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Ter uma fé raciocinada, rejeitando a fé cega que não utiliza o raciocínio lógico em suas
crenças.[71]
Simbologia
O espiritismo não possui um símbolo oficial e prioriza uma linguagem denotativa, no entanto,
o ramo de videira presente em O Livro dos Espíritos - única gravura usada por Kardec na
Codificação Espírita - é considerado pela doutrina como a imagem metafórica perfeita da
relação entre o espírito e o corpo humano, devido a esse trecho:[72]
Obras
Básicas
A seguir são apresentadas algumas das principais obras publicadas por Allan Kardec:[73]
A obra O Livro dos Espíritos foi publicado em 1857, nele estão contidos os princípios
fundamentais da Doutrina Espírita.[74] O Livro dos Médiuns, ou Guia dos Médiuns e dos
Evocadores, foi publicado em 1861 e versa sobre o caráter experimental e investigativo do
espiritismo, visto como ferramenta teórico-metodológica para se compreender uma "nova
ordem de fenômenos", até então jamais considerada pelo conhecimento científico: os
fenômenos ditos espíritas ou mediúnicos, que teriam como causa a intervenção de espíritos na
realidade física.[75]
A obra O Céu e o Inferno, ou A Justiça Divina segundo o Espiritismo, foi publicado em 1865 e
compõe-se de duas partes: na primeira, Kardec realiza um exame crítico, procurando apontar
contradições filosóficas e incoerências com o conhecimento científico, superáveis, segundo
ele, mediante o paradigma espírita da fé raciocinada.[77] Entre os assuntos estão: causas do
temor da morte, porque os espíritas não temem a morte, o céu, o inferno, o inferno cristão
imitado do pagão, os limbos, purgatório, doutrina das penas eternas, código penal da vida
futura, os anjos, a origem da crença dos demônios.[78] Na segunda, constam dezenas de
diálogos que teriam sido estabelecidos entre Kardec e diversos espíritos, nos quais estes
narram as impressões que trazem do além-túmulo.[79]
Complementares
O periódico Revue Spirite (em português Revista Espírita), voltado exclusivamente a assuntos
relacionados ao Espiritismo, foi fundado por Kardec e dirigido por ele até a data de seu
falecimento (1869). Já teve a participação de várias personalidades expoentes da doutrina e
atualmente sua publicação é trimestral.[82]
Ciência
A investigação científica dos fatos e causas dos pretensos fenômenos mediúnicos é objeto de
intenso estudo, principalmente pela pseudociência[84] da parapsicologia.[85][86]
Investigações científicas sobre mediunidade e outros "fenômenos espirituais" defendidos pelo
espiritismo ocorreram/ocorrem inclusive em âmbito universitário,[87][88][89] mas apesar de
muitos cientistas, inclusive renomados,[90][91] já terem afirmado que evidenciaram a
existência de fenômenos do tipo em suas pesquisas, através do método científico a existência
de espíritos não encontra-se estabelecida, tampouco provada.
Existe certamente uma diversidade de alegadas práticas que vêm suscitando curiosidade dos
pesquisadores de "fenômenos espirituais" em geral - a exemplo a psicografia, desdobramento
espiritual, experiência de quase morte, fenómeno da voz eletrónica, retrocognição,
premonição, incorporação, psicofonia, xenoglossia[92], obsessão espiritual, medicina
espiritual, clarividência, clariaudiência, poltergeist, psicopictografia, fotografia espírita,[93]
filmagem espírita, ectoplasmia,[94] telepatia, psicoquinesia, levitação, radiestesia, etc.
É diante do acima exposto que mostra-se importante frisar que o termo "ciência", quando
associado ao espiritismo, transcende a "ciência" que se encontra atrelada a cadeiras como
física, química, biologia ou qualquer das demais cadeiras que integram as ditas ciências
naturais - ou mesmo as ciências sociais - áreas últimas também condizentes, ao menos em
princípio, com a definição estrita de "ciência", onde um estudo científico - uma teoria científica
- deve necessariamente obedecer a todas as delimitações e restrições definidas pelo método
científico. Ressalta-se assim que os aludidos fatos defendidos pelos seguidores da doutrina
como verídicos, embora tenha sobrevivido ao escrutínio de veracidade mediante testes
definidos pela metodologia própria à doutrina, não sobrevivem os escrutínios condizentes
apenas com o método científico, e nenhum deles implicou, até a presente data, fato científico
propriamente dito. Mesmo esforçando-se para manter-se em consonância com essa,
espiritismo não é, frente ao rigor da definição, ciência.[nota 4][95]
Jim Tucker, M.D. é um dos cientistas continuadores da famosa pesquisa de Ian Stevenson, que
defende conceitos como reencarnação e mediunidade.
Mesmo não considerados ciência em sentido estrito, justamente por serem sustentados
também por pilares filosófico-religiosos, os fenômenos espíritas foram e ainda são, contudo,
objetos de estudos para um número bem expressivo de pesquisadores (mais notoriamente
médicos e parapsicólogos)[90][96][97][98][99] ao redor do mundo; e dentre estes, muitos
alegaram/alegam inclusive dispor de fortes evidências para corroborar de forma bem próxima
à científica estrita vários dos princípios espíritas.[90][91][100][101] Por exemplo, há uma