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Caderno Tecnico 76 Sanidade Avicola PDF
Caderno Tecnico 76 Sanidade Avicola PDF
VALORIZAÇÃO PROFISSIONAL
compromisso com você
www.crmvmg.org.br
Editorial
Caros colegas,
A Escola de Veterinária e o Conselho Regional de
Medicina Veterinária de Minas Gerais têm a satisfação
de encaminhar à comunidade veterinária e zootécnica
mineira um volume dos Cadernos Técnicos inteira-
mente destinados à Sanidade Avícola. Este primeiro
fascículo de 2015 consolida a parceria e o compromis-
so entre as duas instituições com relação à Educação
Continuada da comunidade dos médicos veteriná-
rios e zootecnistas de Minas Gerais. O presente nú-
mero aborda objetivamente os principais temas em
Sanidade Avícola, discorrendo sobre pontos relevan-
tes das principais doenças de notificação obrigatória.
A cadeia produtiva de aves industriais absorve a mão
de obra veterinária e zootecnista e, principalmente,
envolve as espécies Gallus gallus domesticus (frango
de corte e galinha) e Meleagris gallopavo (peru) em
Minas Gerais. Segundo o relatório da UBABEF de
2014, o estado cresceu no agronegócio avícola e repre-
senta a segunda maior produção nacional (12,37%)
de ovos de consumo (segunda posição em exporta-
ção), a quinta posição (7,56%) na produção de carne
Universidade Federal
de Minas Gerais de frango (quarta posição em exportação) e a terceira
Escola de Veterinária posição (17,64%) no abate de perus (quarta em ex-
Fundação de Estudo e Pesquisa em
Medicina Veterinária e Zootecnia portação). Deseja-se que este volume exerça uma con-
- FEPMVZ Editora
tribuição contínua como um manual de consulta na
Conselho Regional de
Medicina Veterinária do rotina profissional na área de sanidade avícola. Como
Estado de Minas Gerais colaboradores neste empreendimento, ficamos honra-
- CRMV-MG
www.vet.ufmg.br/editora
dos com a tarefa e orgulhosos do produto final.
Correspondência: Prof. Nelson Rodrigo da Silva Martins - CRMV-MG 4809
Editor dos Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia
FEPMVZ Editora
Caixa Postal 567 Prof. Renato de Lima Santos - CRMV-MG 4577
30161-970 - Belo Horizonte - MG Diretor da Escola de Veterinária da UFMG
Telefone: (31) 3409-2042 Prof. Antonio de Pinho Marques Junior - CRMV-MG 0918
E-mail: Editor-Chefe do Arquivo Brasileiro de Medicina Veterinária e Zootecnia (ABMVZ)
editora.vet.ufmg@gmail.com Prof. Nivaldo da Silva - CRMV-MG 0747
Presidente do CRMV-MG
Conselho Regional de Medicina Veterinária do Estado de Minas Gerais
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Presidente:
Prof. Nivaldo da Silva
E-mail: crmvmg@crmvmg.org.br
CADERNOS TÉCNICOS DE
VETERINÁRIA E ZOOTECNIA
Edição da FEPMVZ Editora em convênio com o CRMV-MG
Fundação de Estudo e Pesquisa em Medicina Veterinária e
Zootecnia - FEPMVZ
Editor da FEPMVZ Editora:
Prof. Antônio de Pinho Marques Junior
Editor do Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia:
Prof. Nelson Rodrigo da Silva Martins
Editor convidado para esta edição:
Prof. Benito Soto Blanco
Revisora autônoma:
Giovanna Spotorno
Tiragem desta edição:
9.550 exemplares
Layout e editoração:
Soluções Criativas em Comunicação Ldta.
Impressão:
O Lutador
1. Influenza Aviária.............................................................................................9
Nelson Rodrigo da Silva Martins, Maurício Resende, Priscilla Rochele Barrios, Sandra Yuliet Marin
A avicultura comercial brasileira é livre de influenza aviária, em
conformidade com as determinações da OIE (Organização Mundial de
Sanidade Animal) para o comércio internacional.
2. Doença de Newcastle....................................................................................33
Nelson Rodrigo da Silva Martins, Roselene Ecco
A avicultura comercial e de exportação brasileira atualmente mantêm-se livre
da doença de Newcastle, em conformidade com as recomendações de OIE
(Organização Mundial de Sanidade Anima).
4. Doença de Marek..........................................................................................57
Nelson Rodrigo da Silva Martins, Sandra Yuliet Marin, Roselene Ecco, Ana Caroline Doyle Torres
A doença de Marek é a principal doença tumoral de linfócitos de galinhas
domésticas, com vacinação obrigatória, aplicada via subcutânea no 1º dia ou
no 18º dia de incubação.
8. Micoplasmoses.............................................................................................96
Ana Caroline Doyle Torres, Hannah Luiza Gonsalves Coelho, Sarah Ferreira Cunha, Maurício Resende,
Roselene Ecco, Sandra Yuliet Marin, Carolina Fontes Prezotto, Nélson Rodrigo da Silva Martins
As micoplasmoses por Mycoplasma gallisepticum (doença crônica respiratória),
M. synoviae (sinovite infecciosa) e M. meleagridis (micoplasmose dos perus),
são de erradicação obrigatória em reprodutores da avicultura comercial.
9. Salmoneloses..............................................................................................108
Ana Caroline Doyle Torres, Sandra Yuliet Marin, José Sérgio de Resende, Nelson Rodrigo da Silva Martins
As salmoneloses por Salmonella Gallinarum-Pullorum, S. Enteritidis e S.
Typhimurium são de erradicação obrigatória para reprodutores da avicultura
comercial, pelos potenciais graves efeitos nos hospedeiros sensíveis.
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AMÉRICA
DO SUL
de influenza aviária em aves domésti- nos por H5N1 aviário nos mercados de
cas estiveram relacionados à criação em aves vivas de Hong Kong, com morta-
proximidade e/ou convívio com aves lidade humana e de aves [8, 60], as es-
reservatório natural. Em Hong Kong, a pécies reservatório natural têm também
venda de aves em mercados de aves vi- sofrido infecção letal. As novas estirpes
vas resultou em condições para o surgi- de HPAIV do subtipo H5N1 causam
mento das estirpes de HPAIV do subti- doença grave com alta mortalidade em
po H5N1, com impacto na avicultura e aves silvestres [1, 3, 59, 60, 62].
na saúde humana [60]. Os mercados de As ocorrências de AIV em huma-
aves vivas são proibidos no Brasil. nos estiveram historicamente associa-
As aves reservatório natural abri- das à adaptação primária de AIV em
gam infecções subclínicas de AIV, por suínos [15, 44, 48, 73]. Entretanto, os
estirpes que são, tipicamente, não pato- episódios de Hong Kong (1997) foram
gênicas. Entretanto, desde 1997, com a os primeiros relatos de transmissão di-
emergência da infecção de aves e huma- reta de ave para humano [8, 60]. As
1. Influenza aviária 11
estirpes derivadas de H5N1 de Hong [69, 70, 71, 72]. Até 14 de fevereiro
Kong, por apresentarem alto índice de de 2015, foram registrados 694 casos
letalidade humana, em torno de 60%, de influenza aviária em humanos, com
têm recebido atenção internacional 402 óbitos (57,9%), e os países com
pelo potencial em repetir em huma- maiores ocorrências foram Egito (203
nos, uma pandemia semelhante à de- casos e 72 óbitos), Indonésia (197 ca-
nominada “gripe espanhola”, de 1918 sos e 165 óbitos) e Vietnã (127 casos
1. Influenza aviária 13
Figura 3. Amostras de aves migratórias recolhidas
entre 2003-2004 por unidade da federação e analisadas pelo Lanagro.
Foram encontrados LPAIV H2, H3 e H4.
Ano Localidade Amostras testadas
2006 BA* 814 + 157
2006 RS* 74 + 75
2004 RS 3528
2004 PR 5220
2004 AP 8118
2004 MA 10800
2003 PE 2160
2003 AM 3654
2003 PE 1530
2003 AM 5364
2003 PE 738
2003 PE 738
B) Maior magnificação de A.
Os oito segmentos de ribonucleoproteína são
visíveis (seta branca).
1. Influenza aviária 15
em H1 e H2. A região H1 é mais externa no Programa Nacional de Sanidade
e adsorve receptores celulares. Na re- Avícola (PNSA), as normas para o en-
gião de H2, denominada glicoproteína frentamento de surtos e a manutenção
da fusão (F), que permite a entrada na do status de doença exótica no país [4,
célula, encontra-se o principal determi- 5]. Um plano de contingência, que in-
nante de patogenicidade em AIV [15, tegra os Ministérios da Agricultura,
44, 48, 73]. As diferenças principais que Meio Ambiente e Saúde, está em ação
determinam as estirpes serem LPAIV no Brasil, no qual há a monitoração
ou HPAIV associam-se à região de cli- de aves migratórias, com a pesquisa de
vagem enzimática de F. A ativação (re- quaisquer infecções por AIV, vírus das
conhecimento e clivagem) de F por en- encefalites equina e do oeste do Nilo. A
zimas (furinas) do complexo de Golgi vigilância ativa dos plantéis comerciais
ocorre intracelularmente nas estirpes baseia-se na amostragem regular de aves
HPAIV, característica determinante e no diagnóstico laboratorial de todos
de alta patogenicidade. As estirpes de os casos suspeitos. Em aves domésticas
LPAIV têm F ativada apenas fora da não comerciais e de subsistência, estir-
célula, por enzimas da família das tripsi- pes de baixa patogenicidade foram de-
nas, principalmente no sistema digestó- tectadas por métodos moleculares [28].
rio. A região de F que sofre a ação enzi- A notificação é obrigatória para quais-
mática tem uma sequência de múltiplos quer mortalidades acima de 10% na
aminoácidos básicos (arginina e/ou lisi- produção e acima de 1% no transporte
na) na região ativada. Essa característica e exige o diagnóstico etiológico [4, 5].
é determinante de patogenicidade, e sua O plano de contingência em huma-
demonstração e sequenciamento são nos mantém a monitoração de quadros
utilizados em diagnóstico [1, 3, 59, 62, de doença respiratória, especialmente
63]. viajantes vindos da Ásia e de áreas atin-
Em termos gerais, são consideradas gidas por H5N1 com sinais sugestivos.
características determinantes de patoge- A doença em humanos poderá surgir in-
nicidade para uma estirpe de AIV: (1) dependentemente das aves, trazida, por
possuir sequência de múltiplos ami- exemplo, nos aeroportos pelas viagens
noácidos básicos no sítio de clivagem intercontinentais [2].
da glicoproteína da fusão, (2) possuir
hemaglutinina H5 ou H7 e (3) causar Estratégias evolutivas de AIV
mortalidade de aves SPF inoculadas [1, Os vírus RNA consistem de uma
3, 59, 62, 63]. complexa distribuição de genomas mu-
O Brasil é livre de AIV na avicul- tantes, nunca de sequências idênticas.
tura industrial, e o Mapa determina, De acordo com o conceito de quasis-
16 Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia, nº 76 - março de 2015
pecies moleculares, polinucleotídeos As polimerases dos vírus RNA não
(RNA e DNA) devem manter regulari- dispõem de sistema de verificação de
dade na composição (fidelidade de có- erro [18, 44, 48, 73]. Em contraste, os
pia) ao mesmo tempo em que devem vírus DNA mais complexos (genoma
manter evolução (resultante de erro de mais longo), para a viabilidade evolu-
cópia - mutação) [19], dentro de limi- tiva, é necessário existir sistema de ve-
tes precisos, para que se mantenham as rificação e reparo mediado pelas po-
características da espécie, assim como
limerases mais complexas. A taxa de
um repertório de mutantes, em um me-
mutação calculada para os vírus RNA
canismo darwiniano de seleção natural
pode variar entre 10-3 a 10-5 substi-
de variações preexistentes (Fig. 5) [18,
19]. A “transição para erro catastrófico”, tuições por nucleotídeo copiado. Para
em que há violação do limiar máximo um vírus RNA com genoma entre 3 x
de erro, resulta em transição irreversível 103 e 32 x 103, a média de mutação
para a extinção [18]. No caso de AIV, de 0,1 a 1 base pode ser esperada por
como de outros vírus RNA, as muta- vírion, aproximadamente o que seria
ções do RNA permitem a diversidade esperado para AIV, com genoma de
necessária para a evolução. 13,6 x 103 [18].
Limite de Erro
Distribuição Sequências
da quasispecie randômicas
Aumento da Nenhuma
complexidade informação
1 0
Fidelidade de cópia
Figura 5. Representação esquemática de vírus e o eventual risco de erro catastrófico [18]. A fidelidade 1
(extrema esquerda) implica todas as moléculas genômicas idênticas (entropia de Shannon igual a zero;
uma presunção irreal para todas as formas de vida conhecidas). Com o declínio da fidelidade (para a
direita), a complexidade dos mutantes aumenta. Para cada sistema replicante, existe uma fidelidade de
cópia crítica, abaixo da qual a informação não é mantida. A fidelidade crítica é denominada “limiar de
erro”. A seta central demonstra a transição até a perda de informação, que pode ser visualizada como
a transição de sequências nucleotídicas genômicas virais para sequências randômicas sem sentido.
A coluna na zona de transição (central) é larga para representar diferentes valores de limiar de erro
para diferentes sistemas virais [18]. Fonte: Domingo, E. Virus Evolution. Introduction: Virus Origins and
Evolution. Editors: Knipe, David M.; Howley, Peter M. Fields Virology, 5ª Edição, 2007.
1. Influenza aviária 17
Epidemiologia Em países frios, o congelamento de in-
verno pode preservar vírus na água nos
As infecções benignas por estirpes
sítios de reprodução e, assim, infectar as
de LPAIV, formando um pool natural de
novas gerações [57]. Em termos gerais,
AIV, são mantidas nas aves reservatório
as aves reservatório natural migratórias
natural, tipicamente as aves migratórias
nas Américas (sentido norte-sul) fazem
aquáticas e de praia [15, 44, 48, 73].
escalas para descanso e alimentação nas
São muitas as espécies de aves aquáti-
áreas tropicais [44]. Considerando a
cas e de praia, da ordem Anseriformes
estrutura lipoproteica do envelope e a
(150 espécies): patos, marrecos, gan-
necessidade de sua integridade para a
sos, cisnes, etc., das famílias Anhimidae,
infecção, o AIV pode ser destruído por
Anseranatidae e Dendrocygnidae; da
insolação no ambiente natural (prin-
ordem Charadriiformes (350 espé-
cipalmente regiões tropicais). Nessas
cies), como o maçarico, chamadas limí-
regiões, ocorre também menor mul-
colas, da família Scolopacidae, com 20
tiplicação viral nas aves reservatório.
gêneros e mais de 100
Nas regiões tropicais (El
espécies, por exemplo,
Calidris alba, que passa Em países frios, o Salvador, Guatemala e
o inverno na América
congelamento de Panamá), para influen-
do Sul, e corre-praias; a
inverno pode preservar za humana, as variações
ordem tem seis subor-
vírus na água nos estacionais de ocorrên-
dens e 20 famílias; su-
sítios de reprodução e, cia estariam associadas
bordem Lari, gaivotas
assim, infectar as novas à umidade relativa do
e afins, com seis gêne-
gerações. ar, com maior ocorrên-
cia na estação das chu-
ros, por exemplo: gêne-
ro Larus (gaivotas), com 49 espécies, vas [55], em contraste
Procellariidae –, Diomedeidae – 14 com regiões subtropicais e temperadas
espécies, Hydrobatidae – 20 espécies, com a estacionalidade favorecida pelas
Pelecanoididae – quatro espécies; e da estações frias [44]. Entretanto, estudos
ordem Ciconiiformes (19 espécies), na África subsaariana indicaram que as
com uma família e seis gêneros. No aves migratórias (Anseriformes) entre
Brasil ocorre a migração de 74 espécies, Eurásia e África mantêm circulação da
principalmente norte-sul, vindas da infecção durante o ano em uma propor-
América do Norte, ou sul-norte, vindas ção de aves, com transmissão de uma
da Patagônia [10]. diversidade de AIV durante a invernada
As aves reservatório natural mantêm africana (África ocidental, interior do
todos os 16 diferentes subtipos de he- delta do rio Niger, delta do rio Senegal
maglutininas e nove de neuraminidases. e lago Chad [27]. As ocorrências mun-
18 Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia, nº 76 - março de 2015
diais com diagnóstico laboratorial noti- de doença clínica e infecção subclínica
ficadas à OIE no primeiro semestre de por estirpes dos subtipos H5N1 (sub-
2015 (até fevereiro) estão apresentadas clínica), H5N2 e H5N8 (ambos com
na Fig. 6. Há uma preocupação recen- manifestação clínica), casos em razão
te com as ocorrências na América do de contato com aves reservatório na-
Norte pelas estirpes recombinantes dos tural, na rota migratória do Pacífico.
subtipos H5N1, H5N2 e H5N8 con- Nos Estados Unidos da América, as
tendo genes da Eurásia e da América do ocorrências foram registradas em aves
Norte [47]. Anseriformes, família Anatidae: Anas
As notificações de HPAIV H5N1 à platyrhynchos, Anas americana, Anas acu-
OIE atingiram 2.726 surtos no Vietnã, ta, Anas clypeata e Aix sponsa (patos);
1.141 na Tailândia, 1.084 no Egito, em Falconiformes, família Accipitridae:
1084 na Romênia, 548 em Bangladesh, Buteo jamaicensis (gavião) Falco pere-
261 na Indonésia, 230 no Nepal, 219 na grinus (falcão) e Haliaeetus leucocepha-
Turquia, 150 na Rússia e 127 na China, lus (águia-careca); e em Strigiformes,
incluindo 51 países até fevereiro de família Strigidae: Bubo virginianus, nos
2015 (Fig. 7) [45]. estados de Idaho, Oregon e Washington
Em 2014 e 2015, a América do [47].
Norte foi atingida por vários episódios No sudeste asiático, onde surgiu
Evento de doença
Sem informação
Figura 6. Influenza aviária de alta patogenicidade com confirmação laboratorial notificada até março de
2015. Notar a preocupante ocorrência de H5N1, H5N2 e H5N8 na América do Norte [47].
1. Influenza aviária 19
em 1997 a estirpe HPAIV A/Chicken/ natural com as espécies susceptíveis
Hong Kong/220/97, e nos países e criadas em condições de exposição e
regiões mais recentemente atingidos, comercializadas vivas e/ou com menor
Indonésia, Vietnã, Turquia, Egito e controle do comércio e da qualidade
Nigéria, há proximidade entre as cria- de produtos avícolas, o que permite as
ções domésticas e as aves reservatório transferências de infecções, inclusive
Vietnã 2725
Tailândia 1141
Egito 1084
Bangladesh 548
Romênia 273
Indonésia 261
Nepal 230
Turquia 219
Rússia 150
China (Rep Popular da) 127
Myanmar 115
Coreia (Rep.) 112
Índia 103
Nigéria 112
Paquistão 51
Ucrânia 42
Camboja 42
Japão 32
Arábia Saudita 29
Israel 23
Afeganistão 22
Kuweit 20
Laos 19
Butão 19
Sudão 18
Hong Kong (R. P. China) 17
Malásia 16
Polônia 10
Palesna (Territ. Auton.) 10
Hungria 9
Alemanha 8
Gana 6
Benin 6
Togo 4
Iran 4
República Tcheca 4
Côte d'Ivoire 4
Burkina Faso 4
Reino Unido 3
Coreia (Rep. Dem. Popular). 3
Iraque 3
Albânia 3
Níger 2
Azerbaijão 2
Suécia 1
Sérvia & Montenegro 1
Líbia 1
Cazaquistão 1
Jordânia 1
França 1
Djibou 1
Dinamarca 1
Canadá 1
Bulgária 1
Camarões 1
Figura 7. Influenza aviária de alta patogenicidade com confirmação laboratorial notificada entre 2003
e fevereiro de 2015 [45].
cial, pois o AIV pode ser transmitido via estirpes de baixa patogenicidade [15,
indireta, pela contaminação de equipa- 44, 48, 73]. Essa condição de equilíbrio
mentos, comedouros e bebedouros. O é modificada pela intervenção humana,
congelamento de lagos nos climas frios seja com a criação de aves e outros ani-
preserva o AIV para infecção das novas mais domésticos, seja com populações
gerações [44, 57]. humanas nas proximidades dos sítios de
Há grandes diferenças entre os riscos aves reservatório natural.
de infecção em aves re-
Há grande variação
servatório natural ou em
de manifestações Sinais clínicos
aves domésticas. As aves
reservatório natural são clínicas, dependentes do Há grande variação
aquáticas, principalmente patotipo de AIV. Outras de manifestações clí-
das ordens Anseriformes variáveis importantes nicas, dependentes do
e Charadriiformes (aves incluem espécie de patotipo de AIV. Outras
de praia; maçarico e hospedeiro, fatores variáveis importantes in-
afins; gaivotas e afins; ambientais, idade, sexo, cluem espécie de hospe-
fura-buchos e afins), e presença de infecção deiro, fatores ambientais,
mantêm infecção natural concomitante e estado idade, sexo, presença de
de caráter benigno e por imune. infecção concomitante e
22 Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia, nº 76 - março de 2015
estado imune [1,3, 59, 62]. As infecções caseoso, na traqueia, nos bronquíolos
por estirpes LPAIV podem não provo- e nos parabrônquios. Nos pulmões, a
car sinais clínicos perceptíveis, embora broncopneumonia fibrinopurulenta
possa haver redução da atividade, do é comumente infectada por bactérias
consumo de alimento e da produção em como Escherichia coli e Pasteurella mul-
galinhas e perus. tocida. Resultam em sinais clínicos, in-
As infecções por estirpes HPAIV cluindo asfixia, com dispneia, estertores
causam geralmente doença hiperaguda e espirros. No sistema disgestório, há
fatal de avanço rápido, em poucas horas, de hiperemia a hemorragia e eventual
com extrema prostração antes do óbito. diarreia. Em aves ratitas (Rheiformes –
Em grande parte dos episódios, não há ema e Struthioniformes – avestruz), as
observação de sinais clínicos precurso- infecções causam comumente conjun-
res [1, 3, 58, 59, 62]. tivite, sinusite, traqueíte hemorrágica,
aerossaculite e pneumonia intersticial
Lesões com deposição de massas caseosas, por
associação de infecção bacteriana [1, 3,
Estirpes de baixa a moderada 15, 59, 62, 63].
patogenicidade
Estirpes de alta patogenicidade
O sistema respiratório pode ser atin-
gido diretamente pela inalação de aeros- Em galinhas e perus, algumas estir-
sóis. As alterações podem inicialmente pes de HPAIV podem causar mortali-
concentrar-se nas pálpe- dade hiperaguda, sem a
bras, conjuntiva ocular Em galinhas e perus, formação de lesões signi-
(blefarite, conjuntivite) algumas estirpes ficativas. Outras estirpes
e nos seios paranasais de HPAIV podem podem provocar lesões
(sinusite), por infecção causar mortalidade edematosas, hemorrági-
de aerossóis ou poeira hiperaguda, sem a cas e necróticas na pele,
contaminada. As lesões formação de lesões nos sistemas respiratório
mais comuns são carac- significativas. Outras (pneumonia intersticial
terizadas por inflamação estirpes podem provocar com edema) e digestó-
catarral fibrinosa. As le- lesões edematosas, rio e em muitas vísceras.
sões muco ou fibrinopu- hemorrágicas e As hemorragias são mais
rulentas são comumente necróticas na pele, nos destacadas na pele, no
infectadas por bactérias. sistemas respiratório epicárdio, nos múscu-
No sistema respiratório, (pneumonia intersticial los peitorais, na mucosa
observa-se acumulação com edema) e digestório do proventrículo e na
de muco, de seroso a e em muitas vísceras. moela. As lesões ede-
1. Influenza aviária 23
matosas na cabeça e no talidade mais comuns
No Brasil, até o
pescoço incluem as faces
momento, não há razão devem ser as primeiras
aumentadas. As estirpes
para se suspeitar de AI suspeitas, incluindo en-
de H5N1 derivadas de
de alta patogenicidade venenamentos, doença
Hong Kong, 1997, têm
(HPAIV) pelas estirpes de Newcastle, pasteu-
causado necrose e he- H5N1 asiáticas, uma reloses, salmoneloses,
morragia nas placas de vez que essas estirpes coccidioses, e micotoxi-
Peyer (intestino delga- não chegaram ao coses. O médico veteri-
do), similares às descri- continente americano. nário deverá elencar para
tas na peste aviária do diagnóstico as doenças
início do século XX. A comuns na região, com
maioria das estirpes causa focos de ne- base em coleta de dados em anamnese e
crose no pâncreas, no baço, no coração histórico e observação clínico-patológi-
e menos comumente no fígado e rins ca. Poderá haver suspeita fundamentada
(com uratos). Há atrofia do timo e da apenas na eventualidade de ocorrência
bolsa cloacal. Os órgãos mais gravemen- de HPAIV nos países vizinhos, com
te atingidos são o cérebro, coração, pul- histórico de doença que se dissemina
mão, pâncreas e órgãos linfoides primá- com trajetória norte-sul, da América do
rios e secundários. No sistema nervoso Norte para a América do Sul, e o serviço
central, há gliose focal, necrose e reab- de vigilância (IMA, Instituto Mineiro
sorção neuronal, com eventual edema e de Agropecuária) deverá ser chamado
hemorragia. Em avestruzes, pode haver para a coleta de material e diagnóstico
também edema na cabeça e no pescoço oficial.
e grave enterite hemorrágica, com au- São causas de alta mortalidade por
mento rígido pancreático, aerossaculite, doença edematosa e hemorrágica os en-
aumento do baço e dos rins [1, 3, 15, 59, venenamentos por produtos contendo
62, 63]. dicumarol ou seus derivados (roden-
ticidas), os quais se caracterizam por
Diagnóstico quadros agudos ou hiperagudos de he-
No Brasil, até o momento, não há morragias, tipicamente nos olhos e na
razão para se suspeitar de AI de alta pa- cavidade oral, e podem ser confirmados
togenicidade (HPAIV) pelas estirpes por exame toxicológico (laboratorial).
H5N1 asiáticas, uma vez que essas es- Hemorragias por intoxicação aguda
tirpes não chegaram ao continente ame- com micotoxinas(s) podem ser suspeita,
ricano. O diagnóstico de AIV depende ao se constatar a inadequada conservação
de confirmação laboratorial. As doenças de grãos ou ração, com teor de umidade
hiperagudas e hemorrágicas de alta mor- superior à recomendada, baixa qualidade
24 Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia, nº 76 - março de 2015
dos insumos e/ou presença de artrópo- americano, a suspeita deverá recair so-
dos (insetos e larvas granívoras). bre a doença de Newcastle, já relatada
Doença hemorrágica pode também no país.
suscitar suspeita de intoxicação por sul- As doenças bacterianas (pasteure-
fas ou derivados, com base em históri- lose, salmonelose) de alta mortalidade
co de terapia, ou falta d’água de bebida também exigem exame laboratorial,
durante a administração preventiva ou com necropsia local e coleta de órgãos
terapêutica, com mielodisplasia, ne- resfriados (não congelados) para isola-
fromegalia, deposição uratos renais e mento e caracterização bacteriana.
tubulares, hepatotoxicidade e degenera- A coccidiose pode ser facilmente
ção epitelial. Intoxicações não letais por diagnosticada pela visualização em mi-
sulfas podem permitir infecções opor- croscopia de oocistos nas fezes e/ou na
tunistas (granulomas bacterianos), por mucosa intestinal.
depressão do sistema imune, uma vez Eliminadas as possibilidades mais
que as sulfas são tóxicas mesmo em do- comuns e com suspeita fundamentada,
ses terapêuticas corretas. o diagnóstico de HPAIV é encaminha-
Ionóforos são antibióticos transpor- do por médico veterinário credenciado
tadores de íons potássio, sódio e cálcio e/ou fiscal agropecuário do IMA ou do
através da membrana celular e podem, Mapa, com a coleta e o envio de mate-
em doses tóxicas, causar paralisias, le- riais para laboratório.
targia, inapetência e hemorragias na O diagnóstico oficial é feito no
gordura coronária. Lanagro (Laboratório Nacional de
As aves galináceas são muito sensí- Referência do Mapa), em Campinas
veis às intoxicações por inseticidas or- (SP) e as recomendações legais estão
ganofosforados, que causam paralisias, publicadas [4, 5]. Para o diagnóstico de
ataxia, incoordenação, letargia, cianose, AIV, os órgãos e materiais, sua conser-
convulsão e morte. vação e condições de envio estão descri-
A doença de Newcastle nas formas tos nos manuais publicados pelo Mapa
velogênica (com até 100% de mortali- (www.agricultura.gov.br), no PNSA. O
dade) e mesogênica (com até 50% de diagnóstico molecular por análise dos
mortalidade) assemelha-se nos aspec- produtos de PCR (após transcrição re-
tos clínico-patológicos à infecção por versa) pode ser conseguido em secre-
HPAIV. Sempre será necessário o diag- ções ou tecidos das aves suspeitas, com
nóstico laboratorial diferencial entre a utilização de oligonucleotídeos gené-
essas formas e as demais doenças respi- ricos para influenza A em triagem e, a
ratórias. Entretanto, como HPAIV asiá- seguir, reações com oligonucleotídeos
ticos não atingiram ainda o continente específicos para os principais subtipos
1. Influenza aviária 25
(H5 ou H7), com o sequenciamento Os detalhes da coleta e da remessa
da região de clivagem da glicoproteína de material estão publicados no ma-
F, para a determinação da virulência. O nual do Mapa [4, 5]. Em casos com
gene que codifica a região de clivagem suspeita, recomenda-se a necropsia
glicoproteína da fusão tem código para e a coleta de tecidos na granja, com
múltiplos aminoácidos básicos arginina o objetivo de reduzir a disseminação
e/ou lisina. do agente [4, 5]. Os tecidos para iso-
A caracterização da virulência da lamento viral e PCR devem ser conge-
estirpe pode ser determinada por ino- lados para o envio, separados por tipo
culação intravenosa de frangas SPF, de de tecido em sacos plásticos fechados.
forma semelhante à caracterização de Os tecidos para histopatologia são
AMPV-1, com a demonstração, em oito conservados em uma parte de tecido
dias de observação, de sinais respirató- para 10 partes de formol tamponado
rios, depressão, diarreia, cianose de cris- (formol a 10% em salina tamponada-
ta ou barbela, edema da face e/ou cabe- -PBS). Para estirpes de HPAIV, todos
ça, sinais nervosos e os tecidos podem
morte em pelo menos conter o vírus e po-
Os detalhes da coleta e
75% das aves inocu- dem ser enviados
remessa de material estão
ladas. As aves inocu- publicados no manual do para detecção mo-
ladas que se tornam Mapa em: lecular do RNA de
moribundas podem http://www.oie.int/ AIV, preferencial-
ser sacrificadas, e a fileadmin/Home/ mente do sistema
elas pode ser dado es- esp/Animal_Health_ nervoso central,
core 3. Índice médio in_the_World/docs/ dos sistemas respi-
acima de 1,2 e até 3 pdf/PLANO_DE_ ratório e digestório,
indica alta patogenici- CONTINGÊNCIA_VERS_ removidos nessa
dade da estirpe viral, C3O_1.3_JULHO_2009. ordem, para PCR
e índice abaixo de 1,2 PDF e para histopatolo-
indica baixa patogeni- gia. Para estirpes
cidade [1, 3, 4, 5]. de LPAIV (casos de
Tendo em vista a probabilidade de baixo impacto clínico), é importante o
aves migratórias participarem do pro- envio do sistema respiratório e de suas
cesso de chegada da infecção, acredita-se portas de entrada (pálpebras, conjun-
que, primeiramente, haveria a mortalida- tiva ocular, laringe, traqueia, pulmão).
de de aves de praia e outras da fauna. Por Após a eutanásia e a necropsia de
essa razão, a vigilância ativa faz monitora- aves observadas vivas, devem ser reco-
mento programado dessas aves. lhidos sangue (e separado o soro), sua-
26 Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia, nº 76 - março de 2015
be cloacal e de traqueia for Animal Health –
Para a OIE e a OMS, o
e fezes frescas. Aves OIE e World Trade
médico veterinário é o
encontradas mortas Organization – WTO,
principal ator no controle
devem também ser ne-
das emergências sanitárias para os países exporta-
cropsiadas, e recolhi- dores de produtos aví-
de aspecto zoonótico.
dos o baço, o cérebro, o colas como o Brasil).
coração, as fezes, o fíga- Para a OIE e a OMS
do, o humor aquoso, o intestino, o pro- (Organização Mundial de Saúde), o
ventrículo, o pulmão e a traqueia, os sa- médico veterinário é o principal ator no
cos aéreos e o suabe da orofaringe. Esses controle das emergências sanitárias de
tecidos devem ser recolhidos em sacos aspecto zoonótico, incluindo as contri-
plásticos novos, fechados e acomodados buições para o bem-estar físico, mental
em caixa isotérmica com gelo reciclável e social dos seres humanos, pelo conhe-
(imediatamente retirado de freezer -20). cimento e consequente aplicação da ci-
As amostras devem ser divididas em du- ência veterinária.
plicatas no laboratório [4, 5]. No país, nenhuma outra estratégia
é permitida, exceto a erradicação para
Prevenção e controle AIV de plantéis industriais. Em outros
No Brasil, a vigilância de HPAIV e países, como China, México e Rússia,
de outras viroses exóticas tem sido exe- adotou-se a vacinação de galinhas para
cutada, em ação conjunta, pelo Mapa, a proteção de plantéis avícolas. A vaci-
Ibama e Ministério da Saúde, em aves nação pode ser satisfatória na prevenção
migratórias. Nos plantéis avícolas indus- da doença, mas apenas contra estirpe
triais, o PNSA determina a monitoração homóloga, reduzindo a produção de ví-
e os procedimentos para a atuação na rus em aves desafiadas. Entretanto, pode
erradicação de foco, tanto em infecções significar a manutenção de população
subclínicas quanto em infecções suaves avícola com resistência à expressão de
por LPAIV ou em doença por HPAIV [4, doença clínica e portadora de vírus de
5]. A preparação da infraestrutura para a risco à saúde pública (humana).
contingência (algo que pode acontecer A legislação sanitária determina que
ou que não se sabe se poderá acontecer a mortalidade acima de 10% na granja
ou não) de influenza é e acima de 1% no trans-
condição essencial para A legislação sanitária porte exige a notificação
o enfrentamento do brasileira proíbe a e o diagnóstico labo-
AIV e exigida pelos or- utilização de vacina ratorial da(s) causa(s).
ganismos internacionais contra a influenza As normas determinam
(World Organization aviária em aves. também ênfase em bios-
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Legisla%C3%A7%C3%A3o%20-%20
proteção e vigilância (raio de 10km do Sa%C3%BAde%20Animal%20-%20low.pdf
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bigstockphoto.com
Nunca relatada
Não relatada no período Doença em curso
Doença clínica Nenhuma informação
Fig. 1. Ocorrências de doença de Newcastle no segundo semestre de 2014. Com exceção da Romênia
(Europa), os demais países em vermelho concentram-se no continente africano e asiático. World
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2. Doença de Newcastle 39
Normativa nº 17 (IN), somente em do teste de inibição da hemaglutinação
2008 [32]. e, detectaram títulos de anticorpos que
O PNSA, com prioridade para o en- variaram entre 2 e 64 em 10,68% das
frentamento da influenza e doença de aves, com sorologia positiva e isolamen-
Newcastle, é estruturado por uma rede to viral obtidos de pardais provenientes
de laboratórios oficiais e credenciados de granjas de postura.
que promovem a vigilância nos principais
polos de produção. A vigilância baseia-se Sinais clínicos e lesões
na notificação obrigatória, diagnóstico A DN por estirpes mesogênicas ou
laboratorial, assistência aos focos, me- velogênicas pode atingir diversos siste-
didas de biosseguridade, desinfecção e mas, principalmente os sistemas respira-
sacrifício sanitário, entre outras. Por se tório, gastrointestinal e nervoso central
tratar de vírus que pode infectar todas as e, varia em severidade, com a estirpe de
espécies aviárias, incluindo aves silvestres vírus, o perfil imune e quanto à espécie
de vida livre ou cativeiro e de criações ca- de ave. As estirpes velogênicas causam
seiras, a avaliação amostral deve incluir alta mortalidade, de até 100%, especial-
também estas aves, especialmente duran- mente em aves susceptíveis (não imu-
te o combate ao foco. Em nes), por não terem sido
relação às aves de fundo As estirpes velogênicas vacinadas ou sem con-
de quintal, embora de- causam alta tato prévio com o NDV.
vam ser considerados os mortalidade, de até Clinicamente, com estir-
aspectos socioeconômi- 100%, especialmente pes mesogênicas, a DN
cos envolvidos, o sacri- em aves susceptíveis caracteriza-se por sinais
fício sanitário não está (não imunes), por não respiratórios, incluindo
acompanhado de uma terem sido vacinadas ou conjuntivite (de lacri-
política de indenização. sem contato prévio com mejamento até hemor-
Desta forma, o pequeno o NDV. ragia), corrimento nasal,
criador pode restringir o diarréia, hemorragias
acesso de sua propriedade aos grupos de (úlceras) intestinais e si-
pesquisa [28]. nais nervosos centrais (incoordenação
Para reforçar a importância de aves motora, opistótono, torcicolo). Estirpes
silvestres na epidemiologia da doença velogênicas causam quadros muito mais
de Newcastle [35] analisaram o soro graves, com alta mortalidade súbita (su-
sangüíneo de 103 pardais (Passer do- peragudos), muitas vezes sem sinais. Os
mesticus) capturados em granjas de cor- sinais clínicos e lesões não são patogno-
te (24/103) e postura (79/103) locali- mônicos e podem ser confundidos com
zadas no estado de Pernambuco, através outra doenças, razão para que o diag-
40 Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia, nº 76 - março de 2015
nóstico definitivo dependa de exame assim como na traqueia (Fig. 4), moela
laboratorial [1, 6, 7, 25, 39]. e proventriculo (Fig. 5).
As lesões no sistema nervoso central
podem resultar em falta de coordenação Diagnóstico
motora e torcicolo (Fig. 2). Entretanto, A DN é de notificação obrigatória
são várias as causas de incoordenação, por lei. Entretanto, para a notificação
de deficiências nutricionais, outras do- de surto assume-se responsabilidade
enças infecciosas (encefalomielite aviá- legal, pelas consequências econômicas
ria, colibacilose) e intoxicações. A infec- e sociais e, assim, sendo imputáveis, ne-
ção inicial é comumente na conjuntiva gligência e demora ou a informação ir-
ocular, onde ocorre hemorragia (Fig. 3), responsável. A suspeita será fundamen-
tada por Médico Veterinário habilitado,
se atender ao quadro clínico-patológico
2. Doença de Newcastle 41
descrito e em plantel mesmo por estirpes lo-
Para a confirmação
não vacinado. Em ter- cais no país. Entretanto,
laboratorial, é
mos gerais, reduz-se a cresce a preocupação,
necessário convocar
probabilidade de DN com o diagnóstico de
o serviço oficial de
em plantéis adequada- vigilância no Estado estirpes recombinantes
mente vacinados e com (IMA), que fará a H5N1, H5N2 e H5N8
títulos de anticorpos colheita de material e o em aves aquáticas na
superiores a 32. Para a envio ao laboratório de América do Norte (vide
confirmação laborato- referência (LANAGRO, influenza aviária, Fig.
rial, é necessário con- Campinas, SP). 6). A vigilância de DN
vocar o serviço oficial ocorre em paralelo com
de vigilância no Estado a vigilância de influenza
(IMA), que fará a colheita de material aviária. Os estudos de monitoração de
e o envio ao laboratório de referência aves migratórias não têm encontrado
(LANAGRO, Campinas, SP). estirpes de preocupação, mas apenas de
No Brasil pode-se cogitar a possibi- baixa patogenicidade [Golono, 2009].
lidade de surto de DN, por ocasião de APMV-1 pode ser isolado em em-
doença de média ou alta mortalidade, briões de galinhas (SPF, livres de pató-
especialmente em aves galináceas não genos específicos), inoculados aos 8-11
vacinadas contra a DN. Toda a mortali- dias de incubação via cavidade cório-
dade acima de 1% no transporte e 10% -alantóide (Fig. 6). A replicação viral re-
na criação deve ter sua causa identifi- sulta em atividade hemaglutinante (Fig.
cada [6, 7]. Diagnósticos diferenciais 7) no líquidio cório alantóide (LCA). O
devem ser encaminhados nos casos de diagnóstico oficial da DN está regula-
alta mortalidade, quando houver indi- mentado pelo MAPA no PNSA [Brasil
cação/suspeita de envenenamentos, 2009 a, b] e deve ser executado em la-
intoxicações, pasteurelose, salmonelose boratório credenciado. O isolado de
ou outras doenças que causam hemor- APMV-1 é caracterizado, no laboratório
ragias, sinais respiratórios e nervosos. de referência, para diferenciação entre
Considerando que os sinais clínicos e vírus vacinal (lentogênico) e de doen-
lesões não são patognomônicos e po- ça (mesogênico ou velogênico), como
dem ser confundidos com outra doen- segue:
ças, o diagnóstico definitivo depende de 1) Tempo médio de mortalida-
exame laboratorial [1, 6, 7, 25, 39]. de embrionária (TMME).
Não há razão, neste momento, para Diluições (base 10) entre -6
a suspeita de influenza aviária de alta e -9, utiliza-se 100 microlitros
patogenicidade, por estirpes asiáticas ou (0,1 mL) inoculados via cavida-
42 Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia, nº 76 - março de 2015
de alantóide, na cavidade cório
alantoide (CCA) ou LCA em
embriões SPF (8-11 d) em
mínimo de 5 ovos por dilui-
ção e observados por 7 dias. A
mais alta diluição com 100%
de mortalidade determina es-
tirpe velogênica para mortali-
dade em menos de 60 horas;
mesogênica para mortalidade
entre 61 e 90 horas e lento-
gênica para mortalidade em
mais de 90 horas ou ausência
de mortalidade embrionária.
Anticorpos específicos para
APMV-1 podem ser determi- Fig. 6. Inoculação embrionária via cavidade
nados com o teste de inibição corioalantoide.
Fig. 7. Atividade hemaglutinante de líquido corioalantoide frente a hemácias de galinhas SPF a 5%.
2. Doença de Newcastle 43
da hemaglutinação (IH) (Fig. (LCA) com atividade hemaglu-
8), com significância qualquer tinante, diluido a 1:10 e livre de
título acima de 8 em IH para bactérias, 0,1 mL inoculado via
aves não vacinadas. Para aves intracerebral em pintos de 1 dia
vacinadas, deve-se demonstrar o (SPF) e observados por oito
aumento de, no mínimo, dois lo- dias (cada 24 horas). A interpre-
garítmos (em base 2) em média tação e escores determina: 0 =
geométrica de títulos de anti- normal; 1 = doente e 2 = morto,
corpos (resposta anamnéstica), sendo o escore final a média de
comparando-se os títulos, no todos os oito dias. A interpreta-
dia do atendimento e 15-21 dias ção determina serem velogêni-
após, por exemplo, a ascensão cas as estirpes com escore pró-
de 16 para 64. ximo de 2 e lentogênicas com
2) Índice de patogenicidade in- escore próximo de 0.
tracerebral em pintos de 1 dia. 3) Índice de patogenicidade intrave-
Vírus de líquido cório-alantóide nosa (IV) em frangas SPF de seis
2. Doença de Newcastle 47
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2000.
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Nelson Rodrigo da Silva Martins1 - CRMV-MG 4809, nrsmart@gmail.com
José Sérgio de Resende1 -CRMV-MG 1623
Josiane Tavares de Abreu2 - CRMV-MG 5568
Maurício Resende3
1
Professor associado, médico veterinário, mestre e doutor, DMVP, Escola de Veterinária, UFMG
2
Professora, médica veterinária, mestra e doutora, Pontifícia Universidade Católica, MG
3
Professor titular aposentado, médico veterinário, mestre e doutor, DMVP, Escola de Veterinária/UFMG
8. Hewson, Kylie A.; Noormohammadi, A. H.; 15. Souza, M.B.; Martins, N.R.S.; Resende, J.S.
Devlin, J. M.; Browning, G. F.; Schultz, B. K. & Afinidades Antigênicas De Amostras De Campo
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Infectious Bronchitis (pp. 302/307). Giessen:
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4. Doença de Marek 63
5. Anemia
infecciosa bigstockphoto.com
das galinhas
Sandra Yuliet Marin1
Priscilla Rochele Barrios2 - CRMV-MG 7173
Nelson Rodrigo da Silva Martins3 - CRMV 4809
1
Pós-doutoranda, médica veterinária, mestra e doutora, DMVP, Escola de Veterinária, UFMG
2
Professora associada, médica veterinária, mestra e doutora, Departamento de Veterinária, UFLA
3
Professor associado, médico veterinário, mestre e doutor, DMVP, Escola de Veterinária, UFMG
Figura 1. Gyrovirus
há recuperação clínica dos sobreviven- jovens entre três e seis a oito semanas de
tes no plantel, embora grande parte dos idade de frangos e galinhas. À necropsia,
indivíduos esteja com grave perda da observam-se hemorragias nos múscu-
competência imune humoral [12, 25, los esqueléticos, principalmente coxas,
26]. pernas e peito, e a BC está aumentada
A infecção de aves jovens suscep- (Fig. 2), podendo apresentar edema
tíveis com estirpes clássicas resulta em transudativo gelificado na face serosa
alta morbidade (100%) e mortalidade até o terceiro ou quarto dias de infec-
moderada (média de até 30%), caracte- ção, ou atrofiado, do quarto ao sétimo
rizada por diarreia, desidratação, pros- dias de curso clínico. Na mucosa bursal,
tração (Fig. 1), inatividade, redução do são observáveis petéquias, sufusões ou
consumo de alimento e aumento súbito hemorragias luminais ou pontos claros,
da mortalidade. Em aves jovens, a doen- correspondentes à vacuolização folicu-
ça surge de forma aguda ou superaguda, lar. Os rins podem estar aumentados,
tipicamente com até sete dias de curso pálidos, por acumulação de uratos, ou
clínico. A manifestação de doença clíni- hemorrágicos, e os ureteres podem con-
ca está associada à existência do órgão- ter uratos, por desidratação. As hemor-
-alvo – a bolsa cloacal – em seu tamanho ragias são observadas, além da muscula-
máximo relativo à massa corporal da tura esquelética, também na mucosa do
ave, com alta disponibilidade de células- proventrículo, na mucosa de transição
-alvo (linfoblastos B) disponíveis para a entre proventrículo e moela, no intesti-
replicação viral, condição que ocorre em no delgado (placas de Peyer) e nas ton-
6. Doença infecciosa bursal 73
silas cecais. À histopa- linfocitária de órgãos
A forma subclínica é a
tologia, a BC apresenta
mais importante quanto linfoides secundários,
folículos linfoides com com graves efeitos ne-
ao impacto negativo
rarefação linfocitária, gativos na competência
para o sistema imune,
atrofia folicular, necrose
conhecida como doença imune. Tipicamente,
e cistos foliculares (Fig. quanto mais jovem a ave
imunossupressora,
3). Nas primeiras horas infectada, maior a des-
e ocorre em aves
do início da infecção, truição dos precurso-
jovens antes de haver
há grande aumento da
colonização linfocitária res linfocitários (maior
apoptose (morte celular supressão imune), os
de órgãos linfoides
programada) linfocitá-
secundários, com graves linfócitos ainda concen-
ria bursal. A doença por efeitos negativos na trados na BC, e menor
estirpes vvIBDV (de alta competência imune. apresentação clínica. O
virulência) pode ocorrer fator agravante dessa
em todas as idades, tem forma é a falta de indica-
o quadro clínico-patológico mais grave, dores clínicos, que resulta na formação
com morbidade e mortalidade próxi- de plantéis com alta susceptibilidade
mas de 100%. a agente(s) de infecção oportunista, e
A forma subclínica é a mais impor- a falta ou baixa resposta imune às va-
tante quanto ao impacto negativo para cinações, condições apenas percebidas
o sistema imune, conhecida como do- após grande investimento na criação
ença imunossupressora, e ocorre em do plantel. A redução ou falta de colo-
aves jovens antes de haver colonização nização linfocitária dos órgãos linfoi-
des secundários se deve à lise dos pre-
cursores de linfócitos B ainda na bolsa
cloacal, destruída no jovem antes das
três primeiras semanas de vida [9, 20,
21].
Diagnóstico
Em aves jovens, a infecção por es-
tirpes clássicas, tem como indicadores
Fig. 3. Frango de corte. Corte histológico de bolsa
para suspeita, a idade entre três e seis
cloacal atrofiada por inoculação experimental da semanas de vida, o surgimento agudo e
estirpe 52/70. Notar a redução das pregas, com de curta duração, de até sete dias, com
grande aumento relativo do espaço do lúmen,
necrose dos folículos linfóides (F), com formação grave prostração, diarreia, hemorragias
de folículos císticos e vacuolizados (V). musculares e aumento, hemorragia e/
74 Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia, nº 76 - março de 2015
ou atrofia da bolsa cloacal, variável com Prevenção e controle
o tempo após a infecção. A avaliação his-
As primeiras estirpes usadas para a
topatológica da BC revela rarefação lin-
imunização de matrizes e para a indução
focitária, hemorragias, cistos e necrose
de anticorpos passivos apresentavam
foliculares (Fig. 3). Entretanto, lesões
alta patogenicidade para jovens [16].
semelhantes na BC podem ser obser-
A prevenção da DIB, a partir dos anos
vadas em outras doenças, como na do-
1970, propunha a vacinação das ma-
ença de Marek, e algumas micotoxico-
trizes com vacina inativada oleosa [40,
ses. O diagnóstico diferencial pode
45] para a proteção passiva das progê-
exigir a imuno-histoquímica para a
nies, pela transferência
detecção de antígenos
A RT-PCR pode ser de anticorpos da classe
de IBDV nos linfoblas-
tos B, podendo, entre- uma ótima ferramenta IgG (IgY) aos pintinhos
de diagnóstico, por pela gema. Entretanto, a
tanto, mesmo a imuno- partir do final dos anos
-histoquímica não ser permitir a detecção e
conclusiva, tendo em caracterização genética 1980, surgiram estirpes
das estirpes de IBDV. variantes de alta viru-
vista a alta dissemina- lência, com aumento do
ção de vírus vacinais na desafio ambiental (devi-
avicultura industrial. do à alta resistência de IBDV à desin-
A RT-PCR pode ser uma ótima fer- fecção), capazes de superar a imunidade
ramenta de diagnóstico, por permitir a passiva dos pintinhos, tornando-se ne-
detecção e caracterização genética das cessária a vacinação das progênies, com
estirpes de IBDV, com possível dife- vistas à indução de imunidade ativa [2,
renciação entre estirpe(s) vacinal(is) 6, 7, 16, 17, 18, 22, 43, 47]. A imunida-
e de campo. de ativa é mediada por todos os efetores
O diagnóstico sorológico, com a da resposta imune, sendo mais eficiente
detecção de anticorpos para IBDV e, principalmente, adaptativa. Para a re-
por ELISA, pode ser ferramenta em dução da virulência residual das estirpes
plantéis não vacinados, mas de difícil vacinais adaptadas ao ovo embrionado,
interpretação em núcleos ou gran- estirpes foram adaptadas ao cultivo de
jas com múltiplas idades e diferentes células [35]. Atualmente, para a preven-
épocas de vacinação, o que permite o ção contra as estirpes de alta virulência
intercâmbio de infecções vacinais. É (vvIBDV), há a necessidade da vacina-
importante destacar que, nessas con- ção precoce, no 18º dia de incubação
dições, surgem as oportunidades para ou no primeiro dia de vida. No entanto,
a reversão de virulência das estirpes desde 1995, no Brasil, o desafio de IBD
vacinais. ressurgiu com força, causando doença
6. Doença infecciosa bursal 75
em aves jovens vacina- (1994). VP2 sequences of recent
Os riscos e o grande European ‘very virulent’ isolates of
das, possivelmente pela
efeito imunopatogênico infectious bursal disease virus are
acumulação ambiental closely related to each other but
de algumas estirpes are distinct from those of classical
do vírus, que é de alta
vacinais foram descritos strains. J. Gen. Virol., 75, 675-680.
resistência, e/ou pela
em diversos países e no 3. DARTEIL R., BUBLOT M.,
ocorrência de estirpes LAPLACE E., BOUQUET J.F.,
Brasil. AUDONNET J.C. & RIVIERE
de vvIBDV. Hoje, as no- M. (1995). Herpes virus of turkey
vas condições de risco recombinant viruses expressing
infectious bursal disease virus (IBDV) VP2 immu-
exigem, além da vacinação precoce, a nogen induces protection against an IBDV virulent
implantação de biosseguridade rigorosa challenge in chickens. Virology, 211, 4781-4790.
nas granjas. Todavia, os riscos e o gran- 4. DIAS, C. C. A., de OLIVEIRA SOUZA, F., da
de efeito imunopatogênico de algumas SILVA, E. M. S. A., ELLER, M. R., BARRIOS,
P. R., dos SANTOS, B. M., MORAES, M. P., de
estirpes vacinais foram descritos em ALMEIDA, M. R. (2009). Sequencing and phy-
diversos países e no Brasil [1, 4, 5, 16, logenetic analysis of the infectious bursal dis-
ease virus isolates from outbreak in layer flocks
30], com a reversão de virulência por in the state of Minas Gerais. Brazilian Journal of
mudança de apenas um aminoácido na Microbiology, 40(1), 205–207. doi:10.1590/
S1517-838220090001000036
posição 253 da proteína VP2 (17). No
5. EDWARDS, K.R., MUSKETT, J.C., THORNTON,
Brasil, foi relatado episódio de doença D.H. (1982) Duration of immunosuppression
por estirpe vacinal [4]. O escape vacinal caused by a vaccine strain of infectious bursal dis-
ease virus. Res Vet Sci. Jan;32(1):79-83.
entre lotes, principalmente das estirpes
vacinais de baixa atenuação, pode resul- 6. ETERRADOSSI N., ARNAULD C., TOQUIN
D. & RIVALLAN G. (1998). Critical amino acid
tar em doença por infecção precoce em changes in VP2 variable domain are associated
with typical and atypical antigenicity in very viru-
lotes sensíveis. Por essa razão, recomen- lent infectious bursal disease viruses. Arch. Virol.,
da-se a uniformização do manejo com 143, 1627-1636.
idade única por núcleo, para permitir a 7. ETERRADOSSI N., PICAULT J.P., DROUIN
vacinação simultânea de todas as aves. P., GUITTET M., L’HOSPITALIER R. &
BENNEJEAN G. (1992). Pathogenicity and pre-
Não há tratamento antiviral disponível, liminary antigenic characterization of six infectious
e a terapia antibacteriana ou antimicóti- bursal disease virus strains isolated in France from
acute outbreaks. J. Vet. Med. [B], 39, 683-691.
ca para as infecções oportunistas pode
8. ETERRADOSSI N., RIVALLAN G., TOQUIN D.
não obter sucesso pelo fato de a debili- & GUITTET M. (1997). Limited antigenic varia-
tação do sistema imune ser persistente. tion among recent infectious bursal disease virus
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bigstockphoto.com
Diagnóstico e controle
O diagnóstico definitivo da doença
causada pelo GaHV-1 é obtido pela his-
topatologia. Essa técnica define as lesões
típicas (patognomônicas), como a tra-
Fig. 5. Mucosa da concha nasal de uma galinha
queíte fibrino-necrótica (diftérica) com
com laringotraqueíte infecciosa. A lâmina pró- descamação epitelial e formação de sin-
pria apresenta-se espessa devido ao infiltrado cícios contendo corpúsculos de inclu-
inflamatório. Na superfície e no lúmen, as célu-
las epiteliais sinciciais estão marcadas (grânulos
sões intranucleares. A infecção pode ser
marrons) para os antígenos de GaHV-1. Imuno- confirmada pela detecção do antígeno
histoquímica. 400x. pela reação em cadeia pela polimerase
observada, e, após dois a três dias (PCR) ou pelo isolamento viral .É
15,33,44
Fig. 8. Cavidade, seios e conchas nasais de uma Fig. 9. Traqueia de um frango com infecção por
galinha com infecção por M. gallisepticum. Há M. gallisepticum apresentando exsudato mucoso
hiperemia da mucosa e exsudato mucocatarral. no lúmen.
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8. Micoplasmoses 99
salpingite, além de ar- septicum pode causar
Doença respiratória grave
trites. A infecção nos conjuntivite.
em frango de corte [48],
reprodutores pode re- Métodos de am-
foi descrita para a estirpe
sultar em mortalidade plificação genética e
F vacinal, com ganho de
embrionária tardia, de sequenciamento da re-
virulência após múltiplas
embrião fraco, que bica gião de espaço intergê-
passagens em aves [28],
o ovo mas não consegue
foi descrita para a estirpe F nica 16S-23S (IGSR) e
sair, e mortalidade de da citoadesina (mgc2)
vacinal.
jovens pós-eclosão. O permitem a diferencia-
embrião bicado (pipped ção de estirpes entre
embryo) e não eclodido pode ter massas patogênicas e vacinais não patogênicas
caseosas nos sacos aéreos [25, 42]. [1]. No entanto, estudos mostraram que
M. gallisepticum é caracterizado pelo há circulação de estirpes vacinais envolvi-
sinergismo em várias doenças respira- das em doença respiratória. Doença res-
tórias de aves industriais por vírus, por piratória grave em frango de corte [48],
exemplo, bronquite infeciosa [25], e foi descrita para a estirpe F vacinal, com
bactéria, incluindo coriza infecciosa (A.
ganho de virulência após múltiplas pas-
paragallinarum) [3] e colibacilose (E.
sagens em aves [28], foi descrita para a
coli) [38, 49].
estirpe F vacinal. As vacinas disponíveis
Atualmente, a genética da avicultu-
no mercado nacional incluem as estirpes
ra industrial é livre de M. gallisepticum
F, TS-11 e MG-70 [39]. Estirpes isoladas
e mantida sob erradicação e vigilância
em incubatórios no Paraná foram caracte-
obrigatórias dos plantéis de reprodução.
rizadas em F, TS-11, R e S6 de M. gallisep-
Entretanto, a infecção por M. gallisepti-
ticum. Estudos realizados no Laboratório
cum foi historicamente um coadjuvante
das infecções por vírus respiratórios, de Doenças das Aves [Gomes et al., não
como da bronquite infecciosa das ga- publicado] sugerem condição semelhante
linhas e da doença de Newcastle e, ti- para estirpes vacinais em Minas Gerais.
picamente, com quadros comumente Mycoplasma synoviae
agravados por E. coli. Essas condições
ocorrem em regiões com galpões pró- As micoplasmoses por Mycoplasma
ximos, pobre biosseguridade e proximi- synoviae podem resultar em artrite, com
dade da avicultura familiar. aumento articular, inchaço, hiperemia,
Em outras espécies de aves, como exsudato leitoso sinovial, claudicação e
Carpodacus mexicanus e outros passe- imobilidade articular. A infecção por M.
riformes, e na perdiz de chuckar [25, synoviae atinge também o sistema respi-
27], de vida livre ou cativeiro, M. galli- ratório, e os efeitos clínicos podem tam-
bém ser dependentes das coinfecções
100 Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia, nº 76 - março de 2015
virais ou bacterianas do de galinhas e perus,
De acordo com o PNSA, os
[25, 42]. o material genético
plantéis de espécies de aves
das linhagens comer-
Mycoplasma comerciais em reprodução
ciais deve ser importa-
meleagridis e M. devem, obrigatoriamente,
do livre e mantido em
iowae ser monitorados para
biosseguridade.
M. meleagridis e
as micoplasmoses alvo
A sorologia rápida
M. iowae são princi-
de erradicação M.
em placa (SRP) (Fig.
palmente patógenos
gallisepticum, M. synoviae
3), com antígeno co-
e M. meleagridis. Em se
para perus (Meleagris lorido específico para
tratando de galinhas e
gallopavo), resultando cada uma das espé-
perus, o material genético
em doença respirató- cies de micoplasma,
das linhagens comerciais
ria e reprodutiva, com é o método oficial
deve ser importado
redução da eclodibi- recomendado, com a
livre e mantido em
lidade e com mortali- amostragem represen-
biosseguridade.
dade embrionária. A tativa dos plantéis. O
transmissão vertical e a método SRP é sensí-
infecção embrionária por M. meleagridis vel, mas pouco específico, e exige retes-
resultam na doença em jovens logo após te dos soros reagentes, por inibição da
a eclosão [9]. Em aves desafiadas mais hemaglutinação (IH) ou ensaio imu-
adiante na vida, e que se recuperam, noenzimático (ELISA). IH e ELISA
há resposta imune protetora contra a são métodos sorológicos em microtes-
doença clínica, mas elas se tornam por- te qualitativos e quantitativos, específi-
tadoras subclínicas. M. iowae tem sido cos para cada espécie de micoplasma.
relacionado à redução na eclodibilidade
e à mortalidade embrionária em perus,
e em infecções experimentais, aerossa-
culite em perus e galinhas, assim como
anormalidades nas pernas [5].
Diagnóstico
De acordo com o PNSA, os plan-
téis de espécies de aves comerciais em
reprodução devem, obrigatoriamente,
ser monitorados para as micoplasmoses Figura 3. Soroaglutinação rápida em placa com
soro reagente para Mycoplasma gallisepticum.
alvo de erradicação M. gallisepticum, M. Os grumos roxos ocorrem devido à reação entre
synoviae e M. meleagridis. Em se tratan- o antígeno colorido e os anticorpos no soro.
8. Micoplasmoses 101
O PNSA preconiza, em estabe- aves. Há tolerância de variação de até
lecimentos de controle permanen- duas semanas, nos intervalos trimes-
te (reprodutores elite, bisavós, avós trais ou quadrimestrais, para adequa-
e matrizes), a avaliação periódica a ção às outras práticas de manejo. A
cada três meses, até a eliminação do amostragem para PCR poderá ser de
lote, para galinhas e perus, com iní- três aves para cada mil, no mínimo 10
cio na 12ª semana de idade, por so- e no máximo 20 por núcleo, quando
roaglutinação rápida (SAR) (Fig. 3), não for possível a coleta por suabe. Os
de, no mínimo, 300 amostras de so- soros de aves de reprodução estacio-
ros individuais para M. gallisepticum nal (sazonal) devem ser amostrados
e 100 (cem) amostras para M. syno- para SAR 30 dias antes da estação de
viae, selecionadas aleatoriamente e reprodução (postura) e 30 dias após
com amostras de tamanho igual de o final da postura. As aves reagentes
todos os galpões e ou boxes. Os so- são retestadas, no mínimo de 20, para
ros reagentes são retestados por IH confirmação por IH (soro) e PCR e/
ou ELISA. As aves reprodutoras em ou cultivo (suabe). Para perus, os tes-
início de produção, com cerca de tes devem incluir M. melleagridis e M.
5% de postura, devem ser retestadas iowae, com as mesmas metodologias e
por SAR para M. gallisepticum (150 amostragens.
amostras por núcleo), e M. synoviae É obrigatória a erradicação de M.
(100 amostras por núcleo). As aves gallisepticum, M. synoviae e M. melea-
reagentes, devem ser confirmadas por gridis para reprodutores comerciais,
IH ou ELISA. Os reagentes por SAR sendo proibido qualquer tratamento
e retestados por IH/ELISA são con- antibacteriano antes das amostragens
siderados negativos na diluição até de monitoração e vigilância, pois po-
1:20, suspeitos até 1:40 e positivos dem interferir nos resultados da soro-
até 1:80. Alternativamente, aos 5% de logia, resultando em falso-negativos,
postura, são coletados, no mínimo, assim como é proibida a vacinação,
dois e, no máximo, seis suabes de tra- por resultar em reatividade sorológica.
queia por núcleo e com reteste con- O isolamento e a identificação de
tínuo a cada quatro meses, para rea- micoplasma podem não ser possíveis
ção em cadeia pela polimerase (PCR) em rotina, e são poucos os labora-
e/ou cultivo. Os suabes traqueais tórios preparados para essa pesqui-
são utilizáveis em aves adultas ou de sa. Os meios de cultivo, para evitar
grande porte e podem ser misturados o isolamento das outras bactérias e
(pool) três a três, com mínimo de dois dos fungos presentes, devem conter
e máximo de seis por núcleo de mil antibiótico (penicilina) e acetato de
102 Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia, nº 76 - março de 2015
tálio. As colônias de
A política de Prevenção e
Mycoplasma são pe-
biosseguridade é necessária controle
quenas e necessitam
para a manutenção do A biossegurida-
de visualização ao mi-
status de livre para os de é necessária para
croscópio. Têm borda plantéis reprodutores
e região central que a manutenção do
industriais. As granjas status de livre para
lembram um ovo frito devem ser isoladas e sem
(Fig. 4). Atualmente, os plantéis reprodu-
visitação, com núcleos de tores industriais. As
as primeiras escolhas produção especializados granjas devem ser
para o diagnóstico de por origem e idade, com isoladas e sem visita-
micoplasmose e para distanciamento e sem fluxo
ção, com núcleos de
a caracterização de cruzado de pessoal ou produção especiali-
micoplasmas são os veículos. zados por origem e
métodos moleculares
idade, com distan-
de amplificação do
ciamento e sem fluxo cruzado de
genoma, por PCR, com oligonucleotí-
pessoal ou veículos.
deos iniciadores (primers) específicos.
Os plantéis de estoque genético,
Primers para IGSR (16S-23S intergenic elite, bisavós e avós de galinhas, fran-
spacer region) ou para mgc2, são usados gos e perus da avicultura industrial,
na caracterização e os produtos de PCR, são livres dos micoplasmas descritos
são avaliados por análise do polimorfis- no PNSA. Entretanto, pode haver
mo dos fragmentos de DNA obtidos problemas localizados na avicultura
por enzimas de restrição (RFLP) ou por de matrizes, precursoras de poedei-
sequenciamento [18, 42]. ras comerciais ou frangos, em gran-
jas estabelecidas há mais tempo,
com problemas de biosseguridade,
as quais, para controle, devem aten-
der às recomendações do PNSA.
Os plantéis comerciais de galinhas
de postura, de frangos de corte e de
perus têm melhor produtividade ao
serem livres de micoplasmose.
No momento da importação, as
aves ou os ovos férteis de reprodu-
Figura 4. Microscopia de colônia (seta) de ção e de produção comercial para
Mycoplasma gallisepticum em meio de Frey et
al. (1968). Notar o aspecto característico de “ovo reposição de plantéis avícolas são
frito”. Barra= 1mm. amostrados no ponto de ingresso
8. Micoplasmoses 103
(aeroporto), e os tes- da micoplasmose na
Para poedeiras em regiões
tes laboratoriais de- produção de ovos. A
endêmicas com múltiplas
vem atender às nor- estirpe de M. gallisepti-
idades e procedências de
mas para importação
galinhas, a vacinação pode cum F (MG-F) é a mais
e exportação de aves representar benefício na usada, produzida em
e ovos férteis. Para produtividade, por redução estudos de atenuação
aves de grande porte da manifestação clínica. da estirpe Connecticut
(ratitas: avestruzes, F [54], uma estirpe pa-
emas), os ovos im- togênica típica [57].
portados são transferidos para incu- Vacinas vetorizadas foram desenvol-
batório previamente habilitado pelo vidas e estão disponíveis tanto no mer-
MAPA e, no momento da eclosão, cado nacional quanto no internacional.
procede-se à coleta de mecônio de HVT (estirpe vacinal contra a doença
ovos bicados, ovos com mortalidade de Marek) foi preparado como vetor
na casca, aves de descarte e suabes de genes relevantes de M. gallisepticum
de cloaca e de traqueia, para isola- para a indução de proteção ao mesmo
mento dos agentes e/ou PCR . tempo contra a doença de Marek e M.
Para poedeiras em regiões endêmi- gallisepticum. A vantagem da vacina ve-
cas com múltiplas idades e procedências torizada é a ausência de M. gallisepti-
de galinhas, a vacinação pode represen- cum e seu potencial risco de reversão de
tar benefício na produtividade, por re- patogenicidade.
dução da manifestação clínica. A vacina- O tratamento pode ser adotado
ção com bacterinas (vacinas inativadas) apenas em plantéis comerciais não re-
tem a vantagem de não produtores, poedeiras
introduzir o risco de Vacinas vetorizadas e frangos, com obedi-
reversão das vacinas vi- foram desenvolvidas e ência aos prazos, para
vas. Entretanto, a imu- estão disponíveis tanto no eliminar o risco de
nidade induzida pode mercado nacional quanto resíduos, para consu-
permitir a infecção no internacional. HVT mo dos produtos e/
assintomática com M. (estirpe vacinal contra ou abate, bem como
gallisepticum de campo a doença de Marek) foi avaliação de custo-be-
[21]. preparado como vetor nefício. Nas granjas de
Vacinas vivas têm de genes relevantes de poedeiras com idades
sido empregadas na M. gallisepticum para a múltiplas, há perpe-
avicultura de postura indução de proteção, ao tuação das micoplas-
brasileira, com o objeti- mesmo tempo contra a moses, e a intervenção
vo de reduzir o impacto doença de Marek e M. com antibióticos [ti-
104 Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia, nº 76 - março de 2015
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8. Micoplasmoses 107
9. Salmoneloses
bigstockphoto.com
9. Salmoneloses 111
identificadas como SGP [13, 17]. As Por exemplo: proteínas determinan-
demais salmonelas, mais de 1.400 soro- tes de virulência em bactérias Gram-
variedades do grupo paratifo, por exem- negativas, como as codificadas pelo
plo S. Typhimurium e S. Enteritidis, gene de invA, atuam desviando proces-
são principalmente transmitidas através sos bioquímicos celulares em favor do
da casca do ovo, durante a passagem patógeno. Uma nanosseringa (sistema
pela cloaca ou logo após a postura [13, secretório de proteína tipo III – T3SS)
17]. A Anvisa e o Mapa avaliam regu- transloca proteínas da bactéria através
larmente, por amostragem, a qualidade da membrana celular, permitindo a en-
do produto de origem animal. No re- trada no citoplasma de fatores de viru-
latório da Anvisa de 2008, foi encon- lência celular. Em outras palavras, T3SS
trada a presença de Salmonella (49% atua como uma seringa molecular que
S. Enteritidis, 7,2% S. Typhimurium e inocula proteínas efetoras de patogeni-
4,8% S. MBandaka) em 4% da carne de cidade [11].
frango (Fig. 3) [2]. A proteção contra S. Enteritidis foi
Fatores moleculares de virulência avaliada experimentalmente, sugerindo
bacteriana estão sendo caracterizados. que heterófilos (granulócito polimorfo-
Sorovar N Sorovar %
S. Enteritidis 122 48,8
S. Typhimurium 18 7,2
s. Mbandaka 12 4,8
S.Give 5 2
S.Heidelberg 16 6,4
S.Infantis 19 7,6
S.Rissen 8 3,2
S.Newport 2 0,8
S.Panama 5 2
S.Agona 9 3,6
S.Schwarzenground 3 1,2
S.Senftenberg 3 1,2
S.Minnesota 3 1,2
S.Lexigton 2 0,8
S.Ohio 3 1,2
S.Gaminara 1 0,4
Diagnóstico
A doença por SGP em jovens logo
após a eclosão ou com poucos dias de
idade, caracterizada por diarreia branca,
com tamponamento cloacal por fezes
Figura 4. Reação sorológica para pulorose-tifo
(brancas) na pulorose, ou doença com aviário. Soro reagente em sorologia rápida em
morte aguda/superaguda em adultos placa com antígeno colorido (grumos roxos).
9. Salmoneloses 113
o produto obtido deve ser sequenciado. gallinarum, S. pullorum, S. typhimu-
Para o diagnóstico das infecções por rium e S. enteritidis) dos plantéis repro-
Salmonella de importância em saúde dutores da avicultura tecnificada, por
pública, amostras de poedeiras de ovos seu impacto econômico e em saúde pú-
de consumo em estabelecimentos com blica. Entretanto, em ocasiões especiais,
galpões californianos, clássico ou modi- poderá ser utilizada a vacina contra S.
ficado, por sua maior exposição ao de- enteritidis em matrizes, sob a coorde-
safio, devem ser coletados 300 gramas nação do Mapa. Todas as estratégias de
de fezes frescas por galpão do núcleo, biosseguridade e monitoração devem
preferencialmente cecais, coletadas em ser implementadas para garantir a ma-
diferentes pontos distribuídos ao lon- nutenção do status de livres nos plantéis
go do galpão e reunidas em uma única comerciais.
amostra. Alternativamente, devem ser Os estabelecimentos avícolas de
coletados quatro suabes de arrasto ou postura comercial descritos na Instrução
dois pares de propés, agrupados em um Normativa nº. 10 devem manter alo-
pool, umedecidos com meio de conser- jadas somente aves vacinadas, com
vação, e cada suabe ou par de propés vacinas vivas para S. Enteritidis [12].
deve perfazer 50% da superfície do gal- Poedeiras comerciais de ovos de consu-
pão. Os suabes e propés devem ser ume- mo humano, criadas em estabelecimen-
decidos com meio de conservação e tos avícolas de postura comercial com
transporte, podendo ser água peptona- galpões do tipo californiano, clássico ou
da tambonada 1%, meio de Cary e Blair, modificado, por sua maior exposição ao
solução salina fisiológica ou solução de desafio, devem ser vacinadas contra S.
Ringer diluída a ¼ [12]. Enteritidis, para a redução da infecção
de ovos. A vacina viva de S. Enteritidis
Prevenção e controle deve ser aplicada no incubatório ou na
De acordo com o PNSA, são de vi- recria.
gilância e erradicação obrigatórias para Todos os plantéis devem ser sub-
aves reprodutoras as salmoneloses cau- metidos à vigilância epidemiológica
sadas por S. pullorum, S. gallinarum, para S. Enteritidis, S. Typhimurium e
S. typhimurium e S. enteritidis [3, 12]. S. Gallinarum-Pullorum com coletas de
O tratamento e a vacinação contra as amostras para testes laboratoriais [12].
salmoneloses são proibidos para re- O despovoamento, a eliminação de
produtores na avicultura industrial, e o galinhas e de outras aves domésticas da
Programa Nacional de Sanidade Avícola propriedade e o combate permanente
(PNSA) determina a erradicação das aos ratos são essenciais para a erradica-
quatro principais sorovariedades (S. ção da doença. O combate a um surto
114 Cadernos Técnicos de Veterinária e Zootecnia, nº 76 - março de 2015
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hemorragia caracterizando a fase aguda da miopatia. B e C. Vários músculos peitorais profundos com
áreas de hemorragia entremeadas por áreas esverdeadas e amorfas e alguns esbranquiçados, caracte-
rizando a fase crônica da miopatia. Fonte: Kijowski et al. (2009).
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