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Artigo - II SETED 2018
Artigo - II SETED 2018
Artigo - II SETED 2018
Esta pesquisa analisa a articulação dos discursos que emergem de três jornais e um
portal de notícias durante a greve das universidades federais brasileiras entre os meses
de maio e outubro de 2015. Esta análise, portanto, trata de aportar elementos de análise
sobre o papel que jogam os meios de comunicação massivos de movimentos sociais,
neste caso no período e fenômeno apontados. Nossa metodologia de análise da
cobertura jornalística utiliza primordialmente as bases da Análise Crítica do Discurso, e
uma série de autores que discorrem sobre o poder simbólico concentrado pelas empresas
de comunicação, em particular Pierre Bourdieu. Nos ocupamos dos discursos dos meios
na medida que configuram uma prática social que produz e reproduz o abuso de poder,
legitima ou deslegitima porta-vozes e conforma a opinião pública, de acordo com a
vertente teórico-metodológica de leitura discursiva de Teun van Dijk e Norman
Fairclough.
Palavras-chave: Análise do discurso, campo jornalístico, poder simbólico,
universidade brasileira.
1
UFRN, doutora em Educação, estudante de Letras Língua Espanhola, sgalva@bol.com.br.
como proposto por Bourdieu (2004a, p. 128), “um informe dos informes produzidos por
sujeitos sociais”.
2
Utilizamos a referência de Abramo (2003) para abordar a manipulação que, segundo ele, é praticado
pela maioria da grande imprensa no Brasil. “A maior parte do material que a imprensa ofrece ao público
tem algum tipo de relação com a realidade. Mas essa relação é indireta. É uma referencia indireta à
realidade, mas que distorce a realidade.” (ABRAMO, 2003, p. 23).
midiáticas terminam por constituírem-se em “palavras de ordem do discurso da
modernidade”. (idem, p. 15)
1) Se a cobertura jornalística tivesse sido 100% positiva, a média seria 1. Se tivesse sido
100% negativa, a média seria -1. Se tivesse sido 100% neutra, a média teria sido 0.
2) Com base na leitura dos dados, depreende-se que o Correio Braziliense foi a
publicação com teor informativo mais favorável à greve, com uma média de 0,62. A
Folha de S. Paulo foi a publicação que mais apresentou pontos de vista contrários à
greve, com uma média de – 0,17.
3) É possível apontar, ainda, que a cobertura foi moderadamente positiva à greve, com
uma média geral de 0,23. Ou seja, apesar do viés em geral contrário à universidade
pública, mais da metade (54) do total de declarações selecionadas para análise (94) foi
positiva, ou 57,4%. Ressaltamos o fato de que neste corpus discursivo-declaratório, não
estão incluídos os quatro editoriais do OESP e dois da FSP, e tampouco os oito artigos
de opinião publicados pelos dois veículos, 100% críticos à greve das universidades.
Considerações finais
Referências