combustão interna (diesel),
existem normas específicas a serem observadas. A norma NR-22
(tópico 22.24) apresenta um conjunto de exigências a serem
seguidas no país para trabalhos em subsolo.
•O raciocínio comum para o cálculo de vazões de ar fresco
(necessidades de ar) envolve as seguintes variáveis:
• o número de trabalhadores presentes em subsolo;

• a potência de equipamentos diesel na mina;

• a taxa de produção (minério+estéril) da mina;

• outros elementos específicos (concentração de gases


contaminantes, mina de carvão ou não-carvão, massa de
explosivos, presença de equipamentos elétricos, etc.)
Determinações da NR-22 para cálculo das necessidades de ar

•Há dois procedimentos distintos em termos do cálculo das


necessidades de ar:
• mina subterrânea de carvão.

• mina subterrânea não-carvão.


•Mina de carvão:
Exemplo de aplicação da NR-22 para um painel de lavra de mina de carvão

•Calcular a vazão de ar requerida


pela NR-22 para um painel de lavra
em mina de carvão no qual trabalham
10 operários, e as operações de lavra
são realizadas com três
equipamentos diesel (100cv, 70cv e
60cv).

•Conf. item 22.24.7, deve-se ter


6m3/min/trab x 10 = 60 m3/min =
1m3/s para suprir os trabalhadores.

•Conf. Item 22.24.7.1, são


obrigatórios ao menos 250m3/min no
último travessão arrombado.
•Para os equipamentos diesel (22.24.7.3.1), deve-se ter:

Q = 3,5(100 + 0,75x70 + 0,5x60) = 639 m3/min.

• Neste caso, a vazão total requerida será:

Q = 60 + 639 = 699 m3/min ;

a qual atende a todos os dois itens da norma,


simultaneamente.
Exemplo 2, para mineração de carvão:
•Calcular a necessidade de ar para o painel de lavra apresentado no próximo
slide, considerando que todos os equipamentos são elétricos.
•Informações:
•Área de cada frente de serviço = 6,0m (largura da galeria) x
2,0m(altura) = 12 m2.
•Funcionários:
•para loader = 2 operadores;
•para PT´s = 2 operadores;
•para PF = 1 operador;
•para cortadeira = 2 operadores;
•shuttlecar = 1 operador;
•outros = 2 blasters + 1 mecânico + 1 eletricista + 1 aux. serv. gerais +
1 supervisor.
Painel de lavra em mina de carvão

4 5

1 2
9

6
8

AR LIMPO 7 AR SUJO

1 - LOADER 3 -PERFURATRIZ DE TETO 5- PERFURATRIZ DE FRENTE 7 -CORREIA TRANSPORTADORA 9 -VENTILADOR

2 - SHUTTLE-C AR 4 - CORTADEIRA 6 -ALIMENTADOR 8 -CENTRO DE FORÇA


•Mina não-carvão:
•Conforme a NR-22, deve-se escolher o maior valor dentre os itens (a),
(b) e (c) do quadro II.
Exemplos de aplicação da NR-22 para minas de não-carvão:

•Exemplo 1:

• Suponha que em um realce de mina de ouro trabalhem

simultaneamente, na situação mais crítica, 1 caminhão diesel


(300cv), 1 LHD diesel (150cv) e 4 operários. Considere ainda
que este realce usa 120kg de explosivos em seu desmonte, e
produz mensalmente 5000 t de minério e estéril. Estimar a
vazão requerida pela NR-22.
•Item (a) do quadro II:

•Vazão p/homens e máquinas = 2m3/min x 4 +


3.5m3/min/cv(300cv + 150cv)=1583 m3/min.

•Item (b) do quadro II:

• A vazão de ar de acordo com a massa de explosivos

empregada no desmonte será calculada para um


tempo de aeração de 30 minutos:

Q = 0.5 x 120kg/30 minutos = 2 m3/min.


•Item (c) do quadro II ... Vazão de ar de acordo com a
produção do painel, supondo 180m3/min/1000t mensais:

Qt = 180m3/min/1000t x 5 000 t/mês = 900 m3/min .

•Neste caso, a necessidade de ar para o realce será de 1583


m3/min, conforme calculado no item (a).
•Exemplo 2:

• Supondo a taxa de produção mensal (variável) para um


empreendimento que ocorrerá de 2012 a 2022, e os
equipamentos a serem usados no período (dados no próximo
slide), calcule a necessidade de ar correspondente.

• Obs.: Desprezar a metodologia (b) do Quadro II.


•Dados

Prod. Mensal Equipamentos


-------------
Divisores do fluxo de ar
Divisores do fluxo de ar em mina subterrânea
•Em circuitos de ventilação de
minas subterrâneas, o ar
fresco precisa ser direcionado
até as frentes de serviço. Isto
é feito usando-se determinados
elementos, conhecidos
genericamente como divisores
do fluxo de ar. Cada seção de
trabalho de uma mina possui
seus próprios divisores, que
obedecem a uma organização
geral.
•Tipos de divisores de fluxo:
•Barragens
As barragens são paredes usualmente de alvenaria ou de madeira, construídas em
galerias ou entre pilares de minério para evitar a mistura do ar fresco (entrada) com o
ar contaminado (retorno). As barragens temporárias são usadas próximas das frentes
de serviço e, com o avanço da lavra, serão posteriormente substituídas por barragens
permanentes.
•Linhas de tapume
Linhas de tapume são usadas para movimentar o ar do último cruzamento até a
face. São estruturas feitas de material flexível, muito empregadas na ventilação de
frente de serviço que usa mineradores contínuos, na lavra de carvão.
Ventilação auxiliar

•Linha de tapume:

A colocação de uma linha de


tapume longitudinalmente em
uma galeria divide esta
abertura em duas para fins de
ventilação. Normalmente é
presa no teto e sempre está
sujeita a vazamentos (fugas).
•Cortina
As Cortinas são estruturas
temporárias para controlar o fluxo
de ar. Trata-se simplesmente de
uma cortina, a qual pode ser
prontamente suspensa na direção
do fluxo de ar para onde for
necessário. As cortinas são
usadas temporariamente também
como barragem. Em algumas
situações pode ser necessária a
passagem de homens e/ou
equipamentos através da cortina.
Isto é efetuado pelo corte da
cortina.
•Portas
Quando o acesso entre galerias de entrada e retorno de ar deve permanecer
disponível, são usadas as portas de ventilação, que podem ser feitas de metal ou
madeira, dependendo da finalidade.
Portas localizadas entre entradas e saídas principais de ar são usualmente
construídas aos pares, para garantir segurança e impedir a passagem do ar
mesmo quando uma das portas encontra-se aberta (ver disposição específica na
NR-22).
Portão confeccionado em metal Portão confeccionado em madeira
•Crossings (cruzamentos de ar)

Usam-se estas estruturas sempre que necessário, apesar de serem


complexas, em cruzamentos onde não se deseja misturar o fluxo de ar da
entrada com o do retorno. Podem ser do tipo overcast ou undercast. A
estrutura undercast geralmente não é utilizada por causa da presença
água que pode ocorrer no desnível, tendendo a obstruir o fluxo de ar. É
uma estrutura característica em minas de carvão.
Cruzamento de ar (tipo overcast)
•REGULADORES
•A quantidade de fluxo de ar pode ser controlada por elementos chamados
reguladores.

•Um regulador consiste numa estrutura com uma abertura à passagem do


ar, que pode ser grande ou pequena. A abertura pequena reduzirá a
passagem de ar.

•Cálculo aproximado da área de abertura de um regulador:


a = 1,21 / R1/2 ; sendo R em Ns2m-8, a em m2.
Reguladores

Porta deslizante
Diagrama agrupando diversos tipos de divisores do ar, em
circuitos de ventilação de mina de carvão.
Exemplos de símbolos para elementos presentes em circuitos
de ventilação de mina
Típico modelo de fluxo de ar em um sistema de
exaustão (divisão dupla)
Diagrama apresentando os divisores de fluxo em circuitos de
ventilação.
____________
Ventilação auxiliar

Na ventilação de frentes de trabalho ocorrem situações em que a corrente de ar


da ventilação principal é inadequada ou mesmo não disponível. Nestes casos, um
reforço deve ser providenciado como meio de garantir o correto suprimento de
ar. Este sistema de reforço localizado denomina-se ventilação auxiliar.

As principais aplicações da ventilação auxiliar são:

1- Ventilar galerias em desenvolvimento (fundos-de-saco).


2- Prover um fluxo suplementar para assistir a uma parte do circuito primário,
através de um reforçador (denominado genericamente de booster).
Ventilação auxiliar
Ventilação de galerias em fundo-de-saco:
É a aplicação mais freqüente e importante da ventilação auxiliar.
Quase sempre ela é necessária onde a lavra está ocorrendo, podendo
constituir-se no único meio de suprir as necessidades do ar. Toda a
abertura de galerias, poços, planos inclinados, raises sempre
necessitam de ventilação auxiliar. Em minas de carvão, todas as
frentes necessitam de ventilação auxiliar tão logo ultrapassem o
último travessão (de modo geral, a norma NR-22 estabelece a
obrigatoriedade da ventilação em fundo-de-saco).
Ventilação auxiliar
Exemplo de ventilação de fundo-de-saco
em painel de mina de carvão (Câmaras e
Pilares), com ventiladores auxiliares de
pequeno porte funcionando por exaustão,
conectados a tubulações não-colapsáveis.

tubulações

ventiladores

cortinas

barragens
Ventilação auxiliar

Exemplo de ventilação de
fundo-de-saco com linhas
de tapume e cortinas
(carvão; método de
câmaras e pilares) .
Ventilação auxiliar
Exemplo de organização da
ventilação auxiliar em
painel de mina de carvão
(Criciúma-SC-BRA), com
ventiladores fixados no teto
e atuando por insuflação.
Ventilação auxiliar
Posição dos equipamentos no painel de mina de carvão
(Criciúma-SC-BRA) do slide anterior.

4 5

1 2
9

6
8

AR LIMPO 7 AR SUJO

1 - LOADER 3 -PERFURATRIZ DE TETO 5- PERFURATRIZ DE FRENTE 7 -CORREIA TRANSPORTADORA 9 -VENTILADOR

2 - SHUTTLE-CAR 4 - CORTADEIRA 6 -ALIMENTADOR 8 -CENTRO DE FORÇA


Ventilação auxiliar

Ventiladores auxiliares com tubulações ou linhas de tapumes são


os principais meios de ventilar as frentes de trabalho em fundo-de-
saco, mas existem outros dispositivos que podem ser utilizados ou
adicionados para fins de controle especial de poeiras ou
movimentação especial do ar.

Um fator muito importante a ser considerado no projeto e seleção


de ventiladores auxiliares é a necessidade de garantir que a
recirculação de ar não ocorra.
Ventilação auxiliar

Ventiladores Auxiliares e Tubulações: tanto ventiladores axiais


como centrífugos podem ser utilizados nos sistemas de ventilação
auxiliar. Ventiladores axiais são preferidos devido ao seu tamanho
compacto e facilidade de estagiamento.

Materiais mais usados para tubulações rígidas: ligas de aço,


malhas de aço entrelaçado, fibra de vidro e resinas.
Ventilação auxiliar
Tubulações não rígidas (flexíveis e colapsáveis) são geralmente de
nylon. As tubulações são disponíveis em ampla faixa de
diâmetros, com seções circulares ou elípticas.

O posicionamento mais comum das tubulações normalmente é no


alto, sendo próximo ao central para galerias de seção arredondada
e nos cantos para seções retangulares.
Ventilação auxiliar
Exemplos de posicionamento de tubulações colapsáveis
(Mina Cuiabá – MG/Brasil - AngloGold Ashanti)
Ventiladores auxiliares acoplados a tubulações:

Ventiladores auxiliares
para instalação no
teto de galerias 

Ventiladores auxiliares associados em


série e conectados a tubos flexíveis.
Ventiladores auxiliares acoplados a tubulações:
Exemplo de tubulação flexível e não-colapsável, que pode ser usada
em sistemas por exaustão ...
Ventilação auxiliar
O uso de cortinas e linhas de tapume é mais comum em minas de carvão,
onde a frente de lavra pode operar com equipamentos de fragmentação
mecânica (mineradores contínuos).

Em minas metalíferas são pouco utilizadas porque estão mais sujeitas aos
danos relacionados com o uso de explosivos. As barragens próximas de
detonações também podem sofrer danos com a vibração produzida pelos
explosivos.
Ventilação auxiliar
Scrubbers:
São coletores de poeiras que podem resolver problemas de supressão de
poeiras, tanto montados sobre máquinas como associados a ventiladores
adequados para este fim.

Exemplo de
scrubbers
equipando
minerador
contínuo
Scrubbers...
As principais fontes geradoras de poeira em minas de
carvão são os mineradores contínuos (fragmentação de
carvão) e roof bolters (parafusadoras de teto).

Minerador contínuo Roof Bolter


Scrubbers...

Os novos modelos de mineradores contínuos são quase todos equipados com


scrubbers. Quando a poeira é excessiva, o scrubber necessita de manutenção
freqüente. Limpeza do filtro e do duto são necessárias.
SCRUBBERS E VENTILAÇÃO POR INSUFLAÇÃO:

Na ventilação por insuflação, o ar fresco é dirigido pelo tapume em direção à face.


Este ar fresco dilui e desloca poeira para a face da mineração. Após a remoção da
poeira, o ar é descarregado pela parte traseira do scrubber.

Operador remoto controlando o minerador cont.


SCRUBBERS E VENTILAÇÃO POR INSUFLAÇÃO:
A posição do operador tem grande influência no quanto ele será afetado pelo ar
contaminado.

Estudos comprovam que mudando o operador para a posição 2, existe uma


diminuição de 94% do nível de exposição deste.

2
SCRUBBERS E VENTILAÇÃO POR INSUFLAÇÃO:

Fatores que causam elevados níveis de poeiras:

• posição do operador;
• manutenção do scrubber;
• ventilação e sprays;
• vazão de ar fresco.
SCRUBBERS E VENTILAÇÃO POR EXAUSTÃO:
Na ventilação auxiliar por exaustão utilizando scrubbers, a
posição do operador também influencia no nível de exposição à
poeira que este sofre. Além disso, existem mais lugares para o
trabalhador se posicionar.
 Tanto a posição A quanto a
posição B estão localizadas
paralelas ao final da linha de
tapume.

 No caso do operador na
posição A se movimentar, o
nível de exposição não muda
muito. Porém, no caso do
operador na posição B, o nível
de exposição aumenta bastante,
pois ele sairá da zona de
entrada de ar fresco.
____________
Ventilação auxiliar

Sprays
São geradores de spray d’água. Em minas modernas de
carvão, a maioria das máquinas de corte, carregamento e
mineradores contínuos possuem atomizadores para
supressão de poeiras.
Ventilação auxiliar
Sprays...

A utilização de água após o desmonte é muito importante, pois


partículas finas de poeira são geradas. Assim, pequenas partículas ficam
presas nas superfícies das galerias e a água consegue removê-las.

Naturalmente, o uso excessivo de água pode gerar um nível alto de


umidade, o que pode significar problemas (p.ex. dificuldades no manejo
de materiais e equipamentos).
Ventilação auxiliar

Arranjo do sistema de ventilação auxiliar:

Cortinas, ventiladores e dispositivos especiais de ventilação


podem ser arranjados em uma ampla variedade de
configurações dependendo dos contaminantes envolvidos,
limitações de espaço, equipamentos de mineração que estão
sendo empregados, limitações de ruídos, além de
considerações de custo e viabilidade.
Ventilação auxiliar por insuflação ou exaustão

A ventilação auxiliar em fundo-de-saco pode ser:

- por insuflação
- por exaustão.

A são dirigidas para a face, tanto pelo lado estreito de uma


cortina quanto por uma tubulação com pressão positiva. A
insuflação se aplica a sistemas em que velocidades mais
altas de fluxo são dirigidas para a face por uma tubulação
com pressão positiva.

Quando o ar é sugado da face, tanto por tubulação com


pressão negativa quanto pelo lado estreito de uma cortina
ou tapume, o sistema é de exaustão.
Ventilação auxiliar

Ventilação
Ventilação
auxiliar auxiliar
insufladora exaustora
Usos da ventilação auxiliar: fundo-de-saco em fase de
desenvolvimento de rampa de acesso !
Usos da ventilação auxiliar: fundo-de-saco em fase
de abertura de shaft !
Ventilação auxiliar
Os seguintes fatores devem ser considerados na seleção de
um sistema de insuflação ou exaustão:

1- A maior velocidade do ar resultante da insuflação é mais


efetiva para maiores distâncias da saída do que na exaustão.
Essa desvantagem do sistema de exaustão só pode ser
superada pela colocação da entrada de ar mais próxima da
face, o que nem sempre é possível;
2- A insuflação por tubulação pode buscar o ar em um lugar
qualquer de origem e levá-lo até o ponto de utilização sem
sofrer contaminações no caminho, ao passo que, na
exaustão, o ar pode passar por galerias de transporte e
mesmo áreas mineradas ou outras frentes de trabalho,
chegando pré-contaminado ao ponto de utilização;
Ventilação auxiliar

3- A insuflação convencional provoca a contaminação com


poeiras e/ou gases, levando-os além da face, podendo até
mesmo aumentar a taxa de poeira em suspensão. A exaustão
retira os contaminantes à medida em que são gerados na
face, podendo até melhorar a visibilidade;

4- A insuflação permite o uso de tubulação colapsável, que é


mais fácil de manusear e mais barata do que a tubulação
rígida;
Ventilação auxiliar

5- A insuflação produz concentração mais baixas de


contaminantes inflamáveis/explosivos passando pelo
ventilador;

6- A sensação térmica pode ser de temperatura mais baixa


quando usa-se insuflação.

Ventilação
auxiliar
insufladora
Ventilação auxiliar
Combinações
(superposições) na
ventilação auxiliar:

É possível usar uma


combinação de
insuflação e exaustão
para obter maior
eficácia nas situações
em que um único
ventilador não possui
capacidade suficiente
para fornecer a vazão
requerida em
tubulações muito
longas .
Ventilação auxiliar
Combinações na ventilação auxiliar:
Quando a disposição e vazão dos arranjos combinados não forem corretas, problemas de
recirculação de poeira e gases vão ocorrer.
Abaixo, um sistema adequado de exaustão com superposição (exaustão com 10000 cfm e
superposição insufladora com 3000 cfm;
se as vazões são iguais ocorre uma zona de ar estagnado no trecho de superposição.)
Ventilação auxiliar

Combinações na ventilação auxiliar:

Ao lado, duas situações onde a


superposição não está
adequadamente configurada.
____________
4.Layouts de ventilação

Sistemas de ventilação em minas

Componentes do sistema de ventilação:


- ventilação mecânica + vent. natural
- galerias e outras aberturas conectadas
- elementos de controle do fluxo de ar
(barragens,tapumes, portas, reguladores, etc.)

A distribuição do ar na mina deve ser efetiva:


direção e quantidade de ar devem ser
controlados.
Layouts de ventilação

Direção do fluxo de ar em subsolo:

Pelo menos duas aberturas devem estar


presentes na mina: entrada e saída de ar (exceção
– trabalhos de desenvolvimento).

Rotas de acesso e retorno às frentes de serviço


percorridas pelos trabalhadores devem ser feitas
em galerias de ar fresco.
Layouts de ventilação
Mapeamento da ventilação na mina

É necessário verificar periodicamente a vazão de


ventilação para:
Melhorar a eficiência da distribuição do ar nas
áreas de trabalho (fazer o balanço de fluxo);
Localizar e determinar a causa de galerias com alta
resistência;
Localizar e determinar a causa de fugas, perdas de
ar e recirculação;
Planejar a provável direção do fluxo para novas
galerias e a locação dos ventiladores.
Layouts de ventilação
Fugas:
São perdas de vazão do circuito
de entrada de ar para o retorno,
que ocorrem de modo não
intencional. As fugas são a
causa mais comum de
ineficiência na distribuição do ar
em minas subterrâneas.

Pontos de ocorrência de
fugas ...
Layouts de ventilação
Locais onde ocorrem as fugas:
Ocorrem em frestas e/ou trincas localizadas em portas de ventilação,
barragens, crossings e tapumes. Às Às vezes, fraturas no próprio
maciço (p.ex. em pilares) podem ocasionar fugas de ar.

A intensidade das fugas depende do estado de conservação e


acabamento dos divisores de ar e também do diferencial de pressão ao
qual estão sujeitos (maior diferencial de pressão  maiores fugas).

Fugas em minas de carvão: representam em média 50% da vazão total


da mina.

Fugas em minas metalíferas: 25% em média.


____________
Layouts de ventilação
Ventiladores principais de minas subterrâneas:

Grande parte das minas atualmente organiza o circuito de ventilação de modo a operar
por exaustão, com os ventiladores principais posicionados na superfície.
Para reduzir resistências, deve-se usar os poços de exaustão exclusivamente para a
ventilação, sem funções de movimentação de produção, pessoal e materiais.
Layouts de ventilação
Vantagens em posicionar o ventilador principal na
superfície ...

Facilidade de instalação – em superfície existe mais


espaço para instalar o equipamento;
Facilidade de acesso – o ventilador apresenta acesso
mais imediato em caso de manutenção ou desastres (fogo
e inundações);
Segurança – o ventilador fica menos vulnerável a
desastres e problemas de instabilidade do maciço rochoso.
Layouts de ventilação

Porém, em superfície...

- haverá maior geração de ruído e possíveis problemas


com vizinhos. Existem abafadores de ruído que podem ser
instalados nos ventiladores, mas esses dispositivos
diminuem a vazão do equipamento.

- a construção de superfície que envolve o ventilador


pode apresentar fugas, chegando eventualmente a 20%
(neste caso, em relação à vazão total movimentada pelo
ventilador, apenas 80% seria ar proveniente da mina).
Velocidades do ar recomendadas para poços:

- poços verticais usados exclusivamente para ventilação (não equipados) = 18 a


22m/s;
- poços verticais equipados = 10 a 12m/s.
(Ref.: The mine ventilation practitioner's data book; ed. Dr. A.M. Patterson;
Mine Ventilation Society of South Africa, 1992)

Para ventiladores principais, é preferível instalar 2 unidades em paralelo do que


apenas uma unidade. A razão é que, na associação em paralelo, um ventilador
produzirá 66% da vazão quando o outro estiver bloqueado para reparos.
(The Hard Rock Miner’s Handbook, Ed. 3, 2003 McIntosh Engineering Limited)
____________
Layouts de ventilação
Diferenças entre ventilação de minas metalíferas e de
carvão:

-diferem pelas características do método de


mineração e pelos tipos de gases contaminantes.

Carvão  jazidas tabulares horizontalizadas;

métodos de lavra...
Câmaras e pilares;
Longwall.
Layouts de ventilação

Minas metalíferas  jazimentos verticalizados são


comuns.

Métodos de lavra...
C&P, Stope&pillar, SLS, Shrinkage, Sublevel
caving, Block caving, Cut and Fill, etc.
Layouts de ventilação

Diferenças nos contaminantes do ar:

Em muitas minas de carvão, o poluente primário é o


metano (explosivo).
Em minas metalíferas, gases originados por
detonações e uso de diesel são os poluentes primários.

Ventilação é prioridade maior em minas de carvão do


que em metalíferas, com custos maiores no carvão.
Layouts de ventilação

Características da ventilação de minas de


carvão:
-uso de exaustores locados na superfície,
ocasionando depressão no ambiente de subsolo;
-grandes fugas de ar;
-grande número de barragens (e problemas de
conservação);
-grande necessidade de ar (presença de metano e
poeira);
-sistema de bleeders;
-boosters em subsolo são permitidos no Brasil.
Minas de carvão

Posicionamento dos acessos principais (planos inclinados e


poços) em minas de carvão:
- o posicionamento ideal procura manter a resistência equivalente do
circuito aproximadamente constante ao longo da vida da mina;
- isto pode ser obtido colocando os acessos principais no centro da
área a ser minerada;
Minas de carvão

Posicionamento dos acessos ...

- se o posicionamento central não for possível, a resistência


equivalente do circuito irá aumentar e também as perdas de ar (fugas)
devido ao alongamento do circuito de ventilação, dificultando a
manutenção das vazões necessárias nas frentes de serviço;

- quando o circuito se alonga, pode-se perfurar poços adicionais na


periferia das áreas mineráveis, servindo como entradas ou saídas de
ar, reduzindo-se as fugas e a resistência do circuito de ventilação.
Minas de carvão
Posicionamento dos acessos principais longe do centro da área minerada...
Exemplo de mina de carvão com acessos principais
longe do centro da área minerada (mina em SC)
Minas de carvão

Exemplos de sistemas de ventilação em eixos e painéis de lavra ...


 “tubo em U” (fig. esq.)
 ventilação direta através do painel (fig. dir.)
Minas de carvão

Exemplos de circuito de ventilação com painéis usando o


sistemas de ventilação “tubo em U”.
Mineração de carvão

Detalhe da organização de
um painel de lavra e sua
conexão com eixo de
desenvolvimento (mina de
carvão em S.Catarina,
método de câmaras e
pilares). Ventilação “tubo
em U” no painel.
Carvão
Detalhe da
ventilação na
frente de
produção em
mina de carvão
em S.Catarina:
Layouts-carvão
 Boosters em circuitos de ventilação:

- alternativa em geral mais econômica para alterar a distribuição


de vazões em áreas específicas da mina (é mais interessante do
que aumentar a ventilação principal ou usar reguladores para
deslocar parte da vazão de um setor para outro da mina);

- os boosters podem ser ventiladores de baixa potência (p.ex. no


carvão, quando usados para fornecer vazão em painel de lavra
específico) ou potências maiores (em outras minas, onde vários
boosters podem estar associados em paralelo, auxiliando a
ventilação principal);

-sempre que possível, os boosters são posicionados em galerias


de retorno de ar, deixando o circuito de entrada de ar fresco livre
para acesso;
Layouts-carvão

Exemplo de instalação de boosters (associação em


paralelo) em galeria de subsolo ...
Layouts de ventilação
Características da ventilação de minas
metalíferas:

Em modernas minas metalíferas, a prática é usar múltiplos


ventiladores: ventiladores principais na superfície e
boosters em subsolo para direcionar o fluxo para áreas de
trabalho.

Desvantagens do uso de múltiplos ventiladores: é mais


difícil controlar e analisar o circuito de ventilação.
Entretanto, se houver falha de um ventilador, o impacto no
circuito é menor e mais fácil de remediar.
Layouts de ventilação

Ventilação de minas metalíferas:

-uso de equipamentos diesel;


-menores fugas;
-as galerias são projetadas com a menor área
de seção possível, devido aos altos custos de
desenvolvimento (grande parte feito em material
estéril). Isto acarreta circuitos com maiores
resistências aerodinâmicas.
Layouts de ventilação
Exemplo de mina metalífera: ventiladores principais (shaft
3 e 4) na superfície e atuando por exaustão.
Layouts de ventilação
Minas metalíferas:

Características gerais dos layouts em minas metalíferas...

Entrada da ventilação e saída em lados opostos dos stopes,


o que permite eliminar a ventilação de fundo-de-saco na
produção.
Ventilação ascendente (do nível mais baixo para o mais alto)
em corpos verticalizados, com o ar sendo conduzido por
raises (chaminés) para os níveis superiores.
Layouts de ventilação

Minas metalíferas: configuração simplificada.


Layouts de ventilação
Minas metalíferas:
configuração onde o ar limpo entra pela rampa principal e é
distribuído pelos níveis, saindo pelo poço de exaustão.
Layouts de ventilação

Minas metalíferas: detalhes dos stopes no método de lavra


Shrinkage
Layouts de ventilação
Minas metalíferas: detalhes dos stopes no método de lavra Sublevel Stoping
Layouts de ventilação

Sublevel stoping: Orosur – San Gregorio – Uruguai (2013)


Layouts de ventilação
Esquema genérico de ventilação em stope do método Cut-and-Fill: ar limpo
vindo da superfície é fornecido pela rampa, passa pelo realce (parte interna
do stope), a seguir é direcionado para a exaustão por raises.

Raise Rampa

Travessa

Realce
Raise
Layouts de ventilação
Esquemas de ventilação no Cut-and-Fill – Mina Cuibá (AngloGold Ashanti, Minas Gerais):
Layouts de ventilação
Esquemas de ventilação no Cut-and-Fill – Mina Cuibá (AngloGold Ashanti, Minas Gerais):
Layouts de ventilação

Minas metalíferas: detalhe dos stopes no método de


lavra VCR
Relação entre pressões e perdas de carga para um fluido em
escoamento

Para a situação em que um fluido como o ar escoa em uma galeria, são


definidas as seguintes pressões:
Pressão estática (PS) – é a pressão que atua igualmente em todas as direções
e resulta do estado termodinâmico de agitação das moléculas do ar.
Pressão de velocidade (PV) – é a pressão resultante da energia cinética das
moléculas do ar, que move-se com uma determinada velocidade v. PV =
ρv2/2 , sendo ρ a massa específica do ar e v a velocidade de escoamento.
Pressão total (PT) – representa a soma de PS e PV,
PT = PS + PV .
Supondo que o ar escoa com velocidade v em uma galeria, cuja forma e
rugosidade provoquem perdas Hf e Hx, vale a seguinte relação:

PT1 = PT2 + Ht ,

onde PT1 e PT2 são as pressões totais observadas nos pontos 1 e 2.


As componentes da pressão total PT podem ser medidas de acordo com a
ilustração a seguir, onde foram usados manômetros de coluna d’água do tipo
tubo em U.
5.Leis da Ventilação
Durante o escoamento do ar em galerias de mina subterrânea,
ele perde pressão (sofre “perdas de carga”), de dois modos:

- por atrito do fluido contra a superfície das galerias


(perdas Hf);
- por turbulência (mudanças de direção em curvas,
alargamentos e estreitamentos das galeiras; perdas Hx).

 A perda total é dada por:


Ht = H f + Hx

 A perda de carga é um parâmetro usado na seleção de


ventiladores !
 Perdas Hf por atrito (equação de Atkinson):

Hf = _k P L_ Q2
A3

No Sistema Internacional de unidades (S.I.), tem-se:


Hf em Pa (N/m2);
k , fator de atrito, dado em Ns2m-4;
P, perímetro da galeria, dado em m;
L, comprimento da galeria, dado em m;
A, área de seção da galeria, dada em m2;
Q, vazão de ar, dada em m3/s.
O fator de atrito k é um parâmetro importante e pode ser obtido em
tabelas ou por meio de medidas conduzidas nos locais de
interesse. Em geral, o valor de k apresenta-se entre 0.01 e
0.02 Ns2m-4. A tabela a seguir, retirada de Hartman et al.
(1997, cap.5), serve para estimar k em galerias de minas de
carvão.

Tipo de Retilínea Sinuosa


galeria Pouco Moderadam. Pouco Moderadam.
Limpa obstruída obstruída Limpa obstruída obstruída
Acabamento 0.0046 0.0052 0.0061 0.0055 0.0069 0.0076
suave *
Desmonte 0.008 0.0091 0.0110 0.0110 0.0121 0.0140
convencional
Com 0.012 0.0134 0.015 0.0160 0.0164 0.0170
escoramento
de madeira

Todos os valores de k estão em Ns2m-4.


* Acabamento suave refere-se às galerias executadas com minerador contínuo, roadheader,
raise drill ou TBM.
Valores de k para galerias de minas ñ-carvão encontram-
se na tabela abaixo.

Tipo de Sinuosa
galeria Retilínea Pouco Moderadamente Muito
sinuosa sinuosa sinuosa
Acabamento 0.0037 0.0056 0.0065 0.0083
Suave
Rochas 0.0111 0.0130 0.0139 0.0158
Sedimentares
Escoramento 0.0185 0.0204 0.0213 0.0232
em madeira
Rochas 0.0278 0.0297 0.0306 0.0325
ígneas
Valores de k para dutos usados na ventilação auxiliar de
galerias desenvolvidas em fundo-de-saco:
Os valores de k descritos nas tabelas anteriores são relativos a uma
condição-padrão de massa específica do ar, correspondente a 1.201 kg/m3 (ou
0.075 lb/ft3), registrada quando o ar encontra-se ao nível do mar e a uma
temperatura de 21.1oC.
Caso a massa específica do ar (ρ) na condição de interesse seja diferente
da condição-padrão, deve-se corrigir o valor de k, da seguinte forma:

kcorrigido = ktabelado (ρ/1.201) .


As variáveis _k P L_ podem ser condensadas em
A3
um único parâmetro Rf, denominado “resistência de
galeria”.
Rf é dado (no SI) em Ns2m-8.
Assim, Hf pode ser escrito como:
Hf = Rf Q2 = _k P L_ Q2
A3
Exemplo:

Calcule as perdas de pressão por atrito originadas pela passagem de


200 m3/s de ar através de uma galeria de seção 4 x 5m e 100m de
comprimento.
Supor k = 0.01 Ns2m-4.

P = 5x2 + 4x2 = 18m


L = 100m
A = 4x5 = 20 m2

Rf = 0.01 x 18 x 100 = 0.00225 Ns2m-8


203

Hf = 0.00225 (200)2 = 90 Pa .
Continuação:

Mantendo-se os dados do exemplo anterior, quais as


perdas de pressão por atrito alterando-se apenas a área
de seção da galeria para 1.7 x 2m ?

P = 1.7x2 + 2x2 = 7.4m


A = 1.7x2 = 3.4 m2

Rf = 0.01 x 7.4 x 100 = 0.188 Ns2m-8


3.43

Hf = 0.188 (200)2 = 7520 Pa .


 Perdas de pressão Hx por turbulência do ar:
A obtenção de estimativas para Hx não é através de uma
equação simples como Hf. Em geral, usam-se tabelas ou
ábacos com valores originados experimentalmente.
Perdas por turbulência (“shock losses”) podem ser
transformadas em resistências (no caso, Rx)
considerando que as perdas de pressão são expressas da
seguinte forma:
Hx = Xρv2 / 2 ,
onde ρ = massa específica do ar (kg/m3), v = velocidade
média de escoamento do ar (m/s), X = fator de perdas
por turbulência (adimensional).
Reescrevendo a Eq. de Atkinson apenas para as perdas
de pressão por “shock”, tem-se:
Hx = Rx Q2 = Rxv2 A2 = Xρv2 / 2.
Então, Rx = Xρ / (2 A2), de modo que Rx é a resistência
devida à turbulência do ar.

O fator X é estimado a partir de tabelas obtidas na


literatura. Alguns exemplos de configurações comuns em
mina subterrânea são apresentados a seguir, com seu
respectivo valor X.
Uma observação importante é a de que pequenas
variações na geometria das galerias podem provocar
significativa mudança em X em relação às aproximações
obtidas em tabelas.
Fator X para perdas por turbulência em algumas
situações:

(Ref.: McPherson, M. J., 1993, Subsurface Ventilation and Environmental


Engineering, Ed. Chapman & Hall, London, Cap.5.3)

 Entrada de ar com arestas bem definidas


X = 0.5

 Entrada de ar por um duto


X = 1.0

 Entrada de ar com arestas arredondadas


X = 0.03 para r/D ≥ 0.2
 Saída de ar
X = 1.0

 Alargamento abrupto de galeria


A = área de seção
v = velocidade do ar

X2 = [A2/A1 -1]2; para a seção 2.


Se A2 >> A1, X1 = [1- A1/A2]2;
para a seção 1.
 Estreitamento abrupto de galeria
X = 0.5 [1- A2/A1]2
Rx = Xρ/(2A22)

 Curva de 90o em galeria de seção retangular

 Fluxo divergente de galeria para poço


X = 0.5 [1 + 2.5 v2/v1]
Rx = Xρ/(2A12)
 Curva característica de uma galeria:
A resistência total de uma galeria (atrito + turbulência) é dada
por Rt = Rf + Rx. A perda de carga total assume a forma ...
Ht = Rt Q2.
Costuma-se representar graficamente o comportamento de uma
galeria (ou conjunto de dutos conectados entre si) para diferentes
valores de vazão, da forma a seguir.

curva caracte rís tica

100
90
80
70
perda de pressão

60
50
40
30
20
10
0
0 10 20 30 40
vazão
Da observação da curva do slide anterior, denominada curva
característica da galeria (ou curva da mina, quando esta
representa a resistência de um circuito completo), conclui-se que
em altas vazões são geradas perdas de carga muito altas.

Exemplo:
Compare a perda de carga verificada em uma galeria de resistência
Rt = 0.1 Ns2m-8 quando escoam, numa primeira situação, 50 m3/s de
ar, com outra situação na qual escoam 100 m3/s .
Ht para 50m3/s ... Ht = 0.1 (50)2 = 250 Pa;
Ht para 100m3/s ... Ht = 0.1 (100)2 = 1000 Pa.

Ou seja, para uma vazão de 100m3/s, as perdas foram 4 vezes


maiores.
O valor Rt para uma determinada galeria ou conjunto de
galerias é aproximadamente constante e não depende da
vazão de ar que escoa no trecho.

Em decorrência disto, pode-se determinar a perda de


carga de uma galeria para qualquer vazão, usando a equação
Ht = Rt Q2 .
Em galerias onde o valor de Rt é maior, há maior dificuldade
à passagem do ar. O custo de fazer passar uma determinada
vazão Q em uma galeria também depende diretamente de Rt :
resistências maiores implicam em maiores custos de
ventilação.
Exemplo:

Calcular a resistência equivalente do circuito de ventilação da figura a seguir.


Considerar:
A1=20m2; perím.=18m
A2=15m2; perím.=16m
k=0.01 Ns2m-4
ρ=1.2kg/m3

Solução:
Resistências por atrito ... R1= kS/A3 = 0.01 x 18 x 500 / 203 = 0.011 Ns2m-8
R2= 0.01 x 16 x 500 / 153 = 0.024 Ns2m-8
Resistências por shock ... Entrada: X=0.5; Rx1=0.5 x 1.2 / (2 x 202) = 7.5x10-4 Ns2m-8
Saída: X=1.0; Rx2=1.0 x 1.2 / (2 x 152) = 0.0027 Ns2m-8
Contração A1/A2: X=0.5 [1 - 20/15]2 = 0.055 Ns2m-8
Rx3=0.055 x 1.2 / (2 x 152) = 1.5x10-4 Ns2m-8

Req = R1 + R2 + Rx1 + Rx2 + Rx3 = 0.038 Ns2m-8


Resistências equivalentes de associações de dutos
(galerias) de ventilação:

Em uma mina, galerias com R diferente encontram-se


conectadas umas às outras. Dependendo da
configuração da mina e do modo são feitas as
conexões, pode ser possível encontrar um valor de R
único representando todo o circuito de ar (é a
chamada “resistência equivalente” do circuito).

Para determinar a resistência equivalente do circuito,


é preciso identificar as associações de dutos
(galerias) de ventilação.
 Tipos de associações simples de galerias:

Em série – a mesma vazão passa por R1 e R2; a perda de


carga total é a soma das perdas em R1 e R2.

Em paralelo – a vazão que passa em cada galeria é uma fração da


vazão total; a perda de carga em R1 é igual à perda em R2.
 Sempre que possível, deve-se conduzir o
ar por galerias em paralelo. A associação
em paralelo reduz drasticamente o valor
da resistência equivalente do trecho, de
forma que a condução do ar provoca
menores perdas de carga.
Exemplo:
Calcule a perda de carga originada pela passagem de
50 m3/s de ar em uma galeria com resistência total R =
0.1 Ns2m-8.
Ht = R Q2 ; Ht = 0.1 (50)2 = 250 Pa
Exemplo:

Suponha que é possível colocar em paralelo duas galerias,


cada uma com R = 0.1 Ns2m-8. Qual a perda de carga pela
passagem de 50 m3/s ?

1 1 1
 
Req R1 R2

R1 0.1
Req    0.025 Ns 2 m 8
4 4
H t  R eq Q 2  0 . 025 x 50 2  62 . 5 Pa
Observação:
A potência estática de ventilação (Pot) não é igual à potência
elétrica real que será necessária para mover uma determinada
vazão. Para obter-se a potência elétrica real, é preciso considerar
ainda a pressão de velocidade PV e os rendimentos característicos
dos ventiladores e motores empregados no sistema.
Exercícios gerais sobre leis da ventilação:

1 – Qual a pressão requerida para uma vazão de 5 m3/s de ar escoar através de uma galeria
circular de 3 m de diâmetro e 1200 m de comprimento (k = 0.02 Ns2m-4) ?
Resp.: 16 Pa.
2 – Uma galeria de 1000 m de comprimento apresenta uma diferença de pressão de 125 Pa.
Qual a pressão de ventilação requerida para obter-se esta mesma vazão quando a
extensão da galeria for de 1800 m ?
Resp.: 225 Pa.
3 – Quando o diâmetro de um poço passar de 4 m para 6 m, qual a relação requerida (p2/p1)
na pressão de ventilação, para manter-se a mesma vazão?
Resp.: p2/p1 ≈ 0.13.
4 – Um exaustor que proporciona 100 m3/s e uma depressão de 8000 Pa é trocado por um
novo que oferece 18 000 Pa. Calcule a nova quantidade de ar que circulará na mina.
Resp.: 150 m3/s.
5 – Se 1000 Pa são necessários para fazer circular 20 m3/s, qual a pressão requerida para
circular 40 m3/s ?
Resp.: 4000 Pa.
6 – Qual a potência estática de ventilação quando 55 m3/s circulam sob uma
pressão de 900 Pa ?
Resp.: 49.5 kW.
7 – Em uma mina circulam 120 m3/s de ar a uma pressão de 3000 Pa.
Calcule a resistência equivalente do circuito e a potência de ventilação.
Resp.: 360 kW.
8 – Calcule a resistência combinada de duas galerias paralelas com R1 = 3.47
Ns2m-8 e R2 = 12 Ns2m-8.
Resp.: 1.46 Ns2m-8.
9 – Duas galerias paralelas de mesma seção transversal possuem 1000m e
500m de comprimento. A vazão total de ar é de 51 m3/s. Calcule a
vazão em cada galeria.
Resp.: Q1=21.13m3/s; Q2=29.87m3/s.
10 – Para o circuito de ventilação da figura abaixo, determinar a resistência equivalente e a
pressão (estática) necessária para movimentar uma vazão de 47.2 m3/s.
Finalmente, calcular a vazão de ar em cada trecho do circuito.

Resistências (em Ns2m-8):


R1=0.0559; R6=0.1453;
R2=0.1342; R7=0.1062;
R3=0.1118; R8=0.1677;
R4=0.0838; R9=0.1509;
R5=0.1399; R10=0.0447.
Solução:
Ra = R4 + R5 + R6 = 0.3689 Ns2m-8

Rb = R7 + R8 + R9 = 0.4248 Ns2m-8

Rc = Ra // R3 (associação em paralelo entre Ra e R3)


Rc = 0.047 Ns2m-8

Rd = R2 + Rc = 0.1811 Ns2m-8

Re = Rb // Rd ( assoc. em paralelo entre Rb e Rd)


Re = 0.066 Ns2m-8

Resistência equivalente do circuito ...


Rf = R1 + Re + R10 = 0.1666 Ns2m-8

Pressão estática para circular uma vazão de 47.2 m3/s ...


H = Rf Q2 = 0.1666 (47.2)2 = 371 Pa.
Vazões em cada trecho:

Q1 = Q10 = 47,2 m3/s


Q2 = 28,6 m3/s
Q3 = 18,4 m3/s
Q4 = Q5 = Q6 = 10,2 m3/s
Q7 = Q8 = Q9 = 18,6 m3/s
Exercício:
Calcular a resistência equivalente (REQ) do circuito de ventilação
da figura ao lado, considerando que as perdas de carga e as
vazões de cada trecho estão discriminadas diretamente no
diagrama. Encontrar o ponto de operação para o ventilador cuja
curva característica encontra-se na Tabela A, quando conectado
ao circuito.

Tabela A:
curva característica do
ventilador

Pressão Vazão
estática (Pa) (m3/s)
500 30
1000 20
1500 2
Solução:

REQ = RAB + RCD + RDE

RAB = 61/(18.8)2 = 0.17 Ns2m-8

RCD = 124/(18.8)2 = 0.35 Ns2m-8

RDE = 88/(18.8)2 = 0.25 Ns2m-8

REQ = 0.17 + 0.35 + 0.25 = 0.77 Ns2m-8

Ponto de operação (conf. solução gráfica


ao lado):

H = 610 Pa (pressão do ventilador)


Q = 27 m3/s
-----------------
6.Ventiladores

 Ventiladores são os equipamentos que fornecem a


energia necessária ao ar para que ele se mova no
interior das galerias. Os ventiladores provocam
uma diferença de pressão no ambiente da mina; o
ar move-se devido a esta diferença de pressão.
Ventiladores
São equipamentos destinados a mover grandes
quantidades de ar, a pressões moderadas (em geral,
abaixo de 3 kPa).

Tipos de ventiladores ... axiais e centrífugos

Axiais:
Nestes ventiladores, a direção do escoamento do ar
é aproximadamente paralela ao eixo do rotor. É um
equipamento que permite o ajuste do ângulo de ataque
das pás (passo) do rotor, proporcionando um significativo
aumento de vazões (versatilidade), dependendo do passo
escolhido para a operação. São os ventiladores mais
comumente usados em mina subterrânea.
Ventiladores axiais de vários tamanhos e
configurações

Ventilador axial instalado em mina subterrânea

Dispositivos de ajuste do ângulo de ataque


das pás (passo) do rotor de um
ventilador axial 
 Curvas características de ventiladores:
Cada modelo de ventilador possui um conjunto de
curvas que caracterizam seu desempenho. Existem
curvas de pressão, potência e eficiência em função
das vazões produzidas pelo equipamento.

Exemplo de curvas características


(ver próximo slide) ...
Uma desvantagem dos ventiladores axiais, em relação aos centrífugos, quando
operam em altas pressões: há uma zona de instabilidade de funcionamento em sua
curva característica pressão x vazão, representada pelo trecho E-D na figura abaixo.
Nestas condições (denominada stall condition), além da redução de eficiência, há uma
tendência de aumento da vibração no rotor, causando desgaste prematuro de peças. O
fabricante recomenda não operar nesta faixa de vazões.
Exemplo de curvas características de um ventilador axial, para vários
ângulos de ataque das pás do rotor. (Obs.: o aumento do ângulo de ataque
exige maior potência do motor elétrico, que deve ser adequadamente
dimensionado).

Curvas para
vários ângulos
de ataque
Curvas de um ventilador axial de 75 cv, vendido comercialmente.
Algumas questões a respeito do ventilador de 75cv
cujas curvas aparecem no slide anterior:

- Qual a pressão desenvolvida pelo ventilador quando a vazão movida


por ele é 20 m3/s ? (1 mmWG = 9.81 Pa)
Resp.: 200 mmWG (pressão total).

- Qual a potência consumida pelo motor elétrico do ventilador quando


a vazão é 20 m3/s ?
Resp.: 50 kW.

- Qual o custo de energia elétrica por dia de funcionamento deste


ventilador, supondo que ele movimenta 20 m3/s durante todo o
período (24 horas), considerando que o valor da energia é R$
0.20/kW-h ? (supor que a potência consumida é igual a potência obtida da
rede elétrica)
Resp.: 0.20 x 24 x 50kW = R$ 240,00 .
Redução de ruído em ventiladores axiais:

Algumas situações exigem redução de ruído por parte do


ventilador axial (ex.: ventilador instalado dentro de mina;
vent. próximo de zonas urbanas, ...).
Neste caso, os fabricantes fornecem dispositivos que diminuem
a emissão sonora dos ventiladores. Estes dispositivos
provocam uma certa perda de vazão, que deve ser
verificada com o fabricante.
Redutores de ruído ...

Ventilador
 Pressões em um ventilador:
A Pressão total (PT) de um ventilador, para uma
dada vazão, refere-se à soma da Pressão estática
(PS) e da Pressão de velocidade (PV)
desenvolvidas pelo equipamento.
PT = PS + PV
Ventiladores

Ventiladores Centrífugos:
São equipamentos nos quais o ar penetra na
direção do rotor e é despejado radialmente.
Atualmente, sua aplicação em mina subterrânea está
ligada à necessidade de se obter altas pressões. São
ventiladores mais robustos (menos manutenção),
porém são de maior custo de aquisição e não permitem
ajuste do passo.
Ponto de operação de um ventilador:

É o ponto de equilíbrio entre a pressão estática (PS)


fornecida pelo ventilador e as perdas totais de pressão (Ht)
provocadas durante o escoamento do ar (então, PS=Ht). O
ponto de operação define o regime de funcionamento do
equipamento em termos de pressão e vazão, quando
conectado a um circuito de ventilação.

Para obter-se o ponto de operação, superpõe-se a curva da


mina e a curva característica do ventilador em um gráfico Q
xP.
Ponto de operação de um ventilador

Ponto de
operação
 O ponto de operação de um ventilador pode mudar
durante seu funcionamento. É comum ocorrerem
mudanças no circuito de ventilação e estas mudanças
induzirem alterações no ponto de operação do
equipamento.
Alongamentos dos circuitos de ventilação provocam
aumento de resistência equivalente, de modo que o
ventilador responderá com redução de vazão a estas
mudanças (...e aumento da pressão de operação).
Em outras situações, a abertura de portões ou
barragens fará com que o circuito de ventilação tenha
sua resistência reduzida, provocando aumento de vazão
nos ventiladores.
 Associações de ventiladores:
Associações de ventiladores tornam possível atender-se a uma variada gama de
combinações de perdas de carga e vazões, a partir de um conjunto limitado de
ventiladores.
A forma comum de associar ventiladores é colocando-os em série ou paralelo.
Ventiladores são, em geral, conectados em série quando deseja-se obter uma
determinada vazão, mesmo com resistências de mina crescentes.
Ventiladores em paralelo são usados quando se quer um aumento significativo de
vazões, com resistências de mina aproximadamente constantes.
Existem métodos gráficos para conhecer-se a curva característica resultante e o ponto
de operação de uma associação de ventiladores, os quais serão vistos a seguir.
Associação de ventiladores em série:
A figura a seguir mostra dois ventiladores, a e b, posicionados em série em uma galeria única. A curva
característica desta combinação é obtida adicionando as pressões individuais dos ventiladores, para
cada valor específico de vazão. O ponto de operação efetivo é C, sendo que em cada ventilador passa a
mesma vazão, Q.
Nas associações de ventiladores em série:

- podem ser usados ventiladores diferentes, mas o mais comum é usar-se


ventiladores iguais;
- se um ventilador é muito mais potente que outro, ou a resistência do
sistema é muito baixa, o ventilador mais fraco não produzirá efeito, podendo
até mesmo servir como uma resistência adicional ao sistema.
Exemplo de ventiladores instalados em série: ventilação auxiliar em fundo-
de-saco
Associação de ventiladores em paralelo:
Se os ventiladores a e b (fig. Abaixo) estão associados em paralelo, então através de cada ventilador
passa uma dada vazão (Qa e Qb), a uma mesma pressão p. A curva característica desta combinação é
obtida adicionando vazões individuais dos ventiladores, para cada valor específico de pressão. O ponto
de operação efetivo do sistema está representado em C.
As associação de ventiladores em paralelo:

- são mais indicadas quando a resistência do circuito é baixa; neste caso, os


ganhos em vazão são maiores;
- podem ser feitas com ventiladores diferentes, mas isto pode provocar
“stalling” no ventilador mais fraco.
Exemplo de associação de ventiladores em paralelo: três ventiladores fazendo
exaustão em poço de ventilação
Algumas definições relacionadas com eficiência e potência de ventiladores (extraído de
McPherson, M. J., 1993, Subsurface Ventilation and Environmental Engineering, Ed. Chapman &
Hall, London., cap.10):

Potência de ventilação (Airpower) ... Pot = Ht Q


Potência disponível no eixo do motor elétrico ... Shaft power ou brake horsepower (BHP)
Relação entre shaft power e potência elétrica consumida da rede (input power) pelo motor do
ventilador ... Shaft power/input power ≈ 0.95
Eficiência do impelidor (impeller efficiency) ... Airpower/shaft power
Eficiência global (relativa ao motor/transmissão/impelidor) ou Overall Efficiency ... Airpower/Input
power
Eficiência total (Total efficiency) ... Fan total pressure/shaft power
Eficiência estática (Static efficiency) ... Fan static pressure/shaft power
Seleção de ventiladores

Os fabricantes de ventiladores possuem procedimentos


similares para a fazer a escolha do equipamento adequado a
uma determinada situação. A seguir, será visto o
procedimento empregado na seleção rápida de ventiladores
axiais da marca Chicago Blower. Para aplicá-lo, usa-se a
Tabela II ao lado, e a carta de opções de ventiladores (ver
próximo slide), classificados de acordo com as faixas de
pressão total e vazões que podem ser geradas para cada
modelo de ventilador axial.
Carta de opções de ventiladores
Passos para a seleção:

1-Entre na carta com a Vazão (Q) e a Pressão estática (PS) requeridas.


Determine o ventilador mais eficiente.
2-A carta é baseada na Pressão total (PT), igual a PS + PV. A Pressão de
velocidade (PV) deve ser determinada usando a equação PV=(Q x
A/4005)2, sendo Q a vazão em CFM, A a área encontrada na Tabela II
(em ft2).
3-Voltar à carta e conferir se sua seleção está correta, baseada na Pressão
total. Se não estiver, recalcular PV para um novo ventilador
determinado.
4-Calcular o BHP aproximado por: BHP = Q x PT/6361 x efic). Observe que
todas as unidades usadas são do sistema inglês. As condições
padronizadas de funcionamento do ventilador referem-se a massa
específica do ar = 1.2 kg/m3 e t=70oF.
Esta é uma pré-seleção de equipamento. Uma verificação definitiva deve ser
feita com as curvas próprias do equipamento selecionado. Um ponto
importante é que, no passo 1, a vazão e pressão estática requeridas
devem ser estimadas por quem está adquirindo o ventilador.
Exemplo:
1-Considere a necessidade de um ventilador para 66760 m3/h, com PS =
101.6 mmCA. Convertendo para as unidades da carta: Q = 40 000
CFM; OS= 4” WG. Entrando na carta com estes valores, obtém-se o
modelo 4450-B6-1760 rpm e 80% de eficiência.
2-Calcula-se para este modelo PV=(40 000/4005 x 10.80)2 = 0.86”WG,
onde PT=4,86”WG.
3-Volte à carta com PT=4.86, obtém-se o mesmo modelo. Está confirmada
a seleção.
4-Calcule o BHP aproximado: BHP=(40 000 x 4.86/6362 x 0.8) = 38 HP.
5-O ventilador axial para atender à necessidade opera em 1760 rpm,
absorvendo 38HP.
Estimativas de perdas de carga em dutos de ventilação
auxiliar:

É possível calcular as perdas de carga em dutos de ventilação


auxiliar a partir das equações de perdas por atrito e turbulência vistas
anteriormente.

Entretanto, os fabricantes de dutos flexíveis costumam fornecer bons


valores para as perdas verificadas em seus materiais. Uma forma de
apresentação das perdas encontra-se no ábaco do próximo slide.
Ábaco para cálculo da perda de pressão por metro de duto flexível (fabricante
Vinivento-Sansuy):
Exemplo:

Duto de diâmetro 1000mm;


Vazão de ar através do duto: 30 m3/s (108000 m3/hora);
Perda de carga no duto:
2.7 mmCA/metro.

Obs.:A perda de carga indicada no ábaco refere-se a segmentos retos. Dobras no


duto aumentam a perda de carga consideravelmente.
Exercício:

a) Suponha que um ventilador axial é capaz de fornecer 30m3/s a uma


pressão estática de 120mmCA (livre de “stall”).
Qual o máximo comprimento de dutos de ventilação auxiliar de diâmetro
1000mm ao qual este ventilador poderá ser conectado, de forma que
ainda mantenha uma vazão mínima de 30m3/s ?

b) Para as mesmas condições (30m3/s e 120mmCA), qual o máximo


comprimento de dutos de ventilação auxiliar de 1200mm de diâmetro
que podem ser conectados, mantendo a vazão mínima de 30m3/s?
Calor em minas subterrâneas
Fatores que influem nas trocas térmicas

Temperatura do ar

Umidade relativa do ar

Velocidade do ar

Calor radiante

Tipo de atividade física

A combinação destes fatores determina os índices de conforto térmico ou de


sobrecarga térmica para cada local e tipo de trabalho.
Fatores que influem nas trocas térmicas

A- Temperatura do ar
Temperatura do ar maior que a temperatura da pele, o organismo
ganha calor por condução-convecção.
Temperatura do ar menor que a temperatura da pele, o
organismo perde calor pelo mesmo mecanismo.
A quantidade de calor ganha ou perdida é diretamente
proporcional à defasagem existente entre as temperaturas.
Fatores que influem nas trocas térmicas

B- Umidade relativa do ar
Quanto maior é a umidade do ar, menor a perda por evaporação.
Teoricamente, o organismo humano pode perder 600 kcal/hora de
suor pela evaporação; esta razão pode ser diminuída em função da
umidade relativa do ar.

Umidade Relativa 100%  dificulta a evaporação do suor para o meio.


Perda de calor bastante reduzida.
Umidade Relativa 0%  condição para organismo perder 600
kcal/hora para o ambiente.
Fatores que influem nas trocas térmicas
C- Velocidade do ar
Pode ter uma ação positiva ou negativa, dependendo da
temperatura do ar.
Temperatura do ar menor que temperatura do corpo, o
aumento da velocidade do ar implica em maior perda de calor do
corpo para o meio.
Temperatura do ar maior que a temperatura do corpo, este
ganhará mais calor com o aumento da velocidade do ar.
Fatores que influem nas trocas térmicas
D- Calor Radiante
Ganho de calor pelo mecanismo de radiação, quando encontra-
se presença de fontes apreciáveis de calor radiante (radiação
infra-vermelha).
Caso tais fontes de calor radiante forem controladas, o organismo
humano poderá perder calor pelo mecanismo da radiação.
Fatores que influem nas trocas térmicas
E- Tipo de Atividade
Quanto mais intensa for a atividade física exercida pelo
indivíduo, maior será o calor produzido pelo metabolismo.
Para indivíduos que trabalham em ambientes quentes, o calor
decorrente da atividade física constituirá parte do calor total
ganho pelo organismo, e portanto, deve ser considerado.
Na avaliação do calor ambiente:

DEVE-SE CONSIDERAR SEMPRE AS PIORES CONDIÇÕES


AMBIENTAIS PARA EFEITO DE ESTIPULAÇÃO DE MEDIDAS DE
CONTROLE.
Técnicas de Medição
Temperatura do ar (temp. bulbo seco)
Termômetro comum – com bulbo de mercúrio.
Deve-se proteger o bulbo contra radiação sem impedir a circulação de ar ao redor do
mesmo.
A temperatura é lida após a estabilização da coluna de Hg.
Umidade Relativa do ar
Obtida por um aparelho chamado psicrômetro, que mede TBU (temp. de bulbo úmido) e
TBS (temp. de bulbo seco);
A Umidade Relativa é obtida a partir de cartas psicrométricas.
Velocidade do ar
Medida por anemômetros.
Calor radiante (temp. de globo)
Medida pelo termômetro de globo.
Trata-se de uma esfera oca de cobre pintada de preto fosco (para absorver radiação) com
termômetro de mercúrio inserido no centro. Leitura feita após 30 minutos de estabilização do
aparelho.
Técnicas de Medição
Temperatura de bulbo úmido natural

Termômetro de mercúrio comum, que permite leituras de até 1/10 do grau


Celsius.
Seu bulbo é revestido por tecido umedecido com extremidade alongada
deve permanecer em água destilada. Termômetro em posição vertical e a
ventilação natural do bulbo não pode ser alterada.
A leitura é feita após 30 minutos de estabilização.
Equipamentos para medida de temperatura

Psicrômetro: equipamento que combina um termômetro de


bulbo seco e outro de bulbo úmido.
Carta Psicrométrica: relaciona ts e tu com a umidade relativa do ar.
Equipamentos utilizados para medir
IBUTG (NR-15):

Termômetro de globo

Termômetro de bulbo úmido


Tipo de atividade (metabolismo)

A quantidade de calor produzida pelo organismo é


proporcional ao esforço físico despendido pelo trabalhador.
É estimado através de tabelas que estabelecem valores
em função da atividade exercida.
Limites de Tolerância

A legislação brasileira (NR-15, anexo 3) estabelece que a exposição ao calor


deve ser avaliada através do índice de bulbo úmido-termômetro de globo
(IBUTG).
Ambientes internos ou externos sem carga solar
IBUTG = 0,7 tbn + 0,3 tg
Ambientes externos com carga solar
IBUTG = 0,7 tbn + 0,2 tg + 0,1 tbs
sendo:
tbn = temperatura de bulbo úmido natural
tg = temperatura de globo
tbs = temperatura de bulbo seco

Aparelhos utilizados:
Termômetro de bulbo úmido natural
Termômetro de globo
Termômetro de bulbo seco
Limites de Tolerância - Exposição ao calor - Trabalho
intermitente - Descanso no local
Taxas de metabolismo por atividade
Medidas de controle para as trocas térmicas:
A- Relativas ao ambiente
Finalidade: diminuir a quantidade de calor que o organismo produz ou recebe,
aumentando a possibilidade de dissipá-lo.

MEDIDAS DE CONTROLE:

INSUFLAÇÃO DE AR FRESCO NO LOCAL (USO DE AR COM TEMPERATURA


REDUZIDA);
MAIOR CIRCULAÇÃO DO AR NO LOCAL (MAIOR VELOCIDADE DO AR);
ELIMINAÇÃO DE FUGAS (PERDAS) DE AR;
SELAR A PERCOLAÇÃO DE ÁGUA A PARTIR DO MACIÇO (REDUÇÃO DA UMIDADE DO
AMBIENTE);
AUTOMATIZAÇÃO DO PROCESSO (REDUÇÃO DO CALOR PRODUZIDO PELO
METABOLISMO).
Medidas de controle...
B- Relativas ao PESSOAL
Finalidade: diminuir a sobrecarga térmica.

MEDIDAS DE CONTROLE

EXAMES MÉDICOS: SELEÇÃO DO GRUPO IDEAL QUE REÚNE CONDIÇÕES


PARA EXECUTAR A TAREFA

ACLIMATAÇÃO:ADAPTAÇÃO LENTA E PROGRESSIVA DO INDIVÍDUO EM


LOCAL QUENTE

LIMITAÇÃO DO TEMPO DE EXPOSIÇÃO: PERÍODOS DE TRABALHO


ALTERNADOS COM PERÍODO DE DESCANSO, VISANDO REDUZIR A
SOBRECARGA TÉRMICA
Medidas de controle

MEDIDAS DE CONTROLE RELATIVAS AO PESSOAL(cont.)

INGESTÃO DE ÁGUA E SAL: PARA COMPENSAR A PERDA PELO SUOR

EPI’S :ROUPAS ESPECIAIS DE TECIDO LEVE E COR CLARA. EM ALGUNS


CASOS COM SISTEMA DE VENTILAÇÃO ACOPLADO

EDUCAÇÃO E TREINAMENTO : PRÁTICA CORRETA DE SUAS TAREFAS,


EVITANDO ESFORÇOS FÍSICOS DESNECESSÁRIOS, E USO EPI’s.
---------------
Fontes de Calor em Minas Subterrâneas:

 FLUXO DE CALOR DAS ROCHAS


 AUTO COMPRESSÃO DO AR
MÁQUINAS
ÁGUA SUBTERRÂNEA
 HOMENS (METABOLISMO)
 OXIDAÇÃO DE MATERIAIS
 EXPLOSIVOS
 TUBOS, LÂMPADAS E CABOS ELÉTRICOS
Fontes de Calor em Minas Subterrâneas

CALOR DAS ROCHAS

O fluxo de calor a partir das rochas é muitas vezes o


componente mais importante no aumento da temperatura no
local de trabalho.
Há uma dependência com a profundidade (aumenta a
profundidade  aumenta a temperatura da rocha).
Fontes de Calor em Minas Subterrâneas
CALOR DAS ROCHAS ...

O gradiente geotermal, que é a variação da temperatura da rocha com a


profundidade ( Δt / ΔZ), muda muito de um local para outro, mesmo dentro do
mesmo distrito mineral, devendo ser avaliado individualmente.

Mina Gradiente Temp. da superfície


(oC/100m) (oC)

Anaconda copper (USA) 4.6 – 6.0 4


Magma copper (USA) 3.8 18
Coal mines (UK) 1.8 – 4.0 10
Witwatersrand gold (S.Africa) 0.7 – 1.3 18

McIntyre gold (Canada) 0.7 4


Fontes de Calor em Minas Subterrâneas

MÁQUINAS

EQUIPAMENTOS NÃO SÃO 100% EFICIENTES. PARTE DA


ENERGIA SEMPRE É CONVERTIDA EM CALOR.
A PARCELA CONVERTIDA EM CALOR DEPENDE DO TIPO
DE EQUIPAMENTO.
Fontes de Calor em Minas Subterrâneas

ÁGUA SUBTERRÂNEA

Água proveniente do maciço rochoso é uma fonte de calor significativa,


pois apresenta temperatura similar ao maciço ou até mesmo mais alta (p.ex.
água de fonte geotermal).
O calor é transferido para o ar da mina principalmente por evaporação.
Água usada em operações unitárias (p.ex. em perfuração) também pode
adicionar, por evaporação, grande quantidade de calor ao ar de mina.
Fontes de Calor em Minas Subterrâneas

AUTO COMPRESSÃO

QUANDO O AR É COMPRIMIDO, ELE TENDE A ESQUENTAR, GANHAR


CALOR.

O AR QUE DESCE EM SHAFTS SOFRE COMPRESSÃO, GANHANDO


CALOR.
Fontes de Calor em Minas Subterrâneas

No planejamento da refrigeração, uma análise detalhada de cada uma


das fontes deve ser feita.

Há fontes que são dependentes da temperatura do ar:


calor das rochas, água subterrânea e metabolismo humano;

Fontes não dependentes da temperatura:


auto-compressão, equipamentos, iluminação, explosivos, oxidação,
tubulações.
Fontes de Calor em Minas Subterrâneas

Um estudo envolvendo 7 minas dos USA* apresentou


a seguinte distribuição de fontes de calor:

* H. Hartman et al. 1997. Mine Ventilation and Air Conditioning. Cap.17.


Fontes de Calor em Minas Subterrâneas

Resultados do estudo:

O calor fornecido pelas rochas é a fonte principal, especialmente em


minas “profundas”;

Equipamentos e água subterrânea são as fontes secundárias mais


importantes.
Medidas de combate às fontes de calor presentes em minas
subterrâneas
REDUÇÃO DO CALOR ÚMIDO DA ROCHA:
SELANDO FISSURAS NA ROCHA
BOMBEAMENTO DE ÁGUA SUBTERRÂNEA

REMOÇÃO DE EQUIPAMENTOS:
ESTUDO LAY OUT DA MINA

MELHOR USO DA VENTILAÇÃO:


REDUÇÃO DE VAZAMENTOS (PORTAS ETC.)
INSTALAÇÃO DE VENTILADORES
REDUÇÃO DE RESISTÊNCIAS DE GALERIAS EM SETORES DA
MINA
......................
-----------------
________________________________________________
Algumas conversões de unidades úteis
________________________________________________

1 mmCA = 1 mmWG = 10 Pa

1 in.WG = 254 Pa

1 atm = 101 325 Pa

1 CV = 735.5 W

1 HP = 745.7 W

1 CV = 0.9863 HP

1 cfm = 0.0283 m3/min = 4.72x10-4 m3/s


-----------------
Equipamentos de medida de vazão e pressão na
ventilação de minas
7.CONTROLE DA VENTILAÇÃO

• Objetivos: Manter as condições de higiene e


segurança dos trabalhadores

• O que devemos medir?

- Vazão
- Velocidade do ar
- Pressão
- Temperatura
- Umidade
- Contaminantes (gases e poeiras)
VAZÃO

- é o parâmetro principal de ventilação.

- O controle de vazão serve para:

•Verificar se as necessidades de ar e limites de


velocidade estão sendo atendidos;
•Localizar fugas no circuito de ventilação;
•Verificar o ponto de operação dos ventiladores da mina
(principal e auxiliares).
VAZÃO (Q)
Q=V·A (m3/s ou m3/min)

V= velocidade do fluxo de ar;


A= área da seção transversal da galeria.

Dependendo da velocidade do fluxo de ar, diferentes


tipos de equipamentos de medida podem ser utilizados.

O equipamento mais utilizado em mineração é o


anemômetro de pás.
Anemômetro de pás

Outros equipamentos para medidas de


vazão:

Termoanemômetros;
Tubo de fumaça;
Velômetros;
Tubo de Pitot.
Procedimentos de medida

Dependem principalmente do tipo de equipamento disponível.

•Anemômetros de medição instantânea: possuem tempo de


integração muito curto, medindo a velocidade instantânea de
escoamento do ar que passa pelo equipamento.

Posicionamento do anemômetro na galeria


Continuação...

•Anemômetros integradores: medem a velocidade média de escoamento do


ar após um certo tempo de integração (1 minuto, p.ex.).
Exemplo de levantamento de vazão ...
Exemplo de registros de levantamento de vazão ...
PRESSÃO

•Medidas de diferenças de pressão do ar entre pontos


distintos no interior da mina dão informações sobre as
perdas de carga no circuito de ventilação.

•Objetivos:
- Estimar a resistência equivalente total e de trechos do
circuito de ventilação;
- Localizar fugas no circuito de ventilação;
- Verificar os pontos de operação dos ventiladores
principais da mina em sua curva característica P x Q.
Continuação...

•As medidas de diferença de pressão entre dois pontos


são feitas utilizando-se manômetros diferenciais.

•A medida de pressão absoluta em um ponto é feita com


a utilização de barômetros.

• Modos de medir a diferença de pressão entre dois


pontos do circuito de ventilação: métodos diretos e
métodos indiretos.
Métodos diretos de medida de pressão

•Métodos diretos utilizam manômetros diferenciais para


realização das medidas. O objetivo das medidas de pressão
diferencial é avaliar a perda de carga em um determinado
trecho do circuito de ventilação.
Continuação...

Para propósitos práticos, os equipamentos devem


possuir sensibilidade em torno de 1 mmCA (+/- 10 Pa).
Sensibilidade menor pode ser admitida nos manômetros que

fazem o acompanhamento dos ventiladores principais.


Continuação...
Métodos indiretos de medida de pressão

•Métodos indiretos de medida de pressão utilizam


barômetros aneróides ou altímetros. Estes
equipamentos medem a pressão estática absoluta em
um ponto. Perdas de carga entre dois pontos são
calculadas por diferença e precisam de correções.
Tubo de Pitot
•É um dispositivo que serve para medir pressão total (PT), pressão estática
(PS) e pressão de velocidade (PV) em dutos de ventilação ou em
ventiladores. Precisa ser conectado a um manômetro para executar as
medidas de pressão.
•Pode ser usado no cálculo da velocidade do escoamento do ar, pois PV =
PT – PS = ρv2/2, então v = (2 PV/ρ)1/2 . O uso limita-se às situações onde
a velocidade do ar é suficientemente elevada.

Tubo de
Pitot 
Diagrama simplificado de uso do tubo de Pitot para executar
medidas de pressão total e estática em um exaustor de mina,
posicionado na superfície.
___________
TEMPERATURA E UMIDADE

Parâmetros do clima em subsolo:

•Temperatura de bulbo seco (ts);


•Umidade do ar, que pode ser caracterizada pela
temperatura úmida (tu) e pressão barométrica (p);
•Velocidade do ar (v) nas proximidades do corpo
humano;
TEMPERATURA E UMIDADE

Índices de conforto térmico:


Existem vários índices idealizados para
representar o conforto térmico dos trabalhadores,
entre os mais comuns estão a Temperatura Efetiva e
o IBUTG. O índice a ser usado depende do país ou
região.
Temperatura Efetiva

Definição:
A Temperatura Efetiva (te) foi idealizada pela
American Society of Heating and Ventilating Engineers
para caracterizar o conforto térmico dos trabalhadores. O
valor de te é determinado a partir dos valores tu , ts e
velocidade do ar, usando-se o ábaco presente no próximo
slide.
Temperatura Efetiva
Continuação...

A temperatura efetiva é um índice utilizado em


vários países para determinação do conforto térmico.
Equipamentos usados – psicrômetro e anemômetro.
Psicrômetro: equipamento que combina um
termômetro de bulbo seco e outro de bulbo úmido.
Carta Psicrométrica: relaciona ts e tu com a umidade relativa do ar (as
cartas psicrométricas são vendidas junto com o equipamento e podem
ser encontradas na literatura de ventilação de mina).
Índice IBUTG

No Brasil, este índice é utilizado na indústria para a


especificação de níveis de exposição a ambientes quentes para o
trabalhador. Foi regulamentado pela norma do Ministério do
Trabalho NR-15, Anexo 3 .

É um índice obtido a partir da medida da temperatura de bulbo


úmido natural e temperatura de globo, e representa a média
ponderada destas medidas (Clezar, 1999 pág. 253).
Continuação...
Termômetro de bulbo úmido natural  é um termômetro de bulbo úmido
que difere dos utilizados nos psicrômetros pelo fato de não se impor uma
velocidade forçada ao ar e o bulbo não ser protegido contra radiação
térmica.
Termômetro de globo  consiste de um termômetro cujo o bulbo fica
posicionado no centro de uma esfera metálica oca com quinze
centímetros de diâmetro, tendo sua superfície externa pintada de preto
fosco.

Ambientes internos ou externos sem carga solar:

IBUTG = 0,7 tun + 0,3 tg

tun = temperatura de bulbo úmido natural

tg = temperatura de globo
Continuação...

Equipamentos utilizados:

Termômetro de globo

Termômetro de bulbo úmido


____________
Equipamentos de medida da concentração de gases presentes no ar – princípios
de detecção:

Oxidação catalítica – usada para gases combustíveis como metano e CO. Nesta técnica, mede-

se o calor gerado durante a oxidação do gás ou a mudança de resistência de um componente de um circuito


elétrico quando o gás é queimado.

Sensores eletroquímicos – aplicados na determinação da concentração de oxigênio, CO, H2S


(sulfeto de hidrogênio) e NOx. O gás medido reage com um eletrodo especial em um eletrólito. Esta reação
gera corrente elétrica que é proporcional à concentração do gás.

Detectores óticos – usados p/metano, p.exemplo. Dois princípios usados: 1)gases diferentes
absorvem luz em comprimentos de onda distintos; passando luz através de uma mistura com gás e medindo
sua absorção, determina-se a concentração do gás. 2)Gases têm diferentes índices de refração. Um feixe de
luz é dividido, parte passa em uma câmara contendo ar e outra parte em uma câmara contendo gás. A
diferença na velocidade dos feixes de luz é proporcional à concentração do gás de interesse.
Equipamentos de medida...(cont.):

Métodos de detecção usando semi-condutores – usam elementos (semi-condutores) que trocam

de condutividade na presença de certos gases. Mede-se a mudança na condutividade, que é proporcional à


concentração do gás.

Tubos colorimétricos – usam uma propriedade química de reação de um gás com compostos
químicos específicos, cuja reação provoca mudança de cor em tais compostos. A troca de cor é proporcional
à concentração do gás, que é medida diretamente em um tubo contendo o composto químico determinado.
Equipamentos de medida:

•Bomba de aspiração Dräger e tubos


colorimétricos;
Equipamentos de medida:

•Detectores de gases;
Equipamentos de medida:

•Metanômetros;
Equipamentos de medida:

•Coletor de poeira p/indivíduo:


mede a quantidade de poeira ao
qual o indivíduo ficou exposto
durante a jornada de trabalho.

filtros coletores
bomba de sucção
Cálculos de diluição de gases contaminantes:

A vazão de ar requerida para diluir um determinado


contaminante, considerando a situação em que a vazão do
contaminante é constante ao longo do tempo, é dada por:

Q = Qg (1 – VL) / (VL – Bg)

onde...

VL = valor limite máximo permitido para a concentração do


contaminante (fração);
Qg = vazão do contaminante na atmosfera de mina (m3/s);
Bg = concentração do contaminante presente na vazão Q (fração);
Q = vazão de ar requerida para a diluição (m3/s).
Exemplo:

1) Uma frente de lavra de carvão libera metano à uma taxa de


0.5 m3/s. Supondo que a concentração máxima permitida de gás
metano na área de trabalho seja de 1%, calcule a mínima vazão
de ar fresco necessária para a diluição.

Q = 0.5 (1 – 0.01) / (0.01 – 0) = 49.5 m3/s

2) Supondo que o ar de entrada, na situação anterior, já esteja


contaminado com metano, apresentando uma concentração
inicial de 0.2 %. Qual a vazão de diluição para a frente de lavra?

Q = 0.5 (1 – 0.01) / (0.01 – 0.002) = 61.9 m3/s


Slide Final

Obrigado a todos !!!


Algumas referências importantes sobre ventilação de minas subterrâneas:

• Hartman, H.L., Mutmansky, J.M., Wang, Y.J., eds.,1997, Mine Ventilation and Air
Conditioning, 3nd. Ed., John Wiley & Sons, ISBN 0-471-05690-1.
• McPherson, M. J., 1993, Subsurface Ventilation and Environmental Engineering, Ed.
Chapman & Hall, London.
• Kennedy, W.R., 1999, Practical Mine Ventilation, 2nd. Ed., Intertec Publishing Corp.,
ISBN 0-929531-50-7.
• Mutmansky, J.M., Ramani, R.V., 1992, “Environmental Health and Safety”, SME Mining
Engineering Handbook, 2nd edition, Vol.1, AIME, N.Y., section 11.
• Vutukuri, V.S. & Lama, R.D., 1986, Environmental Engineering in Mines.
• Clezar, C.A.; Nogueira, C.R., 1999, Ventilação Industrial. Ed. da UFSC, 298p.

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