Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Uma solução aquosa de carnalita apresenta as propriedades dos íons K+, Mg2+ e
Cl−. Analogamente, o alúmen de potássio, em solução aquosa, mostra as propriedades do
K+, Al3+ e SO42- Estes compostos são chamados de sais duplos, ou adutos, e só existem no
estado sólido, pois em solução aquosa perdem sua identidade.
Por outro lado, ao se efetuar a reação:
CuSO4 + 4NH3 + H2O → CuSO4.4NH3.H2O
ou
Fe(CN)2 + 4KCN → Fe(CN)2.4KCN
obteremos, em solução aquosa, compostos que não apresentam as propriedades químicas
e físicas dos reagentes de partida, ou seja, estes tipos de compostos preservam sua
identidade. A esta classe de compostos damos o nome de Compostos de Coordenação
ou Complexos.
-3-
Werner deduziu que no CoCl3.6NH3 os três átomos de cloro atuam como tendo
valências primárias e as seis moléculas de amônia com valência secundária. Em termos
atuais, os três átomos de cloro são iônicos, ou seja, íons cloretos, por isso precipitam
como AgCl; os seis ligantes NH3 formam ligações coordenadas com o íon Co3+, originando
o íon complexo [Co(NH3)6]3+:
NH3
H3 N NH3
Co + 3 Cl−
H3 N NH3
NH3
NH3
H 3N NH3
Co + 2 Cl−
H 3N Cl
NH3
NH3
H 3N Cl
Co + Cl−
H 3N Cl
NH3
Fonte:
http://www.bookyards.com/biography.html?author_id=4
753&author_name=Sidgwick%2C%20Nevil%20V
(visitado em 09/06/2009)
Exemplo: [Pt(NH3)2Cl2]
Configuração eletrônica da Pt ⇒ [Xe] 4f14 5d9 6s1
No de elétrons de valência da Pt 10 X 1 = 10
No de elétrons cedidos pelo Cl 1 X 2 = 2
No de elétrons cedidos pelo NH3 2 X 2 = 4
Carga do complexo neutra 0
No de elétrons no complexo [Pt(NH3)2Cl2] 16
1
WERNER,A. & MIOLATI,A.; Z. Phys. Chem. (Leipzig), 12, 35-55 (1893) e
WERNER,A. & MIOLATI,A.; Z. Phys. Chem. (Leipzig), 14, 506-521 (1894).
- 11 -
2
GEARY,W.L.; “The use of conductivity measurement in organic solvent for the characterization of coordination
compounds”; Coord. Chem. Rev., 7, 81-122 (1971).
- 13 -
Cu2+ + 2 Cu
H2N NH2
N N
H HH H
Neste complexo, o íon cobre(II) está circundado por quatro grupos –NH2,
assim, cada molécula de etilenodiamina está ligada ao íon cobre(II) em dois pontos,
portanto, o ligante é chamado de ligante bidentado. Forma-se uma estrutura cíclica
(neste caso um par de pentaciclos) que é chamada de quelato. Os quelatos são mais
estáveis que complexos semelhantes com ligantes monodentados, pois a dissociação do
complexo envolve a ruptura de duas ligações em vez de uma.
Os ligantes podem ser classificados, segundo o número de átomos doadores
presente na estrutura, como:
monodentado (somente um átomo doador)
polidentados (contém mais de um átomo doador):
bidentado (com dois átomos doadores);
tridentado (com três átomos doadores);
tetradentado (com quatro átomos doadores);
pentadentado (com cinco átomos doadores);
- 14 -
tetraedro
4
quadrado planar
octaedro
6 prisma trigonal
antiprisma trigonal
Cl NH3 H 3N Cl
Pt Pt
Cl NH3 Cl NH3
cis-[PtCl2(NH3)2] trans-[PtCl2(NH3)2]
A A
Es pe l ho
B B
B B
C C
Figura 1. Imagem especular superponível, portanto, idêntica
Estrutura não quirálica: MAB2C
A A
Es pe l ho
B B
D D
C C
Figura 2. Imagem especular NÃO superponível, portanto, diferentes
Par quirálico: MABCD
N N
E s pe l h o
N N N N
Co 3+ Co 3+
N N N N
N N
Figura 3. Par enatiomérico – Estruturas não superponível à sua imagem especular:
QUIRAL
Quando quatro ligantes distintos são ligados ao átomo central em um
complexo, o átomo central é considerado assimétrico e toda a estrutura é dita quirálica.
O termo quiral tem origem grega e significa “mão” direita ou esquerda. Cada membro de
um par quirálico de estruturas química, tais como as esquematicamente ilustradas
anteriormente, é denominado um enantiômero (ou isômero óptico).
- 18 -
Polarizador
Analisador
B B
B B
M M
A B
B B
B A
Isômero cis isômero trans
Figura 7. Isômeros cis e trans no sistema MB4A2
- 21 -
N N
E s pe l h o
B N
N B
M M
N N
N N
B B
A A
A B
B B
M M
A A
B B
B A
Isômero facial (fac) isômero meridional (mer)
Figura 9. Isômeros fac e mer
- 22 -
ânion cátion
[Co(NH3)6]Cl3 cloreto de hexamincobalto(III)
ânion cátion
3) Os ligantes são identificados por um nome precedido por prefixo grego que
dá o número de unidades do ligante ligadas ao átomo. A ordem da nomeação dos ligantes
é a alfabética (sem levar em conta os prefixos).
- 24 -
Para os ligantes H−, H2N−, HN2− e N3− a denominação usual, hidreto, amideto,
imideto e azoteto, respectivamente, é preferível em relação a hidro, amido, imido ou
azido, por razões de ambiguidade. Observa-se que, em português, os nomes dos haletos
coordenados, com exceção do F-, correspondem aos nomes dos elementos: cloro, bromo e
iodo.
Ligantes aniônicos contendo prefixos numéricos (como trifosfato), assim como
os tio-, seleno- e teluro- derivados dos oxi-ânions (como tiossulfato), devem ser colocados
entre parênteses. Exemplos:
- 25 -
Hacac Acetilacetona
O O
acac acetilacetonato
O O
HO O O OH
HO O O OH
O N N O
dmg dimetilglioximato
H 3C CH3
HO N N OH
H2dmg dimetilglioxima
H3C CH3
O O
ox oxalato
O O
py piridina
N
bipy 2,2’-bipiridina
N N
phen 1,10-fenantrolina
N N
- 28 -
NH2
H 2N
tren 2,2’,2”-triaminotrietilamina N
NH2
NH NH2
trien trietilenotetraamina
NH NH2
O
gly glicinato O
-
H 2N
NH
H S
dtox ditioxamida S H
NH
H 3C
dmso dimetilssulfóxido S O
H 3C
O CH3
dmf dimetilformamida C N
H CH3
H 2N
ur uréia C O
H 2N
- 29 -
O N
O
O Ag O
C4F9 C4F9 bis(μ-nonafluorovalerato-O,O')diprata(I)
O Ag O
Referência:
Ferreira, A.M.C.; Toma, H.E. & Massabni, A.; "Nomenclatura de Compostos de
Coordenação: Uma Proposta Simplificada"; Química Nova 7, 9-15 (1984).
- 31 -
Bibliografia
1- Ballhausen, C.J.; "Introduction to Ligand Field Theory"; McGraw-Hill (1966).
2- Barros, H.L.C.; "Química Inorgânica - Uma Introdução"; Editora UFMG (1992).
3- Basolo, F. & Jonson, R.; "Química de los Compuestos de Coordinación"; Reverté (1980).
4- Cotton, F.A ; "Chemical Application of Group Theory"; Second Edition - Wiley (1971).
5- Cotton, F.A. & Wilkinson,G.; "Advanced Inorganic Chemistry"; Fifth Edition - Wiley Intercienc
(1988).
6- Cotton, F.A. & Wilkinson,G.; "Quimica Inorgánica Avanzada"; Editorial Limusa (1978).
7- Cross, .A.D. & Alan Jones, R.; "Introduction to Practical Infra-red Spectroscopy"; Butterworths (1969)
8- Day, M.C. & Selbin,J.; "Theorical Inorganic Chemistry"; Second Edition - Van Nostrand Reinhol
(1969).
9- Dorian, P.B.; "Symmetry in Inorganic Chemistry"; Addison-Wesley (1965).
10 - Douglas, B.; McDaniel, D.H. & Alexander, J.J.; Concepts and Models of Inorganic Chemistry"; J. Wile
(1983).
11 - Drago, R.S.; "Physical Methods in Inorganic Chemistry"; Van Nostrand (1965).
12 - Figgs, B.N.; "Introduction to Ligand Field"; Interscience (1966).
13 - Giesbrecht, E.; "Experiência de Química - Técnicas e Conceitos Básicos - PEQ Projetos de Ensino d
Química"; Ed. Moderna (1979).
14 - Gray, H.B.; "Electron and Chemical Bonding"; W.ªBenjamin (1965).
15 - Greenwood, N.N. & Earnschaw, A.; "Chemistry of the Elements"; Pergamon (1984).
16 - Harvey, K.B. & Porter, G.B.; "Introduction to Physical Inorganica Chemistry"; Addison-Wesley (1963).
17 - Heslop, R.B. & Robinson, P.L.; "Inorganic Chemistry"; Elsevier Sequoia (1967).
18 - Huheey, J.E.; Keiter, .A.A.; & Keiter, R.L.; "Inorganic Chemistry - Principles of Structure an
Reactivity"; Fourth Edition - Harper Collins College Publishers (1993).
19 - Jolly, W.L.; "A Química dos Não Metais"; Edgard Blücher (1966).
20 - Jolly, W.L.; "Modern Inorganic Chemistry"; McGraw-Hill International Editions (1986).
21 - Jones, C.J.; “A Química dos Elementos dos Blocos d e f”; Bookman Cia Editora, São Paulo (2002).
22 - Lee, J.D.; "Química Inorgânica - Um Novo Texto Conciso"; Edgar Blücher (1977).
23 - Lever, .A B.P.; "Inorganic Eletronic Spectroscopy"; Elsevier (1984).
24 - Mahan, V.H.; "Química - Um Curso Universitário"; Edgard Blücher (1972).
25 - Ohlweiler, .O.A.; "Química Inorgânica"; Vol. 1 e 2; Ed. Edgard Blücher (1973).
26 - Phillips, C.S.G. & Willans, R.J.P.; "Inorganic Chemistry"; Vol. 1 e 2; Oxford (1965).
27 - Purcell, K.F. & Kotz, J.C.; Inorganic Chemistry"; W.B. Saunders (1979).
28 - Shriver, D.F.; Atkins, P.W. & Langford, C.H.; "Inorganic Chemistry"; Oxford University (1998).