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DEPARTAMENTO DE FILOSOFIA

CURSO: FILOSOFIA
DISCIPLINA: ANTROPOLIGIA FILOSOFICA
DOCENTE: MARCIO DE LIMA PACHECO
DISCENTE: ELISANDRO DESMAREST DE SOUZA1

Resumo Analítico
Obra: “O Mistério da Encarnação em Gabriel Marcel”. Azevedo, José André de,
Argumentos, Ano 2, Nº. 4 – 2010. UNIOESTE, Toledo – PR.

Em primeiro lugar Azevedo aborda em seu artigo as questões filosóficas do Quem eu


sou?, da existência e do mistério do ser. Questões essas que serão analisadas de formas
metafísicas e antropológicas na visão do filosofo contemporâneo Gabriel Marcel, mostrando a
visão profunda do homem, abordando as especificidades físicas dele e mostrando que corpo é
a parte orgânica do ser, ou seja, a parte material; trata da alma como sendo a consciência
desse ser material e que ela conduz as vontades desse corpo; e completa com o espírito como
qual se refere como a inteligência ou razão do ser. Além disso, Azevedo mostra que o estudo
da interação do eu em relação com o mundo e com os demais seres se dá através desses três
elementos que formam o conjunto chamado homem.
Azevedo contempla em seu artigo que o filosofo contemporâneo Marcel foi um
homem culto, vindo de família abastarda, ganhou vários prêmios em sua vida, concluinte de
filosofia em 1908 e sua ultima obra foi o Homo Viator em 08 de outubro de 1973, vindo logo
após falecem em Paris a “Cidade Luz”. Na proposta do autor devemos estudar qual analise
Marcel faz do mundo e do ser humano num contexto da existência, e como se dá essa tal
compreensão para além da restrita apreciação filosófica e ontológica para a compreensão do
que é realmente o corpo, ou seja, Marcel quer ir mais além do que as concepções sistemáticas
das relações que há entre sujeito e objeto. Segundo o autor Marcel começa a explorar e
chamar suas análises de a filosofia do concreto onde o homem não está somente no corpo,
mais ele é um corpo que não é constituído somente de matéria, mas igualmente também de
espírito e alma. Marcel também nos conduz que o conhecimento está para o homem através
de dois imediatos, sendo o imediato primitivo que é de ordem primaria que nos prendem a
uma concepção de mundo que nos faz ser apegado à vida, este imediato é inerente às crianças
e ele é destruído pela reflexão, e temos o imediato que vai alem dessa simples reflexão, esse
conhecimento supera todas as análises superficiais, que é a fé. Para Marcel essas duas
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Graduando em filosofia pela Fundação Universidade Federal de Rondônia, membro do Grupo de Pesquisa em Teoria Política
Contemporânea. UNIR. http://lattes.cnpq.br/0684841892216928
reflexões são bem distintas, pois a primeira tira aquilo que lhe é essencial e a segunda lhe trás
para o sujeito uma recuperação daquilo perdido, as experiências imediatas são as trocas entre
o sujeito e o objeto, no qual se dá através da consciência, onde a primeira se relaciona no
exterior, algo mais materialista, e a segundo está para uma reflexão mais profunda e interior,
ou seja, algo mais espiritual.
Na “A encarnação: Dado central da Metafísica” Azevedo salienta que Marcel
demonstra que há problemas do “Corpo e da Alma”, Marcel explicita que ele não é apenas
uma massa de matéria (eu tenho um corpo), mas sim um ser dotado de ações reflexivas no
qual conduz sua vida encarnada (eu sou um corpo). Marcel tem a visão do homem não como
um mero espectador do mundo o qual vive apenas por viver, mas sim um ser que pode mudar
sua trajetória de vida, ser o ator principal, ser o dono de suas ações e seu destino, o homem
em busca de sua felicidade. Esse mesmo homem só pode ser considerado encarnado devido
sua relação entre o eu- o mundo- e os outros a existência dele no mundo se dá através dessa
relação ontológica. Azevedo expõe a visão do ser e ter e o ser e os outros, mostrando as
relações intersubjetivas nas qual o eu tenho que reconhecer o outro como uma personalidade
também encarnada, tendo assim que aprendemos que podemos “existir” e “co-existir” nas
relações intersubjetivas.
Deste modo podemos concluir que são essas relações intersubjetivas que podem e que
criam atrito no mundo, isso é demonstrado no texto quando Marcel diz “[...] o mundo é a
soma fixa de forças, é o mundo da vontade de potencia e nenhum outro [...]”; para o filósofo
francês contemporâneo, o homem não está no mundo meramente para resolver os problemas
de si e dos outros, mas sua existência consiste em compreender o mundo material e o mundo
espiritual, através de suas sensações, reflexões e consciência, e aprender que não somos meras
figuras funcionais, mas seres dotados de corpo, alma e espírito, e devemos assim reconhecer
no Eu no Outro.

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