Você está na página 1de 53

Aula 10 – Sistemas coletivos de

tratamento de esgoto
Tratamento secundário: reatores
anaeróbios e filtros biológicos
Reatores anaeróbios

São inseridos no tratamento secundário, tendo como objetivo a


remoção da matéria orgânica.

Os tipos mais conhecidos são o UASB (Upflow Anaerobic Sludge


Blanket) e o RALF (Reator anaeróbio de leito fluidizado).

O UASB consiste em um sistema em que o lodo se acha suspenso,


agregado na forma de floco ou grânulo.

O RALF configura-se como um sistema em que o lodo se acha


aderido à superfície de material particulado móvel, formando-se um
biofilme junto a partículas finas fluidizadas.
Reatores anaeróbios

A operação deste tipo de reator é extremamente simples e o


processo é econômico, sendo utilizado principalmente em
países em desenvolvimento, como o Brasil.

Antes utilizado somente para efluentes industriais (efluentes


com alta concentração de DQO e DBO), passou a ser aplicado
com êxito no tratamento de esgotos domésticos a partir dos
anos de 1990.

No Estado do Paraná, a empresa concessionária SANEPAR


adotou integralmente o processo como padrão para suas
ETEs.
Reatores anaeróbios

- REATORES UASB

Também conhecidos como RAFA (Reator anaeróbio de fluxo


ascendente) ou DAFA (Digestor anaeróbio de fluxo ascendente).

É o tipo de reator mais utilizado para tratamento de esgoto


doméstico.

Uma característica do processo é a limitação na eficiência de


remoção de DBO e DQO, a qual situa-se, em média, em torno de
70%, e por isso os reatores devem ser seguidos por alguma forma
de pós-tratamento.
Reatores anaeróbios

- REATORES UASB

▪ Funcionamento

✓ A biomassa cresce dispersa no meio, e não aderida a um meio


suporte.
✓ O líquido entra pelo fundo da unidade, e se encontra com o leito
de lodo, o que causa a adsorção de grande parte da matéria
orgânica pela biomassa.
✓ Como resultado da atividade anaeróbia, são formados gases
(principalmente metano e gás carbônico).
✓ Sendo o fluxo ascendente, as bolhas geradas também apresentam
uma tendência ascendente.
Reatores anaeróbios

- REATORES UASB

▪ Funcionamento

✓ O separador trifásico, posicionado na parte superior do reator,


retém a biomassa no sistema, impedindo que ela saia com o
efluente, possibilitando a separação de sólidos e gases.
✓ O gás é coletado na parte superior, no compartimento de gases,
de onde pode ser retirado ou reaproveitado.
✓ Os sólidos sedimentam na parte superior externa do separador
trifásico, deslizando pelas suas paredes com grande inclinação, até
retornarem ao corpo do reator.
✓ O líquido sai pela parte superior, por meio de vertedores ou
tubulações perfuradas.
Reatores anaeróbios

Saída do Biogás
Coleta de Efluente

Separador Trifásico Compartimento


de decantação

Bolhas de Gases
Abertura para o
decantador
Defletor de Gases

Manta de Lodo Partículas de Lodo

Compartimento de
Leito de Lodo
digestão

Afluente
Reatores anaeróbios

- REATORES UASB
Reatores anaeróbios

- REATORES UASB
Reatores anaeróbios

- REATORES UASB

▪ Dimensionamento
Tempo de detenção hidráulico

✓ Encontra-se tipicamente entre 6 e 10 horas.

✓ Tempos de detenção muito baixos tem por consequência


velocidades ascendentes de fluxo muito altas, resultando em
arraste da biomassa com o efluente, redução do tempo de
residência celular, e redução da eficiência.
Reatores anaeróbios

- REATORES UASB

▪ Dimensionamento
Tempo de detenção hidráulico

TEMPO DE DETENÇÃO HIDRÁULICO


Temperatura (°C) Tempo médio (horas)
15 a 17 ≥ 10
18 a 21 ≥8
22 a 25 ≥7
> 25 ≥6
Reatores anaeróbios

- REATORES UASB

▪ Dimensionamento
Volume

✓ Fixado o tempo de detenção, obtém-se imediatamente o volume:

𝑉 = 𝑄 .𝑡
V = volume (m³);
Q = vazão (m³/dia);
t = tempo de detenção (horas ou dias).

✓ Recomenda-se uma faixa de 500 a 2000 m³ para o volume dos


reatores em geral.
Reatores anaeróbios

- REATORES UASB

▪ Dimensionamento
Velocidade ascencional

✓ Garante o melhor contato entre o substrato afluente e a biomassa,


e mantém o tempo de detenção hidráulico de projeto, e, quando
proximamente igual em toda a seção do reator, reduz as
possibilidade de curto-circuito.

𝑄 v = velocidade ascensional (m/h);


𝑣= Q = vazão (m³/dia ou m³/s);
𝐴 A = área (m²).
Reatores anaeróbios

- REATORES UASB

▪ Dimensionamento
Velocidade ascencional

VELOCIDADE ASCENCIONAL
Condição de vazão Velocidade ascencional (m/h)
Vazão média < 0,7
Vazão máxima < 1,2
Picos temporários* < 1,5
*Com duração entre 2 e 4 horas.
Reatores anaeróbios

- REATORES UASB

▪ Dimensionamento
Profundidade

✓ É adotada profundidade na faixa de 4 a 6 m.

✓ Mantém um relacionamento direto com volume e área, e com tempo de


detenção e velocidade ascencional.

✓ Assim, a profundidade pode ser inicialmente definida, e os demais


parâmetros verificados, ou vice-versa.

✓ O compartimento inferior de digestão poderá ter pelo menos 2,5 m, e o


compartimento superior de sedimentação, pelo menos 1,5 m.
Reatores anaeróbios

- REATORES UASB

▪ Dimensionamento
Área

𝑉 A = área (m²);
𝐴= V = volume (m³);
𝐻 H = profundidade (m).

✓ Também em função da velocidade ascencional

𝑄 A = área (m²);
𝐴= Q = vazão (m³/dia ou m³/s);
𝑣 v = velocidade ascencional (m/h).
Reatores anaeróbios

- REATORES UASB

▪ Dimensionamento
Distribuição do afluente

✓ A alimentação do reator é feita pelo fundo.


✓ O esgoto aflui a uma caixa superior de distribuição, circular ou
retangular, localizada sobre a laje superior do UASB.
✓ Desta caixa descem tubos verticais de distribuição, que conduzem
o esgoto até o fundo do tanque, para então liberá-lo para a
distribuição ascencional.
✓ O diâmetro dos tubos deve ser preferencialmente 75 ou 100 mm.
Reatores anaeróbios

- REATORES UASB
▪ Dimensionamento
Distribuição do afluente
Reatores anaeróbios

- REATORES UASB
▪ Dimensionamento
Distribuição do afluente
Reatores anaeróbios

- REATORES UASB
▪ Dimensionamento
Distribuição do afluente
Reatores anaeróbios

- REATORES UASB

▪ Dimensionamento
Distribuição do afluente

✓ Na escolha da tubulação, leva-se em conta:


➢ baixa velocidade descendente, inferior a 0,2 m/s, de modo a
evitar o arraste de bolhas de ar para o interior do tanque;
➢ distribuição homogênea ao longo de toda a seção de fundo,
com cada distribuidor podendo atingir 3 m²;
➢ redução do diâmetro do tubo junto ao fundo, para cerca de
50 mm, de modo a promover uma maior velocidade de saída
junto ao fundo.
Reatores anaeróbios

- REATORES UASB

▪ Dimensionamento
Distribuição do afluente

✓ Seção de cada tubo

𝜋𝐷² S = seção de cada tubo (m²);


𝑆= D = diâmetro (mm)
4

✓ Velocidade de escoamento
𝑄 v = velocidade de escoamento (m/s);
𝑣= Q = vazão (m³/dia ou m³/s);
𝑆 S = seção total de tubos (m²).
Reatores anaeróbios

- REATORES UASB

▪ Dimensionamento
Compartimento de decantação
✓ Nestas unidades, 2 parâmetros se sobressaem: taxa de vazão (ou
aplicação) superficial e tempo de detenção hidráulico.

PARÂMETROS NA DECANTAÇÃO
Condição de vazão Taxa de aplicação Tempo de detenção
superficial (m/h) (horas)
Vazão média -- > 1,5
Vazão máxima < 1,2 > 1,0
Picos temporários* < 1,6 > 0,6
*Com duração entre 2 e 4 horas.
Reatores anaeróbios

- REATORES UASB

▪ Dimensionamento
Compartimento de decantação

✓ A inclinação das paredes do decantador deve ser maior que 50%,


e podem ser construídas com placas de concreto, ou de lona
especial esticada.
✓ Os defletores de gás devem ter um transpasse igual ou maior que
0,15 m em relação à abertura para o decantador.
✓ As calhas vertedoras devem estar precedidas de um retentor de
escuma, e se possível, uma caixa de coleta de escuma, projetada
para diminuir os efeitos de perda e de mau cheiro deste material.
Reatores anaeróbios

- REATORES UASB

▪ Dimensionamento
Compartimento de decantação
✓ A velocidade de passagem nas aberturas de entrada do
compartimento deve ser limitado, de acordo com a tabela a seguir.

VELOCIDADE NAS ABERTURAS DO DECANTADOR


Condição de vazão Velocidade (m/h)
Vazão média < 2,5
Vazão máxima < 4,0
Picos temporários* < 6,0
*Com duração entre 2 e 4 horas.
Reatores anaeróbios

- REATORES UASB

▪ Dimensionamento
Produção e descarte do lodo

✓ A produção de lodo pode ser estimada, no caso de esgotos


domésticos, em 0,15 a 0,20 kgSST/kgDQOafluente.
✓ O lodo no interior do reator apresenta um teor de sólidos entre 3 e
5%, tendendo a crescer ao longo do tempo se nenhum descarte for
praticado.
✓ Se o descarte periódico não for realizado, a tendência é aumentar
a concentração do lodo, e ocorrer perda de sólidos com o efluente,
o que resulta em um aumento não desejado da concentração de
SST, DBO e DQO no efluente tratado.
Reatores anaeróbios

- REATORES UASB

▪ Dimensionamento
Eficiência

𝐸
𝐸𝐷𝑄𝑂 = 100 . (1 − 0,68 . 𝑡 −0,35 ) 𝐷𝑄𝑂𝑒𝑓 = 𝐷𝑄𝑂𝑎𝑓 . 1 −
100

EDQO = eficiência na remoção de DQO (%);


t = tempo de detenção (horas)
DQOef = DQO efluente (mg/L);
DQOaf = DQO afluente (mg/L);
E = eficiência (%).
Reatores anaeróbios

- REATORES UASB

▪ Dimensionamento
Eficiência

𝐸
𝐸𝐷𝐵𝑂 = 100 . (1 − 0,70 . 𝑡 −0,35 ) 𝐷𝐵𝑂𝑒𝑓 = 𝐷𝐵𝑂𝑎𝑓 . 1 −
100

EDBO = eficiência na remoção de DBO (%);


t = tempo de detenção (horas)
DBOef = DBO efluente (mg/L);
DBOaf = DBO afluente (mg/L);
E = eficiência (%).
Reatores anaeróbios

Exercício 1
Dimensionar um reator UASB para tratamento de esgoto
doméstico, com as seguintes características:
✓ Vazão média de projeto = 277 L/s;
✓ Vazão máxima de projeto = 490 L/s;
✓ DBO = 200 mg/L;
✓ DQO = 400 mg/L.
Reatores anaeróbios

Exercício 1 – RESOLUÇÃO
- Tempo de detenção hidráulica de 6 a 10 horas
Adotou-se 8 horas.

- Volume
277 𝐿 1 𝑚³ 3600 𝑠
𝑉 = 𝑄 .𝑡 = .8 ℎ . . = 7978 𝑚³
𝑠 1000 𝐿 1ℎ

Como recomenda-se volumes de 500 a 2000 m³, podem


ser adotados mais de um reator. Adotou-se 6 unidades:
7978
𝑉= = 1330 𝑚3 𝑐𝑎𝑑𝑎 𝑟𝑒𝑎𝑡𝑜𝑟
6
Reatores anaeróbios

Exercício 1 – RESOLUÇÃO

- Profundidade de 4 a 6 metros
Adotou-se 5 m.

- Área unitária
𝑉 1330
𝐴= = = 266 𝑚2 . 6 = 1596 𝑚²
𝐻 5

Dimensões aproximadas: 16,10 m x 16,50 m


Reatores anaeróbios

Exercício 1 – RESOLUÇÃO
- Sistema de distribuição do esgoto afluente
A área de influência de cada tubo pode ser de até 3 m².
Adotou-se 2,5 m²/tubo.

a) Número de tubos
266
𝑛= = 106 𝑡𝑢𝑏𝑜𝑠
2,5

b) Seção de cada tubo


Considerando tubos de 75 mm de diâmetro:

𝜋 . 0,0752
𝑆= = 0,0044 𝑚
4
Reatores anaeróbios

Exercício 1 – RESOLUÇÃO
- Sistema de distribuição do esgoto afluente

c) Velocidade de escoamento

0,277
𝑄 /106
𝑣= = 6 = 0,11 𝑚Τ𝑠 (𝑎𝑏𝑎𝑖𝑥𝑜 𝑑𝑜 𝑟𝑒𝑐𝑜𝑚𝑒𝑛𝑑𝑎𝑑𝑜 𝑑𝑒 0,2 𝑚Τ𝑠)
𝑆 0,0044

d) Velocidade ascensional
𝑄 0,277 𝑚³ 3600 𝑠 1
𝑣𝑎 = = . . = 0,62 𝑚Τℎ
𝐴 𝑠 1ℎ 1596 𝑚²

Dentro do recomendado para Qmédia → < 0,7 m/h.


Reatores anaeróbios

Exercício 1 – RESOLUÇÃO

- Sistema de decantação

a) Comprimento: igual ao comprimento lateral do decantador


→ 16,10 m.

b) Largura: valor na ordem de 2,5 a 3,5 m.

Adotando-se largura para o sistema de decantação de 3


metros, e admitindo-se uma largura do coletor de gás a cada 2
compartimentos de decantação igual a 0,30 m, é possível
determinar o número de compartimentos, sendo a largura do
reator igual a 16,50 m.
Reatores anaeróbios

Exercício 1 – RESOLUÇÃO
- Sistema de decantação

c) Número de compartimentos
𝐵 = 𝐵𝑑 . 𝑛𝑐 + 𝐵𝑔 . 𝑛𝑐
16,50 = 3 . 𝑛𝑐 + 0,30 . 𝑛𝑐
16,50 = 3,30 𝑛𝑑
𝑛𝑑 = 5 𝑐𝑜𝑚𝑝𝑎𝑟𝑡𝑖𝑚𝑒𝑛𝑡𝑜𝑠

d) Área superficial de cada compartimento

𝐴𝑠 = 16,10 . 3 = 48,3 𝑚²
Reatores anaeróbios

Exercício 1 – RESOLUÇÃO
- Sistema de decantação

e) Área de decantação por reator

𝐴 = 48,3 . 5 = 241,5 𝑚²

f) Velocidade ascensional

𝑄 0,277 𝑚³ 3600 𝑠 1
𝑣𝑎 = = . . = 0,69 𝑚Τℎ
𝐴 𝑠 1ℎ 241,5 𝑚2 . 6
Reatores anaeróbios

Exercício 1 – RESOLUÇÃO
- Dimensões
Reatores anaeróbios

Exercício 1 – RESOLUÇÃO
- Dimensões
Reatores anaeróbios

Exercício 1 – RESOLUÇÃO
- Dimensões
Reatores anaeróbios

Exercício 1 – RESOLUÇÃO

- Eficiência na remoção de DQO

𝐸𝐷𝑄𝑂 = 100 . 1 − 0,68 . 8−0,35 = 67,17%

67,17
𝐷𝑄𝑂𝑒𝑓 = 400 . 1 − = 131,32 𝑚𝑔/𝐿
100
Reatores anaeróbios

Exercício 1 – RESOLUÇÃO

- Eficiência na remoção de DBO

𝐸𝐷𝐵𝑂 = 100 . 1 − 0,70 . 8−0,35 = 66,19%

66,19
𝐷𝐵𝑂𝑒𝑓 = 200 . 1 − = 67,62 𝑚𝑔/𝐿
100
Filtros biológicos

Sistema de tratamento no qual o esgoto passa por um leito de


material de enchimento, recoberto com microrganismos e ar,
acelerando o processo de digestão da matéria orgânica.

O mecanismo do processo é caracterizado pela alimentação e


percolação contínuas do esgoto através do meio suporte.

A continuidade da passagem dos esgotos nos interstícios


promove o crescimento e a aderência da massa biológica na
superfície do meio suporte.

A massa biológica permanece fixa (estática ou aderida).


Filtros biológicos

A massa biológica agregada ao meio suporte retém a matéria


orgânica contida no esgoto, através do fenômeno de adsorção.

À medida que a biomassa cresce na superfície do meio, o espaço


vazio tende a diminuir, fazendo com que a velocidade de
escoamento nos poros aumente.

Ao atingir um determinado valor, esta velocidade causa uma tensão


de cisalhamento, que desaloja parte do material aderido, sendo essa
uma forma natural de controle da população microbiana.

As condições aeróbias necessárias à reação bioquímica aeróbia


exigem ampla ventilação através dos interstícios, suficiente para
manter o suprimento de oxigênio. A ventilação é, usualmente,
natural.
Filtros biológicos

O reator biológico convencional empregado para o processo de


filtração biológica é constituído dos seguintes componentes:
mecanismo de distribuição dos esgotos, meio suporte, e sistema de
drenagem do efluente.

A distribuição dos esgotos na superfície do meio suporte é realizada


através de aspersores, fixos ou móveis.

O meio suporte é constituído de uma massa de sólidos,


convenientemente depositada no tanque, sendo que o material
depende da disponibilidade local e dos custos.

O sistema de drenagem consiste de blocos ou calhas, dispostos em


toda a extensão do fundo do tanque, com condições de escoamento
para receber continuamente o esgoto aplicado e conduzi-lo ao canal
efluente do filtro.
Filtros biológicos
Filtros biológicos
Filtros biológicos
Filtros biológicos

Nos sistemas de baixa carga, a quantidade de DBO aplicada


por unidade de filtro é menor.

Com isso, a disponibilidade de alimentos é menor, o que


resulta numa estabilização parcial do lodo e numa maior
eficiência do sistema de remoção da DBO.

Os filtros de alta carga recebem uma maior carga de DBO por


unidade de volume do leito.

Assim, os requisitos de área são menores, há uma ligeira


redução na eficiência da remoção de DBO, e o lodo não é
digerido no filtro.
Filtros biológicos

As cargas hidráulicas e orgânicas aplicadas classificam os filtros em


grosseiros, de baixa, de intermediária, e de alta capacidade (ou alta
taxa).

Filtros grosseiros: cargas acima de 40 m³/m².dia, e acima de 1 até 6


kgDBO/m³.dia.

Filtros de baixa capacidade: carga hidráulica inferior a 5 m³/m².dia, e


carga orgânica inferior a 0,3 kgDBO/m³.dia.

Filtros de capacidade intermediária: carga hidráulica de 4 a 10


m³/m².dia, e carga orgânica de 0,2 a 0,5 kgDBO/m³.dia.

Filtros de alta taxa: são os mais recomendados, com carga hidráulica


de 10 até 50 m³/m².dia, e carga orgânica inferior a 1,2 kgDBO/m³.dia.
Filtros biológicos

- Volume do meio suporte (de enchimento)

𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 𝑜𝑟𝑔â𝑛𝑖𝑐𝑎
𝑉=
𝑐𝑎𝑟𝑔𝑎 ℎ𝑖𝑑𝑟á𝑢𝑙𝑖𝑐𝑎

- Área

𝑉 A = área do filtro (m²);


𝐴= V = volume do filtro (m³);
𝐻 H = profundidade adotada (m).
Filtros biológicos

- Carga hidráulica para vazão máxima

𝑄𝑚á𝑥
𝐶ℎ𝑚á𝑥 =
𝐴

Chmáx = carga hidráulica para vazão máxima (m³/m².dia);


Qmáx = vazão máxima (m³/dia);
A = área do filtro (m²).

- Eficiência

1 E = eficiência;
𝐸= w = carga orgânica aplicada (kg/dia);
𝑤 V = volume do meio suporte (m³);
1 + 0,443 .
𝑉 .𝐹 F = fator de recirculação.
Filtros biológicos

- Razão de recirculação e fator de recirculação

Razão de recirculação (r) Número de passagens do Fator de


líquido pelo filtro recirculação
0 1,0 1,00
0,5 1,5 1,36
1,0 2,0 1,65
1,5 2,5 1,88
2,0 3,0 2,09
2,5 3,5 2,31
3,0 4,0 2,51
Filtros biológicos

Exercício 2
Com os dados do exercício 1, dimensionar um filtro biológico
convencional para tratamento de efluente de um reator UASB
sendo que o filtro será de alta capacidade e preenchido com
brita.

Dados do exercício 1:
✓ Vazão média de projeto = 277 L/s;
✓ Vazão máxima de projeto = 490 L/s;
✓ DBO = 200 mg/L.

Você também pode gostar