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Cinomose Canina – uma doença grave.

*por Stephanie Lins

Similar a raiva, no que concerne a sintomatologia, a cinomose é uma


enfermidade preocupante, que mata inúmeros animais por ano, muitas vezes,
por falta de conhecimento dos seus proprietários. Apesar de grave, não é uma
zoonose, ou seja, não pode ser transmitida dos animais aos humanos.
Provocada por um vírus, a cinomose acomete, principalmente, cães jovens não
vacinados em seu primeiro ano de vida, após a perda da imunidade materna
(06 a 12 semanas de idade), mas também ocorre em animais adultos, caso não
tenham sido imunizados anteriormente com vacinas próprias. O animal pode
ser contaminado por via respiratória ou digestiva, através de contato direto ou
fômites – como o próprio ser humano, que muitas vezes carrega o vírus na
roupa ou nos sapatos – e até mesmo por água e alimentos contaminados com
secreções de cães doentes.

Como a cura pode ser difícil dependendo do grau de comprometimento


do animal, a melhor arma é a prevenção, que pode ser feita através de um
programa simples de vacinação, quando o filhote estiver com mais de 30 dias
de idade, e consta de 03 doses de vacina (V08 ou V10), seguindo intervalos de
21 dias entre cada aplicação. Vale lembrar que essa vacina deve ser reforçada
anualmente através de uma única dose até o final da vida do animal.

As formas mais comuns da cinomose são: pulmonar, digestiva, nervosa


e cutânea, sendo esta última, sua forma de apresentação mais benigna. Os
sintomas normalmente começam de maneira branda, com o aparecimento de
pústulas (pequenas bolhas) na pele do animal, principalmente barriga e região
da virilha, porém, podem evoluir até uma conjuntivite com secreção, corrimento
nasal, pneumonia, movimentos involuntários dos membros traseiros ou
dianteiros e, em casos mais graves, vocalização e abertura repentina e
repetitiva da boca. Cabe ressaltar que dificilmente os sintomas são
estacionários, ou seja, vão piorando sempre (caso nada seja feito) de maneira
lenta ou rápida.

A cinomose, como grande parte das enfermidades causadas por vírus,


depende quase exclusivamente do cão e de sua capacidade de desenvolver
uma resposta imunológica suficiente e, por isso, deve ser tratada
sintomaticamente através de protocolo individual proposto pelo seu médico
veterinário de confiança. A cinomose, no entanto, é uma doença imprevisível e
não há como saber se o cão doente irá sobreviver ou não ao tratamento, nem
tampouco perceber se seu óbito será rápido ou lento. Como ressaltei acima, a
prevenção é o melhor meio de combatê-la. Seja responsável, vacine seu cão
regularmente.

* Stephanie Lins é médica veterinária e responsável pelo Canil do Centro de Controle de


Zoonoses (contatos pelo e-mail: ccz_corumba@hotmail.com).
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