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UNIVERSIDADE FEDERAL DE PERNAMBUCO

CENTRO DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS


DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS GEOGRÁFICAS
LICENCIATURA EM GEOGRAFIA – EAD

Geografia de Pernambuco – 7º semestre – 2020.2


Prof. Mestre Lucas Antônio Viana Botelho

RESUMO DO TEXTO: “ALTERNALTIVAS DE

DESELVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL NO SEMIÁRIDO: DA

DEGRADAÇÃO À CONSERVAÇÃO.

Discente:

Kelly Paloma Nunes Brito

TABIRA

2021
O artigo de Brasileiro (2009), apresenta alternativas para o desenvolvimento
sustentável no semiárido nordestino, a fim de minimizar os impactos ambientais. Possui, em
sua composição, cinco títulos, nove subtítulos e duas imagens ilustrativas. A introdução
começa apontando que as preocupações com questões ambientais datam de muito tempo
atrás; atualmente, a preocupação tem aumentado em decorrência do desenfreado uso de
recursos naturais e suas consequências ambientais e sociais.

O foco agora estará nas práticas agrícolas e como, aliado às práticas de


industrialização, tem causado impactos mais severos. O segundo capítulo apresenta a
geografia e suas tendências e abordagens no Brasil; de acordo com Brasileiro (2009), a
abordagem de questões ambientais no Brasil não são algo recente. Inicialmente, os geógrafos
tinham como foco os estudos da geografia física e humana, mais adiante, diversos geógrafos e
entidades, como a Sudene e o IBGE, contribuíram para os estudos ambientais no Brasil. Por
volta da década de 40, Orlando Valverde e Torres Filho, foram geógrafos que se destacaram
por estudar as práticas agrícolas e como elas afetavam solo, fazendo contribuições
importantíssimas para essa área do saber.

O terceiro capítulo, com seis subtítulos, apresenta melhor as questões do semiárido


nordestino; como práticas agrícolas; desmatamento; fertilidade do solo; processos erosivos;
salinização e compactação do solo. O semiárido nordestino abarca o bioma caatinga e se
localiza no interior da região Nordeste; que ocupa 10% do território nacional, com os
seguintes estados: PI, CE, RN, PB, PE, AL, SE, BA e norte de MG. Há um mapa que mostra
as novas delimitações do semiárido, realizado em 2004 pelo Ministério da Integração
Nacional (MIN), junto com o Ministério do Meio Ambiente (MMA), que previa uma melhor
distribuição de políticas públicas para esses locais. Há um outro mapa que mostra as áreas
afetadas pela desertificação em níveis como muito grave, grave e moderada; segundo
Brasileiro (2009), essa desertificação ocorre por meio de processos de degradação ambiental.
O primeiro é por meio das práticas agrícolas, que se não forem utilizadas técnicas e práticas
corretas no cultivo da terra, pode gerar diversos impactos que começam com a retirada da
cobertura vegetal e original do solo. Com a repetição dessas práticas e sem repor os
nutrientes, a terra se tornará infértil; assim com a cultura irrigada pode provocar diversos
processos erosivos. Outro fator é o desmatamento, ele ocorre também através da retirada da
cobertura vegetal do solo, acarretando na desertificação e colocando a biodiversidade dessa
região em risco; lembrando que esse processo é feito por produtores familiares e industriais.
Brasileiro (2009) enfatiza que “Precisa-se urgentemente de implementação de estratégias e de
planejamento que visem ao uso racional dos recursos e, consequentemente, à melhoria da
qualidade de vida no semiárido”.

O terceiro fator é a fertilidade do solo do semiárido, que é muito frágil; por isso se faz
necessário o uso de irrigação através de grandes projetos. Por ser um solo frágil, ele é mais
suscetível a processos erosivos graves e muitas vezes irreversíveis. Esses processos chegam a
atingir grandes extensões, aparecendo voçorocas, ravinamentos, deslizamentos etc. no local
atingido. A maioria das culturas da caatinga são anuais e esse processo pode provocar
impactos irreversíveis no local atingido. A salinização também é um fator preocupante na
degradação do solo; manchas brancas aparecem e impedem que o cultivo dê certo. Os perfis
de solo e tipo de irrigação utilizada, influenciam diretamente para que o solo salinize ou não,
por isso as áreas mais vulneráveis a esse processo recebem grandes projetos de irrigação,
sendo muito útil para a produção de frutas.

O sexto e último fator que provoca a degradação desse bioma, é a compactação do


solo. Ela ocorre através das práticas de manejo de rebanhos de maneira inadequada; na
pecuária extensiva, principalmente. Isso ocorre porque um rebanho é solto em uma grande
extensão cercada e acaba se alimentando em todos os lugares, colocando em risco os recursos
naturais da localidade. Apesar de não ser a principal causa da compactação do solo, fatores
como solo e vegetação bastante fragilizado, aliada a outros fatores de degradação do solo
(vegetação natural retirada para plantação de pastagens; carvão vegetal feito através da
extração da madeira; grandes projetos de irrigação etc.), tais práticas podem ser bem mais
intensificadas, prejudicando a flora e a fauna, bem como a economia e o desenvolvimento
territorial da região.

Os impactos na região atingem pequenos e médios agricultores, porém, os mais


pobres, através da cultura de subsistência, são os mais vulneráveis e perdem muito com esses
processos de degradação. Do ponto de vista social, não somente a falta de recursos hídricos
afeta esses produtores, a falta de políticas públicas também faz falta. Brasileiro (2009) cita
que em junho de 2008, o jornal Folha de Pernambuco publicou a matéria com a manchete “
Desmatamento combatido no Araripe: a catinga está sendo retirada cada vez menos devido à
regularização das empresas”; nessa localidade se encontra a atividade de extração de gesso,
considerada uma das atividades econômicas principais da região; logo, com a regularização de
95% das empresas envolvidas, diminuiu a retirada da caatinga. É importante salientar que ela
não visa a preservação da vegetação, mas o combate ao desmatamento irregular e sem
fiscalização.

O penúltimo tópico fala sobre a agroecologia no semiárido e as práticas sustentáveis


que estão em desenvolvimento no nordeste brasileiro. A degradação e o desmatamento na
caatinga, levou pesquisadores, ONG’s, órgãos governamentais, setores privados etc. a
procurar um desenvolvimento econômico na região Nordeste de maneira sustentável. A
agricultura alternativa para agricultores familiares e o investimento em qualificações, podem
proporcionar a preservação ambiental nessa região e levar esses produtores a reconhecer seu
papel na sociedade.

Tais práticas alternativas vão se disseminando gradualmente, com a pretensão de


atingir o máximo de pessoas. Brasileiro (2009), volta a citar o jornal Diário de Pernambuco e
dessa vez a matéria em questão apresenta o desenvolvimento da ecologia no semiárido. A
matéria cita que mais de 2 milhões de agricultores familiares seguem um modelo
agroecológico, focando na preservação ambiental em consonância com a produção de
alimentos e maneiras de aumentar essa produção. Para que esse modelo se torne referência
para milhares de outros produtores, é necessário que os agricultores tenho ciência da sua
influência e seu envolvimento com o meio, mantendo a relação cultural e os inserindo em um
mercado diferenciado.

O autor cita o filme/documentário “As fulô do Sertão”, que fala sobre um grupo de
mulheres, moradoras de quatro comunidades distintas do sertão e que vivem do econegócio. A
principal cultura de uma das comunidades é através da extração de Babaçu; segundo
Brasileiro (2009) “A Associação possui parceria com o IBAMA, que ofereceu cursos de
capacitação para a extração e o manejo sustentável do babaçu na Chapada do Araripe. O
projeto contou ainda com o apoio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento
(PNUD), da ONG Caatinga e do Ministério do Meio Ambiente (MMA), que levaram para a
região, através da Fundação Araripe, máquinas para o beneficiamento do babaçu. ” Outra
comunidade citada, trabalha com o Caruá, que serve como matéria prima para a produção de
vários objetos e a última atividade citada é a da comunidade que produz doces e geleias do
Umbuzeiro, árvore considerada sagrada no sertão.

O autor finaliza o artigo com outra matéria publicada no Diário de Pernambuco, no


ano de 2008, o qual cita as práticas sustentáveis de uma professora de geografia, Maria do
Socorro Silva, da cidade Ouricuri, que ganhou reconhecimento nacional em 2004, através do
seu projeto “Natureza: Conhecer Para Viver”, onde apresenta uma educação contextualizada,
contribuindo como uma solução para diminuição do analfabetismo no semiárido, o qual
possui um dos piores indicadores educacionais do Brasil.

Brasileiro (2009) em seu quinto e último tópico, finaliza apresentando sua visão sobre
as alternativas para o Desenvolvimento do semiárido e importância da relação do ser humano
com o seu meio, principalmente para os produtores dessa região.

Referências:

BRASILEIRO; Robson Soares. Alternativas de desenvolvimento sustentável no


semiárido nordestino: da degradação à conservação. Scientia plena, v. 5, p. 1-12, 2009.

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