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A cultura da batata doce

Ipomoea batatas
I. aquatica
Origem
 Américas Central e do Sul
 Desde a Península de Yucatam, no México, até a
Colômbia

 Mais de dez mil anos


 Batatas secas - cavernas no vale de Chilca Canyon, Peru
 Escritos arqueológicos - Maias - América Central

 Dicotiledônea – Convolvulaceae
± 50 gêneros e mais de 1000
espécies
 Ipomoea batatas - expressão econômica
 Ipomoea aquatica - também é cultivada como alimento,
principalmente na Malásia e na China, sendo as folhas e
brotos consumidos como hortaliça.
Botânica
 Caule herbáceo; prostrado, com ramificações de
tamanho, cor e pilosidade variáveis
 Folhas largas, com formato, cor e recortes variáveis;
pecíolo longo

 Flores hermafroditas
 Fecundação cruzada
 AUTOINCOMPATIBILIDADE

 Frutos: cápsula deiscente; 2-4 sementes (6mm)


 Da fertilização da flor à deiscência do fruto-6
semanas (Edmond & Ammerman, 1971)
Anatomia
 As raízes tuberosas - 5 ou 6 feixes de vasos
(hexárquicas)
 As raízes absorventes apresentam cinco feixes
(pentárquicas).
 Pele fina (poucas camadas de células; uma camada de
aproximadamente 2 mm denominada de casca e a
parte central denominada de polpa ou carne).
 A pele se destaca facilmente da casca, mas a divisão
entre a casca e a polpa nem sempre é nítida e
facilmente separável, dependendo da variedade, do
estádio vegetativo da planta e do tempo de
armazenamento. Vermelho= cels do xilema (transportam água)
 Formatos redondo, oblongo, fusiforme ou alongado. Azul = cels do câmbio
Podem conter veias e dobras e possuir pele lisa ou Rosa= grãos de amido no parênquima (energia)
rugosa. Marrom= camada mais externa

Crédito: DR KEITH WHEELER


Genética
 13 espécies de Ipomoea
 11 - 30 cromossomos (n=15);
 01- 60 cromossomos
 I. batatas - 90 cromossomos (King e Bamford 1937)

 Hexaplóide e autoincompatível

 As sementes botânicas
 Fonte para combinações genéticas
 Utilizadas nos programas de melhoramento (Folquer, 1978).
Diversidade genética
 + 8.000 acessos em BG (Zhang et
al., 2000)
 5526 são mantidos in vitro no
BG do CIP no Peru ) oriundos de
57 países (Huaman and Zhang, 1997;
Huaman et al., 1999; Zhang et al., 2000).
 2589 acessos oriundos da
América Latina
 Papua New Guinea estima-se
5000 cultivares (Takagi, 1988).
Efficient embryogenic suspension culturing and rapid transformation of a range of
elite genotypes of sweetpotato (Ipomoea batatas [L.] Lam.)

Yang et al., 2011


Traits: YLD= Storage root yield, t ha-1; DM = dry matter content of storage roots, %; PRO= protein content of storage roots, % DM; STA= starch content of
storage roots, % DM; SUC= sucrose content of storage roots, % DM; BC= β-carotene content of storage roots, ppm DM; Fe= iron content of storage roots,
ppm DM; Zn = zinc content of storage roots, ppm DM; Ca = calcium content of storage roots, ppm DM; Mg = magnesium content of storage roots, ppm DM.
Introdução
 Cultivo em pequena escala
 Cultura marginal – ganho extra
 Pouco uso de tecnologia e sem orientação
profissional
 Cultivo empírico
 Baixos índices de produtividade
 Baixa qualidade dos produtos
Composição e uso
 Alimento energético (Quadro 5)
 Ao ser colhida, apresenta cerca de 30% de MS
 85% de carboidratos
 Maior teor de matéria seca, carboidratos, lipídios, cálcio e fibras que a batata
 Mais carboidratos e lipídios que o Inhame
 Mais proteína que a mandioca.
 Durante o armazenamento, parte do amido se converte em açucares solúveis, atingindo de 13,4 a 29,2%
de amido e de 4,8 a 7,8 % de açucares totais redutores (Miranda et al, 1995).
 Vitaminas A e B
Produção X Produtividade
 Evolução no sistema de
produção
 6° lugar entre as
hortaliças mais
plantadas no Brasil
 500.000 t/ano
 48.000 hectares
Panorama mundial
 Cultivada em 111 países
 Ásia - 90% da produção
 China > produtor= 100 milhões de t
 África - 5%
 2% - países industrializados como
os EUA e Japão. (Woolfe, 1992; FAO, 2001)
 A batata-doce é cultivada – desde
latitude de 42 ºN até 35 ºS, desde o
nível do mar até 3000 m de altitude.
 Climas diversos:
 Cordilheiras dos Andes; em regiões de clima
tropical, como o da Amazônia; temperado,
como no do Rio Grande do Sul e até
desértico, como o da costa do Pacífico.
Uganda
 Milhões de hectares de
terras foram
arrendadas em alguns
dos países mais pobres
da África para cultivar
frutas e legumes para
os países ricos.
 Foto: Francois Xavier Marit / AFP / Getty Images
Rusticidade
 Adapta-se melhor em áreas
tropicais = > proporção de
populações pobres

 Cultura rústica
 Grande resistência a pragas
 Pouca resposta à aplicação de
fertilizantes
 Cresce em solos pobres e
degradados.
 Comparada ao arroz, banana, milho e sorgo, é
mais eficiente em quantidade de energia
líquida produzida /área/tempo.

 Produz grande volume de raízes/ciclo


curto/custo baixo, durante o ano inteiro.

 7° lugar - volume de produção mundial

 15° lugar - valor da produção ( baixo custo de


produção)
Produtividade brasileira
 14 t/ha
 R$3400/ha ou US$1300 (tecnologia)= 22 t/ha (1.100 caixas/ha)
 R$9,50/cx= retorno do triplo do capital investido / 4 a 5 meses

 Tecnologia
 Qualidade do produto
 Aumenta aceitação
 Aumenta o poder de barganha no momento da comercialização

 Brasil – cultiva-se em todas as regiões


 Sul e Nordeste
 Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Paraná, Pernambuco e Paraíba

 Nordeste
 Importância social (alimento energético, vitaminas e proteína)
 População mais carente e melhor clima
 Produtividade é mais baixa
Região Área plantada (ha) Produtividade (t/ha)

Norte 41.999 11,9

Nordeste 19.527 9,3

Sudeste 5.454 16,4

Sul 16.362 13,3

Centro-Oeste 163 16,9

Estados Área plantada (ha) Produtividade (t/ha)

AM 399 21,67

ES 175 21,09

SC 1658 17,87 IBGE,2010


Cultura
 Resistência à seca
 Fácil cultivo – rudimentar
 Sem fertilizantes, agrotóxicos ou irrigação.
 Baixo custo de produção – demanda menos
fertilizantes, irrigação e mão-de-obra.

 Permite colheita prolongada – não há momento


específico de colheita
 Ciclo perene
 Colheita pode ser parcelada, antecipada, ou
retardada,
Desvantagens
 É de “difícil” preparo
 Descascada, picada e cozida
 Tem aparência “ruim”
 Tortuosidade das raízes
 Torrões, pedras e fendas do solo.
 Orifícios e galerias
 Larvas de insetos
 Nematóides
 Tiririca
 Altos teores de produtos fenólicos
 Aumentam a resistência a pragas
 Escurecimento da polpa quando exposta ao ar
Desvantagens
 Forma manchas – produz látex que se fixa
facilmente na pele e em tecidos - de difícil
remoção.

 Formação de gases - possui um inibidor da


digestão que reduz a ação de enzimas digestivas
como a tripsina e quimiotripsina (Ryan, 1981). O
prolongamento do tempo de digestão favorece a
fermentação dos alimentos no trato intestinal.

 É pouco valorizada –
 Exportação rara
 Consumida por famílias de baixa renda - meio rural.
 Raramente é citada como ingrediente em livros de
receitas.
Vantagens
 Baixo IG – Índice glicêmico
 Libera a glicose de forma gradual
 Alimento dos atletas
 Louisiana Agricultural Experiment
Station, em 1981 - Variedade
Beauregard
 Embrapa – Programa Biofort
 = padrão proteico de suplementos
vendidos até pouco tempo no exterior
para controle da glicose no sangue de
portadores do distúrbio
 Rica em Betacaroteno
 25 a 50g suprem a necessidade diária de
provitamina A
Usos
 Cozida
 Frita -rodelas /palitos
 Substituta do trigo – pães e bolos
 Amido ou farinha
 Indústria de alimentos -
fabricação de doce em pasta ou
cristalizado
 polpa de batata-doce, açúcar e geleificante.

 Alimentação animal
 Produção de álcool
Raízes
 Reserva ou tuberosa - constitui a principal
parte de interesse comercial. Formam-se
desde o início do desenvolvimento da
planta, sendo facilmente identificadas pela
maior espessura, pela pouca presença de
raízes secundárias e por se originarem dos
nós.

 Absorvente, responsável pela absorção de


água e extração de nutrientes do solo. As
raízes absorventes se formam a partir do
meristema cambial, tanto nos nós, quanto
nos entrenós. São abundantes e altamente
ramificadas, o que favorece a absorção de
nutrientes
 Pele/Casca/Polpa - roxo, salmão,
amarelo, creme ou branco
 Roxo - antocianina
 Laranja - betacaroteno
 QUEBRA DA DOMINÂNCIA
APICAL
 As raízes tuberosas – desenvolvem
gemas vegetativas que se formam a
partir do tecido meristemático
localizado na região vascular, quando
a raiz é destacada da planta ou
quando a parte aérea é removida ou
dessecada.
 As primeiras gemas e o maior número
delas surgem nas extremidades .
Caule
 O caule (rama), pode ser
segmentado e utilizado como rama-
semente

 As ramas-semente emitem raízes


em tempo curto – 3 a 5 dias

 Dependem da temperatura e da
idade do tecido .
 Mais rápido
 Temp. elevada
 Ramas novas
 Paredes menos lignificadas
 Maior n° de células meristemáticas
 Menor tempo para ocorrer o processo de
totipotência
Propagação
 a) Batatas - em promover a brotação de
batatas selecionadas, utilizando-se
posteriormente estas brotações inteiras,
denominadas de mudas, ou
segmentadas, denominadas de ramas-
semente
 Inverno muito rigoroso (túnel)
 Batatas de boa qualidade
 80 cm em leiras
 10 cm em canteiros
 Cobertas por 3 cm de solo
 Baixa umidade (não apodrecimento
das batatas)
 20 ramas de 30cm/raiz
 1 ha = 300 kg de batatas com massa
média de 200 g.
Cont. Propagação
 b) Ramas-semente ou estacas de uma
cultura em desenvolvimento
 Plantas matrizes – devem ficar em
viveiros protegidos
 Ideal = 60 cm do ponteiro
 6-8 entrenós (cerca de 30 cm)
 Matrizes devem ter 2 a 3 meses

 Ramas - selecionadas e tratadas com


defensivos
 Partes mais novas (menos patógenos
e mais vigor)
 Termoterapia
 Cultura de tecido meristemático
Cont. Propagação
 c) cultivando-se uma área como viveiro de mudas
 Para obter um ha com 30.000 plantas são necessárias 6.000 plantas
em viveiro de 2° ciclo
 2.000 m2 (2° ciclo); 400 m2 (1° ciclo);
 Recontaminação – 3 ciclos
 Isolados dos campos de produção
 Pesquisas
 Enraizamento de folhas (Martin, 1982);
 Micropropagação in vitro (Love et al , 1987; Peters et al, 1989);
 Cultura de protoplasma seguida do encapsulamento dos embriões
para se obter sementes sintéticas (Torres et al, 1999).
 Remoção das folhas das ramas-semente
 Se destacam da rama em alguns dias após o plantio e, como o
enraizamento ocorre em três a cinco dias, não se justifica a execução
de tal trabalho, embora as folhas se constituam superfície
transpirante que favorece a desidratação das ramas.
Embrapa (2003)
The
triple S
system
The triple S system
 Storage in Sand and
Sprouting

 Fornece mudas para


plantio em áreas com
períodos longos de
seca
Clima e solo
 Temperatura média > a 24 ºc
 < 10 ºC, o crescimento da planta é severamente retardado
 Não suporta geada
 Pluviosidade anual média de 750 a 1000 mm (500 mm durante
a fase de crescimento)
 1ª semana após o plantio = a fase crítica de disponibilidade de
umidade no solo
 preferencialmente arenoso, bem drenado, sem presença de
alumínio tóxico, com pH ligeiramente ácido e com alta
fertilidade natural.
 pH entre 4,5 e 5,5 = menor ocorrência de sarna (Streptomyces
spp.).
 Atenção!!! Solos muito ácidos, geralmente têm níveis
elevados de alumínio solúvel = calcário dolomítico.
Cont. solo
 Boa drenagem
 Evitar lençol freático pouco profundo ou sujeitos a
longos períodos de encharcamento Foto: João Bosco Carvalho da Silva

 Formam raízes longas, denominadas de “chicote”.


 Topografia
 Pouco declive= mecanizadas
 Relativamente acidentadas = leiras em nível

 Preparo do solo
 Leiras ou camalhões com 30 cm de altura, distanciadas de 80 cm
 Sulcador com dois bicos
 Arar e gradear antes

 Fertilizantes devem ser distribuídos nas linhas


correspondente às leiras, antes da sua construção,
de forma que os fertilizantes fiquem localizados na
base das mesmas (Embrapa, 2003).
Nutrição
 Sistema radicular muito ramificado = eficiente
na absorção de nutrientes (P)
 raros os resultados positivos de adubação fosfatada (Breda Filho et al,
1966; Camargo et al., 1962; Camargo, 1951).

 Rotação com outras hortaliças NÃO aduba.


 Para uma produção de 30t/ha de raízes, extrai
cerca de 129Kg/ha de N; 50kg/ha de P2O5 e
257Kg/ha de K2O (Miranda et al., 1987).
 Alta disponibilidade de N= intenso
crescimento da parte aérea, em detrimento
da formação de raízes de reserva.
 Deficiência de N= redução da fotossíntese,
amarelecimento e queda das folhas basais.
 Adubação nitrogenada até os 45 dias
(entrelaçamento das ramas).
K, Ca e Mg
 Metade da dose no plantio e o restante
aos 45 dias.
 Os nutrientes cálcio e magnésio são
geralmente supridos através da
calagem com calcário dolomítico.
 Solos com baixa fertilidade (cerrado)
aplicar 10 a 20kg/ha de bórax.
 Matéria orgânica
 Promove o arejamento facilitando o crescimento lateral das
raízes
 Ciclo relativamente longo, ocorre a liberação mais lenta dos
minerais durante a decomposição da matéria orgânica
mantendo um equilíbrio entre a formação de partes
vegetativas e a acumulação de reservas.
 20 a 30t/ha de esterco de gado
Cultivares
 Variam - a cor da casca e polpa e formato
 Preferência popular variável/região
 Variedades locais - permuta entre
produtores.
 Porteirinha – MG, a cultivar local, ‘Beauregard’
denominada de Paulistinha, atingiu 54,50
t/ha, para a colheita realizada aos 200 dias
(Resende, 2000).
 Distrito Federal e contorno, a variedade
Brazlândia roxa é a mais cultivada ,
produtividade média de 25t/ha (Miranda,
1989)
 Adaptabilidade da cultivar às condições
climáticas da região
 Resistência a pragas e doenças
Características de desenvolvimento da planta
 Tamanho das folhas - estreitas e recortadas
 Comprimento das ramas – longas > competição
e dificultando os tratos culturais
 Posição das batatas – Próximas ou distantes da
planta.
 Espessura da rama – Finas – menos suscetíveis
ao ataque da broca-da-rama (Megastes pusialis) -
o Ø da rama é insuficiente para a lagarta formar
os casulos.
 Cor da casca= da pele (não nota-se esfolamento).
 Lavadores mecanizados comumente utilizados para cenoura e batata.

 Ausência de defeitos – > valor comercial são as


raízes lisas, retas, de formato alongado, ± 20 cm
de comprimento e peso de ± 300g.
Plantio
 Estaquia
 Manual
 Bengala
 Distribuição das ramas
ao longo da leira
 Enterrar no mínimo 1/3
da rama
Preparo das leiras
Cont. plantio
 Falta de água – plantar
lateralmente e na base
das leiras

 Plantio mecanizado
Tratos culturais
 Capina
 Manualmente, uma vez que não existem
herbicidas registrados para essa cultura.
 Alta infestação de plantas daninhas
 Preparo do solo duas ou três semanas antes
do plantio
 Emergência das plantas
 Eliminação com herbicidas não residuais de
ação de contato ou sistêmico, que deve ser
aplicado na véspera do plantio.
 Competição até 45 dias após plantio
 Clima
 Cultivar
 Preservar a leira na capina
Tratos culturais
 Amontoa
 Reforma das leiras
 Escarifica o solo, tornando-o mais solto
 Veda as rachaduras do solo (raízes)
 Insetos-praga fazem a postura diretamente nas
raízes, favorecendo a sua danificação.
 Uma única vez, alguns dias após a
última capina
 Manual ou mecânica (sulcador)
 Antes do entrelaçamento das ramas

 Replantio
 Recomendada quando mais de 10% das
ramas não vingarem.
Consórcio
 Em pomares ou lavouras
com plantas de porte alto,
principalmente durante a
fase de formação dessas
plantas (Leal et al, 1996).
Irrigação
 Irrigação
 500 mm de lâmina de água/ciclo produtivo
 Primeira semana após o plantio
 Em termos práticos
 Duas vezes por semana, até os 20 dias
 Uma vez por semana, dos 20 aos 40 dias; e
 A cada duas semanas, após os 40 dias até a
colheita (Miranda et al., 1995).

 A batata-doce possui um sistema


radicular profundo (75 a 90cm) e
ramificado
 Explora maior volume de solo e absorver
água em camadas mais profundas do que a
maioria das hortaliças.
Colheita
 Definido por tamanho e
peso da batata (300g).
 Antecipada
 Menor produtividade
 Retardada
 Maior dano por insetos, por
permitir maior número de
ciclos das pragas, além de se
formarem raízes grandes e
frequentemente mais
defeituosas.
 Manual e mecanizada
Lavagem
 Brasil
 SP = 90% da batata-doce é lavada
 Depende do solo
 Argiloso
 Arenoso
 Deve ser evitada, pois prejudica a conservação e
aumenta as perdas devido ao ataque de patógenos.
 Correto
 Escovar as batatas para retirar a terra.
 Se lavar deve-se secá-las bem
 Se houver necessidade de armazenamento, as batatas
não devem ser lavadas (Miranda et al., 1995).
 Manual ou mecanizada
Pós-colheita
 Cura

 Venda por atacado


 80 – 86 °C
 UR (85-95%)/ 4 – 7 dias
 Formando uma epiderme
corticosa
 Perda de água
 Aumento no teor de açúcares

http://www.worldcrops.org/crops/Sweet-potato.cfm
Classificação e Embalagem
 Normas NÃO oficiais de padronização de
tamanho:
 Extra A - 301 a 400g
 Lisas
 Sem defeitos
 Alongadas e uniformes
 Diâmetro entre 5 e 8cm
 Comprimento entre 12 e

 Extra B - 201 a 300g


 Especial – 151 a 200g
 Diversos – 80 a 150g ou maiores que 400g.
 A embalagem mais utilizada é a caixa tipo
K, com capacidade para 24 a 26kg.
Comercialização
 Volume de venda nos supermercados e nos
atacadistas é pequeno.

 Falta produção programada ou organizada -


cooperativas ou associações.

 O maior volume de vendas ocorre em


mercados de periferia, como as feiras e
quitandas

 Ciclo vicioso de baixa qualidade do produto,


baixo valor pago ao produtor, pouco
investimento, baixo nível tecnológico.
Resistência a pragas e doenças
 Uma das hortaliças mais cultivadas em períodos
quando não se utilizavam agrotóxicos;
 Presença de fitoalexinas, extraída pela
primeira vez nesta planta, funcionavam como
antibióticos naturais. Müller e Börger – 1940,
citado por Woolfe (1992)
 Quando as raízes são danificadas por fungos
patogênicos, tais como Ceratocystis fimbriata
(Clark & Moyer, 1988) ou Fusarium solani
(Wilson, 1973) ou então invadidas por brocas
como Euscepes postfasciatus (Uritani et al. 1975),
a planta reage ao ataque, produzindo uma
variedade de sesquiterpenos que tornam o
tecido vegetal amargo e com odor forte
(Schneider et al., 1984).
Controle da soqueira
 Ramas
 Pequenas batatas
 Pedaços de raiz podem
originar novas plantas,
constituindo a soqueira
 hospedam pragas e
patógenos
 Controle manual difícil
 Herbicida
Rotação de culturas
 Plantios sucessivos
 Aumentam a ocorrência de
pragas e doenças
 Redução da produtividade.
 Intercalar com milho
 Deve ser evitado o plantio
da batata-doce em seguida
a uma leguminosa
 excesso de N provoca grande
desenvolvimento vegetativo
e pouca produção de batatas.
Distúrbios
 Produção intensiva, ocorre maior oportunidade
de ataque de pragas e doenças

 Reconhecimento precoce

 Maioria das pragas e doenças importantes causa


danos às raízes, depreciando o produto

 Controle difícil

 Produto químico no solo tem implicações sérias,


dos pontos de vista toxicológico, ambiental e
econômico
Cont. distúrbios
 O sistema de propagação vegetativo favorece a disseminação
de pragas e doenças
 Crescem em contato com o solo ou próximo dele
 Os cortes e ferimentos facilitam a penetração de
microorganismos;
 O teor de umidade dos tecidos é alto
 Formados durante o crescimento vegetativo da planta-
mãe
 Não são protegidos por estruturas das flores e dos frutos
 Não possuem mecanismos de "filtragem" de vírus
(sementes verdadeiras).
 Produz compostos fenólicos, fenoloxidase, látex e fitoalexinas
que evitam a proliferação ou colonização dos patógenos
 Danos maiores na fases de formação de mudas (viveiro) e de
pós-colheita, quando são baixas as concentrações dessas
substâncias de ação imunológica
Mal-do-pé (Plenodomus destruens)
 Manchas, podridões e morte
 Necrose úmida, que anela o caule e interrompe a
absorção de água e nutrientes. 5 a 10 cm acima
do colo (não sistêmica).
 Na fase inicial, as plantas murcham e
amarelecem. Plantas sobrevivem através das
raízes adventícias
 Nas necroses mais velhas ou sob a pele das
raízes atacadas - pontuações negras brilhantes
que são frutificações do fungo.
 Fontes de inóculo
 Ramas contaminadas - infecções no coleto da planta - grande quantidade
de esporos – respingos
 Incorporação dos restos da cultura
Controle
 MIP
 Desinfecção de ramas com fungicida à base de
Thiabendazole (Tecto ou similar) com imersão
durante 5 min em uma solução contendo 0,5% do
princípio ativo, (Lopes & Silva, 1991)
 Ramas-sementes retiradas das partes mais novas
das plantas resultam em menor incidência de
doença (Lopes & Silva, 1993).
 Dentre as cultivares mais conhecidas, a cultivar
Princesa é a que possui maior nível de resistência
ao ataque do fungo (Lopes & Miranda, 1989).
Nanismo - SPFMV
 É causada por uma das várias raças do vírus
“Sweet potato feathery mottle virus" que é
mundialmente disseminado.

 Brasil - raça causadora do Nanismo (Di feo, 1989).

 Redução de toda a parte aérea da planta;


folhas cloróticas e pequenas, ramas finas e
entre-nós curtos.

 Cultura livre de vírus a produtividade pode
dobrar
 MIP
 Isolamento de áreas superior a 90 m
Nematóides
 Meloidogyne e Rotylenchulus são
relatados como causadores de danos
econômicos (Costilla, s.d).
 Brasil - M. incognita e M. javanica
 Ferimentos e rachaduras na batata
 Ferimentos minúsculos crescem de acordo
com o crescimento da raíz tuberosa.
 Praticamente não reduz o crescimento –
raízes adventícias
 As mini galhas são recobertas por
tecidos da raiz e formado câmaras -
racham dificultando a identificação
Controle
 Conhecer o histórico das áreas,
evitando aquelas que tenham sido
cultivadas com plantas suscetíveis
como quiabo, feijão, tomate, alface
e batata;
 Utilizar cultivares resistentes;
 Material sadio;
 Nematicidas nas áreas de viveiros;
 Fazer rotação de cultura com arroz,
milho, cana ou outras gramíneas;
 Fazer cultivo de crotalária ou
outras plantas antagônicas;
 Eliminar soqueiras.
Desordens não infecciosas
 Fermentação – solo encharcado – formam
etanol e acúmulo de CO2
 Alta umidade
 Entumecimento de lenticelas – diminui o
crescimento e forma-se tecidos entumecidos
(bolhas)
 Raiz-chicote
 Rachaduras
 Nematóides
 Bactéria Streptomyces sp.
 Variações de temperatura
 Flutuações de umidade no solo
 Excesso de adubação nitrogenada
 Escaldadura – exposição à radiação solar por
mais de 30 min.
 Coração duro - a raiz permanece dura após o
cozimento. Ocorre quando as raízes são
armazenadas à temperaturas baixas (1,5 ºC
por um dia ou 10 ºC por 3 dias).
Cont. desordens
 Decomposição interna - o tecido da raiz se
torna esponjoso ou ocado. Solo (5 a 10 ºC)
ou armazenamento por longo tempo em
condições de baixa UR

 Mutações somáticas - são deformações,


variegações e fasciação (ramas geminadas)

 Brotação prematura da raiz


 Excesso de N e/ou MO
 Excesso de irrigação
 Dano severo na rama principal
 Mal-do-pé
 Broca-da-rama
Pragas
 Broca-da-raiz (Euscepes
postfasciatus, Coleoptera,
Curculionidae) - não voa!!!

 Broca-das-hastes (Megastes
pusialis, Lepidoptera,
Pyralidae) - danos severos
 Resistência da planta  Métodos biológicos
 Antibiose  Plantas sadias
 Práticas culturais que favorecem o  Cultivo de meristemas e indexadas
manejo de pragas para viroses
 Utilização de material de propagação  A manutenção de sistemas individuais
isento de pragas de produção de ramas sadias
 Tratamento de ramas  Restabelecimento das leiras
 Escolha da área  Antecipação da colheita

 Isolamento da cultura  Destruição de soqueira


 Preparo do solo  Rotação de culturas
 Adubação, correção da acidez, irrigação  Utilização de agrotóxicos
e capinas

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