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Incentivo ao respeito para com todas as religiões e opiniões.

[70]

Ter uma fé raciocinada, rejeitando a fé cega que não utiliza o raciocínio lógico em suas
crenças.[71]

Simbologia

Ramo de videira, uma das poucas imagens reconhecidas pelo espiritismo.

O espiritismo não possui um símbolo oficial e prioriza uma linguagem denotativa, no entanto,
o ramo de videira presente em O Livro dos Espíritos - única gravura usada por Kardec na
Codificação Espírita - é considerado pela doutrina como a imagem metafórica perfeita da
relação entre o espírito e o corpo humano, devido a esse trecho:[72]

Porás no cabeçalho do livro a cepa que te desenhamos, porque é o emblema do trabalho do


Criador. Aí se acham reunidos todos os princípios materiais que melhor podem representar o
corpo e o espírito. O corpo é a cepa; o espírito é o licor; a alma ou espírito ligado à matéria é o
bago. O homem quintessencia o espírito pelo trabalho e tu sabes que só mediante o trabalho
do corpo o Espírito adquire conhecimentos.

— Prefácio de O Livro dos Espíritos.

Obras

Básicas

Ver artigo principal: Obras básicas do espiritismo

A seguir são apresentadas algumas das principais obras publicadas por Allan Kardec:[73]

Publicação de O Livro dos Espíritos de 1860 em Paris.

Publicação do livro O Que é o Espiritismo? de 1868 em Paris.

A obra O Livro dos Espíritos foi publicado em 1857, nele estão contidos os princípios
fundamentais da Doutrina Espírita.[74] O Livro dos Médiuns, ou Guia dos Médiuns e dos
Evocadores, foi publicado em 1861 e versa sobre o caráter experimental e investigativo do
espiritismo, visto como ferramenta teórico-metodológica para se compreender uma "nova
ordem de fenômenos", até então jamais considerada pelo conhecimento científico: os
fenômenos ditos espíritas ou mediúnicos, que teriam como causa a intervenção de espíritos na
realidade física.[75]

O livro O Evangelho Segundo o Espiritismo, publicado em 1864, avalia os evangelhos canônicos


sob a óptica da doutrina espírita, tratando com atenção especial a aplicação dos princípios da
moral cristã e de questões de ordem religiosa como a prática da adoração, da prece e da
caridade.[76]

A obra O Céu e o Inferno, ou A Justiça Divina segundo o Espiritismo, foi publicado em 1865 e
compõe-se de duas partes: na primeira, Kardec realiza um exame crítico, procurando apontar
contradições filosóficas e incoerências com o conhecimento científico, superáveis, segundo
ele, mediante o paradigma espírita da fé raciocinada.[77] Entre os assuntos estão: causas do
temor da morte, porque os espíritas não temem a morte, o céu, o inferno, o inferno cristão
imitado do pagão, os limbos, purgatório, doutrina das penas eternas, código penal da vida
futura, os anjos, a origem da crença dos demônios.[78] Na segunda, constam dezenas de
diálogos que teriam sido estabelecidos entre Kardec e diversos espíritos, nos quais estes
narram as impressões que trazem do além-túmulo.[79]

O livro A Gênese, ou Milagres e as Predições segundo o Espiritismo, foi publicado em 1868 e


aborda diversas questões de ordem filosófica e científica, como a criação do universo, a
formação dos mundos, o surgimento do espírito e a natureza dos ditos milagres, segundo o
paradigma espírita de compreensão da realidade.[80]

Complementares

O livro O Que é o Espiritismo?, publicado em 1859, é uma introdução didática sobre o


espiritismo.[81]

O periódico Revue Spirite (em português Revista Espírita), voltado exclusivamente a assuntos
relacionados ao Espiritismo, foi fundado por Kardec e dirigido por ele até a data de seu
falecimento (1869). Já teve a participação de várias personalidades expoentes da doutrina e
atualmente sua publicação é trimestral.[82]

A obra Obras Póstumas, publicado postumamente em janeiro de 1890, pelos dirigentes da


Sociedade Parisiense de Estudos Espíritas, trata-se de uma compilação de escritos inéditos do
codificador da doutrina espírita, Allan Kardec, com anotações sobre os bastidores da criação
da doutrina e que auxiliam a sua compreensão.[83]

Relação com outros segmentos da sociedade

Ciência

Método científico e "ciência espírita"

Ver também: Espiritismo científico

A investigação científica dos fatos e causas dos pretensos fenômenos mediúnicos é objeto de
intenso estudo, principalmente pela pseudociência[84] da parapsicologia.[85][86]
Investigações científicas sobre mediunidade e outros "fenômenos espirituais" defendidos pelo
espiritismo ocorreram/ocorrem inclusive em âmbito universitário,[87][88][89] mas apesar de
muitos cientistas, inclusive renomados,[90][91] já terem afirmado que evidenciaram a
existência de fenômenos do tipo em suas pesquisas, através do método científico a existência
de espíritos não encontra-se estabelecida, tampouco provada.

Existe certamente uma diversidade de alegadas práticas que vêm suscitando curiosidade dos
pesquisadores de "fenômenos espirituais" em geral - a exemplo a psicografia, desdobramento
espiritual, experiência de quase morte, fenómeno da voz eletrónica, retrocognição,
premonição, incorporação, psicofonia, xenoglossia[92], obsessão espiritual, medicina
espiritual, clarividência, clariaudiência, poltergeist, psicopictografia, fotografia espírita,[93]
filmagem espírita, ectoplasmia,[94] telepatia, psicoquinesia, levitação, radiestesia, etc.

Frente a essa diversidade de fenômenos é que Kardec, no preâmbulo de O Que É o


Espiritismo?, afirma que o espiritismo "é uma ciência que trata da natureza, origem e destino
dos espíritos, bem como de suas relações com o mundo corporal", e é dentro dessa
perspectiva é que define-se o que naquele momento se chamou de "ciência espírita"[nota 2],
tendo esta por objeto central de estudo o espírito e por metodologia um conjunto de
princípios teórico-metodológicos próprios que, ao menos em definição, far-se-iam sempre
compatíveis com o estabelecido pela ciência propriamente dita - via método científico.[nota 3]

É diante do acima exposto que mostra-se importante frisar que o termo "ciência", quando
associado ao espiritismo, transcende a "ciência" que se encontra atrelada a cadeiras como
física, química, biologia ou qualquer das demais cadeiras que integram as ditas ciências
naturais - ou mesmo as ciências sociais - áreas últimas também condizentes, ao menos em
princípio, com a definição estrita de "ciência", onde um estudo científico - uma teoria científica
- deve necessariamente obedecer a todas as delimitações e restrições definidas pelo método
científico. Ressalta-se assim que os aludidos fatos defendidos pelos seguidores da doutrina
como verídicos, embora tenha sobrevivido ao escrutínio de veracidade mediante testes
definidos pela metodologia própria à doutrina, não sobrevivem os escrutínios condizentes
apenas com o método científico, e nenhum deles implicou, até a presente data, fato científico
propriamente dito. Mesmo esforçando-se para manter-se em consonância com essa,
espiritismo não é, frente ao rigor da definição, ciência.[nota 4][95]

Jim Tucker, M.D. é um dos cientistas continuadores da famosa pesquisa de Ian Stevenson, que
defende conceitos como reencarnação e mediunidade.

Mesmo não considerados ciência em sentido estrito, justamente por serem sustentados
também por pilares filosófico-religiosos, os fenômenos espíritas foram e ainda são, contudo,
objetos de estudos para um número bem expressivo de pesquisadores (mais notoriamente
médicos e parapsicólogos)[90][96][97][98][99] ao redor do mundo; e dentre estes, muitos
alegaram/alegam inclusive dispor de fortes evidências para corroborar de forma bem próxima
à científica estrita vários dos princípios espíritas.[90][91][100][101] Por exemplo, há uma

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