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Conhecer a Deus

II CORÍNTIOS 5:16-17 – AS DUAS FORMAS DE CONHECIMENTO DE DEUS.

Assim que daqui por diante a ninguém conhecemos segundo a carne, e, ainda que também
tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo agora já não o conhecemos deste modo.
Assim que, se alguém está em Cristo, nova criatura é; as coisas velhas já passaram; eis que
tudo se fez novo.

• CONHECIMENTO CARNAL/NATURAL: Saber a respeito sobre; Ouvir falar do que se


trata; Um conhecimento meramente superficial. Há um tempo atrás estava conversando
com um amigo e ele me contava sobre uma festa que tinha ido, então perguntei quem foi
com ele nessa festa e ele me citou alguns nomes e no final disse que eu não os conhecia,
mas eu disse que alguns desses nomes eram familiares e, portanto, talvez eu soubesse
de quem se tratava. Então ele começou a me descrever a aparência de alguns deles e
falou de um jovem que tinha cabelo azul, era magro e costumava andar com ele nos
intervalos da escola, logo me veio na memória a figura do rapaz e eu disse “esse aí eu
não conheço, mas sei quem é”. Essa frase é completamente estranha se for parar para
analisa-la, inclusive, creio eu que ela se enquadre na figura de linguagem “antítese”, em
que há uma oposição de ideias. Afinal, como eu posso não conhecer, mas saber quem é?
Estranho, porém ele logo entendeu o que eu quis dizer justamente porque isso é muito
comum para nós e eu posso dar outro exemplo disso, quando uma pessoa pega um livro,
observa a sua capa, o título, lê a sinopse, mais tarde pode até procurar na internet opiniões
e críticas de pessoas que já tiveram um contato com o livro e se algum dia alguém
perguntar a ela sobre ele, talvez ela reconheça do que se trata e até consiga dar uma ou
duas opiniões de achismos, baseado na capa, no título e em opiniões alheias que ela
absorveu, mas ela não vai poder afirmar com clareza o que acha sobre a história do livro,
sobre cada personagem, sobre suas atitudes e as ocasiões que os levaram a toma-las,
simplesmente porque ela pode até conhecer o livro, mas ela não chegou a conhecer a
história no livro. E o conhecimento carnal/natural sobre Deus se trata justamente disso, o
“saber do que se trata” quando Ele é o assunto, dessa ideia limitada de como Deus é
baseado na descrição que ouvimos falar a respeito Dele. Em ROMANOS 1:21-25
(Porquanto, tendo conhecido a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram
graças, antes em seus discursos se desvaneceram, e o seu coração insensato se
obscureceu. Dizendo-se sábios, tornaram-se loucos. E mudaram a glória do Deus
incorruptível em semelhança da imagem de homem corruptível, e de aves, e de
quadrúpedes, e de répteis. Por isso também Deus os entregou às concupiscências de
seus corações, à imundícia, para desonrarem seus corpos entre si;
Pois mudaram a verdade de Deus em mentira, e honraram e serviram mais a criatura do
que o Criador, que é bendito eternamente. Amém) Paulo fala que até os ímpios conhecem
a Deus dessa forma rasa e essa maneira de conhece-lo não é suficiente para alimentar a
fé em Deus, pelo contrário, no versículo 21 ele escreve que mesmo eles tendo conhecido
a Deus, não o glorificaram como Deus, nem lhe deram graças, antes em seus discursos
se desvaneceram e o seu coração insensato se obscureceu. Nesse versículo duas coisas
ficam claras:
➢ O que se deve fazer ao conhecer a Deus: Glorifica-Lo e dar-Lhe graças
➢ O que não se deve fazer ao conhecer a Deus: Desvanecê-Lo em seus
discursos, ou seja, parar de falar Dele e ser insensato a ponto de permitir que seu
coração se escureça diante de sua revelação, no caso, se refere a um bloqueio
da pessoa contra o reconhecimento da soberania de Deus, uma coisa grave, visto
que por diversas vezes nas escrituras, vemos que Deus age e habita através do
coração do homem.

EXEMPLOS NA BÍBLIA: Quando falamos de conhecimento carnal sobre Deus, o personagem


que melhor podemos associar é o discípulo traidor, Judas Iscariotes, um homem que teve a
maior de todas as oportunidades do mundo, conhecer o próprio Deus verdadeiramente e
profundamente de perto, mas desperdiçou sua chance preferindo apenas um conhecimento
superficial daquele que em vão chamava de Mestre, pois não o tinha aceito como Mestre e
Messias em seu coração. Judas pode ser chamado de o pior negociante que já existiu na face
da Terra, quando o comparamos com a Parábola da Pérola de Grande Valor descrita em
MATEUS 13:45-46 (Outrossim o reino dos céus é semelhante ao homem, negociante, que
busca boas pérolas; E, encontrando uma pérola de grande valor, foi, vendeu tudo quanto tinha,
e comprou-a), Judas encontrou a Pérola Preciosa Viva, o acesso a riqueza mais importante
de todas que é o conhecimento espiritual de Deus, mas não reconheceu o seu valor
incomparável preferindo se apegar aos bens materiais terrestres, percebemos isso na
passagem de JOÃO 12:4-6 (Então, um de seus discípulos, Judas Iscariotes, filho de Simão,
o que havia de traí-lo, disse: Por que não se vendeu este ungento por trezentos dinheiros, e
não se deu aos pobres? Ora, ele disse isto, não pelo cuidado que tivesse dos pobres, mas
porque era ladrão e tinha a bolsa, e tirava o que ali se lançava.) onde Judas se indigna com a
adoração de Maria, isso nos faz retornar a ROMANOS 1, Maria fez o que se deve fazer quando
obtém-se o conhecimento de Deus, glorifica-Lo e dar-Lhe graças, enquanto Judas que andou
ao lado de Jesus, viu seus milagres, ouviu seus sermões e acompanhou seu exemplo de
humanidade perfeita, ainda sim, não o reconheceu como Cristo, não o glorificou e manteve
seu coração fechado pensando apenas na riqueza limitada da terra, o traidor tinha uma
cegueira espiritual crônica que não o permitiu enxergar o conhecimento revelador de Deus e
ele encerra sua história com o pior acordo que um negociante pode-se fazer, Judas vendeu
essa Pérola por trinta moedas de prata, conforme relatado em MATEUS 26:15 (E disse: Que
me quereis dar e eu vo-lo entregarei? E eles lhe pesaram trinta moedas de prata.).

MATEUS 16:15-17 – AS DUAS FORMAS DE CONHECIMENTO DE DEUS.


Disse-lhes ele: E vós, quem dizeis que eu sou? E Simão Pedro, respondendo, disse: Tu és o
Cristo, o Filho do Deus vivo. E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão
Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus.

CONHECIMENTO ESPIRITUAL: Toda humanidade anseia por conhecer o seu criador,


mesmo aqueles que não admitem em palavras precisam Dele, devido a necessidade de
preencher o vazio que todos nós temos na alma, como remete o escritor russo Fiodor
Dostoiévski, “Existe no homem um vazio do tamanho de Deus” e essa ideia foi aplicada uma
escultura no Lago Genebra, na Suíça, chamada ‘Melancoly” do artista Albert György, 2012,
que retrata bem esse vazio, com um homem esculpido em bronze, solitário, sentado num
banco de praça, com a cabeça abaixada. Ele tem um enorme buraco no lugar do peito,
representando um homem sem Deus: ele olha para
dentro de si e não encontra nada, além de vazio,
frustração, melancolia, falta sentido na vida, falta
esperança, falta coragem, falta de rumo. Assim é a
vida do ser humano desnorteado que não tem Deus
dentro de si. As pessoas sempre procuraram sanar
esse vazio com seus desejos da carne, procuram
ocupa-lo com riquezas, inteligência, festas, lugares,
fama, força, poder, beleza, conquistas, troféus e até
mesmo buscam preenche-lo com outras pessoas,
seja um ídolo, paixões, amigos ou família, mas nada,
nem ninguém é capaz de preencher esse vazio além
do próprio Deus, por isso existem tantas pessoas
frustradas e errantes na vida, que podem até sorrir e
terem alguns picos de felicidade, mas no final
sempre vão se angustiar sentindo falta de algo.
Muitas vezes não buscam conhecer a Deus por
simplesmente acharem que já o conhecem e isso não teve efeito nenhum sobre esse vazio,
mas a verdade é que possuem apenas o conhecimento carnal acerca de Deus e esse não é
suficiente para nos preencher, diferente do conhecimento espiritual que além de preencher a
alma, tem uma ação transformadora de dentro para fora. Mas afinal, como podemos conhecer
a Deus espiritualmente? Através de um coração revelador, que não é conquistado por mérito
humano, mas é Deus que nos concede. O Senhor não apenas deseja, como também viabiliza
o processo de conhecimento acerca Dele e podemos analisar isso melhor em JEREMIAS 24:7
(E dar-lhes-ei coração para que me conheçam, porque eu sou o Senhor; e ser-me-ão por povo,
e eu lhes serei por Deus; porque se converterão a mim de todo o seu coração.), nesse
versículo é possível entender que quando Deus nos concede esse coração revelador, nós o
conhecemos verdadeiramente e logo somos convertidos para Ele. A palavra “conversão”
remete a mudança, metamorfose ou transformação, e essa transformação divina faz com que
Deus habite em nossos corações e preencha o vazio das nossas almas por completo. Quando
isso acontece passamos a ser o seu povo e Ele, o nosso Deus.
"Esta é a vida eterna: que te conheçam, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a
quem enviaste" (João 17:3).

DEUS QUER QUE CONHEÇAMOS A ELE, ELE QUE VIABILIZA ESSA CONEXÃO:

O HOMEM NÃO CONSEGUE OBTER O CONHECIMENTO DE DEUS SOZINHO, É


NECESSÁRIO JESUS: o homem, por si só, é incapaz de verdadeiramente conhecer
Deus por causa do seu pecado. As Escrituras nos revelam que somos todos pecadores
(Romanos 3) e que ninguém alcança o padrão de santidade necessário para ter
comunhão com Deus. a menos que aceitemos e recebamos a promessa do sacrifício
de Jesus na cruz. Assim, a fim de verdadeiramente conhecer Deus, devemos
primeiramente recebê-lo em nossas vidas. "Contudo, aos que o receberam, aos que
creram em seu nome, deu-lhes o direito de se tornarem filhos de Deus" (João 1:12).
Nada é mais importante do que entender esta verdade quando se trata de conhecer
a Deus. Jesus deixa claro que somente Ele é o caminho ao céu e a um conhecimento
pessoal de Deus: "Eu sou o caminho, a verdade e a vida. Ninguém vem ao Pai, a não
ser por mim" (João 14: 6).

A PALAVRA: Um dos ingredientes fundamentais nesta jornada é entender que a Bíblia


é a Palavra de Deus e a Sua revelação de Si mesmo, de Suas promessas e de Sua
vontade. A Bíblia é essencialmente uma carta de amor escrita para nós de um Deus
amoroso que nos criou para conhecê-lo intimamente. Que melhor maneira de
aprender sobre o nosso Criador que nos imergir na Sua Palavra, revelada a nós para
esse fim?

de mais q ue o próprio Deus que nos revela. É através desse conhecimento que uma
transformação é gerada em nós. Deus quer que conheçamos a Ele: Não se glorie em seus
feitos, mas em conhecer a Deus (Jeremias 09:23-24)

Tiago, Discípulos.

Consequência da falta de conhecimento e de conhece-lo.

Romanos 1: Por isso Deus os abandonou às paixões infames. Porque até as suas mulheres
mudaram o uso natural, no contrário à natureza.
E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram
em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e
recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro.
E, como eles não se importaram de ter conhecimento de Deus, assim Deus os entregou a um
sentimento perverso, para fazerem coisas que não convêm; Estando cheios de toda a
iniquidade, fornicação, malícia, avareza, maldade; cheios de inveja, homicídio, contenda,
engano, malignidade; Sendo murmuradores, detratores, aborrecedores de Deus, injuriadores,
soberbos, presunçosos, inventores de males, desobedientes aos pais e às mães; Néscios,
infiéis nos contratos, sem afeição natural, irreconciliáveis, sem misericórdia; Os quais,
conhecendo o juízo de Deus (que são dignos de morte os que tais coisas praticam), não
somente as fazem, mas também consentem aos que as fazem),

Como receber o conhecimento de Deus? Como não retroceder? Como prosseguir neste
conhecimento?

Existe no homem um vazio do tamanho de Deus.


Fiodor Dostoiévski

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