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CONTROLABILIDADE E OBSERVABILIDADE
1. Motivação
Em um sistema na forma do espaço dos estados podem existir dinâmicas que não são vistas
pelas saídas do sistema ou não são influenciadas pelas entradas do sistema.
Na forma do espaço dos estados não é simples verificar se ocorre um cancelamento de pólo
e zero.
Para podermos controlar um sistema ele deve ser controlável e observável ⇒ existem testes
para verificar se um sistema é controlável e observável.
2. Controlabilidade
Definição:
Um sistema LIT é controlável se existe um vetor de entrada u(t) para 0 ≤ t ≤ T, com T > 0 e
finito, tal que o sistema vai da condição inicial x(0) = 0 para qualquer estado x no intervalo
de tempo T.
Observações:
a) Iniciar em t = 0 não é um caso especial. Se puder ir para qualquer estado em tempo finito,
iniciando em t = 0, então se pode de qualquer condição inicial alcançar qualquer estado em
tempo finito.
t
x (t ) = ∫ e A ( t −τ )Bu(τ )dτ . (1)
0
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Eduardo Lobo Lustosa Cabral
Teste de controlabilidade:
onde x(t) ∈ Rn e u(t) ∈ Rm. Observe que para um sistema ser controlável basta analisar a
equação dos estados, ou seja, o par de matrizes A e B.
[
M C = B AB A 2B L A n −1B . ] (3)
Observa-se que para qualquer matriz o número de linhas linearmente independentes coincide
com o número de colunas linearmente independentes.
3. Observabilidade
Definição:
Um sistema LIT é observável se qualquer condição inicial x(0) pode ser obtida conhecendo-
se as entradas u(t) e as saídas y(t) do sistema para todo instante de tempo t entre 0 e T > 0.
Observações:
a) Se a condição inicial dos estados x(0) pode ser calculada, então se pode reconstruir o
vetor de estados x(t) em qualquer instante de tempo. Note que se conhecendo a condição
inicial x(0) e o vetor de entradas u(t) a todo instante, então se pode calcular x(t) em
qualquer instante de tempo t.
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Eduardo Lobo Lustosa Cabral
c) A observabilidade está associada à capacidade de “ver” todos os estados por meio das
saídas do sistema.
Teste de observabilidade:
x& (t ) = Ax (t );
, (5)
y(t ) = Cx (t );
onde x(t) ∈ Rn e y(t) ∈ Rp. Observe que para um sistema ser observável basta analisar o par
de matrizes A e C.
C
CA
M O = CA 2
. (6)
M
CA n −1
4. Exemplos
Exemplo 1:
Dado o seguinte sistema dinâmico:
− 2 0 2
x& (t ) = x (t ) + u(t );
1 − 1 1
y(t ) = [1 0]x (t ).
• Teste de controlabilidade:
2 − 4
M C = [B AB] = .
1 1
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Eduardo Lobo Lustosa Cabral
Posto(MC) = 2.
• Teste de observabilidade:
C 1 0
MO = = .
CA − 2 0
Posto(MO) = 1.
O sistema é controlável;
• Portanto, tem-se que ⇒
O sistema não é observável.
−1
s + 2 0 2
G ( s ) = C(sI − A ) B = [1 0]
−1
− 1 s + 1 1
G (s) =
[1 0] 2( s + 1) 2( s + 1) 2
= =
( s + 1)( s + 2) s + 4 ( s + 1)( s + 2) s + 2
Ou seja, ocorreu um cancelamento de pólo e zero no sistema fazendo com que ele seja
não observável.
Exemplo 2:
Dado o seguinte sistema dinâmico:
− 2 0 0
x& (t ) = 1 − 1 x (t ) + u(t );
2
y(t ) = [2 1]x (t ).
• Teste de controlabilidade:
0 0
M C = [B AB] = .
2 − 2
Posto(MC) = 1.
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Eduardo Lobo Lustosa Cabral
• Teste de observabilidade:
C 2 1
MO = = .
CA 3 − 1
Posto(MO) = 2.
−1
s + 2 0 0
G ( s ) = C(sI − A ) B = [2 1]
−1
− 1 s + 1 2
G (s) =
[2 1] 0 2( s + 2) 2
= =
( s + 1)( s + 2) 2( s + 2) ( s + 1)( s + 2) s + 1
Ou seja, ocorreu um cancelamento de pólo e zero no sistema fazendo com que ele seja
não controlável.
Porque no exemplo 1 o cancelamento do pólo com o zero fez o sistema ser não
observável e no exemplo 2 o cancelamento do pólo com o zero fez o sistema ser não
controlável? O que faz essa diferença?
x& (t ) = Ax (t ) + Bu(t )
(7)
y(t ) = Cx (t ) + Du(t )
onde,
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Eduardo Lobo Lustosa Cabral
λ1 0 L 0
0 λ2 L 0
Λ = WAV = ⇒ matriz dos autovalores da matriz A.
M M O M
0 0 L λn
↑ ↑ L ↑
V = v1 v2 L v ν ⇒ matriz dos autovetores da direita da matriz A.
↓ ↓ L ↓
← w 1 →
← w →
W= 2
⇒ matriz dos autovetores da esquerda da matriz A.
M M M
← w n →
Observa-se que o sistema na forma modal a matriz Λ é diagonal e, portanto, não existe
acoplamento entre os estados zi(t).
← w1 →
matriz de entrada = WB = ← w2 →
B
M M M
Na forma modal ⇒ ← wn →
↑ ↑ L ↑
matriz de saída = CV = Cv 1
v2 L vν
↓ ↓ L ↓
Controlabilidade:
Se wiB = 0 ⇒ estado zi(t) não é controlável pelo vetor de entrada u(t). Se qualquer um dos
modos do sistema (estado zi) não for controlável então o sistema não é controlável.
Observabilidade:
Se Cvi = 0 ⇒ estado zi(t) não é observável pelas saídas y(t). Se qualquer um dos modos do
sistema (estado zi) não for observável então o sistema não é observável.
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Eduardo Lobo Lustosa Cabral
Fatos:
• O modo dinâmico (λi, wi) do sistema (A, B) é não controlável se o sistema tem um zero
com freqüência generalizada igual ao pólo λi e direção esquerda igual a [wi, 0]t.
• O modo dinâmico (λi, vi) do sistema (A, C) é não observável se o sistema tem um zero com
freqüência generalizada igual ao pólo λi e direção igual a [vi, 0]t.
7. Exemplos
Exemplo 1:
Dado o seguinte sistema dinâmico:
− 2 0 2
x& (t ) = 1 − 1 x (t ) + u(t );
1
y(t ) = [1 0]x (t ).
• Autovalores do sistema:
λ + 2 0 λ1 = −2;
det = 0 ⇒ ( s + 2)( s + 1) = 0 ⇒
− 1 λ + 1 λ 2 = −1.
• Autovetores da direita:
0 0 v11 0 = 0; 1 2 1
Para λ1 = –2 ⇒ = 0 ⇒ ⇒ v 1 = ⇒ v 1 =
− 1 − 1 v12 v11 = −v12 . − 1 2 − 1
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Eduardo Lobo Lustosa Cabral
1 0 v 21 v 21 = 0; 0
Para λ2 = –1 ⇒ =0⇒ ⇒ v2 =
− 1 0 v 22 − v 21 = 0. 1
Portanto,
2 2 0
V=
− 2 2 1
• Autovetores da esquerda:
2 0
W = V −1 =
1 1
• Teste de controlabilidade:
2
Para o modo dinâmico 1 ⇒ [ 2 ]
0 = 2 2 ⇒ Esse modo é controlável.
1
2
Para o modo dinâmico 2 ⇒ [1 1] = 3 ⇒ Esse modo é controlável.
1
• Teste de observabilidade:
2 2
Para o modo dinâmico 1 ⇒ [1 0] = 2 2 ⇒ Esse modo é observável.
− 2 2
0
Para o modo dinâmico 2 ⇒ [1 0] = 0 ⇒ Esse modo não é observável.
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• Zeros de transmissão:
z + 2 0 − 2
det − 1 z + 1 − 1 = 0 ⇒ 2( z + 1) = 0 ⇒ z = −1
1 0 0
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Eduardo Lobo Lustosa Cabral
− 1 + 2 0 − 2 ξ1 ξ1 − 2ξ 3 = 0 0
. − 1 − 1 + 1 − 1 ξ1 = 0 ⇒ − ξ1 − ξ 3 = 0 ⇒ ξ = 1
1 0 ξ
ξ1 = 0
0
1 0
− 1 + 2 0 − 2 ζ 1 − ζ 2 + ζ 3 = 0
[ζ 1 ζ2 ζ 3 ] − 1 − 1 + 1 − 1 = 0 ⇒ 0 = 0 ⇒ ζ = [1 − 2 − 1]
1 0
− 2ζ 1 − ζ 2 = 0
0
8. Estabilizabilidade e Dectectabilidade
Para o controle de um sistema dinâmico podem-se usar condições mais fracas do que a
controlabilidade e a observabilidade.
Nessas condições existem dinâmicas no sistema que não se conhece e não se pode influenciar
via controle, mas se sabe que são pelo menos estáveis, ou seja, decaem para zero quando t → ∞.
9. Exercícios
− 7 − 12 1 0
x& (t ) = x (t ) + u(t );
1 0 2 − 1
y(t ) = 1 0 x (t ) + 1 0u(t ).
1 − 1 0 0
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Eduardo Lobo Lustosa Cabral
0 0 1 0 0 0
1,5
x& (t ) = − 1,5 0 0,0057 0,16 0,6
x (t ) + u(t )
− 12 12 − 0,8 − 0,0344 − 19 − 2,5
− 0,8524 0,2904 0 − 0,0140 − 0,0115 − 0,0087
1 0 0 0
y(t ) = x (t )
0 1 0 0
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