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Quando estudo fontes do direito penal, eu estudo a origem, o lugar de onde vem e como
se exterioriza a norma jurídica. É esse o estudo das fontes do direito penal. São duas as espécies
de fontes do direito penal:
2ª Corrente – “Não existe costume abolicionista, mas quando o fato já não é mais
indesejado pelo meio social, a lei deixa de ser aplicada.” Essa corrente não abole a lei. O costume
só evita que a lei seja aplicada. Na primeira corrente, o costume aboliu a lei (o Congresso não
precisa). Essa corrente diz que quem vai abolir a lei é o congresso. O costume só evita que a lei
seja aplicada.
3ª Corrente – “Não existe costume abolicionista. Enquanto não revogada por
outra lei, a norma tem plena eficácia.”
Se o costume não cria crime e não comina pena, não revoga crime e não revoga pena,
para que serve o costume no direito penal? Função importantíssima do costume no direito penal:
costume interpretativo. O costume é importantíssimo na interpretação. Para aclarar o sentido de
uma palavra, expressão ou frase. É o costume interpretativo, aclarando o significado de uma
palavra, expressão ou tipo. Quem dá um exemplo que não seja “mulher honesta” porque não há
mais a expressão “mulher honesta” no Código Penal? Art. 155, § 1º, do Código Penal: “aumenta-se
a pena do furto se o crime é praticado durante o repouso noturno.” O que é repouso noturno?
Depende do costume da localidade. Ninguém tem dúvida de que o repouso noturno na capital é
diferente de uma cidade pacata do interior. Então, o costume vai interferir na majorante.
Vamos fazer um quadro comparativo. Se cair fontes do direito penal na prova é preciso
falar das fontes formais, antes da Emenda Constitucional 45/04, fazendo essa EC um divisor de
águas.
Antes da EC/2004 – a divisão das fontes ainda era feita da seguinte forma:
Por não responder a essas perguntas, devemos construir um novo esquema. Vamos dividir as
fontes em
Fontes formais Imediatas – Lei (com uma observação: única capaz de regular a infração e a
sua pena – é exclusiva na criação de crimes e cominação de penas); Constituição; Tratados
Internacionais de Direitos Humanos; Jurisprudência (e aqui há uma espécie importante: Súmula
Vinculante). Vejam como fica ridículo estudar fonte imediata como sendo somente a lei.
Fontes formais Mediatas – Antes tínhamos os costumes e os princípios gerais do direito. Para
a doutrina moderna, não. Fonte formal mediata é a própria doutrina. A corrente moderna diz o
seguinte: Costumes, princípios gerais de direito não positivados configuram, na verdade, fontes
informais de direito. Essa é a tendência.
FONTES IMEDIATAS FONTES MEDIATAS FONTES INFORMAIS
Costumes
Antes da EC/45 Lei Princípios Gerais do
Direito
Lei
Constituição Costumes
Depois da EC/45
Tratados Internacionais Doutrina Princípios Gerais do
Doutrina Moderna
de Direitos Humanos Direito
Jurisprudência
O professor vai perder um tempo com isso porque isso é muito importante. Se ele colocou
esses tratados como fontes imediatas, ele sempre menciona a Convenção Americana de Direitos
Humanos. Se os tratados viraram fonte imediata do direito penal e você ignora esse tratado que é
a Convenção Interamericana de Direito Humanos, você vai ignorar uma importante fonte imediata.
Com relação aos tratados o alerta é o seguinte: Os tratados internacionais podem entrar no
nosso ordenamento com dois status diferentes.
O Supremo já decidiu isso. Eis o tratamento dos direitos humanos no nosso ordenamento
atualizadíssimo.