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Fundamentos de Enfermagem Prof.

Francisca Pinto

Cateter Nasogástrico
 Técnica de Inserção;
 Cuidados de Manutenção.

Definição
 Consiste na introdução de uma sonda no nariz até ao estômago, de forma a
estabelecer comunicação entre este e o exterior;
 Técnica limpa e invasiva;
 Intervenção de Enfermagem interdependente, no entanto pode resultar do juízo de
diagnóstico do enfermeiro face a quadros que requerem a sua intervenção, como os vómitos
incoercíveis (constantes) ou incapacidade em deglutir e alimentar.

Finalidades
 Preventiva – Situações de inconsciência ou alteração do nível de consciência, como
prevenção. Exemplo: Bronco Aspiração;
 Terapêutica – Correcção de desequilíbrios nutricionais;
 Diagnostico – Confirmação de possível hemorragia digestiva alta ou obstrução
intestinal.

Objectivos
 Proporcionar um meio de nutrição quando a via oral é impraticável, uma condição
clínica a curto prazo;
 Drenagem gástrica activa ou passiva;
 Drenar conteúdos gástricos:
- Prevenir e aliviar náuseas e vómitos;
- Diminuir ou Prevenir distenção abdominal;
- Esvaziamento gástrico.
 Efectuar lavagem gástrica;
 Monitorizar e Tratar hemorragias digestivas;
 Prevenir bronco-aspiração;
 Administrar fármacos;
 Colher espécimes para análise;
 Manter e Repor o equilíbrio hidroelectrolítico;
 Manutenção do estado funcional e estrumental do Trato gastrointestinal.

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Preparação
→ Ambiente
o Ambiente arejado;
o Isento de odores e estímulos desagradáveis;
o Salvaguardar o pudor e a intimidade;
o Proporcionar ambiente calmo.

→ Doente
o Informar o doente da técnica a realizar;
o Pedir colaboração;
o Indicar como colaborar;
o Doente sentado, ou cabeceira elevada ou em lateral;
o Lavar mãos;
o Colocar resguardo.

Procedimento (www.youtube.com/watch? v_vuyBL-L-A1A)


 Registos: procedimento (data e hora), local de colocação da sonda, reacção do
doente, características do conteúdo drenado, tipo de espécimes colhidas (se
aplicado), número da sonda e calibre.

Vapor de água no interior da sonda; sonda enrolada na boca; muita resistência

Leva a retirar a sonda ou suspender o procedimento

(Se a sonda começar a ficar embaciada e o doente começar a tossir significa que a sonda está
a ir para a traqueia e não para o esófago como seria pretendido).

Cuidados de Manutenção
 Substituir a sonda ao 7ºdia;
 Alternar narinas aquando da substituição;
 Diariamente deve-se:
- Mobilizar a sonda com movimentos rotativos;
- Substituir dispositivos de fixação.
 Verificar a permeabilidade da sonda.

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Atenção
 O material a utilizar deve ser preparado em função da finalidade da inserção do
cateter;
 Colocar a sonda no congelador antes da utilização, facilita a sua inserção, na
medida que fica mais rígida;
 O calibre da sonda é seleccionado de acordo com o objectivo do procedimento;
 Cheiro fecalóide pode indicar fístula gástrica ou obstrução intestinal;
 Presença de sangue é indicativo de lesão ulcerativa, de laivos (raios de sangue)
sanguíneos sugere traumatismo na inserção;
 Resíduos alimentares não digeridos sugere estase gástrica ou obstrução pilórica.

Nota:

Fistula Gástrica

 Proeminência/furo onde sai suco gástrico, trajecto no estômago paralelo e que não
deveria existir;
 Cápsula que o individuo ingere durante 24h, e filma e tira imagens do tubo
digestivo;
 Estômago:
- Mancha Branca: Cicatrização de uma Úlcera;
- Mancha Preta: Neoplasia.

Alimentação Entérica
Forma de Alimentação como procedimento terapêutico que consiste na introdução de
alimentos líquidos no tubo digestivo através de sondas.
A alimentação entérica pode ser contínua ou intermitente.
As dietas de culinária só dão para ser administradas na forma intermitente.

Objectivos
 Proporcionar um meio de alimentação quando a via oral é inacessível ou está
contra-indicada;
 Prevenir desnutrição em doentes de alto risco e manter o equilíbrio nutricional;
 Restaurar o estado nutricional quando o equilíbrio foi perturbado.

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Orientação
 A alimentação entérica é a via de eleição para a nutrição artificial desde que:
- O tubo digestivo esteja funcionante, no seu todo ou em parte;
- Capacidade de absorção preservada.

Vias de Acesso
 Naso – Gástrica (das mais usadas);
 Naso-Duodenal;
 Naso-Jejunal;
 Esofagostomia;
 Gastrostomia (das mais usadas – têm de ser colocadas no bloco operatório e t~em
um tempo de vida de 6 meses – ex. PEG).

→ As dietas podem ser “culinária” ou preparados comerciais. Na escolha


devem presidir:
 Local de colocação da sonda;
 Grau de absorção preservada e digestão;
 Estado nutricional do doente.

→ As dietas hiperproteícas necessitam de um acréscimo adicional de água
nos intervalos das refeições, de forma a manter o débito urinário desejado,
impedindo a desidratação.

→ A alimentação entérica deve ser administrada à temperatura ambiente
 Culinária: Administrar 200ml, com seringa, 10-15m.

Nunca se deve misturar medicamentos com comida, porque há sempre risco do doente
vomitar a comida e vomita também os medicamentos junto com a comida.

A terapêutica oral (per os) deve ser:


 Diluída e administrada através da sonda;
 Nunca em mistura na alimentação;
 Lavar a sonda antes e após cada administração.

Os cuidados com o ambiente seguem os princípios que segue qualquer tipo de


alimentação:
 Evitar odores desagradáveis;

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Alimentação Intermitente
 Adoptar a seringa à sonda de alimentação;
 Elevar a seringa 45cm acima da cabeça do doente;
 Encher a seringa com a alimentação;
 Permitir que a seringa se esvazie por acção da gravidade.

Alimentação Parentérica
Método de fornecimento de soluções altamente concentradas, por via EV (endovenosa),
para manter o equilíbrio nutritivo do doente quando a nutrição oral não é possível.

→ Indicado em situações de não funcionamento do sistema gastrointestinal


como resultado de obstrução, inflamação aguda ou mal-absorção.
→ Situação de hipercatabolismo, devido a traumatismo ou sepsis, que
requerem:
 NPO (nada per os) num período superior a 5-7 dias;
 Incapacidade de ingerir adequados nutrientes por via oral;
 Reacções graves devido a radioterapia ou quimioterapia.

Vias de Acesso
 Venoso Central;
 Periférico - o conteúdo de glicose não é superior a 10%, porque as dietas
hipertónicas são demasiado agressivas. (Só pode ser usado o acesso periférico
temporariamente, quando não haja vaga para o doente ir ao bloco operatório pôr o cateter
venoso central mas, mal possa ir ao bloco, o acesso periférico é substituído pelo central).

Cuidados à Pessoa com Alimentação Parentérica


→ Prevenção de Infecção
o Não utilizar o cateter para outros fins, se possível;
o Manter a técnica asséptica;
o Manter as soluções no frio até ao momento de utilização mas:
- Permitir que as soluções aqueçam à temperatura ambiente antes da sua
administração;

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- Utilizar soluções dentro das 24-36h;


- Os aditivos nas soluções devem ser adicionados na câmara de fluxo laminar.
o Substituir pensos do cateter de acordo com o protocolo da instituição;
o Manter técnica asséptica no manuseamento do cateter, dos penso, da sonda, do
sistema e da solução;
o Substituir todos os componentes de administração em cada 24h, salvo protocolos
específicos.
(Não se administra alimentação por via parentérica directamente do frigorífico, porque pode
causar um choque térmico. Não se pode aquecer a alimentação que vai ser administrada por
via parentérica no microondas, nem pô-la em cima de um aquecedor, mas sim, aquece-la à
temperatura ambiente, durante 15 a 30 minutos. Em caso de esquecimento da retirada da
alimentação do frigorífico 15 a 30 minutos antes para o seu aquecimento devo pôr soro
fisiológico a correr na veia do doente e só depois de aquecida a alimentação, à temperatura
ambiente é que pode ser administrada.)

→ Prevenção do Embolismo Gasoso


o Isolar todas as ligações som segurança;
o Fixar o cateter antes de abrir o sistema;
o Proteger o local de inserção do cateter na subclávia com penso oclusivo ou com
penso transparente de poliuretano (op-site);
o Colocar a pessoa o mais horizontal possível, aquando da substituição do penso;
o Ensinar a pessoa a fazer a manobra de valsalva (inspiração forçada com as narinas
e a glote fechadas) sempre que o orifício do cateter for aberto para o ar.

→ Manutenção do Equilíbrio hidroelectrolítico


o Manter o ritmo constante da perfusão e nunca interromper subitamente a
administração da solução;
o Uso de bomba de perfusão para controlar o ritmo da administração;
o Nunca exceder o ritmo de administração prescrito, não tentar interromper se a
perfusão vai para além do horário;
o Vigiar sinais de sobrecarga:
- Distensão das veias do pescoço;
- Tosse;
- Aumento do peso.
o Peso diário;
o Registo cuidado do BH (quer em termos de entrada quer em termos de saída).

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→ Prevenção de Desequilíbrio Metabólico


o Vigiar e registar sinais físicos de hipoglicemia:
- Palidez;
- Diafurese (transpirar);
- Taquicardia;
- Fome;
- Tremor;
- Alterações do comportamento.
o Administrar fluidoterapia com 10% de glicose se, por alguma razão, a alimentação
parentérica tiver que ser interrompida;
o Vigiar sinais de Hiperglicemia:
- Náuseas;
- Debilidade;
- Sede;
- Cefaleia.
o Avaliar glicemia capilar de acordo com a prescrição:
- Inicialmente de 6-6h;
- 1/dia, se estabilizada.
o Administrar insulina de acordo com a prescrição e em função dos resultados da
glicemia capilar.

→ Promoção do Conforto
o Proporcionar boa higiene oral;
o Encorajar a deambulação e as actividades de vida diárias (AVDs) se a condição do
doente permitir;
o Vigiar a sintomatologia associada ao Síndrome de realimentação quando a
alimentação parentérica (AP) é iniciada (primeiras 24-48h):
- Depressão respiratória;
- Letargia (= a astenia – perda de força);
- Confusão;
- Debilidade.
Este Sindroma resulta da súbita passagem de electrólitos do plasma para o espaço
intracelular.

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