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APLIC. DE CLOUD, IOT E INDÚSTRIA 4.

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EM PYTHON

(ARA0058/5492483)
Prof: Maximiano Correia Martins, D.Sc
Plano de Aula: 1ª Aula de Cloud, IoT e IND4.0
• Apresentação do Professor
• Breve apresentação da turma
• Apresentação da disciplina
• Ementa e conteúdos
• Bibliografia
• Cronograma
• Avaliações
• Conteúdo da Aula 1
Resumo da Ementa:

• CONCEITOS DE INTERNET DAS COISAS.


• PLATAFORMAS DE MIDDLEWARE E PROTOCOLOS DE COMUNICAÇÃO PARA IOT.
• DESENVOLVIMENTO DE APLICAÇÕES USANDO PLATAFORMAS DE MIDDLEWARE
PARA IOT EM PYTHON.
• PRINCÍPIOS E TECNOLOGIAS DA INDÚSTRIA 4.0. INTEGRAÇÃO COM SISTEMAS DE
CLOUD PARA IOT.
Objetivos:
- Analisar plataformas e dispositivos IoT, baseando-se em protocolos padronizados, para
o desenvolvimento de soluções que permitam facilidade de monitoração e controle de
dispositivos pela Internet.
- Programar sistemas microprocessados ou microcontrolados, utilizando a linguagem
Python, para o desenvolvimento de projetos IoT com as plataformas de prototipagem
mais comuns atualmente.
- Diferenciar as tecnologias emergentes de TI, baseando-se no conceito de Industria 4.0,
para seu emprego de forma adequada e alinhada com politicas de educação ambiental.
- Integrar dispositivos IoT com plataformas de Cloud, baseando-se em protocolos
padronizados, para o desenvolvimento de soluções inteligentes e distribuídas.
Plano de ensino:
1. CONCEITOS DE INTERNET DAS COISAS
1.1 PRINCIPAIS ELEMENTOS DE UMA ARQUITETURA DE IOT E SUAS APLICAÇÕES
1.2 ESFORÇOS DE PADRONIZAÇÃO E OS PRINCIPAIS PROTOCOLOS USADOS PARA O
ESTABELECIMENTO DA CONECTIVIDADE EM UMA REDE DE IOT
1.3 PLATAFORMAS DE IOT DISPONÍVEIS NO MERCADO E SEUS PRINCIPAIS SERVIÇOS

2. PLATAFORMAS DE MIDDLEWARE E PROTOCOLOS DE COMUNICAÇÃO PARA IOT


2.1 PLATAFORMAS DE MIDDLEWARE MAIS UTILIZADAS: XIVELY, WSO2, THINGSPEAK, OPENIOT,
THINGSBOARD
2.2 PROTOCOLOS DE REDE PARA IOT MQTT, COAP, XMPP-IOT, RESTFUL HTTP, DDS, AMQP
Plano de ensino:
3. DESENVOLVIMENTO DE APLICAÇÕES USANDO PLATAFORMAS DE MIDDLEWARE PARA IOT EM
PYTHON
3.1 ETAPAS NECESSÁRIAS PARA INSTALAÇÃO, CONFIGURAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE UMA
APLICAÇÃO NA PLATAFORMA ARDUINO
3.2 ETAPAS NECESSÁRIAS PARA INSTALAÇÃO, CONFIGURAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE UMA
APLICAÇÃO NA PLATAFORMA NODEMCU
3.3 ETAPAS NECESSÁRIAS PARA INSTALAÇÃO, CONFIGURAÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE UMA
APLICAÇÃO NA PLATAFORMA RASPBERRY PI
Plano de ensino:(CRÉDITO DIGITAL)
4. PRINCÍPIOS E TECNOLOGIAS DA INDÚSTRIA 4.0 (CRÉDITO DIGITAL)
4.1 PRINCÍPIOS DA INDÚSTRIA 4.0 E SUAS CARACTERÍSTICAS MAIS IMPORTANTES
4.2 TECNOLOGIAS EMERGENTES PARA A INDÚSTRIA 4.0 NA MANIPULAÇÃO DE DADOS E NA
VISÃO DE MÁQUINA
4.3 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS E A APLICAÇÃO DOS MÉTODOS DE INTELIGÊNCIA
ARTIFICIAL E SIMULAÇÃO NOS PROCESSOS DA INDÚSTRIA 4.0
4.4 FERRAMENTAS PARA CRIAÇÃO DE AMBIENTES DE SIMULAÇÃO, CONSIDERANDO OS
CUIDADOS NECESSÁRIOS PARA A SEGURANÇA DOS AMBIENTES VIRTUAIS
Plano de ensino:
5. INTEGRAÇÃO COM SISTEMAS DE CLOUD PARA IOT
5.1 PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DAS MAIS RELEVANTES PLATAFORMAS DE COMPUTAÇÃO EM
NUVEM PARA IOT
5.2 CONCEITOS DE BIG DATA A ANALYTICS APLICADOS NO CONTEXTO DE COMPUTAÇÃO EM NUVEM
Bibliografia Básica
BANIN, Sérgio Luiz. Python 3 - Conceitos e Aplicações - Uma Abordagem Didática. 1. São Paulo:
Érica, 2018.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536530253/

SILVA, F Rosa. [et al.]. CLOUD COMPUTING. Porto Alegre: SAGAH, 2020. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786556900193/cfi/0!/4/4@0.00:64.1

Stevan Junior, Sergio Luiz. Python e Arduíno. São Paulo: Érica/Saraiva, 2015. Disponível em:
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788536533575
Bibliografia Complementar
FACELI, K.; LORENA, A.C.; GAMA, J.; ALMEIDA, T.A.; CARVALHO, A.C.P.L.F. Inteligência Artificial: Uma
Abordagem de Aprendizado de Máquina. Rio de Janeiro: GEN, 2021.
Disponível em: https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/978-85-216-2146-1/cfi/0!/4/2@100:0.00

Forbellone, André L. V. Lógica de Programação a construção de algoritmos e estruturas de dados. 3. São Paulo:
Pearson, 2005. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Loader/323/pdf

KUROSE, J. F; ROSSA, Keith W. Redes de Computadores e a Internet: uma abordagem top-down. 6. São Paulo:
Pearson, 2013. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Leitor/Loader/3843/pdf

NETO, Manuel V de S. Computação Em Nuvem - Nova Arquitetura de TI. 1. Rio de Janeiro: Brasport, 2015.
Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/160695

TANEMBAUM, A.; STEEN, M. Sistemas Distribuídos: Princípios e Paradigmas. 2. São Paulo: Pearson Prentice Hall,
2007. Disponível em: https://plataforma.bvirtual.com.br/Acervo/Publicacao/411
Procedimentos de Ensino
• Exposição oral dialogada, com emprego de recursos visuais.
• Apresentar no início o que será tratado durante a aula (Plano de Aula)
• Desenvolver o conteúdo, procurando relacionar com os conceitos já apresentados
e com exemplos práticos e contextos reais;
• Aplicar exercícios de fixação do aprendizado.
• Aulas práticas em laboratório de informática ou simuladores via TEAMS
• Trabalhos individuais e em equipe com Estudos de casos;
• Elaboração de projetos e Seminários;
• Avaliação interdisciplinar.
Recursos
• Microsoft Teams Aulas Virtualizadas.
• Laboratório de informática X Simuladores.
• Softwares: compiladores para a linguagem Phyton
• Os softwares servirão para ilustrar as aplicações das diversas técnicas
abordadas, bem como propiciar o desenvolvimento de pequenas
aplicações por parte dos alunos.
• Material didático para Download: Aulas em pdf, listas de exercícios,
estudos de caso e resumos.
AULA 1 : PRINCIPAIS ELEMENTOS DE UMA ARQUITETURA DE IOT E SUAS APLICAÇÕES

O que é internet das coisas IoT? - Internet of Things (IoT)


De uma forma bem simples, Internet das Coisas é o modo como os
objetos físicos estão conectados e se comunicando entre si e com o
usuário, através de sensores inteligentes e softwares que transmitem
dados para uma rede.
Como se fosse um grande sistema nervoso que possibilita a troca de
informações entre dois ou mais pontos. O resultado disso é um planeta
mais inteligente e responsivo. Agora podemos entender melhor como
essas coisas funcionam, e como funcionam juntas para melhor nos servir.
Mas de que “coisa” estamos falando?
A resposta é qualquer coisa.
Desde um relógio ou uma geladeira, até carros, máquinas de lavar,
computadores e smartphones. Qualquer utensílio que você consiga imaginar
pode, teoricamente, entrar para o mundo da Internet das Coisas.
Eles conversam entre si para nos dar mais conforto, produtividade,
informação e praticidade em geral, e seus usos podem abranger
monitoramento de saúde, fornecimento de informação em tempo real sobre
o trânsito da cidade ou o número de vagas disponíveis em um
estacionamento e em que direção elas estão, até recomendação de
atividades, lembretes, ou conteúdo em seus dispositivos conectados.
Internet of Things (IoT)
Coisas do cotidiano se tornam inteligentes e têm suas funções ampliadas por
cruzamento de dados.
É o que acontece quando um assistente virtual cruza dados dos seus dispositivos
conectados para te informar, mesmo que você não tenha pedido, o tempo que você
levará para chegar ao trabalho quando você senta no seu carro para sair de casa.

Ele não sabe onde você vai por magia, e sim pela interconectividade dos dispositivos
inteligentes à sua volta; ou seja, pela Internet das Coisas (IoT).

O assistente conhece sua rotina, e dado o horário, dia da semana, sua localização por
GPS conexão (ou não) ao Wi-fi de casa, a conexão ao bluetooth do carro no momento
específico, e ao fato de que esse cenário se repetiu muitas vezes, ele aprendeu que é
muito provável que você esteja indo para o trabalho de carro e te informa quanto
tempo você vai demorar para fazê-lo.
https://www.youtube.com/watch?v=SZIL3xysU5Q https://www.youtube.com/watch?v=6mBO2vqLv38
Indústria 4.0
O termo “Indústria 4.0” se popularizou a partir de 2011, na Alemanha, durante uma feira de negócios, a
Hannover Messe. Alguns pesquisadores e líderes da indústria cunharam o termo no artigo Industrie 4.0: Mit
dem Internet der Dinge auf dem Weg zur 4. industriellen Revolution.
O termo já havia sido mencionado na mesma feira em 2006, com o governo alemão apresentando a
“Estratégia de alta tecnologia”, em que explicava como visava impulsionar a inovação, não apenas na questão
de inovação tecnológica, mas também na “inovação social”. Isso conduziu as pesquisas e o desenvolvimento
em uma relação clara com o advento da Quarta Revolução Industrial, impulsionada pela Internet das Coisas.
A Primeira Revolução Industrial começou com o início da geração de energia com água, vapor e carvão. A
Segunda deu início à produção de eletricidade em massa, e a Terceira introduziu a eletrônica e a tecnologia
da informação. A Quarta Revolução Industrial está afetando as empresas profunda e exponencialmente.
Indústria 4.0
As novas tecnologias permitem a fusão do mundo físico e do mundo digital. Ao adotar essas novas
ferramentas, as empresas também devem continuar a aproveitar os avanços da Terceira Revolução
Industrial. Isso inclui computação inteligente, sistemas autônomos alimentados por grandes
quantidades de dados (Big Data) e aprendizado de máquina (Machine Learning).
A Indústria 4.0 tem foco adicional na segurança e no impacto sobre o trabalho, o emprego e a
sustentabilidade.
Um dos principais pilares da Quarta Revolução Industrial é a fusão de tecnologias para economizar
tempo, possibilitar certas decisões e reduzir erros, permitindo que a manufatura digital cresça de
forma rápida e ampla.
Essas tecnologias têm características semelhantes, resumidas em pelo menos quatro princípios
(interoperabilidade, modularidade, descentralização e sustentabilidade), servindo essencialmente
como parte da visão da Indústria 4.0 e para tornar as diretrizes mais claras para empresas que
desejam entender, identificar e implementar projetos com essa metodologia.
Indústria 4.0 e IoT
A Indústria 4.0 tornou-se mais prevalente devido ao desenvolvimento
da Internet das Coisas (IoT), com a variante Internet das Coisas
Industrial (IIoT), além dos sistemas físicos cibernéticos e a manufatura
inteligente.
Isso permite que diversos dispositivos e tecnologias, como redes de
sensores sem fio, sistemas em nuvem, sistemas embarcados e robôs
autônomos, sejam interconectados.
A interconexão dessas aplicações permite a coleta em tempo real de
dados de produção de dispositivos, do nível chão de fábrica ou do
campo, para níveis superiores nas aplicações corporativas.
A Rede Mundial de Computadores e IoT
A Internet das Coisas, em poucas palavras, nada mais é que uma extensão da
Internet atual, que proporciona aos objetos do dia-a-dia (quaisquer que sejam),
mas com capacidade computacional e de comunicação, se conectarem à Internet.
A conexão com a rede mundial de computadores viabilizará, primeiro, controlar
remotamente os objetos e, segundo, permitir que os próprios objetos sejam
acessados como provedores de serviços.
Estas novas habilidades, dos objetos comuns, geram um grande número de
oportunidades tanto no âmbito acadêmico quanto no industrial. Todavia, estas
possibilidades apresentam riscos e acarretam amplos desafios técnicos e sociais.
Redes de computadores e IoT
A IoT tem alterado aos poucos o conceito de redes de computadores, neste sentido,
é possível notar a evolução do conceito ao longo do tempo como mostrado a seguir. Para
Tanenbaum [Tanenbaum 2002], “Rede de Computadores é um conjunto de computadores
autônomos interconectados por uma única tecnologia”. Entende-se que tal tecnologia de
conexão pode ser de diferentes tipos (fios de cobre, fibra ótica, ondas eletromagnéticas
ou outras). Em 2011, Peterson definiu em [Peterson and Davie 2011] que a principal
característica das Redes de Computadores é a sua generalidade, isto é, elas são construídas
sobre dispositivos de propósito geral e não são otimizadas para fins específicos tais como
as redes de telefonia e TV.
Redes de computadores e IoT
Já em [Kurose and Ross 2012], os autores argumentam que o termo “Redes de
Computadores” começa a soar um tanto envelhecido devido à grande quantidade
de equipamentos e tecnologias não tradicionais que são usadas na Internet.
Atualmente, não só computadores convencionais estão conectados à grande rede,
como também uma grande heterogeneidade de equipamentos tais como TVs,
Laptops, automóveis, smartphones, consoles de jogos, webcams e a lista aumenta
a cada dia. Neste novo cenário, a pluralidade é crescente e previsões indicam que
mais de 40 bilhões de dispositivos estarão conectados até 2020 [Forbes 2014].
Usando os recursos desses objetos será possível detectar seu contexto, controlá-lo,
viabilizar troca de informações uns com os outros, acessar serviços da Internet e
interagir com pessoas.
Novas possibilidades X Novos desafios
Concomitantemente, uma gama de novas possibilidades de aplicações surgem (ex:
cidades inteligentes (Smart Cities), saúde (Healthcare), casas inteligentes (Smart
Home) e desafios emergem (regulamentações, segurança, padronizações).
É importante notar que um dos elementos cruciais para o sucesso da IoT encontra-
se na padronização das tecnologias. Isto permitirá que a heterogeneidade de
dispositivos conectados à Internet cresça, tornando a IoT uma realidade.
Também é essencial frisar que nos últimos meses e nos próximos anos serão
vivenciados os principais momentos da IoT, no que tange as definições dos blocos
básicos de construção da IoT.
Objetos Inteligentes
Na IoT, eventualmente, a unidade básica de hardware apresentará ao menos uma
das seguintes características:
i) unidade(s) de processamento;
ii) unidade(s) de memória;
iii) unidade(s) de comunicação e;
iv) unidade(s) de sensor(es) ou atuador(es).
Aos dispositivos com essas qualidades é dado o nome de objetos inteligentes
(Smart Objects).
Os objetos, ao estabelecerem comunicação com outros dispositivos, manifestam o
conceito de estarem em rede, como discutido anteriormente.
Perspectiva histórica da IoT
Kevin Ashton comentou, em junho de 2009 , que o termo Internet of Things (IoT)
foi primeiro utilizando em seu trabalho intitulado “I made at Procter & Gamble”
em 1999. Na época, a IoT era associada ao uso da tecnologia RFID. Contudo, o termo
ainda não era foco de grande número de pesquisas como pode ser visto na Figura a seguir.
Por volta de 2005, o termo bastante procurado (tanto pela academia quando indústria)
e que apresenta relação com a IoT foi Redes de Sensores Sem Fio (RSSF) (do inglês
Wireless Sensor Networks – WSN). Estas redes trazem avanços na automação residencial
e industrial [Kelly et al. 2013, Da Xu et al. 2014], bem como técnicas para explorar as
diferentes limitações dos dispositivos (e.g., memória e energia), escalabilidade e robustez
da rede [Loureiro et al. 2003]. Nos anos seguintes (entre 2008 e 2010), o termo Internet
das Coisas ganhou popularidade rapidamente.
Análise do Gráfico
Isto se deve ao amadurecimento das RSSFs e ao crescimento das
expectativas sobre a IoT. A Figura anterior mostra que em 2010, as
buscas para IoT dispararam chegando a ultrapassar as pesquisas sobre
RSSFs.
A IoT foi identificada como uma tecnologia emergente em 2012 por
especialistas da área [Gartner 2015].
Em 2012, foi previsto que a IoT levaria entre cinco e dez anos para ser
adotada pelo mercado e, hoje, é vivenciado o maior pico de
expectativas sobre a tecnologia no âmbito acadêmico e industrial.
Motivação para manutenção da evolução da IoT
Ao conectar objetos com diferentes recursos a uma rede, potencializa-se o surgimento de
novas aplicações. Neste sentido, conectar esses objetos à Internet significa criar a Internet
das Coisas.
Na IoT, os objetos podem prover comunicação entre usuários, dispositivos. Com isto
emerge uma nova gama de aplicações, tais como coleta de dados de pacientes e
monitoramento de idosos, sensoriamento de ambientes de difícil acesso e inóspitos, entre
outras.
Novos desafios surgem enquanto são criadas novas aplicações para IoT. Os dados providos
pelos objetos agora podem apresentar imperfeições (calibragem do sensor),
inconsistências (fora de ordem, outliers) e serem de diferentes tipos (gerados por pessoas,
sensores físicos, fusão de dados). Assim, as aplicações e algoritmos devem ser capazes
de lidar com esses desafios sobre os dados. Outro exemplo diz respeito ao nível de
confiança sobre os dados obtidos dos dispositivos da IoT e como/onde pode-se empregar
esses m dados em determinados cenários.
Blocos Básicos de Construção da IoT
A IoT pode ser vista como a
combinação de diversas tecnologias,
as quais são complementares no
sentido de viabilizar a integração dos
objetos no ambiente físico ao mundo
virtual.

A Figura apresenta os blocos básicos


de construção da IoT.
Blocos Básicos de Construção da IoT
Identificação: é um dos blocos mais importantes, visto que é primordial identificar os
objetos unicamente para conectá-los à Internet. Tecnologias como RFID, NFC (Near Field
Communication) e endereçamento IP podem ser empregados para identificar os objetos.

Sensores/Atuadores: sensores coletam informações sobre o contexto onde os objetos


se encontam e, em seguida, armazenam/encaminham esses dados para data warehouse,
clouds ou centros de armazenamento. Atuadores podem manipular o ambiente ou reagir
de acordo com os dados lidos.

Comunicação: diz respeito às diversas técnicas usadas para conectar objetos inteligentes.
Também desempenha papel importante no consumo de energia dos objetos sendo,
portanto, um fator crítico. Algumas delas são WiFi, Bluetooth, IEEE 802.15.4 e RFID.
Computação: inclui a unidade de processamento como, por exemplo,
microcontroladores, processadores e FPGAs, responsáveis por executar algoritmos
locais nos objetos inteligentes.
Serviços: a IoT pode prover diversas classes de serviços, dentre elas, destacam-se
os Serviços de Identificação, responsáveis por mapear Entidades Físicas (EF) (de
interesse do usuário) em Entidades Virtuais (EV) como, por exemplo, a temperatura
de um local físico em seu valor, coordenadas geográficas do sensor e instante da
coleta;
Serviços de Agregação de Dados que coletam e sumarizam dados
homogêneos/heterogêneos obtidos dos objetos inteligentes;
Serviços de Colaboração e Inteligência que agem sobre os serviços de agregaçãode
dados para tomar decisões e reagir de modo adequado a um determinado cenário;
e Serviços de Ubiquidade que visam prover serviços de colaboração e inteligência
em qualquer momento e qualquer lugar em que eles sejam necessários.
Blocos Básicos de Construção da IoT

Semântica: refere-se à habilidade de extração de conhecimento dos


objetos na IoT. Trata da descoberta de conhecimento e uso eficiente
dos recursos existentes na IoT, a partir dos dados existentes, com o
objetivo de prover determinado serviço.
Para tanto, podem ser usadas diversas técnicas como Resource
Description Framework (RDF), Web Ontology Language (OWL) e
Efficient XML Interchange (EXI).
Dispositivos e Tecnologias de Comunicação

A arquitetura básica dos objetos inteligentes


é composta por quatro unidades:
• processamento/memória,
• comunicação,
• energia
• e sensores/ atuadores.
A Figura apresenta uma visão geral da
arquitetura de um dispositivo e a interligação
entre seus componentes, os quais são
descritos a seguir:
Unidade(s) de processamento/-memória:
É composta de uma memória interna para armazenamento de dados e
programas, um microcontrolador e um conversor analógico-digital para
receber sinais dos sensores.
As CPUs utilizadas nesses dispositivos são, em geral, as mesmas
utilizadas em sistemas embarcados e comumente não apresentam alto
poder computacional. Frequentemente existe uma memória externa do
tipo flash, que serve como memória secundária, por exemplo, para
manter um “log” de dados.
As características desejáveis para estas unidades são consumo reduzido
de energia e ocupar o menor espaço possível.
Unidade(s) de comunicação: consiste de pelo menos um canal de comunicação com ou
sem fio, sendo mais comum o meio sem fio. Neste último caso, a maioria das plataformas
usam rádio de baixo custo e baixa potência. Como consequência, a comunicação é de curto
alcance e apresentam perdas frequentes.
Fonte de energia: responsável por fornecer energia aos componentes do objeto
inteligente. Normalmente, a fonte de energia consiste de uma bateria (recarregável ou
não) e um conversor AC-DC e tem a função de alimentar os componentes. Entretanto,
existem outras fontes de alimentação como energia elétrica, solar e mesmo a captura de
energia do ambiente através de técnicas de conversão (e.g., energia mecânica em energia
elétrica), conhecidas como energy harvesting.
Unidade(s) de sensor(es)/atuador(es): realizam o monitoramento do ambiente noqual o
objeto se encontra. Os sensores capturam valores de grandezas físicas como temperatura,
umidade, pressão e presença. Atualmente, existem literalmente centenas de sensores
diferentes que são capazes de capturar essas grandezas. Atuadores, como o nome indica,
são dispositivos que produzem alguma ação, atendendo a comandos que podem ser
manuais, elétricos ou mecânicos.
Aplicações da Internet das Coisas em Negócios
A Internet Das Coisas já é usada por empresas em diversos mercados –
indo de meios de pagamento a eletrodomésticos.

Casas inteligentes
Google e Alexa estão mirando em especial nesse mercado,
principalmente com os assistentes de voz. O Google, inclusive,
comprou em 2017 a Nest, uma empresa de termostatos inteligentes,
por US$ 3,2 bilhões. Os assistentes virtuais dessas empresas (Google
Assistant e Amazon Alexa), por exemplo, roubaram espaço na CES,
mostrando que se integravam aos mais diferentes dispositivos caseiros
– de geladeiras a privadas inteligentes.
Aplicações da Internet das Coisas em Negócios
Meios de pagamento
O NFC já é uma tecnologia de pagamento comum em vários países – e,
no Brasil, cada vez mais máquinas de cartão já trabalham com essa
possibilidade. A adoção da tecnologia pode permitir que as pessoas
paguem usando seus smartphones ou relógios inteligentes de forma
segura e prática.

Drones
Outro uso já sendo testado é o de drones, principalmente no varejo. A
Amazon, por exemplo, já testa a tecnologia para fazer entregas.
Vestíveis
Óculos virtuais, pulseiras fitness para
monitorar gasto calórico e frequência cardíaca
ou cintos de rastreamento GPS são apenas
alguns exemplos de dispositivos vestíveis que
usamos há algum tempo.
Empresas como Google, Apple, Samsung e
outras desenvolveram e introduziram a
aplicação da Internet das Coisas em nosso dia
a dia mais prático.
São dispositivos pequenos e energeticamente
eficientes, dotados de sensores, com o
hardware necessário para realizar medições e
leituras, e com software para coletar e
organizar dados e informações dos usuários.
Saúde
A utilização de wearables ou sensores ligados aos
pacientes, permite aos médicos monitorizarem as suas
condições, fora do hospital e em tempo real. Ao receber
métricas e alertas automáticos sobre seus sinais vitais, a
Internet das Coisas ajuda a aprimorar o controle da saúde
e a prevenção de eventos letais em pacientes de alto
risco.

Outra utilização é a integração da tecnologia IoT aos leitos


hospitalares, dando lugar a leitos inteligentes, equipados
com sensores especiais para observação de sinais vitais,
pressão arterial, oxímetro e temperatura corporal, entre
outros.
Monitoramento de Tráfego
A Internet das Coisas pode ser muito útil na
gestão do tráfego de veículos em grandes
cidades, contribuindo para o conceito de cidades
inteligentes.

Quando usamos nossos celulares como sensores,


que coletam e compartilham dados de nossos
veículos por meio de aplicativos como Waze ou
Google Maps, estamos utilizando a Internet das
Coisas para nos informar e ao mesmo tempo
contribuir para o monitoramento do trânsito,
mostrando as condições das diferentes rotas, e
alimentando e melhorando a informação sobre
as diferentes rotas para o mesmo destino,
distância, tempo estimado de chegada.
Gestão de Frotas
A instalação de sensores nas unidades da frota ajuda a estabelecer uma interconexão efetiva
entre os veículos e seus gestores, e entre os veículos e seus próprios motoristas; ambos
podem conhecer todos os tipos de detalhes sobre o estado, funcionamento e necessidades
da unidade, bastando para isso acessar o software responsável pela coleta, processamento e
organização dos dados. Recebe até alarmes em tempo real de incidentes de manutenção sem
ser detectado pelo motorista.
A aplicação da Internet das Coisas à gestão de frotas favorece a geolocalização (e com ela o
monitoramento de rotas e a identificação das rotas mais eficientes), análise de desempenho,
controle de telemetria e economia de combustível, a redução das emissões poluentes ao
meio ambiente e pode até fornecer informações valiosas para melhorar a condução dos
veículos.
Agricultura
Fazendas inteligentes são um dado adquirido. A qualidade dos
solos é essencial para a produção de boas safras, e a Internet
das Coisas oferece aos agricultores a possibilidade de acesso a
um conhecimento detalhado de suas condições.

Através da implementação de sensores IoT, uma quantidade


significativa de dados pode ser obtida sobre o estado e estágios
dos solos. Informações como umidade do solo, seu nível de
acidez, a presença de certos nutrientes, temperatura e muitas
outras características químicas, ajudam os agricultores a
controlar a irrigação, a fazer um uso mais eficiente da água, a
especificar os melhores horários para iniciar o plantio, e até
descobrir a presença de doenças nas plantas e no solo.
Hotelaria
A aplicação da IoT à indústria hoteleira traz consigo melhorias interessantes na qualidade do serviço. Com a implementação de
chaves eletrônicas, que são enviadas diretamente para os dispositivos móveis de cada hóspede, é possível automatizar
diversas interações.
Assim, a localização dos hóspedes, o envio de ofertas ou informações sobre atividades de interesse, a colocação de
encomendas no quarto ou serviço de quartos, a cobrança automática da conta do quarto ou o pedidos de artigos de higiene
pessoal, são atividades que podem ser facilmente gerenciadas por meio de aplicativos integrados à tecnologia da Internet das
Coisas.
Com o uso de chaves eletrônicas, o processo de check-out é automatizado, desabilitando o funcionamento das portas,
oferecendo informações sobre os quartos imediatamente disponíveis e ainda atribuindo tarefas de limpeza ao pessoal de
manutenção.
Rede Inteligente e Economia de Energia
O uso progressivo de medidores inteligentes de energia, ou
medidores equipados com sensores, e a instalação de
sensores em diferentes pontos estratégicos que vão desde
as fábricas até os diferentes pontos de distribuição,
permitem um melhor monitoramento e controle da rede
elétrica.
Ao estabelecer uma comunicação bidireccional entre a
empresa prestadora do serviço e o utilizador final, podem
ser obtidas informações de enorme valor para a detecção de
avarias, tomada de decisão e a sua reparação.
Também permite oferecer informações valiosas ao usuário
final sobre seus padrões de consumo e sobre as melhores
formas de reduzir ou ajustar seu consumo de energia.
Abastecimento de Água
Um sensor, incorporado ou ajustado externamente aos
hidrômetros, conectado à Internet e acompanhado do software
necessário, auxilia na coleta, processamento e análise de
dados, que permite entender o comportamento dos
consumidores, detectar falhas no serviço de abastecimento,
relatar resultados e oferecer cursos de ação à empresa
prestadora do serviço.

Da mesma forma, oferece ao consumidor final a possibilidade


de monitorar suas próprias informações de consumo, por meio
de uma página web e em tempo real, inclusive recebendo
alertas automáticos em caso de detecção de consumo fora da
faixa do seu registro médio de consumo, o que pode indicar a
presença de um vazamento.
Gestão de Manutenção
Uma das áreas onde a aplicação da tecnologia IoT é mais extensa é
precisamente o gerenciamento de manutenção. Combinando sensores e
softwares especializados na gestão da manutenção CMMS / EAM, obtém-
se uma ferramenta multifuncional cuja utilização pode ser aplicável a uma
multiplicidade de disciplinas e práticas, de forma a prolongar a vida útil
dos seus ativos físicos, ao mesmo tempo em que garante sua
confiabilidade e disponibilidade.
Quando as características do software encarregado de processar e
organizar os dados coletados pelos sensores são projetadas para atender
especificamente às necessidades de gerenciamento de manutenção de
ativos físicos, sua aplicação é quase ilimitada.
O monitoramento em tempo real de ativos físicos, permite determinar o
momento em que uma medição está fora da faixa e é necessária a https://www.fracttal.com/pt/blog/
realização de uma manutenção baseada em condições (CBM), ou mesmo as-9-aplica%C3%A7%C3%B5es-
aplicando algoritmos de Inteligência Artificial (AI) como Machine Learning mais-importantes-da-internet-das-
ou Deep Aprender a prever o fracasso antes que ele ocorra. coisas-iot
Situação-problema:

Suponha que uma empresa que já tem uma cultura de tecnologia e que
está conectada na internet pretenda aumentar a sua oferta de serviços.
Dentro da empresa, já existe a idéia de usar a Internet das Coisas, mas
ainda não está claro quais são as oportunidades. Como podemos
identificar que tipo de serviços pode ser oferecidos usando a tecnologia
da Internet das Coisas? Quais são as limitações?
Atividade Autônoma Aura
Questão 1:
A Internet das Coisas (do inglês Internet of Things (IoT)) tem diversas aplicações, tanto
acadêmicas, como na indústria, devido ao seu potencial de uso nas diversas áreas. Apesar
de ser tão comentada recentemente, a IoT tem suas origens nos dispositivos eletrônicos
programáveis. Nesse sentido, selecione a opção que está corretamente relacionada a
Internet das Coisas.
A) É exclusivamente relacionada a equipamentos programáveis.
B) É composta exclusivamente por componentes eletrônicos que possuem memória e
unidade de processamento.
C) Trata-se exclusivamente de componentes eletrônicos de baixa complexidade que se
conectem a Internet.
D) Trata-se de quaisquer objetos que se conectem a Internet.
E) Trata-se exclusivamente de componentes eletrônicos de alta complexidade que se
conectem a Internet.
Questão 2:
A Internet das Coisas (do inglês Internet of Things (IoT)) está cada vez mais presente na
sociedade para ajudar as pessoas a resolverem diversas situações práticas. Nesse sentido,
selecione a opção que trata corretamente da Internet das Coisas.

Alternativas:
A) Refere-se aos diversos dispositivos em todo o mundo que estão conectados à internet.
B) A Internet das Coisas visa construir programas confiáveis
C) A Internet das Coisas visa conectar humanos e coisas.
D) Trata-se de quaisquer objetos que tenham embutido sistemas de inteligência artificial.
E) Trata-se de dispositivos eletrônicos que se conectem à Internet seguindo padrões
internacionais de segurança.
Aprenda +
- BRASIL. Decreto nº 9.854, de 25 de junho de 2019. Institui o Plano Nacional de
Internet das Coisas e dispõe sobre a Câmara de Gestão e Acompanhamento do
Desenvolvimento de Sistemas de Comunicação Máquina a Máquina e Internet
das
Coisas. Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2019-
2022/2019/decreto/D9854.htm#:~:text=Institui%20o%20Plano%20Nacional%20
de,M%C3%A1quina%20e%20Internet%20das%20Coisas

- O que é IoT? Disponível em: https://www.oracle.com/br/internet-of-


things/what-isiot/

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