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Brasília-DF.
Elaboração
Produção
INTRODUÇÃO...................................................................................................................................... 7
UNIDADE I
METABOLISMO DE CARBOIDRATOS........................................................................................................ 9
CAPÍTULO 1
METABOLISMO......................................................................................................................... 9
UNIDADE II
METABOLISMO DE PROTEÍNAS.............................................................................................................. 17
CAPÍTULO 1
METABOLISMO DE PROTEÍNAS................................................................................................. 17
CAPÍTULO 2
DIGESTÃO, ABSORÇÃO E TRANSPORTE DE PROTEÍNAS.............................................................. 20
CAPÍTULO 3
METABOLISMO DE AMINOÁCIDOS E PROTEÍNAS...................................................................... 22
UNIDADE III
METABOLISMO DE LIPÍDEOS................................................................................................................. 29
CAPÍTULO 1
METABOLISMO DE LIPÍDEOS.................................................................................................... 29
CAPÍTULO 2
METABOLISMO DE LIPÍDEOS.................................................................................................... 34
UNIDADE IV
INTEGRAÇÃO METABÓLICA: INTER-RELAÇÃO ENTRE O METABOLISMO DE CARBOIDRATOS, LIPÍDEOS E
PROTEÍNAS......................................................................................................................................... 38
CAPÍTULO 1
ESTADO ABSORTIVO = ALIMENTADO....................................................................................... 39
CAPÍTULO 2
ESTADO PÓS-ABSORTIVO........................................................................................................ 42
REFERÊNCIAS .................................................................................................................................... 47
Apresentação
Caro aluno
A proposta editorial deste Caderno de Estudos e Pesquisa reúne elementos que se entendem
necessários para o desenvolvimento do estudo com segurança e qualidade. Caracteriza-se pela
atualidade, dinâmica e pertinência de seu conteúdo, bem como pela interatividade e modernidade
de sua estrutura formal, adequadas à metodologia da Educação a Distância – EaD.
Pretende-se, com este material, levá-lo à reflexão e à compreensão da pluralidade dos conhecimentos
a serem oferecidos, possibilitando-lhe ampliar conceitos específicos da área e atuar de forma
competente e conscienciosa, como convém ao profissional que busca a formação continuada para
vencer os desafios que a evolução científico-tecnológica impõe ao mundo contemporâneo.
Elaborou-se a presente publicação com a intenção de torná-la subsídio valioso, de modo a facilitar
sua caminhada na trajetória a ser percorrida tanto na vida pessoal quanto na profissional. Utilize-a
como instrumento para seu sucesso na carreira.
Conselho Editorial
4
Organização do Caderno
de Estudos e Pesquisa
Para facilitar seu estudo, os conteúdos são organizados em unidades, subdivididas em capítulos, de
forma didática, objetiva e coerente. Eles serão abordados por meio de textos básicos, com questões
para reflexão, entre outros recursos editoriais que visam a tornar sua leitura mais agradável. Ao
final, serão indicadas, também, fontes de consulta, para aprofundar os estudos com leituras e
pesquisas complementares.
A seguir, uma breve descrição dos ícones utilizados na organização dos Cadernos de Estudos
e Pesquisa.
Provocação
Textos que buscam instigar o aluno a refletir sobre determinado assunto antes
mesmo de iniciar sua leitura ou após algum trecho pertinente para o autor
conteudista.
Para refletir
Questões inseridas no decorrer do estudo a fim de que o aluno faça uma pausa e reflita
sobre o conteúdo estudado ou temas que o ajudem em seu raciocínio. É importante
que ele verifique seus conhecimentos, suas experiências e seus sentimentos. As
reflexões são o ponto de partida para a construção de suas conclusões.
Praticando
Atenção
5
Saiba mais
Sintetizando
Exercício de fixação
Atividades que buscam reforçar a assimilação e fixação dos períodos que o autor/
conteudista achar mais relevante em relação a aprendizagem de seu módulo (não
há registro de menção).
Avaliação Final
6
Introdução
O presente caderno de estudos foi desenvolvido com o objetivo de enriquecer seus conhecimentos
relativos aos princípios de bioquímica de macronutrientes, bem como sobre os processos de
interação metabólica.
Um profissional com bom conhecimento teórico e em constante busca pela atualização de seus
conhecimentos, certamente representara um diferencial no mercado de trabalho.
Objetivos
»» Apresentar os principais conceitos relativos ao metabolismo de macronutrientes
(carboidratos, proteínas e lipídeos).
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METABOLISMO DE UNIDADE I
CARBOIDRATOS
CAPÍTULO 1
Metabolismo
A respiração celular é o processo pelo qual a energia potencial dos alimentos é liberada. Esta energia
é utilizada para formar moléculas biologicamente úteis, especialmente o ATP, ou é liberada na
forma de calor. O ATP pode ser utilizado pelas células para manter o funcionamento do organismo.
Quando a energia do ATP é liberada da célula, o ADP é produzido. Quando fosfato inorgânico (PI) e
energia química são adicionados ao ADP, o ATP é formado.
Via metabólica é uma série consecutiva de reações catalisadas por enzimas, na qual um precursor
é convertido em produto final. As vias metabólicas são reguladas por enzimas e hormônios. O
metabolismo dos macronutrientes (carboidratos, proteínas e lipídeos) será individualmente
apresentado e ao final, a interação entre os metabolismos dos macronutrientes em diferentes
condições fisiológicas e patológicas será discutida.
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UNIDADE I │ METABOLISMO DE CARBOIDRATOS
Metabolismo de carboidratos
Os carboidratos da dieta são um grupo de substâncias com características físicas, químicas e
propriedades fisiológicas diversas. Os carboidratos constituem a principal fonte de energia para o
homem e podem afetar a saciedade, a glicemia, a insulinemia, o metabolismo lipídico e controlar a
função do cólon por meio da fermentação.
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METABOLISMO DE CARBOIDRATOS │ UNIDADE I
SGLT1 GLUT2
Glucose
NA+
Glucose
Glucose
NA+
K+ Na+/K+pump
Fructose
Fructose
Fructose
GLUT5
GLUT2
Algumas pessoas portadoras de doença congênita não sintetizam glicosidases e não digerem os
respectivos carboidratos. A intolerância à lactose é uma condição permanente, que ocorre com o
avançar da idade, quando muitas crianças perdem a capacidade de digerir grandes quantidades
de lactose. A enzima lactase catalisa a hidrólise da lactose no lúmen do intestino. Geralmente, a
atividade da lactase intestinal ocorre em um nível máximo do nascimento até a primeira infância.
Em seguida, a atividade da lactase diminui e pode levar à intolerância à lactose, cujos sintomas
são diarréia e flatulência após o consumo de leite. O monossacarídeo galactose geralmente não é
encontrado na dieta, mas pode ser liberado a partir da lactose pelas enzimas bacterianas presentes
no iogurte. A hidrólise da lactose em glicose e galactose provavelmente não ocorre no iogurte,
mas no intestino humano após o seu consumo. Esta hidrólise pode explicar a menor incidência de
intolerância à lactose com o consumo de iogurte (derivados do leite) do que com o leite em si.
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UNIDADE I │ METABOLISMO DE CARBOIDRATOS
Processos de carboidratos
Vários processos envolvem a utilização de glicose pelo organismo. Nos seres humanos, a glicose
é armazenada na forma de glicogênio, enquanto nas plantas a glicose é armazenada na forma de
amido. Glicólise é a oxidação da glicose para produção de energia. Glicogenólise é o catabolismo
do glicogênio para produção de glicose. Glicogênese é a síntese de glicogênio a partir de glicose.
Gliconeogênese é a síntese de glicogênio a partir de ácidos graxos e proteínas.
2 ADP + 2 P 2 ATP
2 NAD 2 NADH2
O piruvato formado pela glicólise pode seguir três rotas diferentes (Figura 3). Nos organismos
anaeróbicos, o piruvato pode ser transformado na ausência de oxigênio em etanol, como no
caso das leveduras, ou em lactato, como no caso das bactérias, das hemácias e do músculo. Na
fermentação alcoólica, a glicose é degradada anaerobicamente a etanol. Os produtos da fermentação
alcoólica são: álcool etílico, gás carbônico e energia. Na fermentação láctica, a glicose é degradada
anaerobicamente a lactato. Os produtos da fermentação láctica são ácido láctico e energia. Etanol
e lactato são os produtos mais comuns obtidos por meio da fermentação, mas outros produtos
também podem ser obtidos como ácidos acético, butírico e propiônico. Nos organismos aeróbicos,
o piruvato é oxidado a acetil-CoA, CO2 e H2O.
Figura 3. Os três destinos catabólicos possíveis do piruvato formado na glicólise. Princípios de bioquímica. Nelson
D.L.; Cox M.M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. Sarvier, 2010.
Glicose
condições
2 Etanol + 2CO2 2 Lactato
aeróbicas
Fermentação até etanol na
2CO2 Fermentação até lactato no músculo
levedura em contraçoa vigorosa, nos eritrócitos,
em algumas outras células e em
2 Acetyl-CoA
alguns micro-organismos
4 CO2 + 4H2 O
Animais, vegetais e muitas células microbianas sob condições aeróbias
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METABOLISMO DE CARBOIDRATOS │ UNIDADE I
Cada ácido pirúvico propicia o início de uma série de reações em fase aeróbica na mitocôndria da
célula conhecida como ciclo dos ácidos tricarboxílicos ou ciclo do ácido cítrico ou ainda Ciclo de
Krebs que gera grandes quantidades de NADH + H+, FADH2 e ATP. O ciclo de Krebs é uma via
anfibólica, ou seja, utilizada nos sentidos catabólico e anabólico (Figura 4). Ao final de uma volta
no Ciclo de Krebs, uma molécula de glicose gera 4 moléculas de ATP: 2 na glicólise e 2 no Ciclo de
Krebs. Quase todos os carbonos dos carboidratos e lipídeos entram no Ciclo de Krebs na forma de
uma unidade de 2 carbonos. Outros nutrientes, como o citrato e malato, podem entrar no Ciclo de
Krebs intactos para a oxidação e degradação.
Figura 4. Representação esquemática do ciclo de krebs. Nelson D.L.; Cox M.M. Princípios de Bioquímica de
Lehninger. Sarvier, 2010.
Acetil-CoA
Citrato
Oxaloacetato Isocitrato
NADH
CO2
Fumarato NADH
Succinil-CoA
FADH2
Succinato
GTP
(ATP
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UNIDADE I │ METABOLISMO DE CARBOIDRATOS
transmembrana dos prótons “de volta”, a favor de seu gradiente de concentração através de poros
protéicos específicos fornece energia livre para a síntese de ATP.
Processo Descrição
Respiração celular Oxidação completa da glicose para produzir ATP. Uma molécula de glicose gera 36 moléculas de ATP.
(catabolismo da glicose) Inclui a glicólise, Ciclo de Krebs e sistema de transporte de elétrons.
Glicólise (respiração Degradação de glicose em duas moléculas de acido pirúvico, gerando 2 moléculas de ATP, ocorre no
anaeróbica) citosol e não requer oxigênio.
Série consecutiva de reações enzimáticas que libera hidrogênio a partir de ácidos oxidados como uma
Ciclo do ácido cítrico (Ciclo
maneira de transferir energia. Produz CO2, NADH+, H+, FADH2, H2O e 2 moléculas de ATP a cada 2 ciclos;
de Krebs)
ocorre na membrana interna da mitocôndria e requer oxigênio.
Sistema de transporte de Série de reações de oxidação-redução que transfere elétrons em átomos de hidrogênio a citocromos e
elétrons oxigênio; produz 32 moléculas e ATP e ocorre na mitocôndria.
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METABOLISMO DE CARBOIDRATOS │ UNIDADE I
Piruvato
e– complexo da piruvato-
disidrogenase
e–
CO2
e–
Acetil-CoA
e–
Estágio 2
Oxidação da acetil-CoA
Citrato
Oxaloacetato
e–
e–
CO2
CO2 e–
1
Cadeia respiratória 2H+ + O2
2
(transferência de elétrons)
H2O
ADP + Pi NADH
Glicogênese. A glicose que não é imediatamente utilizada pelo organismo é removida do sangue e
armazenada no fígado e músculo esquelético na forma de glicogênio. Glicogênese é a conversão de
glicose em glicogênio por meio da polimerização de moléculas de glicose. A glicogênese é estimulada
pela insulina pancreática. O excesso de glicose que não pode ser armazenada como glicogênio é
convertido em ácidos graxos e armazenado no tecido adiposo.
Gliconeogênese. É a produção de glicose a partir de fontes que não o carboidrato como o ácido
láctico, glicerol, e alguns aminoácidos. Ocorre essencialmente no fígado, mas também nas células
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UNIDADE I │ METABOLISMO DE CARBOIDRATOS
ósseas e córtex renal. Quando o nível de glicose está baixo e não há carboidrato prontamente
disponível, o hormônio glicocorticóide do córtex da adrenal desvia alguns aminoácidos para o fígado
onde eles são convertidos em glicose. A tiroxina também pode desviar lipídeos do tecido adiposo
para o fígado onde estes são convertidos em glicose. O acido láctico originado no músculo esquelético
também pode ser convertido em glicose no fígado. Quando há uma deficiência de glicose, o corpo
ajusta o seu metabolismo para fornecer corpos cetônicos, nutrientes derivados de lipídeos, que
pode ser utilizado pelo encéfalo e outras partes do sistema nervoso central. No entanto, a produção
excessiva de corpos cetônicos pode resultar em acidose, uma diminuição do pH do sangue, que é
potencialmente tóxica.
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METABOLISMO DE UNIDADE II
PROTEÍNAS
CAPÍTULO 1
Metabolismo de proteínas
As proteínas são moléculas formadas a partir da ligação peptídica entre aminoácidos, sendo sua
estrutura formada por combinações dos 20 aminoácidos em diversas proporções. Os aminoácidos
são constituídos de um carbono ligado de forma covalente a um átomo de hidrogênio, um
grupamento amino (NH2), um grupamento carboxila (COOH) e uma cadeia lateral que caracteriza
as propriedades físico-químicas do aminoácido (Figura 5).
CADEIA LATERAL
Embora as proteínas sejam componentes estruturais de todas as células, elas são igualmente
importantes para manter a produção de secreções como enzimas digestivas e hormônios. As
proteínas também são necessárias para sintetizar proteínas plasmáticas, essenciais à manutenção
do equilíbrio osmótico, ao transporte de substratos no sangue e à manutenção da imunidade. A
maior parte da proteína do organismo é encontrada no músculo esquelético e em menor parte no
pool de proteínas viscerais que compreende as proteínas do soro (eritrócitos, granulócitos, linfócitos
etc.) e também as provenientes do fígado, rins, pâncreas e coração. Na tabela 3 há alguns exemplos
de aminoácidos e seus respectivos produtos finais (proteínas ou compostos nitrogenados).
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UNIDADE II │ METABOLISMO DE PROTEÍNAS
Embora não exista uma classe de proteínas de “armazenamento”, uma porcentagem da proteína
corporal sofre um processo constante de síntese e quebra. A reciclagem (turnover) de proteína é
um processo normal, característica essencial do chamado balanço nitrogenado (diferença entre a
quantidade de nitrogênio ingerida e excretada).
Balanço nitrogenado negativo. Resulta de uma ingestão protéica inadequada, uma vez que os
aminoácidos utilizados para produção de energia e reações de biossíntese não são repostos. Ocorre
quando há lesões, destruição tecidual, traumas graves, doenças catabólicas, senescência, dieta
deficiente. No jejum, a quebra deste estoque de proteínas aumenta, e os aminoácidos resultantes
são utilizados para produção de glicose, síntese de outros compostos nitrogenados que não proteína
e síntese de proteínas de secreção e plasmáticas essenciais. A amônia liberada dos aminoácidos é
excretada como uréia, e não é reincorporada às proteínas (Figuras 6, 7 e 8).
Figura 6. Balanço nitrogenado negativo (estresse metabólico). Degradação maior que incorporação.
PROTEÍNA TECIDUAL
Figura 7. Balanço nitrogenado negativo (ingestão inadequada de proteína). Baixo fluxo de nitrogênio, pouca incorporação.
PROTEÍNA TECIDUAL
PROTEÍNA TECIDUAL
Figura 9. Balanço nitrogenado positivo (crescimento, gestação, lactação, recuperação de estresse metabólico).
Incorporação maior que degradação.
PROTEÍNA TECIDUAL
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METABOLISMO DE PROTEÍNAS │ UNIDADE II
Classe Exemplo
ENZIMAS TRIPSINA, LÍPASE, AMILASE
TRANSPORTADORAS HEMOGLOBINA, ALBUMINA, MIOGLOBINA
CONTRÁTEIS OU DE MOVIMENTO ACTINA, MIOSINA
ESTRUTURAIS QUERATINA, COLÁGENO, ELASTINA, PROTEOGLICANAS
DE DEFESA ANTICORPOS, FIBRINOGÊNIO
HORMÔNIOS INSULINA, CORTICOTROFINA
NUTRITIVAS OU DE RESERVA OVOALBUMINA, CASEÍNA
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CAPÍTULO 2
Digestão, absorção e transporte
de proteínas
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METABOLISMO DE PROTEÍNAS │ UNIDADE II
PEPSIN
TRYPSYN ENDOPEPTIDASE
CHYMOTRYPSIN AMINOPEPTIDASE
ELASTASE DIPEPTIDASE
CARBOXYPEPTIDADE A + B
ORIGIN: GASTRIO PANCREATIC BRUSH BORDER
ENTEROCYTE CAPILLARY
AMINO ACIDS K+
ATP
Na+
Na+ Na+
Na+ ADP
K+
H+
DIPEPTIDES
AMINO ACIDS
TRIPEPTIDES DIPEPTIDES
H+ TRIPEPTIDES
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CAPÍTULO 3
Metabolismo de aminoácidos e proteínas
2. serem utilizados pelo fígado para renovar as proteínas hepáticas ou para sintetizar
proteínas plasmáticas;
3. serem degradados e convertidos em glicose para gerar ATP via Ciclo de Krebs ou
serem convertidos em lipídeos e serem estocados;
Cerca de 20% dos aminoácidos que entram no fígado são liberados para a circulação, cerca de 50%
são transformados em uréia e cerca de 6% em proteínas plasmáticas. Os aminoácidos liberados na
circulação são metabolizados pelo músculo esquelético, rins e outros tecidos.
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METABOLISMO DE PROTEÍNAS │ UNIDADE II
conduz os grupos amino para serem utilizados em vias biossintéticas ou para uma
sequência de reações pela qual os produtos nitrogenados serão excretados.
Figura 11. Representação esquemática da reação de transaminação. Princípios de bioquímica. Nelson D.L.; Cox
M.M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. Sarvier, 2010.
COO– COO–
+
C O H3N C H
CH2 CH2
CH2 CH2
COO– COO–
a-Cetoglutarato L-Glutamato
PLP
AMINO-TRANSFERASE
COO– COO–
+
H3N C H C O
R R
L-Aminoácido a-Cetoácido
Catabolismo proteico
Os aminoácidos podem ser oxidados assim como a glicose e os ácidos graxos. Os aminoácidos podem
sofrer degradação oxidativa em três circunstâncias metabólicas especificas:
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UNIDADE II │ METABOLISMO DE PROTEÍNAS
Figura 12. Representação geral do catabolismo de aminoácidos. Princípio,s de bioquímica. Nelson D.L.; Cox M.M.
Princípios de Bioquímica de Lehninger. Sarvier, 2010.
PROTEÍNAS INTRACELULARES
CIRCUITO DO
ASPARTATO-
CICLO DA UREIA CICLO DO ÁCIDO
ARGININO-SUCCINATO CO2 + H2 O + ATP
CÍTRICO
DO CICLO DO ÁCIDO
CÍTRICO
GLICOSE
(SINTETIZADA NA GLICONEOGÊNESE)
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METABOLISMO DE PROTEÍNAS │ UNIDADE II
Em muitos animais, a amônia em excesso é convertida em um composto não tóxico antes de ser
transportada dos tecidos extra-hepáticos para o fígado e rins. Os aminoácidos glutamato e glutamina
desempenham papel importante nesta via. Os grupos amino dos aminoácidos são transferidos ao alfa
-cetoglutarato no citosol dos hepatócitos para formar glutamato. O glutamato é então transportado
para o interior da mitocôndria, onde o grupo amino é removido para formar amônia. Nos músculos,
os grupos amino em excesso são transferidos para o piruvato, com a respectiva formação de alanina
que transporta grupos amino dos músculos para o fígado.
A síntese de uréia ocorre pelo ciclo da ureia nas mitocôndrias dos hepatócitos. O CO2 e a amônia se
unem à ornitina por uma série de reações para produzir arginina que é hidrolisada para produzir
ureia e ornitina. A molécula de ornitina é repetidamente utilizada para formar arginina e ureia.
Quanto mais hiperproteica a dieta, maior é a disponibilidade de aminoácidos no sangue e a atividade
das enzimas do ciclo da uréia para excretar o nitrogênio.
»» Hipoalbuminemia.
»» Degradação muscular.
Algumas proteínas utilizadas para avaliação do estado catabólico: imunoglobulina, albumina, IGF-
1, proteína total plasmática, RBP, ferritina, aminograma. A creatinina urinária está relacionada ao
catabolismo protéico muscular.
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UNIDADE II │ METABOLISMO DE PROTEÍNAS
Figura 13. Resumo do catabolismo dos aminoácidos. Aminoácidos glucogênicos (rosa) e cetogênicos (azul).
Princípios de bioquímica. Nelson D.L.; Cox M.M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. Sarvier, 2010.
Fenilalanina
Arginina
Leucina
Glutamina
Lisina Glutamato
Histidina
Triptofano Corpos
Prolina
Tirosin cetônicos
Isocitrato a-Cetoglutarato
Acetoacetil-CoA Isoleucina
Citrato Ciclo de ácido Succinil-CoA Metionina
cítrico Treomina
Valina
Succinato
Acetil-CoA
Fenilalanina
Oxaloacetato Fumarato Tirosina
Malato
CO2
Piruvato Glicose
Glicogênicos
Alanina
Isoleucina
Cisteína
Leucina Cetogênicos
Glicina
Treonina
Serina
Triptofano
Treonina Asparagina
Triptofano Aspartato
Anabolismo proteico
O anabolismo proteico ocorre na maioria das células corporais. A reação pela qual os aminoácidos
não essenciais são sintetizados é a transaminação. A síntese proteica é controlada em cada célula
pelo DNA (Ácido Desoxirribonucleico), o material genético do núcleo celular. O DNA funciona como
um molde para o RNA (Ácido Ribonucleico) que participa da síntese proteica.
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METABOLISMO DE PROTEÍNAS │ UNIDADE II
Adrenalina Músculo Inibe síntese proteica, estimula oxidação de ACR, estimula liberação de alanina e glutamina
Fígado Promove síntese de glutamina no jejum, ativa enzimas relacionadas ao catabolismo de aminoácidos
Cortisol
Músculo Promove proteólise, inibe síntese de proteína, inibe captação de aminoácidos
Cada aminoácido possui uma via metabólica específica em diferentes tecidos. Os aminoácidos
de cadeia ramificada (leucina, isoleucina e valina) são preferencialmente captados pelo músculo
esquelético após uma refeição e são transaminados e oxidados, promovendo fonte energética para
o músculo. Alanina e glutamina são aminoácidos glicogênicos, isto é, podem ser convertidos em
glicose e promovem um link entre o metabolismo dos aminoácidos e dos carboidratos. A alanina
é captada avidamente pelo fígado, particularmente sob condições de gliconeogênese, estimulada
pelo glucagon. No fígado, que possui transaminases bastante ativas, a alanina transfere seu grupo
amino para o 2-oxoglutarato, deixando o seu esqueleto carbônico como piruvato, um substrato
da gliconeogênese. O ciclo da alanina (Figura 14) é importante fonte de glicose e um método de
transportar nitrogênio do músculo esquelético para o fígado sem a formação de amônia. Assim, o
ciclo glicose-alanina funciona com dupla finalidade: fornecer ao músculo glicose sintetizada no fígado
a partir do esqueleto carbônico da alanina e transportar grupos amino do músculo esquelético para
o fígado para ser convertido em ureia. A glutamina é removida principalmente pelos rins e células
da mucosa intestinal. Nos rins, a ação da glutaminase remove o grupo amino, formando amônia e
liberando glutamato, o qual pode ser convertido a 2-oxoglutarato. A glutamina é importante fonte
energética para células de divisão rápida como os enterócitos. Os enterócitos utilizam cerca de
20g/dia de glutamina e o sistema imune 5g/dia. A avaliação bioquímica da glutamina circulante
é um bom parâmetro em nutrição clínica. Sua redução está relacionada à diminuição da síntese
endógena, o que significa perda de massa muscular. A leucina é considerada um sensor nutricional,
informando às células sobre o estado nutricional do organismo. O excesso de leucina nas células é
indicação de anabolismo. Os processos de catabolismo e anabolismo proteico estão resumidos na
tabela 9.
Processo Descrição
Desaminação oxidativa dos aminoácidos para formar cetoácidos que podem ser utilizados para síntese de glicose
Catabolismo proteico
ou ácidos graxos.
Controlado pelo DNA no núcleo e realizado pelo RNA no citoplasma. Síntese por transaminação (transferência
Anabolismo proteico
enzimática de um grupo amino de um aminoácido para um cetoácido).
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UNIDADE II │ METABOLISMO DE PROTEÍNAS
Figura 14. Ciclo da alanina. A alanina funciona como trasportadora de amônia e do esqueleto carbonado do
piruvato desde o músculo até o fígado. A amônia é excretada e o piruvato é utilizado para produzir glicose, que
é devolvida ao músculo. Princípios de bioquímica. Nelson D.L.; Cox M.M. Princípios de Bioquímica de Lehninger.
Sarvier, 2010.
Proteína muscular
Aminoácidos
NH+4
Glicose Piruvato
Glicólise Glutamato
Alanina-aminotransferase
a-Cetoglutarato
Alanina
Alanina
a-Cetoglutarato
Alanina-aminotransferase
Glicose Piruvato Glutamato
gliconeogênese ciclo da ureia
Figado +
NH4
Ureia
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METABOLISMO DE UNIDADE III
LIPÍDEOS
CAPÍTULO 1
Metabolismo de lipídeos
Os AG são ácidos monocarboxílicos, de cadeia hidrocarbonada de tamanho variável e que podem ser
representados pela forma RCO2H. A cadeia carbônica da molécula de AG, designada grupamento
R, constitui a região apolar da estrutura, enquanto a região polar é composta pelo grupo carboxila.
29
UNIDADE III │ METABOLISMO DE LIPÍDEOS
Nutricionalmente, uma prática aceita é descrever a estrutura química das moléculas dos AG
iniciando-se a numeração dos carbonos pela extremidade metílica (carbono ω- ou n-). Nesse sistema
de numeração, o ácido palmitoleico é referido como 16:1 ω7. Isso indica que o ácido tem 16 átomos
de carbono e uma dupla ligação localizada a sete átomos do carbono ω. De acordo com a localização
da primeira dupla ligação a partir do terminal metílico, os AG insaturados são distribuídos em
quatro classes, sendo que cada classe é composta por uma família de AG (Tabela 10).
Tabela 10. Classificação dos ácidos graxos insaturados, segundo localização da primeira dupla ligação a partir
do terminal metílico.
A partir dos AG ômega-6, como o Ácido Araquidônico (AA), ou dos ácidos graxos ômega-3, como
os Ácidos Eicosapentanoico (EPA) e o Docosahexaenoico (DHA) são sintetizados eicosanoides,
mediadores inflamatórios. A classe de eicosanoides inclui as Prostaglandinas (PG) e os Tromboxanos
(TX), os quais são denominados prostanoides, bem como os Leucotrienos (LT), as Lipoxinas (LX)
e os intermediários Ácidos Hidroperoxieicosatetraenoico (HPETE) e Hidroxieicosatetraenoico –
HETE. O AA é precursor de eicosanoides como a Prostaglandina E2 (PGE2), Leucotrieno B4 (LTB4),
Tromboxano 2 (TX2) e Fator de Agregação de Plaquetas (PAF). Esses mediadores apresentam maior
potencial inflamatório quando comparados com os eicosanoides sintetizados a partir dos ácidos graxos
n-3, como a Prostaglandina E3 (PGE3), Leucotrieno B5 (LTB5) e Tromboxano 3 (TX3) (Figura 15).
Figura 15. Ácidos Graxos dietéticos como precursores para a síntese de eicosanóides.
ÁCIDO LINOLEICO ÁCIDO ALFA-LINOLEICO
PGE1
Inibe Repõe
AA + PL
Inibe
Fosfolipase A2
AA
30
METABOLISMO DE LIPÍDEOS │ UNIDADE III
31
UNIDADE III │ METABOLISMO DE LIPÍDEOS
Figura 16. Digestão e absorção de lipídeos da dieta ocorrem no intestino delgado, e os ácidos graxos liberados
dos triacilgliceróis são empacotados e distribuídos para o músculo e tecido adiposo. Princípios de bioquímica.
Nelson D.L.; Cox M.M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. Sarvier, 2010.
CO2
ATP
As primeiras lipoproteínas formadas são os Quilomicrons (QM), sintetizados pelas células epiteliais
do intestino delgado e têm a função de transportar TG e colesterol provenientes da dieta para os
tecidos. Os QM possuem diâmetro grande, o que os impossibilita de atravessar as membranas dos
capilares endoteliais. Nos capilares do fígado, do músculo e do tecido adiposo, a enzima extracelular
lipase lipoprotéica hidrolisa os TG em AG e glicerol, que são captados pelas células dos tecidos-
alvo. Nos músculos, os AG são oxidados para obtenção de energia; no tecido adiposo, eles são
reesterificados e armazenados como TG. Os remanescentes dos QM desprovidos da maior parte dos
seus TG viajam pelo sangue até o fígado, onde eles são captados por endocitose. Os TG que entram
no fígado por esta via podem ser oxidados para fornecer energia ou servirem de precursores para
a síntese de corpos cetônicos (ver a seguir). Os QM trocam TG por éster de colesterol com os HDL.
Esta troca é catalisada pela proteína transferidora de éster de colesterol (CETP). O HDL é sintetizado
no fígado e no intestino e captura o colesterol livre dos tecidos periféricos. O colesterol capturado
é esterificado pela ação da enzima colesterol acil transferase e retorna ao fígado ou é transferido a
outras lipoproteínas. Parte do colesterol é utilizada na síntese de hormônios esteroides, síntese de
membranas, ou excretado pelo fígado na bile e por último nas fezes. Os hepatócitos secretam VLDL
rica em TG que ao distribuir TG aos tecidos periféricos forma a LDL (Figura 17).
32
METABOLISMO DE LIPÍDEOS │ UNIDADE III
Figura 17. Lipoproteínas e transporte de lipídeos. Princípios de bioquímica. Nelson D.L.; Cox M.M. Princípios de
Bioquímica de Lehninger. Sarvier, 2010.
Transporte reverso
Fígado de colesterol
Intestino HDL
LDL
extrahepáticos
Tecidos
Remanescentes
de VLDL (IDL)
Remanescentes
VLDL de quilomicra
Quilomicra
lipase lipoproteína
Ácidos graxos livres
Glândulas mamária, músculo ou tecido adiposo (a)
33
CAPÍTULO 2
Metabolismo de lipídeos
As células que obtêm energia da oxidação de AG podem obter esses mesmos AG a partir de três
fontes:
Alguns organismos utilizam as três fontes em várias circunstâncias, enquanto outros obtêm AG
de apenas uma ou duas dessas fontes. Os seres humanos, por exemplo, obtêm gorduras mediante
a ingestão delas na alimentação, mobilizam gorduras armazenadas em tecido especializado
(tecido adiposo), e, no fígado, convertem os carboidratos em excesso da alimentação em gorduras,
exportando-as para outros tecidos. Os TG fornecem mais da metade das necessidades energéticas
de alguns órgãos, particularmente o fígado, o coração e o músculo esquelético em repouso.
Lipólise
Os adipócitos sintetizam e armazenam TG. Os TG armazenados podem ser hidrolisados em
monoglicerideos, ácidos graxos e gliceróis que são utilizados para síntese de PL e glicolipidios e
fonte de energia. Durante o catabolismo dos AG (beta-oxidação), os AG são ativados a acetil-CoA,
transportados pela membrana interna mitocodrial e degradados na matriz mitocondrial numa
sequência de 4 reações. O FADH2 e NADH formados na beta-oxidação transferem seus elétrons
para o oxigênio pela cadeia de transporte de elétrons, enquanto o acetil-CoA entra no Ciclo de Krebs.
34
METABOLISMO DE LIPÍDEOS │ UNIDADE III
Figura 18. Etapas da oxidação de ácidos graxos. Princípios de bioquímica. Nelson D.L.; Cox M.M. Princípios de
Bioquímica de Lehninger. Sarvier, 2010.
Etapa 1 Etapa 2
CH3
CH2
b-Oxidação
CH2 8 Acetil-CoA
CH2
CH2
CH2
CH2
e- CH2
Ciclo do ácido
CH2 cítrico
CH2
64e–
16CO2
CH2
CH2
CH2
CH2
CH2
C O
O–
NADH, FADH2
Etapa 3 ei
1
Cadeia respiratória 2H+ + O2
2
(transferência de elétrons)
H2O
ADP + Pi ATP
Corpos cetônicos
Durante a oxidação dos AG no fígado dos seres humanos, o acetil-CoA formado pode entrar no Ciclo
de Krebs, ou pode ser convertido nos chamados corpos cetônicos (acetoacetato, beta-hidroxibutirato
e acetona) que são exportados para outros tecidos por meio da circulação sanguínea. A acetona,
produzida em menores quantidades que os outros corpos cetônicos, é exalada. O acetoacetato e o
beta-hidroxibutirato são transportados pelo sangue para os tecidos extra-hepáticos, como músculos
esquelético, cardíaco e córtex renal, onde eles são oxidados por meio da via do Ciclo de Krebs para
35
UNIDADE III │ METABOLISMO DE LIPÍDEOS
fornecer a maior parte da energia requerida por esses mesmos tecidos. O encéfalo, que normalmente
utiliza apenas a glicose como combustível, em condições de fome, quando a glicose não está disponível,
pode adaptar-se para usar o acetoacetato ou o beta-hidroxibutirato na obtenção de energia.
Figura 19. Formação de corpos cetônicos e exportação a partir do fígado. As condições que promovem
gliconeogênese (diabetes não tratado, redução na ingestão de alimento) desaceleram o Ciclo de Krebs e
aumentam a conversão de acetil-CoA em acetoacetato. A coenzima A liberada permite a beta-oxidação de
ácidos graxos. Princípios de bioquímica. Nelson D.L.; Cox M.M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. Sarvier, 2010.
Gotículas de lipídeos
Hepatocito
Acetoacetato, D-b-
hidroxibutirato, acetona Acetoacetato e D-b-
hidroxibutirato, exportados
formação de como fonte de energia
CoA corpos cetônicos para o coração, o músculo
esquelético o rim e o cérebro
Ácidos
graxos Acetil-CoA
b-oxidação
Oxaloacetato
ciclo
do ácido
cítrico
gliconeogênese
Glicose exportada coo
Glicose combustível para o
cérebro e outros tecidos
36
METABOLISMO DE LIPÍDEOS │ UNIDADE III
Lipogênese
Alguns AG podem ser sintetizados a partir de acetil-CoA proveniente de carboidratos e de
aminoácidos pela ação da enzima acido graxo sintetase. A síntese de novos AG e sua incorporação
no tecido adiposo é realizada por vias similares às encontradas no fígado.
Quando a dieta contém uma quantidade de AG maior que aquela imediatamente necessária como
combustível, eles são convertidos em TG no fígado e estes são agrupados com apolipoproteínas
específicas em VLDLs. Estas VLDLs são transportadas pelo sangue do fígado até o tecido adiposo,
onde os TG são absorvidos e armazenados como gotículas lipídicas no interior dos adipócitos. Os
processos de lipólise e lipogênese estão resumidos na tabela 12 e figura 20.
Processo Descrição
TG são hidrolisados a glicerol que entram na via glicolítica e AG que são catabolizados pela beta-oxidação
Catabolismo lipídico (lipólise)
em acetil-CoA que entram no ciclo de Krebs para produzir ATP.
Síntese de lipídeos a partir da condensação de moléculas de acetil-CoA e redução a AG e esterificação
Anabolismo lipídico (lipogênese)
de AG para formar TG.
Figura 20. Regulação da síntese e degradação de ácidos graxos. Duas enzimas são essenciais na
coordenação do metabolismo de AG: a acetil-CoA-carboxilase (ACC) que é a primeira enzima da síntese
dos AG e a carnitina aciltransferase I que limita o transporte de AG para dentro da matriz mitocondrial para a
beta-oxidação. Princípios de bioquímica. Nelson D.L.; Cox M.M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. Sarvier,
2010.unidade
1 CoASH
Carnitina-
Acil graxo-CoA acil graxo
Insulina P Glucagon
Carnitina-acil
5 Carnitina
2 transferase I
7
4 Carnitina-
ACC acil graxo
Acil graxo-CoA
fosfatase Inativa 6 PKA
FADH2
ACC
Pi
3
8
Glicose Acetil-CoA Malonil-CoA
b-oxidação
glicólise, complexo da
piruvato-desidrogenase múltiplos
passos NADH
Ácidos graxos
Acetil-CoA
Síntese de b-Oxidação de
Mitocôndria
ácidos graxos ácidos graxos
37
INTEGRAÇÃO METABÓLICA:
INTER-RELAÇÃO ENTRE
O METABOLISMO DE UNIDADE IV
CARBOIDRATOS, LIPÍDEOS E
PROTEÍNAS
Figura 21. Relação entre insulina e glucagon e seus efeitos durante os estados alimentado e jejum. Silversthorn, D.
U. Fisiologia humana: uma abordagem integrada. 5ª Ed. Porto Alegre: Artmed, 2010.
Gluc
agon
Oxidação da glicose
ina
Insul
Glicogenólise ag on
Gluc
Gliconeogênese
Cetogênese
38
CAPÍTULO 1
Estado absortivo = alimentado
Durante a alimentação, boa parte dos aminoácidos que chegam ao fígado são retidos e não
alcançam a circulação sistêmica. No período pós-prandial, a alta concentração de aminoácidos
permite que o fígado extraia quantidade significativa de energia por meio de sua oxidação, além
de poder metabolizá-los da seguinte maneira: entram na via das proteínas, para a síntese proteica;
os aminoácidos sofrem desaminação, entram na via metabólica dos carboidratos para formação de
glicose ou glicogênio; e lipídeos, para a síntese de ácidos graxos e corpos cetônicos.
Os AG são esterificados juntos a uma molécula de glicerol para a formação de TG. Por sua vez, estes são
liberados na corrente sanguínea como VLDL, que sofrerão hidrólise pela Lipase Lipoproteica (LPL)
presente nos capilares do tecido adiposo, liberando AG e glicerol para posterior armazenamento
neste tecido.
Além do fígado, o músculo esquelético e o tecido adiposo também contribuem para a regulação do
metabolismo energético. Estes tecidos, principalmente o tecido adiposo, são capazes de armazenar
grandes quantidades de substrato energético, que serão utilizados no período pós-absortivo.
O transporte de glicose no músculo esquelético é realizado pelo transportador de glicose tipo 4 (GLUT-
4), que são dependentes de insulina. A glicose pode sofre oxidação para produção de energia ou ser
armazenada como glicogênio. Já os aminoácidos que o fígado não capturou são usados para a síntese
proteica no músculo esquelético. As proteínas são degradas de forma contínua e os aminoácidos
provenientes deste processo são acrescentados a um pool intracelular. Ao mesmo tempo, novas
proteínas são sintetizadas, apanhando aminoácidos deste mesmo pool. Durante a alimentação,
39
UNIDADE IV │ INTEGRAÇÃO METABÓLICA: INTER-RELAÇÃO ENTRE O METABOLISMO DE CARBOIDRATOS, LIPÍDEOS E PROTEÍNAS
As relações metabólicas entre os tecidos durante o período absortivo estão apresentadas na figura 22.
Figura 22. Representação do metabolismo energético durante o estado absortivo. Princípios de bioquímica.
Nelson D.L.; Cox M.M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. Sarvier, 2010.
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INTEGRAÇÃO METABÓLICA: INTER-RELAÇÃO ENTRE O METABOLISMO DE CARBOIDRATOS, LIPÍDEOS E PROTEÍNAS │ UNIDADE IV
41
CAPÍTULO 2
Estado pós-absortivo
Durante o estado pós-absortivo o fígado é a primeira fonte de glicose. Nessa fase, quando houver
preponderância do glucagon sobre a insulina, glicogênio estocado neste órgão é degradado para
liberar glicose no sangue, processo chamado de glicogenólise O glicogênio é capaz de suprir
a necessidade energética do organismo por cerca de 4-5 horas apenas. Por isso, o fígado tem a
capacidade de produzir glicose por meio de um processo chamado gliconeogênese.
A gliconeogênese acontece com primazia no fígado por meio do estimulo pelo glucagon e ocorre
simultaneamente à glicogenólise hepática. Enquanto existir glicogênio, a gliconeogênese ocorre
com baixa velocidade, entretanto, quando exaurir o glicogênio hepático este processo acontecerá
em velocidade máxima. Em vista disso, se durante o jejum prolongado a manutenção glicêmica
fosse feita apenas pela gliconeogênese, resultaria em um alto custo metabólico, devido ao fato desta
via causar significante perda de massa muscular que segue o jejum. O substrato precursor utilizado
para a gliconeogênese são aminoácidos provenientes do músculo esquelético (principalmente a
alanina), glicerol oriundo da lipólise no tecido adiposo, e lactato originado dos eritrócitos. O músculo
sintetiza e libera em maior quantidade os aminoácidos alanina e glutamina. A glutamina é utilizada
pelo epitélio intestinal, linfócitos e macrófagos. Nesse processo, ocorre a conversão de glutamina
em glutamato, que forma α-cetoglutarato e alanina, a partir da transaminação com piruvato. O
α-cetoglutarato será convertido em piruvato e entrará na gliconeogênese juntamente com a alanina.
Ausência de mitocôndria nos eritrócitos faz com que estas células extraiam energia a partir da
glicólise anaeróbica, tendo como um dos produtos finais o lactato. Este, por sua vez, participa do
Ciclo de Cori (também conhecido como ciclo glicose-lactato), que ocorre com a gliconeogênese
hepática, transformando o lactato em glicose, disponibilizando-a para tecidos dependentes de
glicose (Figura 23).
Figura 23. Ciclo de Cori. Devlin, T. M. Manual de bioquímica com correlações clínicas. 6ª Ed. São Paulo: Editora
Blücher, 2007.
Nesse período, o fígado obtém energia a partir da oxidação de AG à acetil-CoA, processo denominado
beta -oxidação. Estes AGs são mobilizados na lipólise juntamente com o glicerol. Mesmo com a
42
INTEGRAÇÃO METABÓLICA: INTER-RELAÇÃO ENTRE O METABOLISMO DE CARBOIDRATOS, LIPÍDEOS E PROTEÍNAS │ UNIDADE IV
Os corpos cetônicos produzidos têm como função fornecer substrato energético alternativo à
glicose e aos tecidos extra-hepáticos. O sistema nervoso central se adapta lentamente à mudança de
disponibilidade de substrato energético e, dentro de alguns dias começa a utilizar preferencialmente
corpos cetônicos ao invés de glicose. A capacidade adaptativa do sistema nervoso central quanto ao
uso de diferentes substratos como fonte de energia é um mecanismo de preservação das proteínas
do músculo esquelético, pois no jejum a continuidade da gliconeogênese implicaria na degradação
proteica. Contudo a síntese contínua de corpos cetônicos causa uma importante diminuição de
lipídeos, um estoque muito maior do que o proteico, e assim, disponível em maior quantidade.
Os adipócitos são as únicas células do organismo especializadas em estocar TG, com capacidade de
mobilizá-los (lipólise) de acordo com a necessidade energética do individuo. O acúmulo lipídico em
outros tipos celulares pode causar lipotoxicidade e indução da apoptose.
Para fornecer energia a partir de lipídeos a outras células do corpo, é necessário que ocorra a
hidrólise dos TG presentes no tecido adiposo e, consequentemente, liberação de AG e glicerol na
corrente sanguínea, processo denominado de lipólise.
A lipólise é regulada por vários hormônios, sendo que a noradrenalina tem papel extremamente
importante neste processo. A liberação de noradrenalina, pela ativação do sistema nervoso simpático,
estimula os adipócitos desencadeando uma cascata de sinalização que resulta na fosforilação da lipase
hormônio sensível (HSL), ativando-a e descolando-a do citoplasma para a gotícula lipídica, fosforilando
também as perilipinas, proteínas que envolvem a gotícula de lipídios dificultando a ação das lipases. As
perilipinas quando fosforiladas se dissociam da gotícula de lipídios, permitindo a ação destas enzimas.
43
UNIDADE IV │ INTEGRAÇÃO METABÓLICA: INTER-RELAÇÃO ENTRE O METABOLISMO DE CARBOIDRATOS, LIPÍDEOS E PROTEÍNAS
ativado então hidrolisa DAG em monoacilglicerol (MAG), que posteriormente sofrerão a ação da
MAG lipase. O resultado desta sequência de eventos é a geração de uma molécula de glicerol e 3
AG, sendo liberados na corrente sanguínea e utilizados para a síntese de glicose no fígado, no caso
do glicerol; e os AG serão usados por muitos tecidos ou para a produção de corpos cetônicos no
fígado. Os hormônios tireoideanos também exercem influência sobre o metabolismo. Um dos efeitos
da diminuição da triiodotironina (T3) é causar a redução geral do metabolismo basal em até 25%,
minimizando também a proteólise. No decorrer da primeira semana de jejum, ocorre o favorecimento
da liberação de epinefrina, contudo, as alterações esperadas relacionadas ao aumento do metabolismo
não acontecem, devido a esta elevação estar associada à redução das concentrações de T3. As mudanças
assim ocorridas contribuem para a redução da taxa metabólica, que ocorre visando reduzir o consumo
das reservas energéticas. As relações metabólicas entre os tecidos durante o período pós-absortivo e
diabetes mellitus não controlado estão apresentadas nas figuras 24 e 25.
O estado de jejum: o fígado glicogênico. Após algumas horas sem alimento, o fígado
torna-se a principal fonte de glicose para o encáfalo. O glicogênio hepático é degradado,
e a glicosoe 1. fósfato pproduzida é convertida em glicose - 6. fosfato e, a seguir, em
glicose livre, que é liberada para a corrente sanguínea. Os aminoácidos procedentes da
degradação das proteínas no fígadoe no músculo e o glicerol oriundo da degradação
dos TAGs no tecido adiposo são utilizados para a gliconeogênese. O fígadousa os ácidos
graxos como seu combustível principal, e o excesso de acetil - CoA é convertido em
corpos cetônicos que sãi exportados parfa outros tecidos; o encéfalo é particularmente
dependente deste combustível quando há deficiência de fornecimento de glicose.
Figura 24. Representação metabolismo energético durante o estado pós-absortivo. Princípios de bioquímica.
Nelson D.L.; Cox M.M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. Sarvier, 2010.
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INTEGRAÇÃO METABÓLICA: INTER-RELAÇÃO ENTRE O METABOLISMO DE CARBOIDRATOS, LIPÍDEOS E PROTEÍNAS │ UNIDADE IV
Figura 25. Representação do metabolismo energético durante o jejum prolongado ou no diabetes mellitus não
controlado. Princípios de bioquímica. Nelson D.L.; Cox M.M. Princípios de Bioquímica de Lehninger. Sarvier, 2010.
Efeito
Metabolismo de Metabolismo de
Hormônio Glicemia Metabolismo de carboidratos
proteínas lipídeos
Aumenta lipólise, diminui
Cortisol Aumenta Aumenta Gliconeogênese e glicogênese Síntese proteica cetogênese e lipogênese
Aumenta Glicogenólise e
Glucagon Aumenta Nenhum Aumenta lipólise e cetogênese
gliconeogênese, diminui glicogênese
Hormônio de Aumenta Gliconeogênese e glicogênese, Síntese proteica e transporte Aumenta lipólise e cetogênese,
Aumenta
crescimento diminui utilização de glicose de aminoácidos para o músculo diminui lipogênese
Aumenta Glicogenólise e
Epinefrina Aumenta Nenhum Aumenta lipólise e cetogênese
gliconeogênese, diminui glicogênese
45
PARA (NÃO) FINALIZAR
A importância da bioquímica na nutrição deve-se ao fato dela abordar o metabolismo dos alimentos
como um todo, desde o tipo de alimento ingerido até a atuação dos hormônios envolvidos na digestão
e absorção, lembrando que a bioquímica e a fisiologia assim como outras disciplinas, devem andar
juntas para nosso maior aproveitamento no curso.
Importante lembrar que a bioquímica também está envolvida no metabolismo de patologias diversas
que atingem a população e trazem alterações na fisiologia e bioquímica do indivíduo, refletindo em
seu estado nutricional.
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REFERÊNCIAS
DEVLIN, T. M. Manual de bioquímica com correlações clínicas. 6. ed. São Paulo: Editora
Blücher, 2007.
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