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Boas-vindas!
Seja bem-vinda, seja bem-vindo à primeira aula da disciplina. Vamos começar por aprofundar
a discussão sobre modelos e teorias para aprendizagem em EaD. A discussão não é recente, mas
exige cada vez mais uma reflexão atual condizente com os novos cenários e práticas educacionais.
Posso fazer uma sugestão? Antes de prosseguir na leitura, reflita sobre sua trajetória de ensino como
aluno: quais as práticas que mais favoreceram seu aprendizado? O que de sua experiência como
aluno pode contribuir para sua prática como docente? Parece difícil? Vai demandar muito tempo?
Isso não é problema; siga adiante, mas mantenha esses questionamentos no pensamento.
Boa leitura!
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Objetivos de aprendizagem
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(construtivista) e o psicólogo russo Vygotsky (sociointeracionista) são alguns dos principais
pensadores dessa corrente teórica. Com base nessa perspectiva, podemos compreender
melhor a imbricada relação da Educação com o meio externo ou social. O conhecimento
passa a ser visto como um processo indissociável das situações do cotidiano. Essa forma de
abordagem dialoga em grande medida com a última das perspectivas que vou apresentar.
3. Perspectiva situada – aqui a aprendizagem é vista como um fenômeno social. Interação
social e colaboração são condições fundamentais no processo de aprender. A aprendizagem
ocorre num ambiente social, é a comunicação e a interação entre os indivíduos que a
sustentam. Entre seus principais teóricos estão Lave e Wenger, Cole, Engstrom e Wertsch.
Essas três perspectivas percorreram quase um século da humanidade (século XX) e foram
muito relevantes para a pesquisa sobre estratégias de aprendizagem. O que eu gostaria que você
compreendesse é que modelos pedagógicos dialogam com o seu tempo, pois respondem a
necessidades específicas. Eles são valiosos para apontar o começo e repensar o futuro; na verdade,
são perspectivas que convivem até hoje e se ramificam nas diversas estratégias de aprendizagem.
Considerando o mundo complexo em que vivemos, cheio de incertezas e de multiplicidade das fontes
e informações, precisamos de alguma ancoragem, não é mesmo?
Agora eu gostaria de situar a educação no contexto brasileiro, marcado por forte desigualdade
de oportunidades e que tem a educação de qualidade ainda como grande desafio. Para tanto, não
podemos deixar de mencionar a educação humanista com base em nossa maior referência
educacional, o professor Paulo Freire (1999). Freire defende uma educação progressista e
emancipatória; para isso, a aprendizagem deve possibilitar a tomada de consciência pelo sujeito com
vista a uma atitude libertadora e emancipatória.
Verbete
Estas são algumas das principais obras de Paulo Freire, esse grande mestre. Vale a pena a
leitura. Entre parênteses está o ano de lançamento; todos eles já tiveram novas edições.
Pedagogia do Oprimido (1968);
A importância do ato de ler (1981);
Professora sim, tia não (1993);
Pedagogia da Autonomia (1996).
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Paulo Freire relacionam-se com a ideia de um trabalho educativo, em especial com jovens e adultos.
A educação baseada nesse ponto de vista passa por uma inserção crítica na realidade para
transformá-la.
A partir deste ponto do nosso estudo, gostaria de apresentar a você o conceito de Andragogia,
comumente utilizado para conceber e planejar práticas educativas no contexto da formação
continuada para o mundo do trabalho.
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Na próxima seção de aprendizagem quero apresentar a você como esses modelos orientam para
uma prática de mediação pedagógica em ambiente virtuais de aprendizagem.
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4. Produto: qual será o resultado/produto dos alunos?
5. Atividade: o que os alunos (e professores) devem executar?
6. Quem executa a atividade: como será o trabalho dos alunos (em grupo, individualmente,
em duplas)?
7. Duração: quanto tempo será destinado para a realização da atividade?
8. Recursos: quais tecnologias serão necessárias para a realização da atividade?
9. Avaliação: qual será a forma de avaliação? Qual o peso das atividades? Como deve ser
o feedback aos alunos?
Esses itens são importantes para que você planeje a condução de sua prática como educador
em ambientes presenciais ou virtuais. Logo, posso concluir que as teorias de aprendizagem devem
ser pensadas com relação à prática, contemplando as dimensões ética/política; gestão/administrativa
e ensino/pedagógica. O espaço virtual deve também ser o espaço de cocriação de uma cultura
colaborativa. Os fóruns de discussão são oportunidade de troca de ideias e relatos com base nos
quais o professor pode tecer uma rede de pensamentos e conceitos, trazendo ao debate a
diversidade de opiniões a partir de uma postura democrática, logo legítima. O professor vai
costurando esses pontos, permitindo que o fluxo de ideias, de escrita e de imagens esteja claro e
acessível para os alunos. As funções de cada recurso do ambiente virtual de aprendizagem (AVA)
serão matéria de uma aula mais adiante; por agora eu gostaria que você refletisse sobre o seguinte
assunto.
Eu sugeriria que você seguisse pelo caminho do compartilhamento com o aluno. Que
construísse com ele alternativas, rotas e percursos para a aprendizagem, que “ouvisse”
suas necessidades e experiências pessoais, que esteja atento(a) sobre a diversidade
cultural e econômica de seus alunos e que disponibilize meios e recursos para
estimular a autoria. Assim, construímos juntos um percurso mais humano de
aprendizado. O professor espanhol naturalizado brasileiro José Moran (2018) utiliza o
termo “aprendizagem personalizada” para esclarecer esse movimento de
aprendizagem mais orientado para a individualidade do aluno. A personalização requer
a construção de trilhas que façam sentido para cada um, motivando-o a aprender de
forma livre e autônoma.
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alcance da EaD. Esses recursos constituem importantes aliados para disponibilizar informação e
possibilitam em grande medida o aprendizado.
O adequado uso desses recursos requer igualmente a prudência para definir previamente a
estratégia didático-pedagógica: lembre-se dos itens listados anteriormente! Temos uma diversidade
de práticas pedagógicas que podem ser aplicadas conforme a necessidade de aprendizagem do
aluno. Vou apresentar um esquema para que você visualize mentalmente modelos de aprendizagem
e sua aplicabilidade.
Contexto de
aprendizagem
*qual
1. Planejamento pedagógico
2. Conteúdo Teorias de aprendizagem
3. Metodologia
4. Tecnologia
Quais teorias de aprendizagem podem ser úteis para uma nova prática docente, em particular
para EaD? Algumas discussões bem contemporâneas convergem para os temas da Cibercultura e
Interatividade e corroboram a perspectiva de que a docência praticada nos dias de hoje não mais
se fundamenta na prática da transmissão, mas sim na prática coletiva e colaborativa.
Boxe explicativo
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A sala de aula clássica, antes vinculada ao modo de comunicação um (professor)–todos
(alunos), se transforma na sala de aula virtual, inserida num contexto mais amplo e difuso, no qual
a colaboração todos-todos é conferida pela internet. No ambiente virtual de aprendizagem a
comunicação supõe muitos canais e vias de troca e compartilhamento. O professor não detém o
saber absoluto; sua experiência e sua “autoridade” relativizada permitem que construa as pontes
entre as muitas informações e ideias, fazendo convergir experiências e conceitos, conduzindo o
debate de forma democrática, orientando as atividades e as criações dos alunos. Na medida em que
o professor está “despido” de uma autoridade mais clássica, impositiva, está mais livre para criar
outras narrativas de aprendizagem, diversificando e conjugando teorias, aplicando propostas
inovadoras de aprendizado. Vamos resumidamente traçar aqui algumas distinções.
Autoria Coatuoria
Transmissão Colaboração
Texto Hipertexto
Cultura Cibercultura
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Referências bibliográficas
FILATRO, Andrea. As teorias pedagógicas fundamentais em EaD. In: LITTO, F.; FORMIGA, M.
Educação a Distância: o estado da arte. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2009.
FREIRE, Paulo. Educação como prática da liberdade. 23ª ed. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1999.
MORAN, J. Metodologias ativas para uma aprendizagem mais profunda. In: BACICH, Lilian;
MORAN, José (Orgs.). Metodologias ativas para uma educação inovadora. Porto Alegre: Penso.
2018.
MORIN, Edgard. Epistemologia da complexidade. In: SCHNITMAN, Dora Fried (Org.).
Novos paradigmas, cultura e subjetividade. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
SANTOS, Edmea; SILVA, Marcos. O desenho didático interativo na Educação online. Revista
Iberoamericana de Educación, nº 49, 2009.