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Teste 12º ano

TERCEIRA / D. PEDRO, REGENTE DE PORTUGAL

Claro em pensar, e claro no sentir,


É claro no querer;
Indiferente ao que há em conseguir
Que seja só obter;
Dúplice dono, sem me dividir,
De dever e de ser —

Não me podia a Sorte dar guarida


Por não ser eu dos seus.
Assim vivi, assim morri, a vida,
Calmo sob mudos céus,
Fiel à palavra dada e à ideia tida.
Tudo o mais é com Deus!

1. Faz a caracterização de D. Pedro, tendo em conta a primeira estrofe.


2. Determina a expressividade das formas verbais “conseguir “ e “ obter”.
3. Refere a questão apontada no poema que determina a fatalidade do sujeito poético.
4. Identifica características épico-líricas no poema.
D. Pedro era o filho preferido do rei, pelo que teve a oportunidade de receber uma
educação excepcional para a época em que vivia. Isto transformou-o num amante da
cultura, e levou-o a querer trazer mudanças para a pátria através das letras, formando
uma ideia de Império Espiritual (o tal Quinto Império).
Nos dois primeiros versos do poema, Fernando Pessoa, que fala através de D. Pedro,
dá-nos a conhecer as características que mais destacavam esta figura: a sua paixão
pela cultura, a sua grande honestidade, e o facto de ser uma pessoa extremamente
ambiciosa e decidida, que sabe o que quer e vai obtê-lo, independentemente do que
possa ter a ganhar. Isto porque D. Pedro, ao planear o futuro da pátria, não pensava
no que era melhor para si, mas sim o que era melhor para aqueles que estavam sob
as suas ordens.
Mas, apesar de não ser ganancioso, a sorte escolhia não o proteger, pois não o
considerava um dos seus. No entanto, ele não se importava com isso. Assim sabia
que tudo o que conseguiu alcançar foi fruto do seu trabalho árduo e da sua vontade, e
não mera sorte.
Era um homem honrado, de convicções fortes, sabia o rumo a tomar, e lutou pelas
suas crenças até à morte, mantendo-se sempre fiel a si mesmo. Por isso mesmo
morreu em paz, sabendo que nunca se desviou do destino que Deus lhe ofereceu, e
tudo o que lhe aconteceu de mal foi por Sua vontade, podendo então ser lembrado
para sempre como uma lenda ou mito.

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