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Sociologia II

Seminário Goffman

Roteiro – “A Arte de Manipular a Impressão” Parte I

Mariana Porto de Paula

Nesse capítulo pretende-se reunir as idéias do livro sobre representação do ator para obter o
sucesso e evidenciar algumas técnicas da manipulação de impressão.Para Goffman a
encenação deve ocorrer cautelosamente, uma vez que ações aparentemente insignificantes
denominadas “gestos involuntários” podem prejudicar a credibilidade a ação empreendida
pelo ator.

Goffman exemplifica por meio de uma cerimônia na qual o príncipe Alexandre deveria retirar a
estrela de uma almofada,contudo seu assistente prendeu-a duplamente para evitar que ela
caísse.A tentativa do assistente de evitar um gesto invoIuntário ocasionou num outro – a
dificuldade do nobre em retirar a estrela – que pode ser interpretado como fraqueza e pode
desacreditar até a atuação da platéia.

Quando o indivíduo estranho entra em representação ou ainda se em membro da platéia


entre nos bastidores ocorre uma “intromissão inoportuna” e os atores da representação
podem julgar suas impressões que desejavam ser mantidas ao olhar de terceiros foram
comprometidas.

A vida rotineira de um ator pode conter aspectos negativos evidenciados mais comumente em
declarações verbais que devem ser ocultados momento da representação evitando
constrangimento e rupturas na encenação , denominadas “faux pas” ou incidentes ao passo
que sem refletir um ator destrói a representação chama-se “garfe”.

A representação perde a harmonia se um ator “ faz uma cena “ levando a uma redistribuição
dos papéis, visão da platéia dos bastidores levantando suspeitas sobre a encenação. A
interação pode ser tão intensa levando a platéia a desistir do jogo cortês e a confrontar os
atores “ decidindo a parada”.O último tipo de cena ocorre quando um ator retira suas defesas
pede à platéia para faze que o incorpore como membro de sua equipe.A recusa pode levar à
humilhação deste.

Para evitar esse incidentes os atores devem possuir certos atributos que se dividem em três
tipos:

1) Medidas defensivas utilizadas pelos atores para salvar seu próprio espetáculo.

2) Condutas protetoras usadas pela platéia e pelos estranhos para ajudar os atores a salvar seu
espetáculo.

3) Posturas que os atores devem tomar para tornar possível o emprego,pela platéia e pelos
terceiros, de medidas protetoras em favor dos atores.
Atributos e Práticas Defensivas

1 – Lealdade Dramatúrgica : Para manter uma linha de ação os integrantes devem tomar
responsabilidades para si,não revelando segredos das encenações.Goffman cita riscos de
lealdade de empregados domésticos e a falta de discrição das crianças.O uso de aparadores
permitiu maior privacidade aos patrões , já que a comida era servida e os empregados se
retiravam do recinto.Estes devem aceitar de boa vontade papéis menos importantes evitando
demonstrar falsidade à platéia.

O problema central da lealdade consiste em impedir que os atores se liguem muito forte
emocionalmente ao auditório e revelem as conseqüências da impressão,como frentista que
se esforça mais no trabalho ao receber gorjeta,contudo atrasa o serviço sendo o gerente
muitas vezes contra tal prática.

A deslealdade pode ser evitada por meio da elevação da solidariedade do grupo formando
uma comunidade social , fornecendo uma fonte de apoio moral aos integrantes do grupo
permitindo que eles se defendam.Nesse ponto de vista, os vigaristas tenderiam a adotar
posturas trapaceiras uma vez que estão à margem dos grupos.

Outra tática para neutralizar laços afetivos entre os atores e a platéia consiste em mudar
periodicamente de público,como ocorre na transferência de gerentes de postos de gasolina
evitando a formação de vínculos pessoais com determinados clientes que poderia prejudicar a
firma.

2 –Disciplina Dramatúrgica

Ações durante a representação devem ser espontâneas mas também dissociadas


emocionalmente – não se deixar levar pelo espetáculo podendo assim evitar contingências
dramatúrgicas.

O ator deve ter presença de palco e auto-controle para evitar rupturas na encenação, o
domínio do rosto e da voz é de suma importância além de ser capaz de adotar uma postura
amistosa mesmo nos momentos difíceis.

Goffman ilustra essa prática por meio do fumante irregular de maconha que tem medo de ser
flagrado consumidor de tal substância contudo quando ele consegue ficar “alto” e ainda si
manter sua impressão de não consumidor de drogas ele pode consumir a substância em
público.

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