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Cumprimento do Acordo
Judicial com o MP
Cláusula sexta
Apuração, demonstração
e rateio de custo
Para o melhor entendimento das informações, sugere-se que a leitura do material siga a
sequência ora apresentada.
“A Bancoop se obriga a disponibilizar e manter à disposição dos interessados em páginas próprias devidamente indica-
das de seu sítio na Internet (www.bancoop.com.br), no prazo de 90 (noventa) dias a contar da homologação do acordo
judicial estabelecido por meio do presente instrumento, informações explicativas e comprobatórias dos seguintes eventos,
concernentes a cada uma de suas seccionais.”
a) “do procedimento adotado em cada seccional, no curso ou após a conclusão da construção do res-
pectivo empreendimento, para apuração de eventual alteração do custo estimado inicialmente
para o respectivo empreendimento e respectivos valores.”
b) “do procedimento adotado, no caso de identificação da elevação do custo inicialmente estimado para
cada empreendimento, para demonstração aos cooperados vinculados à respectiva
seccional dos resultados decorrentes do procedimento de apuração e respectivos valores.”
c) “do procedimento adotado, para rateio do custo adicional do empreendimento entre
os respectivos cooperados, com indicação dos valores resultantes do rateio, e para efetivação da co-
brança de valores a título de “apuração final” (no caso de empreendimentos cujas obras de constru-
ção já se encontram concluídas” ou de “reforço de caixa” (no caso de empreendimentos cujas obras
de construção se encontram em curso).”
Em resumo, o rateio, que é previsto em lei (Lei do Cooperativismo, 5.764/71) e no Termo de Adesão, é o meca-
nismo que permite à cooperativa ajustar os ingressos projetados anteriormente, no início da formação do grupo de
cooperados. Sua metodologia é muito simples de ser conceituada, a saber:
SAINT PHILLIPE
Na ocasião da apuração do rateio final de obra é necessário estimar os valores de ingressos a receber e de
dispêndios a efetuar. Portanto, trata-se de uma estimativa dos ingressos futuros que serão encaixados no empre-
endimento e dos dispêndios necessários à conclusão de todas as operações previstas para a conclusão das obras,
obtenção de licenças, alvarás e certidões negativas, legalização e regularização do empreendimento junto aos ór-
gãos competentes, instituição do condomínio, averbação e individualização das unidades. Note-se que os valores
apurados estão indicados como “a realizar” na planilha (Item 1– Resumo geral de gastos da obra).
Este relatório traz as informações individualizadas sobre todos ingressos e dispêndios realizados no empre-
endimento desde o início até a apuração do rateio, devidamente suportadas por documentação contábil.
Jul/2001 Ago/2001
Set/2001 Out/2001 Nov/2001 Dez/2001 Saldo Final
DESCRIÇÃO 2001
INGRESSOS
- ARRECADAÇÕES: 121.153,46 225.295,93 144.861,99 109.382,61 54.327,72 51.199,14 706.220,85
Ingressos até 31/12/2003 121.153,46 225.295,93 146.394,49 110.873,55 55.888,54 52.737,63 712.343,60
Ingressos a partir Jan/2004 - - - - - - -
(-) Transferência
Cooperado - - - - - - -
Cooperado
(-) Devolução - - - - - - -
(-) FGQ - - (1.532,50) (1.490,94) (1.560,82) (1.538,49) (6.122,75)
-
- FINANCEIRAS: 173,94 1.135,11 1.226,32 1.838,62 1.881,35 1.584,68 7.840,02
- OUTRAS: - - - - - - -
TOTAL DAS RECEITAS 121.327,40 226.431,04 146.088,31 111.221,23 56.209,07 52.783,82 714.060,87
DISPÊNDIOS
- CONSTRUÇÃO
EM GERAL 36.469,45 105.723,98 176.674,88 37.835,51 107.764,47 62.932,88 527.401,17
Terreno 22.000,00 71.000,00 15.000,00 27.418,76 16.014,58 10.985,42 162.418,76
Construção Geral até
31/12/2003
14.275,22 33.850,61 160.513,28 9.965,09 91.381,53 51.628,28 361.614,01
Construção Geral a partir
Jan/ 2004 - - - - - - -
Financeiro 194,23 873,37 1.161,60 451,66 368,36 319,18 3.368,40
-
TOTAL DAS DESPESAS 36.469,45 105.723,98 176.674,88 37.835,51 107.764,47 62.932,88 527.401,17
RESUMO
Saldo Mês Anterior - 84.857,95 205.565,01 174.978,44 248.364,16 196.808,76
Ingressos 121.327,40 226.431,04 146.088,31 111.221,23 56.209,07 52.783,82 714.060,87
Dispêndios 36.469,45 105.723,98 176.674,88 37.835,51 107.764,47 62.932,88 527.401,17
Saldo do Período 84.857,95 205.565,01 174.978,44 248.364,16 196.808,76 186.659,70 186.659,70
Adiantamento - - - - - - -
Valores a Receber - - - - - - -
Valores a Pagar - - - - (22,50) - -
Saldo em Caixa/Banco: 84.857,95 205.565,01 174.978,44 248.364,16 196.831,26 186.659,70 186.659,70
Saldo do Período 84.857,95 205.565,01 174.978,44 248.364,16 196.808,76 186.659,70 186.659,70
Finalizadas as apurações contábeis, uma correspon- mentos para obtenção da escritura definitiva de suas
dência foi enviada aos cooperados para dar-lhes ciên- unidades.
cia do assunto e, ao mesmo tempo, indicar-lhes os va- Por fim, é informado que a documentação pertinente
lores adicionais de rateio final de obra, de acordo com a estes procedimentos e toda aquela de que se compõe
as características da unidade, valores tais que deverão o processo de apuração final está colocada à disposição
ser aportados para a finalização de todas as operações dos cooperados participantes da referida seccional para, a
previstas na seccional. Também são demonstrados nes- partir desta data, procederem às verificações que se fize-
ta correspondência: o plano de pagamentos, possibili- rem necessárias ao completo entendimento do conteúdo
dades de financiamento do saldo devedor e procedi- dos relatórios.
■ histórico
Bancoop Notícias é uma publicação da Bancoop - Cooperativa Habitacional dos Bancários de São Paulo
Rua Líbero Badaró, 152 – 5º andar – Tel. 11-3038-5544, cin@bancoop.com.br e www.bancoop.com.br
Presidente: João Vaccari Neto, Diretora Administrativo-Financeira: Ana Maria Érnica, Diretor Técnico: Vagner de Castro,
Produção Editorial: Conteúdo e Pauta Comunicação, Produção gráfica: Urbania (www.urbania.com.br)
■ acertando as contas
DESCRIÇÃO Saldo Final 2004 Saldo Final 2005 Saldo Final 2006 Saldo Março 2007
RECEITAS
- ARRECADAÇÕES: 5.485.048,45 6.080.783,19 7.255.330,07 7.332.735,76
Poupança Habitacional (Recursos Próprios) 2.697.993,99 3.612.232,39 4.528.633,12 4.606.889,81
Créditos de Permutas - Dação em Pagamento - - 156.000,00 156.000,00
Poupança Habitacional - FGTS - - - -
Receita de Adesões Liquidação Cobrança - - - -
Ingressos até 31/12/2003 3.157.558,49 3.157.558,49 3.157.558,49 3.157.558,49
(-) Transferencia de Cooperado 218.708,83 380.246,65 265.833,56 265.833,56
(-) Devolução de Participações na Seccional 91.332,03 233.794,76 233.794,76 233.794,76
(-) FGQ (Seguro de Vida) 60.463,17 74.966,28 87.233,22 88.084,22
DESPESAS
- CONSTRUÇÃ0 - INDIRETAS: 507.347,81 988.095,77 1.529.212,65 1.529.212,65
Cooperativa - Taxa de administração / Gerenc,Obra 348.614,12 477.719,24 439.167,54 439.167,54
Cooperativa - Taxa de adesão 10.819,02 26.482,82 26.482,82 26.482,82
Juros s/Atrasos Pagamentos 35,33 7.022,80 7.162,06 7.162,06
Prestação de Serviços - - 114.984,73 114.984,73
IPTU 7.384,85 9.273,21 9.273,21 9.273,21
Telefone 7.952,91 12.026,86 12.026,86 12.026,86
Serviços de Segurança 10.578,88 44.646,98 44.646,98 44.646,98
Taxas Municipais e Estaduais - 706,80 18.296,31 18.296,31
Despesas com Cartório - 361,12 957,78 957,78
Despesas Postais 1.074,42 2.073,43 2.927,20 2.927,20
Fotocópias/Fotos/reproduções 1.077,62 2.429,28 2.638,66 2.638,66
Condução e Transporte - 15,00 315,00 315,00
Segurança do Trabalho 1.040,00 1.040,00 1.040,00
Juros - Fundo de Aplicação 99.883,57 318.646,76 723.982,44 723.982,44
Variação Monetária Passiva - 27.947,54 66.030,19 66.030,19
Tarifa bancária 5.273,40 6.529,54 6.818,29 6.818,29
CPMF 13.873,69 20.934,39 22.207,79 22.207,79
Dispêndios com obtenção de Habite-se 29.250,00 29.250,00 29.250,00
Outros Dispêndios - - 14,79 14,79
Bens Duráveis não-imobilizáveis 780,00 990,00 990,00 990,00
- CONSTRUÇÃO - DIRETAS: 6.603.017,52 8.027.832,28 8.044.262,06 8.044.262,06
Terreno 275.667,28 641.726,80 641.726,80 641.726,80
Assistência Técnica - 14.081,96 31.163,68 31.163,68
Construção 3.076.402,28 3.738.185,78 3.742.447,03 3.742.447,03
Dispêndios Gerais até 31/12/2003 3.100.232,11 3.100.232,11 3.100.232,11 3.100.232,11
Elevadores 129.297,48 137.947,43 137.947,43 137.947,43
Agua e Esgoto 9.636,48 32.687,64 32.687,64 32.687,64
Medições - 339.838,46 339.834,00 339.834,00
Energia Elétrica 11.781,89 23.132,10 18.223,37 18.223,37
RESUMO
■ notas explicativas
P
ara ser concluído, seu empre- das obras. Com isso, ocorre o descasa- ção e demais despesas que dela são
endimento utilizou recursos mento entre a receita e as despesas. decorrentes não é suficiente para co-
não provenientes do paga- No lançamento da obra, até que brir os custos verificados na apuração
mento das parcelas do seu o grupo seja fechado e toda a do- final do empreendimento, ou, no caso
grupo de associados. Os recursos fi- cumentação necessária esteja pronta de obras ainda em andamento, dos
nanceiros vieram de outros empreen- para o início da construção, a receita apontamentos de estudos realizados
dimentos e da própria Bancoop. Esse é utilizada no pagamento de terreno pela atual gestão.
mecanismo foi chamado de “emprés- e projetos, aprovações, constituição A Bancoop reafirma que é impor-
timo solidário”. O que é isso? Como do caixa para as obras e, por isso, há tante que os cooperados e as comis-
funcionou? Por que foi feito? Saiba possibilidade ficar com dinheiro em sões, de forma organizada, fiscalizem
melhor a partir de agora. caixa sem que o mesmo tenha desti- o destino de seus aportes, bem como,
A Bancoop é uma entidade sem fins no de aplicação em obras. as contas do seu empreendimento,
lucrativos que tem como objetivo social Para agilizar as obras em andamento, visto que as mesmas estão à dispo-
oferecer imóveis em regime de cons- que precisavam de um volume maior sição de todos os cooperados que
trução a preço de custo, por meio de de recursos, a antiga gestão realizou o fazem parte da seccional.
autofinanciamento. Este regime deve “empréstimo solidário” entre os em- Verificadas as contas e constatado
ter apuração contábil das despesas e preendimentos. Assim, os cooperados o déficit, é preciso quitá-lo porque
receitas ocorridas, visando um fluxo da obra que recebeu o empréstimo os valores estimados pagos pelas
de caixa adequado. Assim, ao final da puderam ter seus imóveis entregues unidades estavam abaixo do preço
obra, a receita proveniente das par- mais rapidamente. Porém, para que de custo. Construir a preço de cus-
celas pagas deve ser suficiente para os cooperados do empreendimento to é a missão da Bancoop e das co-
cobrir os custos correspondentes à credor não tenham prejuízo, os mo- operativas habitacionais. No entanto,
operação. Resta aos participantes a radores beneficiados precisam pagar construir abaixo do custo é impossí-
responsabilidade pelo custeio efetivo o valor devido. vel. Não é justo que os cooperados
das obras e demais obrigações decor- O pagamento do empréstimo pelos que já estão em suas moradias não
rentes da construção. cooperados dos empreendimentos arquem com o valor de custo de seus
Acontece que o tempo de execu- deficitários é necessário para dar con- imóveis enquanto aqueles que ainda
ção de uma obra não é o mesmo do tinuidade às outras obras e também não receberam seu imóvel continuem
vencimento das parcelas. A Bancoop para finalizar o estacionamento e as pagando aluguel.
chegou a entregar empreendimentos áreas de lazer do condomínio. A Bancoop e seus empreendimentos
em menos de 36 meses após o lança- Note que, em alguns casos, tan- são de todos e de cada um dos coope-
mento. Mas, as prestações destes mes- to obras que emprestaram recursos rados. Só haverá uma solução definitiva
mos imóveis terminariam de ser pagas quanto as que os tomaram, o valor para nossos problemas com a participa-
somente dois anos depois do término estimado para o custeio da constru- ção e o compromisso de todos.
■ DOCUMENTO NA MÃO
Finalizadas as apurações contábeis e determinando-se o valor do custo adicional remanescente é procedida a dis-
tribuição dos valores segundo os preceitos da Lei Federal que define a política nacional de cooperativismo, a saber Lei
nº 5.764, de 16/12/1971.
Em caso de imóveis produzidos em cooperativa habitacional, a preço de custo e em regime de autofinanciamento,
é aquela descrita na Norma Brasileira nº 12.721, da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), citada pela Lei
Federal nº 4.591, de 16/12/1964, a qual dispões sobre o condomínio em edificações, com as alterações introduzidas pela
Lei Federal 4.864, de 29/11/1965, que dispõe sobre medidas de incentivo à construção civil e alterações posteriores.
A partir dos preceitos indicados na NBR 12.721, a participação de cada unidade residencial é fixada através da sua
fração ideal (fração expressa de forma decimal ou ordinária, que representa a parte ideal do terreno e coisas de uso
comum atribuídas à unidade autônoma, sendo parte inseparável desta) e do seu coeficiente de proporcionalidade (pro-
porção entre a área equivalente em área de custo padrão total da unidade autônoma e a área equivalente em área de
custo padrão global da edificação).
Os cálculos podem ser verificados nas duas planilhas de cálculo seguintes, a saber:
Nesta planilha estão discriminadas, por tipo de unidade residencial ou vaga autônoma de garagem, as respectivas
áreas e frações ideais que indicam a proporcionalidade no rateio dos valores adicionais apurados pelos cálculos contá-
beis. É importante frisar que, em caso de ter ocorrido permuta de unidades no próprio empreendimento por terreno,
tais unidades não entram na distribuição do rateio de custos. Neste caso, não se trata de relação de cooperação, mas
sim de relação de compra e venda com a chamada “dação em pagamento”, ato correspondente ao processo de aquisi-
ção do terreno do empreendimento.
DESCRIÇÃO ÁREA(m2) FRAÇÃO IDEAL PERMUTAS ADESÕES TOTAL
APTOS.
UNIDADE TIPO (3 Dorm.) - Finais 1 e 5
(Bl. A)/Finais 1 e 5 (Bl. B) 97,731 1,3207413% 1 31 32
UNIDADE TIPO (3 Dorm.) - Final 4 (Bl. A)/Final 2 (Bl. B) 97,524 1,3179439% 2 14 16
UNIDADE TIPO (2 Dorm.) - Final 2 (Bl. A)/Final 4 (Bl. B) 81,435 1,1005164% 0 16 16
UNIDADE TIPO (2 Dorm.) - Final 3 (Bl. A)/Final 3 (Bl. B) 80,397 1,0864888% 2 14 16
VAGA AUTÔNOMA PEQUENA 12,262 0,1657092% 0 10 10
TOTAIS / TOTAL DE UNIDADES ( Aptos. ) = 7.399,708 100,0000% 5 75 80
Nesta planilha também estão discriminadas, por tipo de unidade residencial ou vaga autônoma de garagem, as
respectivas áreas e frações ideais que indicam a proporcionalidade no rateio dos valores adicionais apurados pelos
cálculos contábeis. Estes dados servem então para calcular o valor do rateio do custo adicional apurado, por tipo de
unidade residencial ou vaga autônoma de garagem, levando-se em conta os respectivos coeficientes de proporcio-
nalidade calculados conforme as prescrições da NBR 12.721, de forma que o somatório dos produtos dos valores
unitários pelo total de unidades resulta coincidente com o valor apurado pelos cálculos contábeis como o total do
rateio do custo adicional. (já indicado no Quadro do Resumo Geral de Gastos da Obra, no item I da “Apuração”).
DESCRIÇÃO ÁREA(m2) FRAÇÃO Valor na Data Reajuste pela Valor Atualizado Valor da Parcela
Base Mar/2007 variação do na data de mensal
IGPM referência jul/2007 (24 parcelas)
UNIDADE TIPO (3 Dorm.) - Finais 1 e 5 (Bl. A)/Finais 1 e 5 (Bl. B) 97,731 1,4035% R$ 24.034,26 R$ 166,18 R$ 24.200,44 R$ 1.139,20
UNIDADE TIPO (3 Dorm.) - Final 4 (Bl. A)/Final 2 (Bl. B) 97,524 1,4006% R$ 23.983,36 R$ 165,83 R$ 24.149,18 R$ 1.136,79
UNIDADE TIPO (2 Dorm.) - Final 2 (Bl. A)/Final 4 (Bl. B) 81,435 1,1695% R$ 20.026,71 R$ 138,47 R$ 20.165,18 R$ 949,24
UNIDADE TIPO (2 Dorm.) - Final 3 (Bl. A)/Final 3 (Bl. B) 80,397 1,1546% R$ 19.771,44 R$ 136,70 R$ 19.908,15 R$ 937,15
VAGA AUTÔNOMA PEQUENA 12,262 0,1761% R$ 3.015,50 R$ 20,85 R$ 3.036,35 R$ 142,93
observação 1): Os valores foram reajustados pela variação do Índice IGPM - FGV - Março/2.007 a Julho/2.007 e consideram a aplicação de encargos financeiros de
1% ao mês durante 24 meses - Tabela Price.
observação 2): Participam do Rateio todas as unidades construídas no empreendimento, exceto as unidades permutadas, ou seja, oferecidas em “troca de área” no
próprio empreendimento.
observação 3): As “Cessões de Direito” de unidades entregues em “dação” para pagamento de terrenos de outras seccionais também participam do rateio, através
da transferência de recursos entre as seccionais.
Bancoop 25 SAINT PHILLIPE
Capítulo IV -
Perguntas e respostas
A partir do ano fiscal de 2005, depois de submeter Um dos exemplos é a não necessidade de as coope-
seus balanços a auditoria de empresas independentes, rativas incorporarem os empreendimentos, pois elas não
a Bancoop elabora revistas com tais informações, inclu- desenvolvem nenhum tipo de relação comercial e lucra-
sive com o parecer da auditoria, e as remete aos seus tiva com as unidades, que são repassadas pelo preço de
cooperados. custo. Os cooperados são associados que investem seus
Além de enviar esses materiais aos cooperados, tem- recursos no grupo, que tem a finalidade social comum de
pos depois desse envio, a cooperativa realiza reuniões para obter a casa própria.
apresentação dos dados e esclarecimentos das informa-
ções, de forma que todos que queiram quaisquer esclare-
cimentos sobre as informações contábeis e fiscais da Ban- Preço de custo X preço de mercado
coop e quanto ao relatório de atividades da diretoria e ao
parecer do Conselho Fiscal, podem sanar suas dúvidas. O preço de mercado de um imóvel é aquele esta-
Iniciando-se em 2006, a Bancoop também passou a belecido pelas regras de compra e venda estabelecidas
elaborar um boletim com informações específicas de pelo sistema capitalista de demanda e oferta. Nesse tipo
cada seccional, contendo desde o histórico até informa- de sistema existe um investidor que aplica os recursos
ções dos projetos, regularização documental e os balan- para a construção do empreendimento e que, com a
cetes do empreendimento. venda das unidades, arrecada os lucros se o mesmo for
Durante as reuniões de esclarecimentos sobre os bem sucedido, ou arca com os prejuízos no caso de
balanços sociais da Bancoop dos anos de 2005 a 2008 insucesso.
e sobre as informações específicas dos empreendimen- No cooperativismo, o sistema utilizado é o preço de
tos, os cooperados fizeram diversas perguntas sobre os custo. Não existe um investidor que aplica os recursos
mais distintos assuntos relacionados às suas seccionais e para obter lucro com a venda das unidades. Os próprios
à cooperativa de uma forma geral. Grande parte delas se cooperados são os investidores que arcam com os custos
repetia a cada reunião. do empreendimento e se beneficiam do sistema.
Seguindo sua política de ampla transparência, a Ban- Considerados os custos de financiamento e somados os
coop respondeu todas as perguntas durante as reuniões lucros da incorporadora/construtora, os imóveis construídos
de esclarecimentos, independentemente de ela já ter por uma cooperativa habitacional costumam ser mais em
sido respondida anteriormente e mesmo aquelas cujas conta para o beneficiário final. Mas, não se deve comparar o
respostas estavam presentes nos boletins e nas revistas preço de mercado com o preço de custo porque um sofre
sobre os balanços sociais da cooperativa, enviados aos oscilação de acordo com as regras de oferta e de demanda e
cooperados antecipadamente, para que estes chegassem outro conforme variação dos custos de construção.
às reuniões já com o material lido e as dúvidas anotadas. Ao aderir ao sistema, o cooperado assina um Termo de
Mas, para que fique ainda mais claro, o texto abaixo Adesão que informa que o custo é estimado e pode sofrer
traz as respostas para as perguntas realizadas alterações.
Prazo de construção
Cooperativismo
A construção pelo sistema cooperativista segue o princí-
A Bancoop é uma cooperativa habitacional e não pio de que os dispêndios nunca devem ser maiores do que
uma incorporadora, nem uma construtora. No coope- os ingressos de recursos. Por isso, as obras são realizadas de
rativismo, as decisões são coletivas. Por isso, apesar de acordo com o fluxo de caixa. Se existem recursos elas são
ter profissionais capacitados que gerem a cooperativa e realizadas, se não existem elas têm que esperar recompor o
administram as seccionais, a participação dos cooperados fluxo de caixa.
é fundamental. Somente por meio dela é possível haver o Apesar de haver um planejamento de execução de
Ato Cooperativo. Ela também amplia a transparência das acordo com a entrada dos recursos, se há atraso nos pa-
ações, os mecanismos de fiscalização e a comunicação gamentos de parcelas, ou se a adesão de cooperados ao
com o conjunto dos cooperados, por isso a Bancoop tem grupo é lenta, o planejamento pode ser alterado, indepen-
incentivado a criação dos Conselhos Fiscais e de Obras. dentemente da vontade da gestão da cooperativa.
Como cooperativa, a Bancoop segue as regulamenta- O alongamento do prazo de construção, que não de-
ções da Lei do Cooperativismo (Lei 5.764/71), que traz pende da vontade da gestão da cooperativa, também faz
diversas especificidades desse sistema de construção. oscilar para mais o valor de custo estimado na formação
Bancoop 26 SAINT PHILLIPE
da seccional. Isso porque existem custos fixos que, mes- de cobrança, passando pela eliminação de coopera-
mo se as obras pararem, não deixam de existir. Quanto dos, ações judiciais, de reintegração de posse e até
maior é esse prazo, mais elevado é o custo. mesmo o bloqueio e confisco de bens, de acordo com
É por isso que se utilizam os mais variados mecanis- cada caso específico.
mos como forma de agilizar as construções e reduzir
esses custos que aumentam proporcionalmente com o
Restituição de recursos
prazo de entrega. E foi por isso, que, para os empre-
endimentos em construção, sugeriu-se a antecipação de
A mesma forma que cumpre todas regras previstas no
recebíveis e o empréstimo solidário. Apesar de haver a
Termo de Adesão e Compromisso de Participação e no
necessidade de se arcar com o custo do capital, há a
Regimento Interno, a Bancoop também cumpre aquelas
redução do custo que seria gerado em decorrência do
que estipulam as formas de devolução de haveres dos co-
maior prazo de entrega.
operados que solicitaram a demissão (desistiram), foram
excluídos, ou eliminados do quadro de associados da co-
Proposta de continuidade das obras operativa. Além de estabelecer prazos para início e tér-
mino dessas restituições, as regras preveem a devolução
Muitos cooperados de empreendimentos em construção no caso da existência de recursos do caixa do empreen-
perguntaram o que aconteceria se a proposta, que prevê o dimento. Se não há recursos a devolução se dá somente
reforço de caixa e a antecipação de recebíveis, não fosse acei- quando eles existirem.
ta. A resposta é muito simples: a obra continua sendo execu- Mas, no Acordo Judicial estabelecido com o Ministé-
tada de acordo com o fluxo de caixa (ingressos = dispêndios). rio Público do Estado de São Paulo, foram estipuladas
No entanto, como os custos fixos passam a onerar o empre- regras mais benéficas aos cooperados das obras des-
endimento por muito mais tempo, além de os cooperados continuadas, que podem ser conferidas na íntegra do
terem que aguardar suas unidades por um prazo ainda maior, acordo.
em alguns os valores a serem arcados podem ser ainda mais
elevados do que se fossem pagos os custos pela antecipação “Empréstimo solidário”
dos recebíveis e gera um novo rateio ao final.
O “empréstimo solidário” refere-se a uma opera-
ção administrativo-financeira, realizada por uma anti-
Rateio X Reforço de caixa ga gestão da Bancoop, pela qual recursos disponíveis
de uma seccional eram utilizados em outra seccional,
E muitas das perguntas havia uma confusão entre ra- com a finalidade de agilizar as obras nas seccionais em
teio e reforço de caixa. construção. Geralmente, as obras ainda não haviam
O rateio acontece no encerramento contábil do em- sido iniciadas nas seccionais que “emprestaram” os
preendimento, quando não há mais incidência de dispên- recursos, pois estava em fase de elaboração de pro-
dios, e os valores de ingressos foram menores do que os jetos/aprovação nos órgãos competentes, pagamento
custos apurados. O rateio é a divisão de acordo com a do terreno etc.
fração ideal da unidade entre os cooperados. Em alguns A seccional que “emprestou” os recursos passou a
casos, e que faltavam poucas etapas a serem realizadas, ser credora das seccionais que tomaram os recursos.
a Bancoop realizou o cálculo dos dispêndios restantes e As tomadoras de recursos passaram a ser deficitárias e
considerados os custos no rateio. devem pagar os déficits referentes ao “empréstimo soli-
O reforço de caixa é uma forma de aumentar o fluxo dário” corrigidos por uma taxa de 80% do valor do CDI
de caixa da seccional para que a mesma seja construída no período em questão. Tais recursos serão creditados
mais rapidamente e haja a redução do custo fixo. Esse nas contas das seccionais em construção.
mecanismo foi utilizado depois de terem sido realizados Metade dos valores de ingressos das seccionais
estudos que apontavam que os recursos a serem arreca- ainda em construção que tomaram os recursos “em-
dados não seriam suficientes para cobrir todos os cus- prestados” será destinada à composição do fluxo de
tos do empreendimento. Quando os valores de reforço caixa para a continuidade das obras e a outra meta-
de caixa foram estipulados, o orçamento previu recur- de ao pagamento do “empréstimo”, até que o mesmo
sos para a conclusão da seccional. Mas, apesar de haver seja quitado.
essa antecipação, como, nesses casos, havia muitas etapas Na medida em que as seccionais tomadoras se ne-
de construção a serem realizadas e muitas premissas a gam a pagar os “empréstimos”, como esses recursos
serem cumpridas, tanto pelos cooperados quanto pela são provenientes de outras seccionais em construção, as
Bancoop, pode haver diferenças no momento do encer- tomadoras prejudicam o fluxo de caixa das credoras e
ramento contábil. atrapalham o cronograma de execução.
Por esse motivo, a Bancoop tem tomado todas as
Regras de cobrança medidas cabíveis, inclusive judiciais, para a recupera-
ção desses recursos, tendo ocorrido penhora de bens
Todas as regras de cobrança de valores dos coo- de cooperados e reintegração de posse de unidades e
perados estão previstas no Termo de Adesão e Com- campanhas de negociação. Os resultados estão apare-
promisso de Participação e no Regimento Interno da cendo, mas, como se trata de operações que dependem
Bancoop e a cooperativa tem tomado todas as me- do trâmite judicial, que prevê o direito de defesa e de
didas cabíveis e legais para que seus cooperados não contestação das partes envolvidas, a devolução dos re-
sejam prejudicados. Tais medidas vão desde as cartas cursos acaba sendo mais demorada.
Bancoop 27 SAINT PHILLIPE
E, atualmente, além de ser mantida a contabiliza-
Permutas
ção separada, cada empreendimento em construção
possui sua própria conta bancária.
Em alguns casos, a Bancoop utilizou o sistema de
permuta para efetuar o pagamento dos terrenos onde
foram construídos os empreendimentos. Tal mecanis- Processos trabalhistas
mo é largamente utilizado pelo segmento imobiliário e
trata-se de uma operação comercial estabelecida por Os cooperados perguntaram se é verdadeira a
meio de contrato. Ao invés de receber o valor do ter- informação de que existem centenas de processos
reno no momento da transação, o proprietário recebe trabalhistas contra a Bancoop. Toda instituição está
em unidades no encerramento das obras. Isso permite sujeita a esse tipo de processo, mas o fato é que “as
que os cooperados paguem pelo valor do terreno no centenas” processos mencionados são contrários a
decorrer das obras e permite que o dinheiro seja apli- empresas contratadas pela Bancoop. Quando há ga-
cado diretamente nas etapas de execução. nho de causa da parte processante, ao buscar tais
Como a transação é efetuada em número de unida- empresas para o pagamento dos valores das ações e
des, não é possível reduzir a quantidade da dação em não ter êxito, a Bancoop é citada como sendo cor-
caso de os custos destas sofrerem oscilação. responsável pelos trabalhadores. Em todos os caso
Também existem casos em que se efetuaram o paga- a Bancoop recorre da decisão e tem obtido êxito e,
mento de serviços com a permuta de unidades. quando não obtêm, desconta os valores da retenção
técnica e busca mecanismos judiciais de recuperação
dos valores.
Juros