Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
RESUMO
A degradação ambiental tem sido, nos últimos anos, motivo de muita discussão no cenário
mundial, sobretudo, no que diz respeito às atitudes comportamentais do homem com relação
ao uso irracional e abusivo dos limitados recursos disponíveis na natureza. A interferência
antrópica sobre o meio ambiente vem acarretando sérios danos aos compartimentos do meio
geográficos e as atividades econômicas são apontadas como as principais causadoras dos
impactos. Nessa perspectiva insere-se a atividade agropecuária como uma das principais
atividades econômicas responsáveis pela atual situação do problema. Este trabalho
problematiza a degradação ambiental, tendo como base empírica o município de Monte
Alegre – RN, onde objetiva-se evidenciar esse problema, sobretudo pela ação intensiva da
atividade agropecuária. A metodologia adotada pautou-se na efetivação de pesquisas
bibliográfica e de campo, produções cartográficas, análises das legislações vigentes e dos
impactos ambientais negativos atrelados ao intenso desmatamento. A agropecuária foi uma
das responsáveis pelo processo inicial da ocupação do território brasileiro, tornando-se uma
das principais atividades econômicas do país. Em Monte Alegre/RN ela caracteriza-se como
uma atividade de base, pautada na produção bovina e de grãos, principalmente. Por possuir
terrenos propícios ao desenvolvimento da atividade, a sua ação tornou-se danosa ao meio
ambiente, pelo manejo inadequado e pelo intenso processo de desmatamento. A degradação,
hoje, configura-se como um problema relevante ao município, que está sofrendo com as
adversidades desse problema.
A degradação ambiental tem sido, nos últimos anos, motivo de muita discussão no
cenário mundial, sobretudo, no que diz respeito às atitudes comportamentais do homem com
relação ao uso irracional e abusivo dos limitados recursos disponíveis na natureza. A mudança
do padrão de vida humana, possibilitada pela aquisição de novas formas de produzir,
tecnologias e técnicas, impulsionou o desenvolvimento econômico e a melhoria do bem-estar
social da maior parte da população. O homem, como componente complementar do meio,
tornou-se predominante sobre os sistemas, caminhando no sentido contrário à manutenção do
equilíbrio natural. A crescente demanda de matéria prima e por espaço para produção
industrial e agrícola é uma tendência perigosa dos tempos modernos. Essa tendência é
observada em todo o mundo, com mais intensidade nos países em desenvolvimento e
industrializados.
Concomitante a esse crescimento, que tem gerado renda aos municípios de economia
pautada nas atividades de base, crescem as áreas que estão enfrentando problemas com os
processos erosivos e o número de áreas desmatadas, que aumentam na medida em que as já
exploradas são utilizadas ao máximo. A intensificação desses problemas é mais notória em
locais onde não há fiscalização ou planos de manejo que não visem um desenvolvimento
pautado na sustentabilidade. Garantir a quantidade e qualidade dos recursos naturais
disponíveis são importantes para assegurar o equilíbrio ecológico. E com isso preservar o solo
e os recursos hídricos para usufruir futuramente.
2 A ATIVIDADE AGROPECUÁRIA
(...) não deve ser apenas empregado ao trabalho do campo, pois ela
engloba outras atividades que não apenas a lavoura, tais como arbórea,
silvicultura, pecuária e até a piscicultura [ele agrega em sua definição, assim
como outros autores, elementos pertencentes à pecuária ou a própria
pecuária como sendo parte da agricultura]. (DINIZ, 1984, P. 20)
Falar da degradação ambiental não é algo árduo e complexo, mesmo tendo em vista, as
múltiplas questões que a envolve. A necessidade de problematizá-la, emana das vozes da
sociedade, das lutas populares e dos movimentos ecologistas, na busca de soluções plausíveis
acerca dos crescentes problemas envolvendo a humanidade e a natureza. As consequentes
transformações climáticas, desequilíbrio hidrológico, perdas da fertilidade do solo e aumento
das temperaturas ocasionadas por esse problema, preocupam a todos e na tentativa de frear
essa ação medidas são tomadas todos os dias.
As questões a serem discutidas neste trabalho, no que tange aos pontos fundamentais
entre a atividade agropecuária e a degradação ambiental no município de Monte Alegre - RN,
são direcionadas a correlacionar os aspectos produtivos, técnicos e manejo que caracterizam a
atividade frente as adversidades impostas pela prática agrária irresponsável, tais como, o
desmatamento, queimada e a perda da qualidade ambiental do meio rural do município.
6 CONCLUSÕES
Para a efetivação do estudo e análise das condições ambientais do município, foi
proposto a subdivisão da área total em 4 (quatro) compartimentos para fins investigativos,
onde foi atribuída uma sucinta caracterização de cada área e os registros dos impactos
diagnosticados nas áreas visitadas.
Constatou-se que, em decorrência do expansionismo das atividades agropecuárias,
houve a necessidade frenética de expandir as áreas de pastoreio e de cultivo, acarretando
danos significativamente prejudiciais ao meio ambiente, através do desmatamento
descontrolado. No geral, a atividade agropecuária, nos últimos anos, apresentou um
significativo aumento na sua produção total, pelo fato de projetar melhores formas de cultivo
e de criação (com o emprego de técnicas e manejos adequando a cada tipo de produção). O
município de Monte Alegre/RN, durante um intervalo de tempo determinado, apresentou bons
resultados na produção total dos efetivos pecuários e agrícolas. Mas, desde o ano de 2006,
esses resultados vêm apresentando baixas significativas na sua produção total, o que é
bastante preocupante no contexto econômico do município.
Outra questão observada foi a redução da sua produtividade total a partir de 2006,
decorrente da perda da qualidade dos solos e da alteração ambiental sofrida pela ação
predatória da agropecuária. Essa análise é observada pela queda acentuada da produção total
dos efetivos agropecuários, onde temos a lavoura permanente com redução de -48% (entre
2006 e 2013); da lavoura temporária com redução de -59,4% (entre 2006 e 2013); da pecuária
com -25,97% (entre 2006 e 2014) e na queda da renda (PIB) com uma redução de -18,8%
(entre 2009 e 2012). Comparando a essas perdas percentuais da produção e renda, temos a
crescente degradação das suas áreas produtivas que teve um aumento de 52% (entre 2006 e
2015). Essa ideia parte da hipótese da perda da qualidade produtiva do solo como um fato
concreto da utilização excessiva sem a preservação das características e componentes
químicos do solo.
Na medida que a atividade agropecuária degrada ou perturba as condições ambientais
do município, ela mesma sofre com as adversidades desses impactos. Assim, os recursos
naturais disponíveis ao homem vão sendo exauridos de forma que não são respeitados o seu
tempo de regeneração.
O homem tenta a qualquer custo viabilizar a terra aos seus interesses econômicos sem
respeitar o limite imposto por ela. Um bom exemplo disso, é encontrado nas áreas visitadas.
Onde observa-se o desrespeito pela natureza com o desmatamento total de áreas que eram
abrigo de uma rica diversidade de vidas (micróbios, insetos, répteis, anfíbios, aves e
mamíferos). Áreas verdes que garantiam a proteção e a umidade dos solos, de nascentes, das
áreas de drenagens, leitos de rios e de corpos d’água, estão sendo degradando pelo fato do
Estado ser ausente com suas fiscalizações.
Com isso, conclui-se que as áreas estudadas estão em desacordo com as leis
ambientais vigentes. Principalmente em relação a lei n° 12.651/2012, que determina como
pressuposto fundamental a preservação das florestas e demais formas de vegetação, da
biodiversidade, do solo, dos recursos hídricos e da integridade do sistema climático. A falta de
fiscalização por parte das autoridades competentes no assunto é um fator positivo para que
proprietários de terras continuem praticando o desmatamento de áreas, colocando em risco a
qualidade ambiental, os seres vivos e o bem-estar social.
REFERÊNCIAS
AMARAL, Nautir David. Noções de conservação do solo. 2ª ed. Ed. Nobel - São Paulo,
1984, p.119.
GUERRA, Antônio Teixeira; SILVA, Antônio Soares da; BOTELHO, Rosangela Garrido
Machado (Org.). Erosão e conservação dos solos: conceito, temas e aplicabilidade. 2ª ed. Ed.
Bertrand. Rio de Janeiro, 2005, 340 p.
MARION, José Carlos; SEGATTI, Sônia. Contabilidade da pecuária. 10ª edição. São Paulo:
Atlas. 2012
________, José Carlos. Contabilidade rural. 13ª edição. Ed.: Atlas. São Paulo, 2012
MILARÉ, Édis. Dicionário de direito ambietal. 1ª ed. ED. Revista dos tribunais. São Paulo,
2015
MORAIS, Leandro P.; BORGES, Adriano C. (org.). Novos paradigmas de produção e
consumo: experiências inovadoras. Ed: Instituto Pólis. São Paulo, 2010. 468 p. Disponível
em: < http://www.fbes.org.br/index2.php?
option=com_docman&task=doc_view&gid=1320&Itemid=8> acesso em 06 de novembro,
2015
Sítios eletrônicos
IDEMA - http://www.idema.rn.gov.br/
SABESP - www.sabesp.com.br