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UNIVERSIDADE PAULISTA

CURSO DE LICENCIATURA PLENA EM PEDAGOGIA

LUIZA FERNANDA DANTAS BEZERRA

TAIS LIMA CERDEIRA

JAMILLY RAIANE DA SILVA RAMOS

OS DESAFIOS DO PROFESSOR NO PROCESSO DE INCLUSÃO


DOS ALUNOS AUTISTAS NA REDE PÚBLICA DE ENSINO

BELÉM – PARÁ

2019
LUIZA FERNANDA DANTAS BEZERRA

TAIS LIMA CERDEIRA

JAMILLY RAIANE DA SILVA RAMOS

OS DESAFIOS DO PROFESSOR NO PROCESSO DE INCLUSÃO


DOS ALUNOS AUTISTAS NA REDE PÚBLICA DE ENSINO

Monografia apresentada como requisito para


obtenção de grau de Licenciatura Plena em
Pedagogia pela Universidade Paulista - Campus
Belém. Orientador: Prof. Msc. Rogério Antônio
Gonçalves de Paula

BELÉM – PARÁ
2019
LUIZA FERNANDA DANTAS BEZERRA

TAIS LIMA CERDEIRA

JAMILLY RAIANE DA SILVA RAMOS

OS DESAFIOS DO PROFESSOR NO PROCESSO DE INCLUSÃO


DOS ALUNOS AUTISTAS NA REDE PÚBLICA DE ENSINO

Monografia apresentada como requisito para


obtenção de grau de Licenciatura Plena em
Pedagogia pela Universidade Paulista - Campus
Belém. Orientador: Prof. Msc. Rogério Antônio
Gonçalves de Paula

Conceito Final: _______________

Aprovado em: _____/_____/_____

BANCA EXAMINADORA

__________________________________

[Nome a definir]

__________________________________

[Nome a definir]

__________________________________

[Nome a definir]
Dedicamos este trabalho às nossas famílias e
amigos.
AGRADECIMENTOS

Ao concluirmos este trabalho, gostaríamos de expressar nossa gratidão a


todos aqueles que possibilitaram a realização do mesmo.

À Universidade Paulista – UNIP, pelas oportunidades, estruturas e


materiais oferecidos.

Ao amigo e orientador, Profº Rogério Antônio Gonçalves de Paula,


sempre muito exigente e atencioso, por sua dedicação, cuidado e otimismo
empregado.

Aos nossos familiares e amigos, por sua compreensão, carinho e


dedicação.

A todos aqueles que, ao seu modo, de forma direta, ou indireta,


participaram desta etapa importante de nossa formação acadêmica.

Nosso muito obrigada!


"É estranho, mas as coisas boas e os dias
agradáveis são narrados depressa, e não há
muito que ouvir sobre eles, enquanto as coisas
desconfortáveis, palpitantes e até mesmo
horríveis podem dar uma boa história e levar
um bom tempo para contar".

(J. R. R. Tolkien)
RESUMO

Os temas acessibilidade e inclusão são abrangentes e não se aplicam apenas às


pessoas com deficiência (PcD), contudo, é necessário que o(a) professor(a) tenha
uma atenção especial ao aluno(a) com deficiência, assim como, esteja preparado(a)
para remover os principais obstáculos, de forma que o processo de aprendizagem
de tais alunos(as) seja satisfatório. Este trabalho tem como objetivo destacar e
caracterizar os principais desafios do educador mediante o processo de inclusão de
educandos identificados com autismo na rede pública de ensino, especificamente
nas escolas municipais localizadas no Distrito Administrativo de Belém (DABEL).

Palavras-chave: Educação Especial. Acessibilidade. Inclusão. Autismo.


LISTA DE FIGURAS

Figura 01 – Título da pesquisa no


questionário......................................................18

Figura 02 – Objetivos do
questionário....................................................................18

Figura 03 – Instrumentos e aspectos éticos da


pesquisa......................................19

Figura 04 – Perguntas 01 e 02 do
questionário.......................................................19

Figura 05 – Pergunta 03 do
questionário................................................................20

Figura 06 – Perguntas 04, 05 e 06 do


questionário.................................................21

Figura 07 – Perguntas 07 e 08 do
questionário.......................................................22

Figura 08 – Respostas para a 1ª


pergunta...............................................................23

Figura 09 – Respostas para a 2ª


pergunta...............................................................24

Figura 10 – Respostas para a 3ª


pergunta...............................................................24

Figura 11 – Respostas para a 4ª


pergunta...............................................................25

Figura 12 – Respostas para a 5ª


pergunta...............................................................25

Figura 13 – Respostas para a 6ª


pergunta...............................................................26

Figura 14 – Respostas para a 7ª


pergunta...............................................................27
Figura 15 – Respostas para a 8ª
pergunta...............................................................27

Totalmente desformatado
SUMÁRIO

Fora do solicitado. Veja o roteiro

1. INTRODUÇÃO.......................................................................................................10

1.1. OBJETIVO GERAL..............................................................................................12

1.2. OBJETIVOS
ESPECÍFICOS................................................................................12

1.3.
JUSTIFICATIVA...................................................................................................12

2. REVISÃO DE
LITERATURA..................................................................................14

2.1. A FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR E A


INCLUSÃO.....................14

2.2. A IMPORTÂNCIA DA
INCLUSÃO........................................................................15

3.
METODOLOGIA.....................................................................................................17

3.1. OBJETIVOS E ABORDAGEM DA


PESQUISA....................................................17

3.2. AMOSTRAGEM E LOCAL DA


PESQUISA..........................................................17

3.3. INSTRUMENTOS E TÉCNICAS DE


PESQUISA.................................................17

4. RESULTADOS.......................................................................................................23

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS...................................................................................30

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
10

INTRODUÇÃO

A constituição federal, em seu Art. 205, declara que: “[..] A educação,


direito de todos e dever do Estado e da família, será promovida e incentivada com a
colaboração da sociedade [...]”, partindo do fundamento de que “a educação é um
direito de todos”, nasce o conceito de Educação Inclusiva.

A Educação Inclusiva busca atender às necessidades especificas que


todos os educandos possam ter ou apresentar, em algum momento de sua vida
escolar, transformando a escola em um ambiente para todos e todas.

Recentemente, o Plano Nacional de Educação (PNE), criado em 2014,


estabeleceu que a inclusão escolar será “transversal a todas as etapas e
modalidades do ensino”. O PNE ainda define que o atendimento educacional
especializado e a disponibilização de serviços e recursos para orientar os alunos e
professores do ensino regular a esse respeito, são premissas da rede de ensino
pública brasileira, garantidos por lei.

O esforço pela inclusão social e escolar de pessoas com necessidades


especiais no Brasil é a resposta para uma situação que perpetuava a segregação
dessas pessoas e cerceava o seu pleno desenvolvimento. Até o início do século 21,
o sistema educacional brasileiro abrigava dois tipos de serviços: a escola regular e a
escola especial - ou o aluno frequentava uma, ou a outra. Na última década, nosso
sistema escolar modificou-se com a proposta inclusiva e um único tipo de escola foi
adotado: a regular, que acolhe todos os alunos, apresenta meios e recursos
adequados e oferece apoio àqueles que encontram barreiras para a aprendizagem.

A Educação inclusiva compreende a Educação especial dentro da escola


regular e transforma a escola em um espaço para todos. Ela favorece a diversidade
na medida em que considera que todos os alunos podem ter necessidades especiais
em algum momento de sua vida escolar.

Há, entretanto, necessidades que interferem de maneira significativa no


processo de aprendizagem e que exigem uma atitude educativa específica da escola
como, por exemplo, a utilização de recursos e apoio especializados para garantir a
aprendizagem de todos os alunos.

A Educação é um direito de todos e deve ser orientada no sentido do


pleno desenvolvimento e do fortalecimento da personalidade. O respeito aos direitos
e liberdades humanas, primeiro passo para a construção da cidadania, deve ser
incentivado.

Educação inclusiva, portanto, significa educar todas as crianças em um


mesmo contexto escolar. A opção por este tipo de Educação não significa negar as
11

dificuldades dos estudantes. Pelo contrário. Com a inclusão, as diferenças não são
vistas como problemas, mas como diversidade. É essa variedade, a partir da
realidade social, que pode ampliar a visão de mundo e desenvolver oportunidades
de convivência a todas as crianças.

Preservar a diversidade apresentada na escola, encontrada na realidade


social, representa oportunidade para o atendimento das necessidades educacionais
com ênfase nas competências, capacidades e potencialidades do educando.

Nos dias atuais, o conceito de educação inclusiva e, respectivamente, sua


implementação em determinados seguimentos da sociedade, apresenta-se como um
grande desafio para a maior parte dos profissionais da educação, devido à falta de
preparo e o desconhecimento de estratégias especificas para trabalhar com
discentes deficientes no ambiente escolar.

O despreparo resulta na desmotivação dos professores, uma vez que,


mesmo com desejo de oferecer o melhor aos estudantes, o desconhecimento de
ações pedagógicas especificas para trabalhar com alunos com deficiência acaba
frustrando estes profissionais da educação (FACION et al. 2009, p. 10).

A ausência de uma formação especifica e continuada somada ao


despreparo do educador para trabalhar com alunos que apresentam necessidades
especiais, principalmente os diagnosticados com autismo, afeta negativamente o
processo de aprendizado destes educandos. O aluno autista não consegue ter
interação com colega de classe, possui dificuldade de linguagem oral e visual, não
gosta de ser tocando, entre outros. Dessa forma, cabe ao educador eliminar tais
barreiras que impeçam o pleno desenvolvimento destes alunos.

Muito docentes queixam-se da falta de uma formação adequada para


trabalhar com alunos com autismo, bem como enfrentam dificuldades para superar
os desafios que se apresentam no cotidiano da sala da aula.

“[...] ações que apresentam sucessos em sistemas inclusivos mostram que


é imprescindível alterações em suas práticas passando desde diminuição
do número de alunos por classe, plano individual de ensino, melhoria da
formação profissional, com uma pedagogia centrada na criança baseada em
suas habilidades e não em suas deficiências, e que incorpore conceitos
como interdisciplinaridade, individualização, colaboração e
conscientização/sensibilização [...]” (CAPELLINI, 2001 apud PRAÇA, 2011,
p. 58).

A formação continuada do profissional é fundamental para o atendimento


dos alunos com necessidades especiais. Tony Booth e Mel Ainscow (2000 apud
KUBASKI, 2013) fazem uma abordagem neste conceito de inclusão:

“[...] 1. Presença: sem classes separadas ou outra segregação, se o aluno


participa de práticas conjuntas ou separadas de seus colegas, como a
frequência desse aluno na escola, o local que esse aluno está inserido,
correspondência entre o ano escolar e a idade cronológica. 2. Participação:
12

qualidade de experiências educacionais; tais como o engajamento do aluno


em atividades conjuntas. 3. Aceitação: pelos professores, colegas e equipe
da escola, ou seja, relação com colegas, professores e demais funcionários
da escola, melhores amigos, quem o auxilia, quem ele busca. 4.
Aprendizagem: ganhos acadêmicos, emocionais e sociais, por exemplo,
como é realizada a avaliação desse aluno, principais recursos e
dificuldades, etc [...]” (BOOTH; AINSCOW, 2000 apud KUBASKI, 2013, p.
24).

Todavia, mesmo estando inseridos em um ambiente escolar, alunos com


deficiência sentem-se excluídos, devido o professor ainda não ter conhecimento de
como trabalhar com este discente na sala de aula. A inclusão se torna presente na
escola quando encontramos docente inserindo práticas pedagógicas diferenciadas
com o aluno autista no âmbito escolar, criando ferramenta que possibilite o
desenvolvimento de aprendizagem significativa para este alunado.

Para que o aluno autista seja incluído de forma efetiva em sala de aula,
deve haver um conjunto de práticas metodológicas para o entendimento deste
discente no convívio escolar. Cada aluno tem seu ritmo no espaço escolar, o
professor teve escolhe a melhor forma para aprendizagem deste discente.

1.1. OBJETIVO GERAL:

 Destacar e caracterizar os principais desafios do educador mediante processo


de inclusão de educandos identificados com autismo na rede pública de
ensino.

1.2. OBJETIVOS ESPECÍFICOS:

 Destacar a importância da inclusão dos alunos autistas;

 Identificar e descrever os principais desafios do educador em relação à


inclusão de alunos autistas nas escolas municipais localizadas no Distrito
DABEL.

1.3. JUSTIFICATIVA:
13

Este trabalho se justifica pela importância que a Escola Inclusiva vem


apresentado nos últimos anos. Os profissionais da educação, em especial os
professores, precisam conhecer os principais obstáculos referentes a inclusão de
alunos identificados com autismo na rede regular de ensino, para que possam
encontrar as melhores alternativas para que o processo de aprendizagem de tais
alunos seja efetivo.
14

CAPÍTULO I – FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

1.1. A FORMAÇÃO CONTINUADA DO PROFESSOR E A INCLUSÃO:

A Lei de Diretrizes de Base da Educação, em seu Art. 62 (BRASIL, 1996),


determina a formação do profissional que atua na educação básica tanto em nível
médio como superior. Essa formação é considerada mínima para que o professor
atue na área da educação infantil e nos primeiros cinco anos do ensino fundamental.

“[...] a formação inicial como preparação profissional tem papel crucial para
possibilitar que os professores se apropriem de determinados
conhecimentos e possam experimentar, em seu próprio processo de
aprendizagem, o desenvolvimento de competências necessárias para atuar
nesse novo cenário. A formação de um profissional de educação tem que
estimulá-lo a aprender o tempo todo, a pesquisar, a investir na própria
formação [...]” (BRASIL, 2000, p.13).

É importante que o professor tenha convicção do seu crescimento


profissional valorizando o processo de continuidade da formação. Para tanto, precisa
repensar sobre a formação, pois precisa ser atualizado, qualificado em vista dos
desafios atuais referentes às necessidades urgentes da educação. Sendo assim,
uma das qualificações do professor sugere que vá ao encontro da inclusão escolar
de alunos com deficiência (FACION et al. 2009).

A capacitação do professor para atuar no ensino regular, conforme as


diretrizes legais da Resolução nº 2/2001, em seu Art. 18:

“[...] § 1º São considerados professores capacitados para atuar em classes


comuns com alunos que apresentam necessidades educacionais especiais
aqueles que comprovem que, em sua formação, de nível médio ou superior,
foram incluídos conteúdos sobre educação especial adequados ao
desenvolvimento de competências [...]”

Observa-se que a capacitação do professor da classe comum com base


em conteúdo é insuficiente para que o professor desenvolva práticas pedagógicas
inclusivas frente às situações emblemáticas que enfrentará na sala de aula, relativas
às especificidades individuais do aluno com deficiência. Daí a inclusão é desafiadora
para o professor do ensino comum inserir-se num contexto educacional inclusivo
que exige redefinir o seu papel (FACION et al. 2009, p. 10).

2.2. A IMPORTÂNCIA DA INCLUSÃO:

Há suposições a serem enfrentadas pelo professor no cotidiano de sala


de aula sugerem “[...] as receitas pedagógicas que partem do pressuposto que todos
são iguais; os livros didáticos com suas perguntas e respostas prontas, os
15

planejamentos e avaliações fechadas e fixas [...]” (SILVA; RIBEIRO; MIETO, 2010,


p.206).

Sabe-se que tais “receitas” por si sós se configuram excludentes tanto


para alunos com deficiência quanto para os alunos sem deficiência. Um aluno com
deficiência não é igual a outro aluno por ter a mesma deficiência.

A proposta de educação inclusiva é centrada nas características


individuais do aluno, o que justifica o currículo a ser adaptado às capacidades e os
interesses do aluno, conforme os Ensaios Pedagógicos (BRASIL, 2006). O currículo
de acordo com os Ensaios Pedagógicos constitui a partir do

“[...] que é aprendido e ensinado (contexto); como é oferecido (métodos de


ensino e aprendizagem); como é avaliado (provas, por exemplo) e os
recursos usados (ex. livros usados para ministrar os conteúdos e para o
processo ensino-aprendizagem). O currículo formal [baseia-se] em um
conjunto de objetivos e resultados previstos [...]”.

“Os elementos constitutivos do currículo “[...] não devem ser dissociados


ou ignorados no processo ensino-aprendizagem, mas articulados e diferenciados na
prática pedagógica [...]”, segundo os Ensaios Pedagógicos (BRASIL, 2006, p.320).
Ainda de acordo com esses os Ensaios, é importante um tratamento igualitário de
aprendizagem na sala, de modo que o professor precisa de maneira gradual
desfazer-se de “[...] práticas pedagógicas homogêneas que se configuram por um
conteúdo curricular, e um uma aula, uma atividade mesmo tempo de realização das
atividades para toda a turma[...]” (BRASIL, 2006, p. 320).

Portanto, pensar na dificuldade de o aluno ser incluído em uma atividade


não diferenciada, ou ser excluído totalmente da tarefa proposta. É imprescindível
que o aluno seja respeitado tanto na maneira de aprender como no ritmo para a
realização da atividade.

O conceito de prática pedagógica se concretiza nas ações do docente no


contexto escolar. Segundo Vieira e Zaidan (2013, p.34 apud CALDEIRA; ZAIDAN,
2010, p.21).

“[...] A Prática Pedagógica é entendida como uma prática social complexa,


acontece em diferente espaço/tempo da escola, no cotidiano de professores
e alunos nela envolvidos e, de modo especial, na sala de aula, mediada
pela interação professor-aluno-conhecimento. Nela estão imbricados,
simultaneamente, elementos particulares e gerais. Os aspectos particulares
dizem respeito: ao docente - sua experiência, sua corporeidade, sua
formação, condições de trabalho e escolhas profissionais; aos demais
profissionais da escola – suas experiências e formação e, também, suas
ações segundo o posto profissional que ocupam; ao discente - sua idade,
corporeidade e sua condição sociocultural; ao currículo [...]”

Considerando os enfrentamentos do professor frente à proposta da


educação inclusiva na escola pública, a educação inclusiva se distância de uma
utopia e passa a ser viável se existirem os “recursos humanos, pedagógicos e
16

materiais”, Leonardo, Bray e Rossato (2009 apud GLAT; MAGALHÃES; CARNEIRO,


1998). Pode se concluir que os recursos citados são a base da educação inclusiva,
sem esses recursos não se pode considerar efetiva a proposta da educação
inclusiva. O Plano Nacional de Educação (BRASIL, 2001, p.59) teve como meta a
melhoria das escolas no que tange aos “espaços físicos, a infraestrutura e materiais
pedagógicos’’.

Portanto, justificam-se os desafios de o professor desempenhar seu papel


diante de um aluno autista na classe comum, que é um ambiente propício para a
socialização, os estudantes interagem entre si e com o professor. Em Saberes e
práticas da inclusão, dificuldades de aprendizagem: autismo (BRASIL, 2004) há
controvérsias entre estudiosos sobre a inclusão de aluno autista no ensino regular.

Estudiosos ressaltam que o aluno com autismo apresente qualquer nível


de dificuldade tenha a inserção na rede regular, mesmo que seja no especial.
Entretanto, outros estudiosos se posicionam a favor de que o autista ingresse na
classe comum na escola regular. O ingresso de aluno autista na rede regular de
ensino não é tão fácil quanto possa parecer, pois as características do autismo
dificultam a elaboração de propostas pedagógicas, conforme FACION et al. (2009).
A inclusão de aluno no ensino regular, de acordo com estes autores desafia o
professor da classe comum por exigir que adapte os recursos de ensino
considerados tradicionais e formule estratégias em consonância com as
características individuais do aluno autista.

Vale destacar que o autismo compromete as partes mais importantes do


desenvolvimento humano.

“[...] Autismo é um distúrbio do desenvolvimento que se caracteriza por


alterações presentes desde idade muito precoce, tipicamente antes dos três
anos de idade, com impacto múltiplo e variável em áreas nobres do
desenvolvimento humano como as áreas de comunicação, interação social,
aprendizado e capacidade de adaptação [...]” (FACION et al. 2009).

1.3 – ONDE FOI PARAR?


17

CAPÍTULO II – METODOLOGIA TEXTO SEQUENCIAL SEM INSERIR


OS TÓPICOS

3.1. OBJETIVOS E ABORDAGEM DA PESQUISA:

A pesquisa teve como objetivo principal destacar e caracterizar os


principais desafios do educador mediante o processo de inclusão de educandos
identificados com autismo na rede pública de ensino. Dessa forma, a abordagem da
pesquisa teve como base entrevistas realizadas por meio de um questionário online,
o que caracterizou esta pesquisa como qualitativa.

3.2. AMOSTRAGEM E LOCAL DA PESQUISA:

A pesquisa teve como área de amostragem as escolas municipais


localizadas apenas no Distrito Administrativo de Belém (DABEL) (segundo
classificação do site da prefeitura de Belém). O distrito DABEL engloba os seguintes
bairros: Batista Campos, Campina, Cidade Velha, Nazaré Reduto, São Brás,
Umarizal e Marco.

Assim, o link do questionário foi enviado por e-mail às secretarias das


escolas: E.M. Ernestina Rodrigues, E.M. Benvinda de França Messias, E.M. Miguel
Pernambuco Filho, E.M. Rui da Silveira Brito, E.M. Profª Alzira Pernambuco e E.M
Prof. Francisco da Silva Nunes.

3.3. INSTRUMENTOS E TÉCNICAS DE PESQUISA:

O principal instrumento utilizado como base à pesquisa foi um formulário


online, o qual foi desenvolvido com auxílio da ferramenta google forms. Após ser
finalizado, o questionário foi enviado às escolas do distrito DABEL e ficou online por
uma semana. A seguir, nas imagens de 01 a 07 será apresentado o questionário
desenvolvido para a pesquisa.
18

Figura 01 – Título da pesquisa no questionário

Fonte: Desenvolvido pelas autoras

Na primeira tela do questionário é apresentado o título da pesquisa, como


demonstrado na Figura 01.

Figura 02 – Objetivos do questionário

Fonte: Desenvolvido pelas autoras


19

Figura 03 – Instrumentos e aspectos éticos da pesquisa

Fonte: Desenvolvido pelas autoras

Nas figuras 02 e 03 são destacados os objetivos da pesquisa.

Figura 04 – Perguntas 01 e 02 do questionário

Fonte: Desenvolvido pelas autoras


20

As duas primeiras perguntas do questionário possuem como objetivo


identificar o tempo de atuação profissional e a naturalidade do(a) professor(a).

Figura 05 – Pergunta 03 do questionário

Fonte: Desenvolvido pelas autoras

A terceira pergunta tem como objetivo identificar em qual escola do


distrito DABEL o(a) entrevistado(a) trabalha.

Após as três perguntas iniciais, o(a) professor(a) segue para às três


próximas perguntas, que são: “Você já teve conhecimento de aluno(a) com autismo
no ambiente escolar?”, “Qual metodologia foi utilizada para inclusão deste(a)
aluno(a) em sala de aula?” e “Você possui alguma formação para o atendimento de
alunos com autismo?”, como demostrado na figura 06:
21

Figura 06 – Perguntas 04, 05 e 06 do questionário

Fonte: Desenvolvido pelas autoras

Por fim, foram feitas as seguintes perguntas: “Qual a relação dos colegas
de classe com este(esta) aluno(a) autista?” e “Qual a participação dos pais no
processo de ensino aprendizagem escolar do seu(sua) filho(a) autista?”, como
demostrado na figura 07:
22

Figura 07 – Perguntas 07 e 08 do questionário

Fonte: Desenvolvido pelas autoras


23

CAPÍTULO III – ANÁLISE DA PESQUISA

O questionário foi enviado às secretarias das escolas do distrito DABEL


em às 10:00 horas do dia 24 de junho de 2019, e ficou online por exatamente uma
semana, encerrando o prazo em 01 de julho de 2019 às 10:00 horas. Durante este
período, foram coletadas 15 entrevistas. As figuras 08 a 15 apresentam os
resultados obtidos.

Figura 08 – Respostas para a 1ª pergunta

Fonte: Desenvolvido pelas autoras

Na figura 08 é possível perceber que a maioria dos entrevistados, cerca


de 33,3%, possuem entre 2 a 3 anos de pratica pedagógica, enquanto que apenas
13,3% tem mais de 5 anos.
24

Figura 09 – Respostas para a 2ª pergunta

Fonte: Desenvolvido pelas autoras

Na figura 09 é constatado que todos os entrevistados são naturais de


Belém.

Figura 10 – Respostas para a 3ª pergunta

Fonte: Desenvolvido pelas autoras

Na figura 10 é possível perceber que todas as escolas do distrito DABEL


participaram da pesquisa.
25

Figura 11 – Respostas para a 4ª pergunta

Fonte: Desenvolvido pelas autoras

A figura 11 demonstra que 80% dos entrevistados já tiveram algum aluno


autista em sua própria sala. 20% alegam que já ouviram relato de colegas de outras
classes.

Figura 12 – Respostas para a 5ª pergunta

Fonte: Desenvolvido pelas autoras


26

A figura 12 demonstra que 26,7% dos entrevistados não aplicam


metodologias especificas no processo de aprendizado de alunos autistas, enquanto
que 60%, a maioria, improvisam métodos pedagógicos por não terem conhecimento
de técnicas especificas. Neste cenário, apenas 13,3% aplicam método adequados
de ensino no processo de aprendizagem.

Figura 13 – Respostas para a 6ª pergunta

Fonte: Desenvolvido pelas autoras

Na figura 13 é possível perceber que 46,7 dos entrevistados não possuem


formação especifica para o atendimento de alunos com autismo.
27

Figura 14 – Respostas para a 7ª pergunta

Fonte: Desenvolvido pelas autoras

Na figura 14 é possível perceber que em 80% dos casos, a turma tem


atitude acolhedora com relação aos alunos com autismo. Nenhum caso de Bullying
foi relatado.

Figura 15 – Respostas para a 8ª pergunta

Fonte: Desenvolvido pelas autoras


28

Na figura 15 é possível perceber que em 80% dos casos, a família é


presente na educação dos filhos autistas.

A pesquisa denota que a formação continuada tem um papel fundamental


na prática profissional do professor. É imprescindível que o educador e qualquer
outro profissional que trabalhe junto à pessoa com autismo seja um conhecedor da
síndrome e de suas características inerentes. Tais conhecimentos devem servir
como sustento positivo para o planejamento das ações a serem praticadas e
executadas.

É um desafio aos profissionais de educação, atender educandos com


necessidades educacionais com qualidade, mas para que isso aconteça o professor
necessita criar estratégias que trabalhe as potencialidades que precisam ser
exploradas. Uma das estratégias para se trabalhar com o aluno com necessidades
educacionais está em criar estratégias, repensar sua pratica pedagógica. O
professor deverá promover um ensino igualitário, já que quando se fala em inclusão
não estamos falando só dos deficientes e, sim, da escola também, onde a
diversidade se destaca.

Quando nos referimos ao papel do professor, pressupomos que se faz


necessário uma intervenção mediatizada por parte deste, nesse sentido, o professor
deixa de ser apenas um transmissor de conhecimentos para ser um orientador, que
estimula o desenvolvimento e a aprendizagem a partir de interações construídas no
envolvimento de toda a turma. Podemos dizer que a mediação “é processo de
intervenção de um elemento intermediário numa relação; a relação deixa, então, de
ser direta e passa a ser mediada por esse elemento” FACION et al. (2009). Através
da mediação, o professor poderá desenvolver ou recriar metodologias diversificadas
para obter uma resposta positiva ao seu trabalho, assim, o professor tem um papel
determinante, pois é ele quem estabelece o primeiro contato com a criança, criando
possibilidades para todos, adequando sua metodologia às necessidades
diversificadas de cada aluno.

É fato que para que realmente haja inclusão se faz necessário um


conjunto de pessoas, tanto na área social quanto educacionais, e em outras áreas,
dando suporte as crianças especiais. O atendimento educacional especializado tem
como função identificar, elaborar e organizar recursos pedagógicos e de
acessibilidade que eliminem as barreiras para a plena participação dos alunos,
considerando suas necessidades específicas.

A educação inclusiva, a partir do reconhecimento e valorização da


diversidade como fator de enriquecimento do processo educacional, tem provocado
mudanças na escola e na formação docente, propondo uma reestruturação da
escola que beneficie a todos os alunos. Acredita-se que pensar na formação
docente, no espaço escolar possibilitará mudanças nas práticas pedagógicas em
relação ao currículo, no ensino e aprendizagem dos alunos, abrindo caminhos para
29

que o educador adicione a investigação aos seus fazeres. A formação deve


representar um espaço de reflexão da ação educativa e das práticas pedagógicas
para validar os conhecimentos e pressupostos que fundamentam o aprender na
escola.
30

CONSIDERAÇÕES FINAIS

A luz da pesquisa, pode-se observar que o exercício da inclusão consiste


em uma atividade desafiadora, uma vez que ao se receber alunos com deficiência
as escolas enfrentam desafios em relação a adequações ambientais, curriculares e
metodológicas. Outro desafio está em relação ao despreparo dos educadores na
questão de que a educação especial atue de forma articulada com o ensino comum,
procurando atender as necessidades educacionais especiais de alunos com
deficiência.

O despreparo dos educadores para a diversidade de aprendizagem, bem


como o exercício da prática educacional inclusiva, representa um grave problema
que podem gerar sérios equívocos educacionais. A formação dos professores é um
caminho para a construção de uma escola inclusiva. Uma política de formação de
professores é um dos pilares para a inclusão escolar, pois a mesma pode ser
considerada como um dos elementos importantes para o exercício de uma prática
docente inclusiva.

Acredita-se que nos cursos de formação de professores deve ser


discutido a temática da diferenciação do ensino. Na perspectiva da inclusão escolar,
os professores devem estar preparados para lidar com a diversidade, inclusive e
especialmente com a diversidade do alunado com necessidades educacionais
especiais, que durante seu processo de escolarização pode apresentar algumas
peculiaridades.

Em relação ao problema da pesquisa, se a escola e os professores estão


preparados para a inclusão da criança autista, observou-se que os professores
recebem apoio de profissionais da área de saúde que trabalham com o aluno, como
fonoaudiólogos, poderão esclarecer as necessidades de crianças e sugerir,
alternativas para o atendimento dessas necessidades, apoio do sistema público em
relação as salas multifuncionais ou salas de apoio, são realizados constantemente
grupos de estudos e formação em autismo e libras.

A inclusão de crianças autistas é necessária para o preparo para a vida


em comunidade, dando oportunidade de conviver com crianças que não possuem a
síndrome. Mas é preciso que os professores sejam capacitados para atender as
crianças com autismo. A inclusão dessas crianças em escolas regulares promoverá
experiências de socialização, tornando-as o mais independente possível. Diante
deste contexto espera-se que os professores sejam capazes de acolher a
diversidade e estejam abertos às práticas que incluem o conhecimento da legislação
vigente. Após esse estudo observou-se que a formação do educador é essencial
para que ele tenha conhecimento sobre a necessidade da criança Autista em
relação às defasagens na área social, linguagem e comportamento, devido a esse
31

fato é inegável que a criança que apresenta essa defasagem necessite de


profissionais que trabalhe, que respeite suas limitações e proporcione métodos de
intervenção de aprendizagem que atendem essas crianças.

Conclui-se que o professor deve estar sempre em busca de formação


para aperfeiçoar sua habilidade de repassar seu conhecimento de forma didática
fazendo com que o autista se sinta confiante no ambiente escolar. Avalia-se que
mesmo com os avanços nos últimos anos, ainda há muito por fazer quanto à
inclusão, especialmente das crianças com autismo, pois cada um precisa estar.
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