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INTRODUÇÃO
Ao ingressar no curso de Mestrado em Artes, interessei-me pela etnomusicologia
e, na época, a frase principal que me tomou foi: ‘entender a música que o homem faz
para entender o homem’. Isso foi em 2009 e hoje se vê que o termo ‘homem’ caiu em
desuso diante de conquistas e atuações feministas, inclusive já há pesquisadoras na área
que assumem contornos feministas. Iniciava-se aí uma complexidade e maior interesse
de minha parte até chegar ao curso de Doutorado para, agora, tentar entender melhor a
etnomusicologia num Brasil pós colonial.
Essa área de conhecimento chega ao Brasil e xs pesquisadorxs têm de atuar, a
meu ver, de forma peculiar, visto que encontram campos riquíssimos de pesquisa num
território muito visado por estrangeiros, com culturas que ora se veem numa unidade,
ora fragmentadas, e que enfrenta mudanças e muitos problemas sociais, políticos e
econômicos. Atualmente o corte de verbas, principalmente para a área das Artes, faz da
pesquisa para os que são brasileiros um grande desafio.
Partindo da visão de autores como Lühning, Tugny, Bastos e Pinto, vejo a
etnomusicologia como algo que vai muito além de um campo de conhecimento e uma
disciplina, visto que assume peculiaridades no Brasil por conta das características
observadas e expostas no parágrafo anterior.
Busco, portanto, esclarecer principalmente para alunos de graduação em música
e/ou pesquisadores iniciantes, alguns ‘tons’, ou seja, algumas peculiaridades da
etnomusicologia no território brasileiro a partir de alguns conceitos que vêm ganhando
forma em escritos acadêmicos e/ou literários por pesquisadorxs que adotaram esse país
como seu objeto de pesquisa, sem é claro, a pretensão de esgotar o tema.