Você está na página 1de 33

INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E

TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA


DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETROTÉCNICA
CURSO SUPERIOR DE ENGENHARIA ELÉTRICA

APLICAÇÕES DA IOT EM EDIFÍCIOS

FLORIANÓPOLIS, 2019.
INSTITUTO FEDERAL DE EDUCAÇÃO, CIÊNCIA E
TECNOLOGIA DE SANTA CATARINA
DEPARTAMENTO ACADÊMICO DE ELETROTÉCNICA
CURSO SUPERIOR DE ENGENHARIA ELÉTRICA

BRUNO VIANA SCHROEDER


EMANOEL BAUER
LEONARDO VINICIUS MARTINS RAMOS
MARIA HELENA DEMETRIO DE SOUSA
MARINA BORTOLUZZI SOBRAL

APLICAÇÕES DA IOT EM EDIFÍCIOS

Projeto de Pesquisa submetido ao


Instituto Federal de Educação,
Ciência e Tecnologia de Santa
Catarina como parte dos requisitos
para obtenção de aprovação nas
disciplinas Comunicação e
Expressão, Metodologia de Pesquisa
e Projeto Integrador.

Professor Orientador: Daniel Tenfen,


dr.

Professor Co-orientador: Celio Alves


Espindola dr.

FLORIANÓPOLIS, 2019.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO …………………..………….……...…….
……....……….…..…..03

1.1 Definição do Problema.…...…...………..……...…....…….…………….……03

1.2 Hipóteses...……………………..…………………...….
..….……………………03

1.3 Justificativa……………….……………………….…....…..……………………04

1.4 Objetivo Geral….……….………………………….…...


..….……………………04

1.5 Objetivos específicos....………………………….….…….…..………………04

1.6 Metodologia…..……….………………………….…….
….…..…………………04

2 DESENVOLVIMENTO….………………………….…...…..……………………06

2.1 Contextualização da IoT.………………………….….……..…………………06

2.1.1 Histórico…………..…….…………………………..…......………………………06

2.1.2 Definição …………….……………………………..…......………………………08

2.2 Aplicações………….……………………………….…..….….…………………09

..…….…………………09
2.2.1 Condições para a implementação da IoT………………….….

..…….…………………13
2.2.2 Objetos eletrônicos…………………..……………...….

2.2.3 Objetos elétricos.…….…………………………….…...…..….…………………15

…..….…………………16
2.2.4 Objetos não elétricos……………………………..….….

2.3 Aplicações em edifícios………..……………….….....…….…………………18

2.3.1 Segurança da informação….…..……………...…...…..…….…………………19

2.3.2 Iluminação…………………..……………………...….....…….…………………21

...…….…………………22
2.3.3 Climatização...…………………………………………..

..…….…………………23
2.3.4 Monitoramento…………………………………….…….

2.3.5 Proteção física…………………………………….……...…….…………………25

...………………………27
2.3.6 Eficiência energética……………………………………

3 CONCLUSÃO….…………….….………..…..…….….
..……..…………………29

REFERÊNCIAS……...….………………..….…….……
..……..…………………30
3

1 INTRODUÇÃO

IoT (Internet of Things) é o termo usado pelo conjunto de sensores e


dispositivos inteligentes que se comunicam entre si através do uso da internet,
captando constantemente informação. Sua popularização vem crescendo, na
medida em que seus benefícios se tornam mais conhecidos.
No setor elétrico, a IoT tem muita utilidade, devido a capacidade de:
fornecer um feedback rápido e simples das máquinas associadas, controlar o
fornecimento de energia elétrica aos equipamentos e possibilitar a programação de
um conjunto de ações caso ocorra algum erro, como por exemplo, um reboot do
sistema.
Devido à suas vantagens, as tecnologias voltadas para o uso da IoT
podem suprir a necessidade de gerir sistemas de energias cada vez maiores de
forma mais eficiente e, também, pode ser usada em casas inteligente, diminuindo o
consumo de energia e otimização as funções dos equipamentos elétricos.
Portanto o foco do artigo será as aplicações da IoT em edifícios,
apontando as suas vantagens e desvantagens.

1.1 Definição do Problema

Quais são as possíveis aplicações da IoT em edifícios?

1.2 Hipóteses

A IOT deve proporcionar aos interessados e usuários


a) Privacidade garantida para residentes e visitantes;
b) Aumento da segurança física dos moradores;
c) Melhora no controle de monitoramento;
d) Maior eficiência energética e redução dos custos operacionais de um
edifício;
e) Maior conforto e praticidade para os residentes.
4

1.2 Justificativa

A IoT é uma tecnologia que já é aplicada em diversos lugares do mundo e


possui, atualmente, a maior expectativa em relação ao mercado mundial já
vivenciada. Isso faz com que a demanda de estudos acerca da aplicação dessa
tecnologia seja ampla e crescente.
Além disso, as pessoas tendem a procurar cada vez mais por processos
que agilizem sua rotina, acrescentam conforto, segurança e modernidade.
Encontram na IoT, portanto, a oportunidade de automatizar processos que antes
eram manuais, alcançando seus objetivos de forma satisfatória.
Na mesma medida, os debates em torno da redução dos custos de
energia elétrica associado aos da eficiência energética também são acrescidos de
possibilidades vistas com boa perspectiva. O que enfatiza significamente a
importância do estudo e aprofundamento da Internet Of Things.

1.3 Objetivo geral

Apresentar as aplicações da IoT em edifícios.

1.4 Objetivos específicos

a) Contextualizar a IoT;
b) Apresentar as aplicações gerais da IoT;
c) Relatar as aplicações d em edificações;

1.6 Metodologia

O método de pesquisa utilizado é o analítico, na qual foram aplicados


tratamento de cunho qualitativo de pesquisas. De acordo com as pesquisas
exploratórias realizadas em ambientes virtuais acessados via IFSC, a pesquisa
sobre IoT busca mostrar vantagens de sua implementação em edificações e
residências. Sendo assim a pesquisa foi desenvolvida a partir de: 1. Pesquisas web
gráfica - onde foi analisado como a tecnologia IoT funciona; 2. Debate entre o grupo
5

sobre como a IoT se aplica no cotidiano e suas influências nas residências e


edificações.
6

2 DESENVOLVIMENTO

São muitos os debates acerca da utilidade da IoT. Esse projeto de


pesquisa, portanto, trará a contextualização, aplicações gerais e aplicações
específicas em edifícios como forma de apresentar a Internet Of Things.

2.1 Contextualização da IOT

Estamos vivendo uma era de modernização de processos. De forma


crescente, aliamos o uso de tecnologia ao nosso cotidiano, gerando dependência
desses artifícios, porém trazendo agilidade e praticidade. Na busca de otimizar
tomadas de decisões e realização de tarefas de forma eficaz, surgiu a ideia de IoT.
(LUCAS; SILVA, 2019)
Após seu aparecimento, portanto, é necessário que os profissionais das
áreas tecnológicas entendam a base de funcionamento principal, além do histórico
de criação. Isso para que cada vez mais as inovações acerca desse tipo de
dispositivo seja eficaz e modernizadora.

2.1.1 Histórico

Em 1990, havia apenas três milhões de pessoas com acesso a internet e


313.000 computadores (não dispositivos) de acordo com o worldmapper (1990).
Apesar da rede mundial de computadores ser inventada em 1989, não era de uso
comum. Era uma mundo sem smartphones, Pen drive ou USB, em que as
informações eram carregadas em papel. Em 1990 as pessoas que trabalhavam com
o conhecimento da internet conheciam umas às outras e frequentemente se
encontravam na Interop, - feira de dispositivos de computador, eletrônicos e testes
de interoperabilidade de produtos relacionados à Internet. - onde os concorrentes se
reuniam para testes amigáveis e encontros sociais, além de ajudarem a administrar
a rede de TI.
Nessa época, John Romkey e seus colegas estavam investindo na SNMP
(Protocolo Simples de Gerenciamento de Rede), um protocolo que permite o usuário
a ler e escrever variáveis em um agente remoto. Até esse momento, este tinha sido
usado apenas para gerenciar dispositivos como roteadores e habilitar e desabilitar
7

interfaces de rede. Porém, John Romkey queria provar que com essa ferramenta o
controle físico era possível, expandindo para um quadro maior que levaria a
controles ambientais. Assim, uma torradeira (ilustrada na figura 1 para fins didáticos)
foi escolhida para o controle físico por ser um aparelho simples e ridículo para ser
controlado pela internet, do qual todos poderiam entender. Portanto, foi nesse
momento que o primeiro dispositivo IoT surgiu apesar de esse nome ainda não ter
sido criado (ROMKEY, 2016).
O termo Iot (Internet of Things) foi usado pela primeira vez em uma
apresentação feita por Kevin Ashton para a Procter & Gamble (P & G) em 1999.
Tudo começou quando Kevin cismou com um tom de batom da sua linha de
cosméticos que apesar de ter nos estoques da P & G, nunca conseguia manter nas
prateleiras da loja local. Mais ou menos na mesma época, varejistas do Reino Unido
estavam investindo em cartões de fidelidade com um sistema de RFID - chips
ativados via rádio em que pequenos pedaços de dados eram transmitidos sem
nenhum fio ou leitor. Kevin teve a idéia de aderiram essa inovação aos produtos
(incorporando microchips nos batons), seguindo a lógica de que se os chips
possibilitam a transmissão de dados de um cartão, aqueles mesmos poderiam dar a
informação à loja do que estava nas prateleiras.
Assim, fez uma apresentação sobre sua idéia, o que levou a reuniões
entre a P & G, Ashton e MIT (Massachusetts Institute of Technology). Com estes, foi
criado o Centro de Auto-ID para estudar e desenvolver o RFID para a criação de
uma ”embalagem inteligente”. Posteriormente, Ashton deu centenas de
apresentações para líderes corporativos sobre o potencial da RFID e como cada
chip era capaz de “falar” com uma rede sem fio e revelar um pouco de dados sobre
si mesmo. E o termo “Internet of Things” usado na sua apresentação com e P & G foi
adotado como conceito. (NEWSWEEK, 2015).
“Vincular a nova idéia de RFID na cadeia de suprimentos da P & G para o
até então tópico quente da Internet era mais do que apenas uma boa maneira de
obter atenção do executivo”. (ASHTON, 2009, tradução nossa).
8

Figura 1 - Ilustração do primeiro objeto IoT

Fonte: ROMKEY (2016).

2.1.2 Definição

Internet Of Things é o conceito definido por um conjunto de dispositivos


conectados pela internet, os quais possuem comunicação e uma central de controle.
Esse sistema coleta e/ou recebe informações sobre o cotidiano de um ambiente,
processa esses dados e, aliado com as preferências escolhidas pelo usuário,
consegue tomar ou auxiliar em decisões inteligentes pelos aparelhos ligados
(lâmpadas, portas, ar-condicionadores, etc…) visando a comodidade, a segurança e
a economia de gasto.
9

A IoT pode ser definida como a comunicação máquina a máquina (M2M) via
Internet, que permite que diferentes objetos, de carros a máquinas
industriais ou bens de consumo como calçados e roupas, compartilhem
dados e informações para concluir determinadas tarefas. A base para o
funcionamento da IoT são sensores e dispositivos, que tornam a
comunicação entre as “coisas” possível. Além disso, é preciso um sistema
de computação para analisar os dados recebidos e gerenciar as ações de
cada objeto conectado a essa rede. (SAP BRASIL, 2016, p.1)

Sua popularização vem crescendo na medida em que seus benefícios se


tornam mais conhecidos. No setor elétrico, a IoT tem muita utilidade, devido a
capacidade de: fornecer um feedback rápido e simples das máquinas associadas,
controlar o fornecimento de energia elétrica aos equipamentos e possibilitar a
programação de um conjunto de ações caso ocorra algum erro, como por exemplo
um reboot do sistema, entre outras utilidades. Por isso, podemos dizer que “a
Internet das Coisas tem o potencial de mudar o mundo, assim como a Internet fez.
Talvez até mais.” (ASHTON, 2009, tradução nossa).

2.2 Aplicações

A IoT possibilita um leque diverso de aplicações que cresce ao passo que


surge novas inovações e necessidades. Atualmente, a IoT é aplicada na construção
de cidades inteligentes; no setor da saúde, através do monitoramento de pacientes;
na logísticas de empresas, ao identificar automaticamente o estoque de
mercadorias; na agricultura, auxiliando na contabilização das safras; entre outras.
Esse tópico tratará sobre as condições para a implementação da IoT,
assim como sua aplicação, de forma a explicar o funcionamento e a utilidade, em
objetos elétricos, eletrônicos e não elétricos.

2.2.1 Condições para a implementação da IoT

Para que seja entendido como funciona a IoT é necessário dividi-la em


três partes: dispositivos, comunicação e sistema de controle. Os dispositivos são
objetos comuns, já a comunicação é a possibilidade de enviar e receber informações
da nuvem e o sistema de controle é o local de processamento e tomada de
decisões, as quais podem ser feitas de forma automatizadas ou manuais.
A maioria dos objeto comuns podem ser conectados à rede e, para isso,
apenas precisam de um meio eficaz de acesso à ela. Podem ser empregado
10

sensores no objeto para atingir tal objetivo, por exemplo. Esses sensores levam a
informação para um armazenamento de dados, como por exemplo, a nuvem.
(SANTOS, Bruno P et al, 2016).
Para que a comunicação seja efetivada deve existir uma rede que alcance
todo o espaço do edifício ou casa de forma uniforme e de boa qualidade. Isso
porque apenas dessa forma que a IoT poderia atender com excelência toda sua
capacidade de funcionamento e se tornaria uma alternativa interessante e pronta
para atender às expectativas atuais acerca do seu uso.
A nuvem permite e potencializa o uso da IoT, dado que: é um meio de
armazenamento físico dos dados coletados na rede; nela há um sistema de
segurança e privacidade para que os dados estejam seguros; e ela possibilita a
mobilidade, isso significa que o usuário pode acessar os dados armazenados em
qualquer dispositivo, momento e lugar.
Existem possíveis condições de acesso à rede que podem ser usados
para o trabalho da IoT, para um melhor entendimento será analisado os aspectos de
uma rede referentes à figura 2.
● Protocolo: é uma padronização da linguagem e regras que possibilita a
comunicação entre dispositivos variados. Em uma rede existem
diversos protocolos para que determinadas funções aconteçam. Eles
são os responsáveis por dividir os dados transmitidos pela rede em
pacotes cheios de informações.
● Alcance: distância que o protocolo admite transferência de dados sem
perda de pacotes;
● Frequência: velocidade em que o protocolo opera;
● Taxa: quantidade máxima de dados transferidos por segundos.
11

Figura 2 - Possíveis protocolos de acesso à rede e suas características

Fonte: Adaptado de UFMG (2016).

Os protocolos descritos na figura 2 são:


● Ethernet: é o padrão mais utilizado na maior parte de redes locais com
fio devido a simplicidade (fácil manutenção e baixo custo), porém tem
como característica não apresentar mobilidade. Pode ser usado com
cabos do tipo par trançado ou fibra ótica, sendo o cabo de par trançado
limitado a 100 metros sem o uso de repetidores de sinal e a fibra ótica
alcança até 2000 metros.
● Wi-Fi: Desenvolvido como uma alternativa para o padrão Ethernet, o
padrão wi-fi apresenta um conjunto de padrões de transmissão e
codificação que permitem a comunicação entre aparelhos a distância.
Porém, além de não ser projetado para operar com reduzido custo de
energia, na realidade é comum apontar muitas falhas de conexão por
conta de seu curto alcance.
● BLE: O protocolo bluetooth é o mais utilizado dentre as tecnologias de
rede sem fio para PAN’s (Personal Area Network). Tendo sua versão
mais recente podendo atuar em malha, se apresenta como um meio
inicialmente vantajoso para a utilização em IoT’s:
● ZigBee: O padrão ZigBee apresenta como vantagens um baixo custo e
consumo energético, além de permitir que os equipamentos entre em
modo “dormindo” por longos períodos, porém, necessita de um
gateway para realizar a comunicação com dispositivos que não usam o
ZigBee.
12

● 3G/4G: Os padrões de telefonia podem ser muito bem utilizados para


casos em que se necessita de alcançar grandes distâncias, tal como,
chegar em locais mais isolados. Porém utiliza de alto consumo elétrico,
e pode apresentar muitas falhas de rede.
● Sigfox: O protocolo Sigfox utiliza de uma tecnologia recente que
permite lidar com pequenas taxas de transferência de dados além de
ter um baixo consumo de energia, possui um bom alcance e atua com
suporte a vários dispositivos.
● LoRaWan: Padrão utilizado para cobrir grandes áreas sendo em escala
regionais, nacionais ou até globais. Também apresenta um baixo custo
e está sendo muito adotada por várias empresas de hardware.

O sistema de controle é o local de acionamento das ações que serão


tomadas. Essas ações, portanto, podem ser automatizadas, manuais, ou adaptadas
conforme preferência do usuário.
Quando os processos são automatizados, a IoT atua com o auxílio de um
banco de dados. Pode-se citar: horários pré definidos para que seja ligado
determinados dispositivos, lâmpadas que acendem por sensor de presença, etc.
Nesses contextos, o dispositivo reconhece a situação e atua instantaneamente como
é programado para tal.
No caso de um controle manual, a IoT auxilia na tomada de decisões. Um
IoT programado para verificar o estoque da geladeira de uma casa associado ao site
de compras de um supermercado, por exemplo, recomendaria a compra online de
determinado produto o qual está em falta, mas não o compraria instantaneamente.
De acordo com Higa (2016), o frigobar Hub da Samsung, mostrado na
figura 3, já possibilita a compra de alimentos pela internet a partir da verificação de
estoque, entre outras funções disponíveis à ele. Esse frigobar, portanto, já atua com
a IoT. Uma inovação, nesse caso, seria associar esse sistema de controle presente
na porta do frigobar ao aparelho móvel do responsável pela residência.
É muito comum, portanto, ver esses dois tipos de controle programados
para trabalharem juntos, o que cria um sistema misto mais conveniente. São
diversas funções diferentes que pretendemos automatizar, logo, dependendo do
objetivo, a IoT é programada e ajustada para atuar da melhor maneira possível.
13

Figura 3 - Frigobar Hub da Samsung

Fonte: MaisTecnologia (2017).

Mesmo que hoje já existam muitas tecnologias consideradas habilitadoras


da IoT, continua sendo necessário que, cada vez mais, aconteçam evoluções
desses mecanismos para que seja possível viabilizar o uso e a adoção desta
tecnologia em ampla escala.
A evolução das tecnologias de armazenamento de dados, o constante
aumento no poder dos processadores e as ferramentas de softwares para a
gestão da computação elástica e em nuvem são importantes habilitadoras
para a realização da IoT. (OLIVEIRA et al, 2017, p.3)

2.2.1 Objetos eletrônicos

Objetos que já possuem determinada comunicação com o usuário para a


sua operação são os considerados objetos eletrônicos. Eles já têm funções
programáveis e/ou ajustáveis, possibilitando aplicações mais diversas.
Um exemplo desse tipo de objeto é uma cafeteira que têm uma
programação ajustável de horário para começar a fazer café. A IoT, à vista disso,
poderia associar essa programação a um controle manual pelo smartphone. A
cafeteira Arist, a qual será apresentada a seguir na figura 4, já permite que, por um
14

aplicativo, o usuário consiga controlar todo o preparo do café pelo dispositivo móvel
do usuário.
Essa cafeteira trabalha com sensores NFC. Eles vêm como etiquetas que
devem ser coladas nas xícaras para identificar qual tipo de café se pretende fazer.
Quando a xícara é colocada no bocal e o reconhecimento da receita desejada é
feito, e, após isso, o aplicativo da Arist permite a configuração do preparo pelo
próprio smartphone do usuário e à distância. (REDAÇÃO HYPENESS, 2014).

Figura 4 - Cafeteira Arist

Fonte: Kickstarter (2014).

Podemos citar também os relógios inteligentes, os quais com a utilização


de sensores consegue monitorar os batimentos cardíacos de quem o utiliza, pré-
escrever uma ficha médica e, com o IoT, pode enviar essas informações ao médico
responsável em tempo real.
A fechadura eletrônica proporciona ao proprietário a possibilidade de
destrancar e trancar a porta remotamente, também podendo configurar para manter
a porta aberta enquanto o dispositivo, geralmente o smartphone, estiver próximo.
Com a adição de uma outra ferramenta, uma campainha eletrônica que, ao ser
acionada, envia um vídeo do visitante ao smartphone do proprietário que pode abrir
a porta remotamente para a visita.
15

2.2.2 Objetos elétricos

Objetos elétricos são aqueles que funcionam como receptores da energia


elétrica em seus circuitos, tem um circuito simples, basicamente um acionamento e,
de forma mais simplificada, alterna entre os estados ligado e desligado.
Já que não possuem meio de comunicação interno, a tecnologia IoT pode
ser usada para fazer seu controle a distância. Por exemplo, um conjunto de
lâmpadas acionados remotamente ou programadas para serem ligadas, em
determinados dias e horários na semana. Até mesmo um aquecedor poderia ser
acionado pelo smartphone para que, quando o morador chegasse em casa, a
mesma estivesse aquecida conforme o desejo desse usuário.
O chuveiro elétrico "MyShower", que será mostrado na figura 5 a seguir,
calcula o gasto de água e energia durante o banho e informa o tempo que foi
decorrido. Além disso, ele emite um som a cada três minutos que serve como um
alerta de controle de tempo para o usuário. (LEITE, 2015).

Figura 5 - Chuveiro elétrico MyShower.

Fonte: G1 GLOBO (2015).


16

Um trabalho da UFRS (Universidade Federal do Rio Grande do Sul), de


2015, escrito por Grace Mungunda Waka, desenvolve sobre o controle de tomadas
elétricas usando Internet Of Things, possibilitando o controle remoto do fornecimento
de energia aos aparelhos em uma residência, enquanto entrega informações sobre o
consumo elétrico. Esse sistema entrega segurança - garantindo que ele sempre
tenha ciência de quais são dispositivos ligados à rede, evitando acidentes por falta
de atenção ao deixar algo ligado ao sair de casa - e a possibilidade de economia,
através do repasse dos dados sobre quais são os pontos que mais demandam
energias e quando isso acontece, proporcionando uma revisão do consumo.

2.2.4 Objetos não elétricos

Objetos não elétricos (não dependem da energia elétrica para funcionar)


também podem ser manipulados com a tecnologia IoT. Mesmo não tendo circuito
elétrico, com o auxílio de máquinas externas, é possível interagir com esses objetos
de forma otimizada.
Portas e janelas podem ser trancadas depois do escurecer, através de um
mecanismo em suas trancas ligados à rede, possibilitando o automatização do
comportamento desses itens.
Esse tipo de aplicação exige mais trabalho, já que, além do objeto que
será manipulado, será necessário fazer a instalação de dispositivos que consigam
comunicar com a internet e operar o produto.
O Nabaztag, que será apresentado a seguir na figura 6, foi o primeiro
objeto inteligente comercializado em escala. De acordo com Lins (2017), nesse
objeto decorativo em forma de coelho foi incorporado sensores e atuadores que,
quando conectados a wifi, poderia ser programado para receber a previsão do
tempo, ler e-mails ou notícias, entre outras aplicações.
17

Figura 6 - Nabaztag

Fonte: Wikipédia (2019).

Outro exemplo que podemos citar é a pulseira MagicBand, retratada na


figura 7, o qual é usada na Disney. Essa pulseira tem um chip de rádio de frequência
embutido, o RFID. Com esse chip é possível identificar a localização de um visitante
dentro do parque, lojas e hotéis. Além disso, ela também é usada para pagamentos,
como chave do quarto alugado e para fastpass (acesso à um brinquedo por filas
menores). (LINS, 2017).

Figura 7 - Magic Band

Fonte: Grupo Dicas Viagem e Turismo (2016).


18

A Ambient Devices, uma empresa especializada em incluir tecnologia em


objetos comuns, criou um guarda-chuva com um receptor de rádio incorporado em
seu cabo, conforme a figura 8. Esse receptor possui dados de clima de 150 lugares
dos Estados Unidos e acende caso haja previsão de chuva nas próximas 12 horas
na localidade em que ele se encontra.
Figura 8 - Guarda chuva inteligente

Fonte: G1 Globo (2007).

2.3 Aplicações em edifícios

Após verificar a extensa gama de possibilidades que hoje são


mensuráveis para os objetos ao utilizar a IoT, é possível vislumbrar a capacidade
dessas aplicações em edifícios residenciais.
De acordo com Vanderlei Rigatieri (2019), presidente da WCD Networks,
as construtoras veem a IoT como um diferencial competitivo. Isso porque as
possibilidades de aplicações trazem muitas vantagens no que se refere à melhora na
qualidade de vida dos residentes.
Embora traga muitos benefícios, o uso da IoT em ambientes residenciais
também pode ser desvantajoso no ponto de vista do morador, principalmente em
relação ao custo e a privacidade.
Algumas dessas possibilidades, portanto, serão expostas a seguir nesse
tópico.
19

2.3.1 Segurança da informação

Um sistema IoT funciona com base no volume de informação coletada:


quanto maior o volume, melhor o funcionamento. Devido a esse aspecto dessa
tecnologia, os fabricantes buscam baratear a venda desses produtos para que sejam
comprado um volume maior deles e a coleta de dados se torne mais eficiente.
Conforme Meurer (2018), para alcançar o preço desejado é comum diminuir os custo
com a proteção do software, fragilizando a segurança das informações armazenadas
sobre o edifício e seus usuários.
Já que os dados coletados por um sistema IoT podem dizer muito sobre
um indivíduo, um terceiro que tiver acesso a esses arquivos pode se aproveitar deles
para seu próprio interesse. Por exemplo, realizar um assalto a residência: é mais
fácil roubar itens de uma casa, sabendo quando o morador não está presente. Essa
informação pode ser coletada através do histórico dos sensores de movimento
usados para iluminação da casa.
Em certas situações, não é necessário a presença física dos criminosos
da casa para que se tenha perdas, visto que há aparelho ligados a rede que já
possuem dados bancários para realizar compras de forma otimizada. Uma Smart
TV, conectada ao conjunto IoT, com as credenciais cadastradas da conta do banco
para realizar a compra rapida de mídias pela internet, pode se tornar o alvo de
hackers que buscam retirar dinheiro do depósito de um cidadão, sem ele perceber
ou ter como deter.
Segundo Meurer (2018), há diversas fraquezas explorada que ocorrem
com frequência nos aparelhos IoT: muitas empresas usam uma senha padrão em
todas suas mercadorias, condenando todo um conjunto de dispositivos se alguém
mal intencionada a decifrar: o próprio usuário optar por uma senha fácil de lembrar,
prejudicando a proteção do item; a conexão com a rede é insegura, permitindo
acesso de terceiros; o armazenamento dos dados é feita de forma externa em um
servidor nuvem não protegido, facilitando o sequestro de informação.
Existem várias formas de invadir um dispositivo IoT, se aproveitando
dessas fraquezas. O ataque do homem do meio se baseia em interceptar a
comunicação de um dispositivo para outro, atacando o servidor que realiza o diálogo
20

entre as partes. Nessa situação, tanto as informações enviadas podem ser


acessadas por um terceiro, quanto a mensagem original pode ser modificada e
enviada para o destinatário, como se viesse de uma fonte confiável. A figura 9
exemplifica a situação: a comunicação que havia entre os dois pontos foi desviada e
agora passam por um intermediário, antes de chegarem ao seu destino original.
Câmeras e sensores, muitas vezes, são alvos desses ataques por passarem
imagens do interior de uma residência e quando hackeadas, podem ser usadas para
ocultar um arrombamento (ANDRADE; SANTOS, 2018).

Figura 9 - Ilustração do funcionamento de um ataque do homem do meio.

Fonte: ANDRADE; SANTOS (2018).

Essas fragilidades podem ser corrigidas através da aplicação de senhas


mais complexas, implantar sistema de autenticação de dois fatores, limitar a
quantidade de coleta de informação necessária, usar uma criptografia adequada
para proteção dos dados e entre outras maneiras que aumentam a segurança.
(Meurer, 2018)
Nenhum sistema é impossível de ser hackeado, porém dificultando o
acesso inapropriado a informação, invasores vão desistindo. Esses ataques são
feitos com intuito de conseguir dinheiro fácil, através de pedidos de resgate de
material sensível sequestrado ou acesso a informações bancárias. Se um alvo for
muito difícil de ser roubado, os hackers desistem.
21

2.3.2 Iluminação

Em determinados ambientes, apenas a comunicação entre o sensor de


presença e o sistema de iluminação já garante um bom desempenho de eficiência
energética. Isso porque as atividades que ocorrem nesses tipos de lugares são
baseadas na movimentação e os sensores são bons parâmetros para medi-la.
Alguns exemplos desses ambientes são as escadas e os corredores, nos quais o
fluxo de pessoas se iguala à necessidade de luzes acesas.
Em determinados casos, porém, os sensores de movimento devem estar
associados à mais um dispositivo, podemos citar um protótipo que conta com uma
câmera treinada para reconhecer atividades e atuar sobre elas. Isso faz com que
sejam evitados gastos desnecessários e aumenta a comodidade das pessoas.
É importante ressaltar que a presença das pessoas não significa
necessariamente que as luzes devem estar ligadas. Assistir à televisão ou deitar-se
na cama para dormir, por exemplo, são atividades que não necessitam de
iluminação total. Por isso, o sensor de presença sozinho, em determinados
ambientes, não atende de forma adequada a diminuição do desperdício de gastos e
precisa de um sensoriamento mais complexo para atingir esse objetivo.
Da mesma forma, a falta de movimentação, em outros ambientes,
também não significa ausência de pessoas e de necessidade de iluminação. Uma
pessoa pode, nesse caso, estar parada lendo um livro em certo cômodo de uma
casa. Nessa situação também é necessário que haja sensores com câmeras mais
complexos que identificam a atividade que está sendo realizada.
Outra maneira de contornar essa situação seria criando uma central de
controle mista com conexão ao smartphone do usuário. Dessa forma, ele poderia
ajustar de forma prática e rápida as configurações da iluminação quando pretender
mudá-las.
No que se refere à comodidade, a IoT reduziria tarefas repetitivas que
antes eram de dever das pessoas. Desligar todas as luzes de uma residência antes
de sair da mesma é um exemplo de gastos de tempo que seria evitado. Nesse caso,
a iluminação geral poderia estar vinculada à fechaduras eletrônicas e, ao perceber
falta de pessoas associado ao travamento das portas, notaria que existe uma
ausência quanto à necessidade das lâmpadas estarem ligadas.
22

2.3.3 Climatização

O controle térmico é um aspecto importante para garantir o conforto de


um ambiente. Da invenção primitiva da fogueira à invenção do moderno ar-
condicionado, sempre houveram buscas para que se pudesse ajustar a temperatura.
Hoje, portanto, já conseguimos criar ferramentas eficientes para controlar a
climatização e estamos dando um novo passo nessa área, através do uso de IoT.
Usando o conceito de Internet of Things é possível automatizar um
sistema de climatização para atender de forma eficaz aos moradores de uma
residência. Para possibilitar esse feito, o auxílio de sensores é indispensável pois
possibilita obter os parâmetros internos e externos de temperatura de forma
instantânea, e com a conectividade em uma central de controle é possível programar
o uso das máquinas de acordo com a rotina do usuário e, dessa forma, é alcançado
o melhor conforto e praticidade possível. (Medina, 2017).
Outra vantagem oferecida pelo uso de IoT em um conjunto de
climatização é o fácil controle do sistema através de aparelhos móveis. Qualquer
dispositivo com acesso à rede, o qual tem acesso à nuvem e às informações
disponibilizadas nela, é capaz de modificar os comandos pela rede para as
máquinas, no caso de eventuais mudanças manuais na rotina padrão programada
dos equipamentos.
Na figura 10, portanto, o controle pelo smartphone é misto. Isso significa
que algumas funções são automatizadas por banco de dados mas ajustáveis
manualmente. Esse ajuste no sistema de climatização de uma casa é essencial visto
que imprevistos podem ocorrer, como filas de trânsito, necessidade de hora extra no
trabalho, etc. Sendo assim, mesmo que o morador saia de sua rotina, facilmente ele
ajustaria o controle.
23

Figura 10 - Controle do sistema IoT de uma residência através de smartphone

Fonte: Blog Intelbras (2019).

Já na recepção e nas áreas comuns de um edifício, o sistema de


climatização poderia ser completamente automatizado e ligado por definição de
horário. Isso porque nesses lugares há uma necessidade do ambiente estar sempre
em uma temperatura agradável. Mesmo assim, é bom que exista uma central
ajustável para que possíveis imprevistos possam ser sanados.

2.3.4 Monitoramento

Já é possível encontrar algumas construções inteligentes no Brasil com


certo nível de tecnologia e dentre elas, pode-se citar as edificações que possuem
sistemas de monitoramento complexos. Nesses edifícios, o sistema conta com
alarmes, sinalizadores e câmeras que possuem, por exemplo, reconhecimento facial,
controle de intrusão, contagem de pessoas, cadastro de visitantes e reconhecimento
e análise de atividades, sendo estas funções interligadas em uma única central.
A IoT é capaz de aumentar a confiabilidade do que se refere ao
monitoramento dentro de um edifício pois, com precisão, dá respostas rápidas para
cada situação e atua em atividade ininterrupta. Essa atividade de monitoramento,
quando sujeito à ação de homens, tem grande possibilidade de falhar por conta da
distração e da demora para o responsável para dar início ao procedimento correto.
24

De acordo com Ana Flávia Rodrigues de Faria (2018), diretora de


operações da Alert Systems, já é possível encontrar alguns lugares que dispõem de
uma monitoramento de visitantes por meio realização de um cadastro via APP. Para
a entrada do visitante no condomínio, portanto, bastaria um agendamento de visita
e, se o mesmo obtivesse a confirmação de acesso, o app poderia enviar
automaticamente um um QR Code para o smartphone cadastrado, esse código
permitiria então a entrada por catracas na recepção, não necessitando mais de filas
de atendimento.
Da mesma forma, um edifício poderia usar desse sistema de QR Code
para permitir o acesso de moradores às áreas agendadas, como o salão de festas
do condomínio. Dessa forma, somente pessoas autorizadas poderiam entrar nesses
lugares e, quem entrasse, estaria cadastrado no banco de dados do sistema para
que, caso algum incidente venha ocorrer, o processo para encontrar o sujeito seja
imediato.
A eficiência desse monitoramento pode ser prevista conforme a
quantidade de recursos disponíveis à ele (como câmeras de reconhecimento facial,
contagem de pessoas, sensores especiais, entre outros) e de acordo com as
informações fornecidas à central do sistema (que seria o cadastro dos visitantes e
toda sua programação de controle).
No que se refere aos recursos existentes, quanto maior quantidade e
modernidade, maior a garantia de segurança e habilidade do sistema. Isso tudo,
porém, traz como consequência um alto custo de montagem. Na figura 11 estão
várias câmeras de monitoramento em uma curta distância para que seja possível
simbolizar os diversos equipamentos presentes em um sistema complexo de
monitoramento.
25

Figura 11 - Várias câmeras de monitoramento

Fonte: DLL Telecom (2019).

O problema do monitoramento, contudo, é que são muitas informações


pessoais e de imagem em um único banco de dados de cadastro. Isso acontece
porque quanto mais informações coletadas, é maior a agilidade em que o IoT opera.
Caso o sistema sofra o ataque de hackers, contudo, é indiscutível que os moradores
e visitantes seriam prejudicados.
Mesmo que seja necessário a entrega de dados pessoais para a criação
do banco de dados, esse monitoramento aumenta a segurança física dos residentes
por possibilitar um maior controle e vigilância interna. Além disso, também é
importante ressaltar que não será necessário vigias monitorando as câmeras
diariamente e as mesmas só serão abertas em situações regulamentadas por lei e
por ordem judicial.

2.3.5 Proteção física

Muito tem se discutido sobre segurança no Brasil e a IoT pode auxiliar na


questão da proteção física das pessoas. Isso porque com sensores e câmeras, ele é
capaz de manter o usuário informado por SMS e e-mails sobre a situação de sua
residência e/ou locais de interesse do mesmo.
A IoT, por estar conectado a tudo, possui um leque muito grande de
possibilidades, como o monitoramento instantâneo mencionado anteriormente.
26

Usando a mesma explicação, é possível afirmar que o uso desse sistema ajudaria a
melhorar a segurança do edifício no que se refere à proteção física pois os eventos
incomuns, como a possibilidade de um assalto ou um incêndio, seriam facilmente
detectados e controladas.
Um exemplo de possível aplicação da IoT é ao trancamento de portas e
janelas programados e a abertura mediante reconhecimento ou código, como as
fechaduras eletrônicas oferecem a possibilidade de programar horários para se
manterem fechadas ou por presença do dispositivo. Também pode ser programada
para enviar uma foto do visitante ao smartphone do proprietário para que ele possa
remotamente destrancar a porta caso seja seu desejo.
Um sistema de prevenção e controle de incêndio é uma alternativa
possibilitada com a IoT. A comunicação entre um detector de fumaça, um detector
de temperatura, um sinalizador audiovisual, uma central de alarme de incêndio e
extintores automatizados garantem a segurança dos moradores contra possíveis
eventos. Um sistema que se inclui nesses parâmetros está presente na figura 12,
nele porém, há apenas uma ligação entre o termostato e o detector de fumaça,
servindo apenas como um exemplo simples de comunicação dos objetos.

Figura 12 - Sistema automatizado de detecção de incêndio

Fonte: Acervo próprio (2019).

O termostato, ao detectar anormalidade de temperatura em um edifício,


não apenas tentaria ajustar a temperatura interna por meio da climatização, mas
também se comunicaria com o detector de fumaça para avaliar as possibilidades de
um incêndio. É proveitoso ressaltar que os parâmetros avaliados seriam sempre
comunicados conforme programação.
27

2.3.6 Eficiência energética

A eficiência de uma edificação é dada por todo um conjunto de


soluções adotadas que tenham por objetivo aperfeiçoar o uso
do espaço e reduzir ao máximo o custo pós-ocupação do
imóvel e, nisso, inclui-se a redução do consumo energético.
(FIGUEIREDO, 2009, p 54)
Eficiência energética significa, dessa forma, a realização de uma mesma
tarefa com redução no gasto de energia elétrica. Esse resultado pode ser alcançado
por meio da utilização adequada e inteligente dos aparatos elétricos e eletrônicos.
Essa gestão e controle é possibilitada através do uso da IoT.
Ao existir uma rede que conecta todos os dispositivos elétricos e traz
informações sobre seu consumo e horário de funcionamento é possível fazer uma
reavaliação sobre seus usos e aplicar mudanças que reduziram o custo energético
dos sistemas operacionais de um edifício.
Também é importante ressaltar que a IoT tem como uma de suas
principais vantagens a garantia de manter um funcionamento adequado dos
dispositivos conectados pois dispõe de uma correta utilização destes. Um exemplo
disso seria em um sistema de climatização, pois, segundo Chênia Rocha Figueiredo
(2009), ele pode representar até 50% do consumo elétrico de um edifício.
Isso é vantajoso visto que os usuários normalmente ajustam o termostato
do sistema de climatização de forma inadequada, uma vez que a temperatura de
conforto térmico de um ambiente está entre 23ºC a 25ºC, o residente tende a adotar
valores mais baixos. Isso faz com que o sistema gaste mais energia do que o
necessário. A IoT, portanto, evitaria esses gastos em uma residência ou edifício.
Também é importante ressaltar que a IoT é um bom meio para impedir
que aparelhos eletrônicos estejam ligados mesmo sem uso. Nesse sentido, poderia
conectar todos os dispositivos de uma residência à um controle por smartphone
conforme o apresentado na figura 13 pois, dessa forma, seria possibilitado ao
residente a verificação, pelo seu próprio aparelho móvel, de quais eletrodomésticos
estariam ligados na sua casa a qualquer momento do dia, além de permitir que ele
desligue todos os aparelhos de forma mais rápida e verifique o consumo e eficiência
do mesmo.
28

Figura 13 - Controle prático dos eletrodomésticos

Fonte: Indústria 2027 (2017).

Quando ampliamos o cenário verificado, ampliamos também as


vantagens. O controle de custos, a verificação instantânea de gasto por aparelho e o
relatório mensal que a IoT poderia emitir para um edifício são ferramentas muito
mais completas para avaliar o parâmetro de custos operacionais e apontar possíveis
melhorias na eficiência energética.
29

3. CONCLUSÃO

A IoT é um conceito que apresenta diversas vantagens para os


residentes, visitantes e proprietários quando aplicada à um edifício. A diversidade de
sua aplicação, seja em objetos elétricos, eletrônicos ou não-elétricos, garante seu
uso para uma variedade de fins e dá possibilidade para a criação de novas utilidades
no futuro.
Ela proporciona uma melhora no monitoramento, tanto do consumo de
energia e uso de aparelhos, quanto na questão de segurança e vigilância contra
ameaças físicas. Esse acompanhamento promove uma proteção melhor contra
assaltos, incêndios, outros incidentes e ajuda na fiscalização da conta de luz. O valor
desse monitoramento será proporcional à quantidade e qualidade dos equipamentos
interligados no sistema e ao número de informações fornecidas para o banco de
dados.
A Internet of Things também proporciona um uso inteligente dos
dispositivos da residência, focado no conforto, praticidade e redução de gastos.
Através da automatização de tarefas, como o desligamento de aparelhos que não
estão sendo usados e o controle da climatização, é possível gerar reduções no gasto
de energia elétrica. Do mesmo modo que oportuna conforto e praticidade para os
residentes, visto que essa autonomia dos sistema reduz o tempo para realizar
determinadas tarefas ou extingue a necessidade de serem realizadas manualmente.
Porém, por mais que a IoT traga numerosas vantagens para seu usuário,
ela possui ainda seus problemas. Ainda há riscos consideráveis de vazamento de
dados pessoais dos residentes e visitantes, apesar que boa parte desses riscos são
causados por negligência e descuido, podendo ser reduzidos a partir da prática de
certos cuidados.
Dessa forma, compreendemos que a tecnologia da Internet of Thing tende
a se modernizar, se popularizar e atingir cada vez mais patamares de inovação,
cada vez com funcionalidades mais sofisticadas. No que se refere à edifícios,
portanto, esse é apenas o ínicio das aplicações.
30

REFERÊNCIAS

ANDRADE, Daniel Q.; SANTOS, Gabriel Castrillon Silva. Ataque de Homem do


Meio em Aplicações de Realidade Virtual. 56f. 2018. Projeto de Graduação
apresentado à Escola de Informática Aplicada da Universidade Federal do Estado do
Rio de Janeiro (UNIRIO) para obtenção do título de Bacharel em Sistemas de
Informação. Disponível em:
http://bsi.uniriotec.br/tcc/textos/201807DanielQuintanaGabrielCastrillon.pdf. Acesso
em 17 jun. 2019.

ASHTON, Kevin. That 'Internet of Things' Thing: In the real world, things matter
more than ideas. 2009. Disponível em:
https://www.rfidjournal.com/articles/view?4986 Acesso em: 12 jun. 2019.

ENCONTRO ANUAL DE TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO, 2018, Frederico


Westphalen. Proposta de ambientes inteligentes IoT sob a ótica da eficiência
energética. Santa Maria: Universidade Federal de Santa Maria, 2018. 8 p.
Disponível em: http://eati.info/eati/anais-2018/Longos/L10.pdf Acesso em: 12 jun.
2019.

Engineering and Technology History Wiki. Kevin Ashton: Biography. 2017.


Disponível em: https://ethw.org/Kevin_Ashton Acesso em: 12 jun. 2019.

FIGUEIREDO, Chênia R. Equipamentos elétricos e eletrônicos: técnico em meio


ambiente e manutenção de infra-estrutura escolar. Brasília: Universidade de Brasília,
2009. 102 p. Disponível em:
http://portaldoprofessor.mec.gov.br/storage/materiais/0000013635.pdf Acesso em:
12 jun. 2019.

HIGA, Paulo. A geladeira inteligente da Samsung quer centralizar os dados da


sua família. 2016. Disponível em: https://tecnoblog.net/190121/samsung-family-hub-
refrigerador/. Acesso em: 12 jun. 2019.

LEITE, Isabela (Ed.). Chuveiro 'inteligente' calcula volume de água gasto e dá


nota no fim do banho. 2015. G1 GLOBO. Disponível em: <http://g1.globo.com/sao-
paulo/blog/como-economizar-agua/post/chuveiro-inteligente-calcula-volume-de-
agua-gasto-e-da-nota-no-fim-do-banho.html>. Acesso em: 18 jun. 2019.

LINS, Leonardo Antonio. Design e tecnologia: estudo sobre tecnologias da


informação aplicadas a objetos. 2017. 111 f. Dissertação (Mestrado) - Curso de
Tecnologia da Inteligência e Design Digital, Pontifícia Universidade Católica de São
Paulo, São Paulo, 2017. Disponível em:
https://tede2.pucsp.br/bitstream/handle/20632/2/Leonardo%20Antonio%20Lins.pdf
Acesso em: 12 jun. 2019.
31

LUCAS, Iuri D.; SILVA, José Rodolfo C. A UTILIZAÇÃO DA TECNOLOGIA DA


INFORMAÇÃO NAS ORGANIZAÇÕES: O uso da Internet das Coisas (IoT). 34f.
2018. Trabalho de conclusão de curso apresentado como requisito final para
conclusão do curso de administração faculdade Cesmac do sertão. Disponível em:
https://ri.cesmac.edu.br/handle/tede/323. Acesso em 15 jun. 2019

MANEY, Kevin. Meet Kevin Ashton, Father of the Internet of Things. 2015.
Disponível em: https://www.newsweek.com/2015/03/06/meet-kevin-ashton-father-
internet-things-308763.html Acesso em: 12 jun. 2019.

MEDINA, Bruno Eduardo. Internet das coisas em edifícios inteligentes:


desenvolvimento de uma rede de sensores e atuadores sem fio para o controle de
sistemas de climatização. 2017. Disponível em:
http://taurus.unicamp.br/bitstream/REPOSIP/330652/1/Medina_BrunoEduardo_M.pdf
Acesso em: 13 jun. 2019.

MEURER, Maciel. Uso do IoT na saúde e segurança da informação. Universidade


do Sul de Santa Catarina, 2018. Disponivel em:
https://www.riuni.unisul.br/bitstream/handle/12345/4942/USO%20DO%20IOT%20NA
%20SA%C3%9ADE%20E%20SEGURAN%C3%87A%20DA%20INFORMA%C3%87
%C3%83O.pdf?sequence=1&isAllowed=y Acesso em: 13 jun. 2019.

OLIVEIRA, Vinícius G. et al. Internet das Coisas. Portal O Setor Elétrico, São
Paulo, cap. 1, v. 1, n. 135, p.1-4, jan. 2017. Disponível em:
https://www.osetoreletrico.com.br/wp-content/uploads/documentos/fasciculos/Ed-
132-Fascículo-Capitulo-I-Internet-das-coisas.pdf. Acesso em: 10 jun. 2019.

REDAÇÃO DIGITAL SECURITY (São Paulo) (Ed.). A nova geração das


construções Inteligentes. Digital Security, Bauri, 05 jun. 2018. Disponível em:
https://revistadigitalsecurity.com.br/artigo-a-nova-geracao-das-construcoes-
inteligentes/ Acesso em: 11 jun. 2019.

REDAÇÃO HYPENESS. Cafeteira controlada por smartphone deixa seu café


pronto antes de você chegar na cozinha. 2014. Disponível em:
https://www.hypeness.com.br/2014/11/cafeteira-controlada-por-smartphone-deixa-
seu-cafe-pronto-antes-de-voce-chegar-a-cozinha/# Acesso em: 17 jun. 2019.

RIGATIERI, Vanderlei. IoT e a construção civil moderna: novas tecnologias


fazendo diferença no futuro desse mercado. Digital Security, Bauri, 22 jan. 2019.
Disponível em: https://revistadigitalsecurity.com.br/artigo-iot-e-a-construcao-civil-
moderna-novas-tecnologias-fazendo-diferenca-no-futuro-desse-mercado/ Acesso
em: 11 jun. 2019.

ROMKEY, John. Toast of the IoT: The 1990 Interop Internet Toaster. IEEE
Consumer Electronics Magazine, Online, v. 6, n. 1, p.116-119, 16 dez. 2016.
Disponível em: https://ieeexplore.ieee.org/document/7786805/authors#authors
Acesso em: 12 jun. 2019.
32

SANTOS, Bruno P et al. Da Teoria à Prática. In: SANTOS, Bruno P. et al. Internet
das Coisas. Belo Horizonte: Departamento de Ciência da Computação Universidade
Federal de Minas Gerais, 2016. Cap. 1. p. 1-50. Disponível em:
https://homepages.dcc.ufmg.br/~mmvieira/cc/papers/internet-das-coisas.pdf Acesso
em: 25 maio 2019.

WAKA, Grave Mungunda. Controle remoto das tomadas baseado nos conceitos
de Internet das Coisas. Porto Alegre: Universidade Federal de Rio Grande do Sul,
2015. Disponivel em:
https://www.lume.ufrgs.br/bitstream/handle/10183/126073/000972344.pdf?seque
Acesso em: 13 jun. 2019.
.

Você também pode gostar