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HABITAÇÃO E URBANISMO:

O PROBLEMA E O FALSO
PROBLEMA

Planejamento
Urbano e Regional

Magaiver Bester
27/08/2019
GABRIEL BOLAFFI (1934 – 2011)

 Gabriel Bolaffi (Turim, Itália, 1934 - São Paulo, São Paulo, 2011).
Sociólogo e professor. Migra para São Paulo aos cinco anos de
idade, fugindo com a família da perseguição nazista aos judeus.

 Em 1956, ingressa no curso de ciências sociais da Faculdade de


Filosofia Ciências e Letras da Universidade de São Paulo
(FFCL/USP). Inicia a carreira docente, em 1960, na mesma
universidade. Faz o doutorado na Universidade de Washington de
1965 a 1968.

 É autor dos livros A casa das ilusões perdidas: aspectos sócio-


econômicos do Plano Nacional de Habitação (1977); A Saga da
Comida (2000), livro de receitas e história e O Legado de Renata,
romance autobiográfico. Publica artigos que se tornam clássicos na
área de arquitetura, tais como: "Habitação e urbanismo: o problema
e o falso problema" (1979).
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A Habitação Popular: Um Falso Problema

 Em 1964 o Governo Federal elegeu a Habitação Popular como problema

fundamental no Brasil.

 Em 1964 cria-se o BNH (Banco Nacional da Habitação), que se tornou responsável

para solucionar o problema da habitação popular, para isso passou a receber o FGTS

(Fundo de Garantia do Tempo de Serviço)

 A Habitação Popular é um falso problema.

 1960 uma pesquisa mostra que a principal aspiração dos brasileiros é a casa própria.

 Para a classe média e baixa, a aquisição da casa própria evidencia o sucesso e a

conquista de uma posição social mais elevada.

 A população tem a falsa impressão de ao adquirir a casa própria, o valor gasto antes

com o aluguel todos os meses se torna parte do capital para adquirir novos bens,

provocando uma sensação quase mágica. 3


A Ideologia da Habitação Popular e sua origem

 A oferta da casa própria foi utilizada como forma de receber apoio da população no
regime de 1964.

 Em agosto de 1964 o plano governamental de construção de residências populares


veio com o intuito de estimular a produção, incentivar indústrias básicas,
fornecedores da construção civil e dar saída ao problema social de déficit de
habitações nas cidades.

 Tudo indica que o “problema da habitação popular” no governo Castelo Branco, foi
apenas um artificio político formulado para enfrentar um problema político conjuntural.
Pois, em 1967 quando os conjunturas econômicas se inverteram, notou-se uma total
falta de preocupação com as habitações populares.

 BNH durante os 3 primeiros anos se tornou o maior programa de investimentos em


habitação popular do mundo, com o grande capital que aumentava através do FGTS.
Mas, nesses anos, conseguir dar conta de aproximadamente 24% do problema de
moradias que havia no Brasil em 1964, sendo que nesses 3 anos, o déficit aumentou
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em aproximadamente 70% em comparação aos gráficos de 64.
O Problema

 O grande problema, foi que o BNH foi criado para atender ao


déficit de habitação e não a carência de moradias.

 O que vimos depois, foi que o BNH estava criando um


processo de favelização ao construir conjuntos habitacionais
com pequenas casas padrões em áreas rurais e sem
saneamento e asfalto de qualidade.

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A Deterioração Física do “Habitat” Urbano no
Brasil

 O principal problema é o processo periférico de expansão da mancha


urbana, mais facilmente perceptível nas grandes capitais.

 Em São Paulo chamam “PERIFERIA” as regiões as regiões onde


habitam famílias de baixa renda.

 A expansão descontinua da mancha urbana aumenta as distâncias,


encarece os investimentos para implantação de serviços públicos,
eleva os custos de operação e manutenção.

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Investimento e Destruição

 Ao utilizar o solo urbano como meio de investimento, ao


contrário de seu real uso, para morar, desencadeia
processos que alimentam o crescimento periférico.

 São Paulo cresce na auto destruição

- Crescimento periférico

- Abandono de edificações de 20 e 30 anos

- Desvalorização do imóvel (30% do valor de um novo)

- Falta de interesse que gera abandono, que em seguida, gera


degradação.

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A Necessidade de uma Nova Política Fundiária
Urbana

 A especulação imobiliária dos terrenos urbanos se deve aos benefícios que


o próprio poder público lhes dá quando investe em infraestrutura e em
melhorias próximo a estes terrenos sem cobrar por isso. Desta forma, deixa-
se os terrenos parados esperando melhorias que possam aumentar ainda
mais seus valor.

 O candidato a casa próprio paga o dobro pelo terreno, direta ou


indiretamente.

 A política fundiária no Brasil se transforma no melhor meio de encher o bolso


daquela minoria que tem o poder de possuir esse “bilhete premiado da
loteria”.

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Principais Conceitos

 Habitação Popular: Uma residência popular ou social é um tipo de moradia


destinada à parcela da população que tem um poder aquisitivo menor. Essa
circunstância impede ou dificulta a aquisição de um imóvel por meio do
mercado imobiliário tradicional.

 Falso Problema: Na visão de Bolaffi, o falso problema de pôr a Habitação


Social no pedestal das políticas públicas, se deve ao uso destas para
conquistar a população e receber apoio durante o governo de determinado
grupo político.

 Política Fundiária Urbana: A estrutura fundiária ou estrutura agrária é a forma


como o recurso terra se divide em propriedades, de acordo com o processo
histórico da área analisada e também com as leis da propriedade ditadas pelo
Estado.

 Deterioração do Espaço Urbano: É o processo pelo qual a área de uma cidade,


ou até mesmo uma cidade inteira, cai em desuso ou decrepitude.
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Materialidade do Tema em Curitiba:
Estudo de Caso no Bairro Novo

Laura Bertol – TERRA E HABITAÇÃO: O PROBLEMA E O FALSO PROBLEMA.

As Políticas de obscurecimento do preço da terra na política habitacional em Curitiba.

 O Bairro Novo, localizado no Sitio Cercado, foi uma região precária de Curitiba onde
até a década de 90 não havia um planejamento urbano ou políticas públicas que
controlassem sua expansão e a qualidade de sua infraestrutura.

 Foi a partir da década de 90 que a COHAB iniciou os planos de habitação social no


bairro.

 Durante a década de 90 iniciou-se um intenso investimento na produção


habitacional popular da COHAB, que até 2010 se computavam em pouco mais de
24.000 unidades.

 Atualmente o Bairro Novo conta com a rua da cidadania Bairro Novo para auxiliar
os moradores com questões relacionadas ao urbanismo. E mesmo após o intenso
processo de urbanização pelo qual passou, se encontra grandes terrenos de até
10
3.000m² que são vítimas da especulação imobiliária.
MUITO
OBRIGADO!
Magaiver Bester
Planejamento Urbano e Regional I
Prof: Mayara Vieira de Souza

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