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A SAGA
DE UM MAGO

Por Mestre Naim


Canalizado por Prof. Arthur Lima

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A SAGA
DE UM MAGO
Canalização: Professor Arthur Lima

1ª Edição
2018
Rio de Janeiro - RJ - Brasil

Todos os direitos de publicação e reprodução desta obra estão


reservados à Mansão da Luz - Apometria Cósmica

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PREFÁCIO

Esta obra é um grande alerta aos humanos que desejam conhecer “as
verdades que libertam”, como disse o Mestre Jesus, que é o conhecimento
das Leis do Universo, imutáveis, eternas, perfeitas e justas:

01- “O Universo é uma grande onda de energia e informação criada


na mente do Pai”. “Fomos criados à imagem e semelhança do Todo”
(Gen.: 1 - 26), ou seja, Espíritos Eternos, puros e ignorantes, com o
objetivo de evoluir até que possamos nos tornar Seres de Luz e habitar a
Casa do Pai (os mundos superiores, onde seremos chamados a auxiliar na
evolução dos nossos irmãos ainda presos nos emaranhados da vida
física).

Para cumprir o processo evolutivo habitamos um corpo material,


por certo tempo (em média 80 anos como espíritos encarnados) - temos um
cordão de prata que nos liga ao corpo físico identificando-nos como seres
encarnados.

Quando o cordão se rompe ocorre à morte do corpo físico (“Viestes


do pó e ao pó retornarás” – Gen.: 3, 19), que é, em geral, devolvido à
terra no cemitério (pó = matéria) onde o corpo é enterrado, enquanto o
Espírito retorna ao mundo espiritual.

02- “Tudo que mandamos para o Universo (através de ondas,


pensamentos, sentimentos ou ações) mais cedo ou mais tarde, nos é
devolvido”. Em outras palavras - “A semeadura é livre, mas a colheita é

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obrigatória” ou “Lei de Ação e Reação” também chamada “Lei de Causa e


Efeito” ou “Lei do Carma”. Esta Lei explica a grande Justiça do Pai. E ela
é rigorosa, pois para cada ser que prejudicamos, ela nos obriga a ajudar mil
irmãos necessitados.

03- “Livre Arbítrio”: somos livres para escolher nosso destino,


ninguém tem permissão para interferir em nossa vida. Somos os únicos
responsáveis por tudo que acontece de bem ou de mal em nossa vida.

Analise sua vida, observe seus pensamentos, sentimentos e ações.


Lembre-se que todos à sua volta são seus irmãos a quem você deve amar.
Todo o bem que você fizer a um irmão necessitado é a Jesus que você está
fazendo. Pense seriamente nisto. Viva de acordo com as leis da vida para
não arcar com as trágicas consequências.

Carol Souza

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APRESENTAÇÃO

Esta obra retrata a vida de um espírito encarnado hoje. Ela revela os


obscuros caminhos que os seres humanos percorrem até descobrir sua
verdadeira origem e o seu destino final como filhos de Deus.

Contém informações valiosas e reveladoras para aqueles que


querem seguir o Caminho da Luz.

Mostram as difíceis estradas e manipulações dos espíritos rebeldes,


filhos pródigos de um Pai amantíssimo que lhes permite seguir os próprios
caminhos, ainda que tortuosos, mas em busca da verdadeira identidade.
Nosso destino final é a casa do Pai, quando seremos recebidos e vestidos
na roupagem celestial dos Arcanjos.

Deus nos deu o Livre Arbítrio como “um laboratório experiencial da


vida” para desenvolver nosso caráter e moral ao longo do caminho da
evolução. Acertamos e erramos até o dia que, crescidos em consciência e
cansados do sofrimento que nos autoimpomos, caímos em profundo
desespero e gritamos por socorro, buscando no âmago de nosso ser a
verdadeira origem nossa. Aí, então, o Pai nos mostra o verdadeiro caminho
de volta, o qual seremos obrigados a percorrer. E isto vale para todos.

Deus não interfere na vida de seus filhos (livre arbítrio), mas através
dos filhos mais velhos e sábios, nos mostra o caminho. Porém, cabe a nós,
individualmente, fazê-lo.

Arthur Lima

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AGRADECIMENTOS

Sou grato ao Mestre Kryon da 8ª dimensão responsável pelas curas


das almas no trabalho da Apometria Cósmica. Mestre que me tem
mostrado o caminho com seu pulso firme.

Gratidão ao Mestre Naim da 8ª dimensão que nos dita esta obra.


Também sou grato Mestre Ryan da 16ª dimensão que com sua fala mansa
e amorável nos refrigera a alma quando desolado pelos erros cometidos
por nossa invigilância e pelas quais responderemos infalivelmente.

Sou grato à Ronie, chamada carinhosamente pelos Mestres de “irmã


tradutora” responsável pela canalização das mensagens dos Mestres.

Ao amado Mestre Jesus que nos resgatou há dois mil anos e que
continua nesse trabalho de grande dedicação e amor por nós, a despeito
das vezes que o ignoramos trilhando o caminho do ego e da ignorância,
achando que tudo tinha que ser feito do nosso jeito. Ele, que carinhosa e
insistentemente, tem nos mostrado o verdadeiro caminho: Humildade,
Paciência, Caridade, Perdão, e acima de tudo, Amor, por tudo e por todos,
principalmente, por nós mesmos.

Sou grato a Deus por nos ter enviado um anjo na forma de menina,
Carolina, que tem sido a responsável por todo o conhecimento que temos
adquirido através da internet e por todo o amor que dedica a mim,
recordação de outras vidas quando partilhamos experiências juntos.

Arthur Lima

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MENSAGEM AO LEITOR

Que esta pequena e despretensiosa obra sirva para abrir os olhos dos
meus amados irmãos, independente do sexo ou orientação sexual, raça,
idade, grau de escolaridade.

Jesus ensinou suas máximas e ordenações aos simples e humildes


devido à sua pureza de coração. Não as revelou aos doutos e aos prudentes
porque já haviam sido corrompidos por seus egos inflados de orgulho,
vaidade, crenças arraigadas e preconceitos. Lembrem-se: o Reino dos Céus
é para os que se assemelhem a uma criança pela sua pureza, simplicidade e
humildade.

Abramos os nossos olhos A VERDADE: “Conhecereis a verdade e


ela vos libertará”...das trevas da ignorância.

Arthur Lima

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SUMÁRIO

CAPÍTULO 1 - A ORIGEM DE TUDO................................................... 09

CAPÍTULO 2 - O SUBMUNDO.............................................................. 12

CAPÍTULO 3 - A QUEDA MAIOR......................................................... 16

CAPÍTULO 4 - O GRANDE RESGATE................................................. 23

CAPÍTULO 5 - A VIDA ATUAL............................................................ 27

CAPÍTULO 6 - A VIDA MATERIAL..................................................... 32

CAPÍTULO 7 - O TEMPLO SHAOLIN.................................................. 41

CAPITULO 8 - A APOMETRIA.............................................................. 47

CAPÍTULO 9 - A EVOLUÇÃO DA APOMETRIA................................ 52

CONSIDERAÇÕES FINAIS.................................................................... 55

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CAPÍTULO 1

A ORIGEM DE TUDO

Tudo começou por volta do ano 3.200 a. C., quando o Alto e Baixo
Egito foram unificados pelo faraó Marmer, meu pai.

Com a sua morte passei a governar com o pomposo nome de


Marmer Aha.

- “Quero ver a luz. Quero conhecer a verdade, quero conhecer o


amor”, dizia. A vida sempre fora triste e sombria. O amor sempre distante.
Em mim só prevalecia a razão. E ela não tinha as respostas que eu
buscava. Sentia no fundo do coração imensa angústia a me consumir. Por
que tudo aquilo? Dentro de mim uma certeza. Se cumpria a Lei, se faziam
todas as oferendas aos deuses, por que não havia consolo? Aquilo não
fazia sentido. O quebra-cabeça não se encaixava. Dois mais dois deveriam
dar quatro, mas não davam. Que matemática era aquela. A confusão se
estabelecia no meu íntimo. Nada fazia sentido. As Leis que eu fora
ensinado a seguir, sem compreender, ficavam frágeis e sem sustentação.

Se eu era o próprio Deus, por que a angústia a me consumir?

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As pessoas me obedeciam, mas não havia respeito, nem amor. Só


medo. A obediência era cega, fruto do medo. Até minhas esposas me
suportavam, não havia amor. Isso eu podia perceber claramente. Já muito
cansado da vida, acordei certa manhã de forma estranha.

Algo anormal acontecera e eu não me dava conta do que era. Uma


agitação no palácio. Pessoas andando apressadas e apreensivas de um lado
para outro. Chamei pelos criados e não obtive resposta. Passavam por mim
como se não me vissem. Ignoravam-me totalmente.

Como sempre acontecia, a raiva brotou dentro de mim. A paz que


eu havia me acostumado a sentir, o poder do mando sem contestação se
esvaíram. Vi-me em outro lugar. Como era possível? Estava há pouco no
meu quarto e de repente me vi num lugar escuro, sombrio, frio e
ameaçador. Ouvia gritos e lamentos, sem conseguir identificar os autores
daquilo. Comecei a questionar tudo. De repente me senti preso ao chão.
Era como se meus pés estivessem colados por um visgo pegajoso. Com
dificuldade achei uma pedra e me sentei. Queria descansar. Achei que tudo
aquilo deveria ser um pesadelo. Não havia outra explicação. Só podia ser
sonho.

Fechei os olhos e me senti angustiado. Olhava dentro de mim e via


um grande tormento. Ouvia gritos de dor e desespero. Uma cena formou-
se em minha mente, uma criança estava sendo sacrificada pelos sacerdotes.
E senti toda a dor e desespero por que ela passava. A dor era terrível e

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fiquei angustiado, não compreendia nada do que acontecia. Toda a minha


estrutura de crenças se abalava.

Algo não se encaixava. Por que eu sentia o sofrimento da criança,


se fora ensinado que ela seria abençoada pelo sacrifício aos Deuses?
Como ser abençoada e sentir toda aquela dor? Como era possível um Deus
receber o sacrifício de um filho inocente e permitir tamanho sofrimento?

Um pensamento me veio à mente. Será que Deus se alimenta do


sofrimento, da dor, do desespero? Se for verdade, como admitir que um
Deus se satisfizesse com o sofrimento de um ser criado por ele? Eu não
teria prazer em ver o sofrimento de um de meus filhos. Não compreendia
o que me estava sendo revelado.

Meus sentimentos seriam diferentes dos do Deus que me criou?


Não fazia o menor sentido. Tudo aquilo me deixou inquieto. Permaneci
assim por um bom tempo. De repente me vi novamente no palácio. No
salão principal, uma multidão em volta de uma mesa e um corpo sobre ela.
Angustiante apreensão me invadiu. Quem teria morrido? Aproximei-me
lentamente e olhei o corpo. Não pode ser verdade. Era eu. O corpo era
meu. Como pode ser se eu estava vivo. Não suportei aquela cena e
desmaiei. Não sei quanto tempo fiquei desacordado.

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CAPÍTULO 2

O SUBMUNDO

Quando recobrei a consciência estava em lugar estranho. Parecia


uma caverna. Muitos seres a minha volta me reverenciando. Reconheci
alguns. Eram antigos súditos falecidos. A minha lógica matemática me
dizia que se estavam mortos, então eu também estava. Então a morte é isto.
Mas se eu era o Rei, o próprio Deus, por que estava em lugar tão desolado
e não em um palácio?

Caminhei até a entrada da caverna e vi um vale onde centenas


de pessoas se ajoelhavam ante minha presença. Novamente percebi o
medo e o ódio naqueles rostos desfigurados. O mesmo medo e ódio que
via nos meus súditos, quando no palácio. Compreendi que aquilo era uma
continuação, uma cópia de minha experiência de quando vivo. Procurei me
acalmar e relaxar, como se fora possível ante a terrível revelação.

O tempo foi passando e procurei me acostumar com esta nova


realidade.

Outras pessoas foram chegando. Percebi o desequilíbrio em que


estavam. Como eu, elas também não entendiam o que se passava. Um dia
resolvi chamá-las até a caverna e expliquei que estavam em outra

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dimensão a que chamaríamos o reino da morte. Não adiantou muito a


explicação. Parecia mais fácil aceitar o inevitável.

O tempo foi passando quando, certo dia, recebi uma comitiva de um


comandante e mais ou menos dez soldados, se é que poderíamos chamar
de soldados aquelas caveiras desfiguradas e armadas com uma espécie de
lança.

Chamou-me de faraó e disse que o grande chefe me queria ver.


Parecia não haver como recusar àquele convite. Assim resolvi ir com eles.

Andamos por um bom tempo. Descobri lugares mais sombrios do


que os a que estava acostumado. Era uma espécie de charco, lama negra e
fétida onde milhares de seres infelizes deitados, só a cabeça de fora, se
lamentavam em dor e tormento. Olhos esbugalhados e retorcidos. Era a
expressão da loucura. Uns praguejavam e xingavam, outros silentes, outros
se questionavam: Por quê? Como tudo aquilo era possível?

Chegamos ao nosso destino. Imenso vale cercado por cavernas.


Uma enorme se destacava. Guardada fortemente por soldados
paramentados e armados. Adentramos em uma espécie de salão onde havia
um trono feito de pedra. Sentado nele um ser enorme. Era imponente, mas
de aspecto repugnante.

Percebi labaredas sutis saindo de seu corpo. Era apavorante. Podia


ver o medo, se não pavor, no rosto dos seres à sua volta.

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- “Então faraó, bradou o ser, finalmente veio a mim, seu Senhor.


Você me serviu por um bom tempo do lado dos vivos. Recebi muitas
oferendas, muitos sacrifícios e pude perceber sua fidelidade. Fora bem
treinado por meus sacerdotes. A despeito dos questionamentos que fazia a
meu respeito, você me foi útil. Esperei você se acostumar com a nova
realidade para lhe falar. Agora que me conhece realmente vai continuar a
me servir como fazia antes, para merecer as regalias que ofereço a meus
súditos fiéis?”

-“Levem-no aos calabouços e mostrem o que acontece a quem me


desafia”.

Um dos comandantes me pegou pelo braço e me levou por uma das


entradas da caverna. Chegamos a uma espécie de abóbada cheia de
galerias com portas de ferro. Ordenou e o guarda que a vigiava abriu a
porta. Adentramos. O aspecto era chocante. Vi seres desfigurados,
acorrentados à parede de pedra. Gritavam desesperados. Estavam sendo
chicoteados impiedosamente. A revelação estava para acontecer. Percebi
que a dor e o desespero emitiam certo tipo de energia acinzentada que era
captada pelos que os castigavam. Ante minha surpresa o comandante
disse: essa energia será levada para nosso mestre supremo. Pequena parte é
reservada para nosso alimento. É ela que nos dá força e sustentação. Só há
duas opções aqui, continuou o comandante, servir sem questionamento ou
rebelar-se e terminar aqui como esses infelizes. Às vezes um deles é
envolvido por uma luz estranha e desaparece. Voltamos à presença

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daquele ser pavoroso e ele me disse: - Se me servir aqui terá mais regalias
do que teve quando vivo, como faraó. Você será o Senhor Absoluto de
uma cidade bem maior que a sua no Antigo Egito. Acima de você somente
eu. Só a mim prestará contas de seus atos. Senti na pele o mesmo pavor
que via nos olhos dos meus súditos quando eram julgados por alguma
falha cometida. Não havia como recusar. Aceitei relutante. Ele percebeu e
disse. Não temas, seja fiel como sempre fez e terá tudo o que quiser.
Ajoelhei-me, como ordenado, e jurei fidelidade àquele ser.

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CAPÍTULO 3

A QUEDA MAIOR

De lá, fui levado a um lugar distante, uma espécie de cidade, uma


cópia do mundo anterior, quando vivo. Havia construções rudimentares,
mas muito parecidas com as que eu estava acostumado a ver. Fui levado a
uma espécie de palácio real. À medida que eu passava pelas pessoas de
aspecto um pouco melhor do que as do outro vale, elas me saudavam,
como se me conhecessem.

Chegamos a uma espécie de salão onde havia um trono. Fui


apresentado às pessoas ali presentes como novo Rei Faraó e me sentaram
no trono. Pude perceber com certa satisfação que o meu poder de quando
vivo se estenderá além da minha morte. Aqui começava uma nova etapa da
minha infeliz vida. Fui-me habituando com a nova realidade.

Era quase igual à anterior, serviçais, conselheiros, etc. Uma


surpresa, havia mestres de uma espécie de magia que iam me ensinar. Uso
da força interior para dominação, me explicaram.

Essa parte me impressionou mais. Seria treinado numa rígida


disciplina de controlar os pensamentos para conseguir os resultados que eu
desejasse.

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No início foi difícil. Exigia uma disciplina à qual eu não estava


acostumado. Como tempo, porém, consegui resultados satisfatórios para os
mestres magos. Passados alguns dias, bastava eu olhar para uma pessoa e
ordenar mentalmente algo para ela imediatamente me obedecer.

Aquilo me fascinava. Como era possível? Os mestres me ensinaram


alguns segredos da natureza. O poder que vinha da terra, do vento, da
água, do fogo, das árvores.

Aprendi com eles a me deslocar pelo ar. A me tornar invisível. A ir


instantaneamente a um lugar distante.

Descobri que com firmeza mental poderia transformar um criado em


uma espécie de animal ou inseto. O corpo se modificava. Já havia visto
homens com corpo de animal e cabeça humana, bem como o contrário,
corpo humano e cabeça de um animal.

Aprendi que deveria temer os demônios da Luz. Um dia me levaram


a ver um deles. Fomos até um vale e lá, no alto de uma montanha distante
um ser alado de pé. Figura majestosa a emitir enorme brilho que iluminava
todo o vale.

Disseram-me para temer a aproximação daquele ser. Aqueles que


tentaram isto desapareceram quando ele espalmou a mão na sua direção.
Uma forte luz saíra de sua mão e envolvera o ser infeliz que simplesmente
desapareceu. Aquilo me impressionou vivamente. Voltamos ao palácio e a
vida continuou com sua rotina. Fiquei sabendo que existiam laboratórios

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onde eram feitos experimentos e pesquisas para a subjugação dos humanos


vivos e mortos.

Havia diversos tipos de escolas de dominação. Todos estudavam


magia. Era lei. Só quem estudava e era aprovado nos testes rigorosos era
promovido a um posto mais adiantado.

Fiquei sabendo que o sangue dos animais mortos, bem como dos
humanos mortos nos campos de batalha forneciam uma energia que era
recolhida por seres especialmente preparados para tal fim que as traziam
armazenadas em potes. A maior parte ficava com nosso “Senhor
Supremo”. A outra parte era distribuída pelos súditos de forma
proporcional ao grau de hierarquia dos postos que ocupavam.

Compreendi porque as guerras entre os vivos eram fomentadas, pois


delas vinha a maior parte da energia de nossa sustentação.

Compreendi também que os sacerdotes dos vários deuses eram


chamados a reuniões periódicas onde prestavam contas de seus atos. O
controle era absoluto. Havia espiões que os vigiavam constantemente.

A prática da sexualidade era estimulada, pois além de fornecer


enorme quantidade de uma energia especial, servia para enfraquecer os
humanos submetendo-os a mais fácil dominação. Haviam postos
avançados próximos à crosta terrestre, de fácil acesso aos humanos
encarnados onde se promoviam festas para eles que durante o sono se
deslocavam para estes ambientes. Eram recebidos na porta por guardiões

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que lhes davam uma bebida de boas vindas, uma espécie de droga
alucinógena. Tinham mulheres (na verdade vampiros especializados em
recolher a energia sexual dos humanos). Seu aspecto era horripilante, mas
aos encarnados pareciam belíssimas. Era como se os encarnados
estivessem numa espécie transe hipnótico. Só viam o que lhes dava prazer.

Quando voltavam para seus corpos, já de madrugada, sentiam-se


completamente esgotados.

Os sacerdotes eram incentivados à prática da sexualidade com as


servas dos deuses. Elas se submetiam prazerosamente a essa prática
libidinosa.

Notei que certas sacerdotisas emitiam certo tipo de luz de seus


peitos e eram rejeitadas pelos sacerdotes que sentiam certa repulsa por essa
luz.

Notei que havia dois tipos de conhecimento: o dos sacerdotes que


era guardada em secreto e o que era passado para o povo. O povo só tinha
acesso a conhecimentos que os mantinham dominados pelas classes
sacerdotais.

Pobres humanos, quando acordarão deste pesadelo que os domina.

Muito tempo se passou. As coisas transcorriam sem novidades.


Chegava a ser monótono.

Um dia fui chamado a uma reunião com o grande chefe. Não era
uma reunião comum. Junto ao trono do nosso chefe estavam três

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impressionantes seres pelo seu aspecto. Percebi que nosso chefe os temia
tal a forma reverencial como os tratava. Deveriam ser de uma hierarquia
mais elevada.

O motivo da reunião: havia na terra dos vivos um novo faraó com


ideias contrárias às dos sacerdotes. Pregava uma espécie de Deus Único.
Dizia que esse Deus era o criador absoluto de todo o Universo e que era
puro amor. Ensinava que os homens eram seres divinos, eternos e todos
iguais. Que éramos todos seus filhos amados.

Abolira a escravidão. Já havia criado uma nova cidade, Amarna,


um pouco distante da antiga, longe da influência dos sacerdotes. Promovia
o estudo e o conhecimento avançado. Reunia sábios de outras terras para
ensinar o que sabiam.

Aquilo era um grande perigo e precisava ser contido. Precisavam de


alguém para realizar esta proeza. Fui o escolhido, pelo meu conhecimento
avançado de magia da dominação e minha determinação. Minhas façanhas
e crueldade eram já conhecidas de todos, mesmo fora de meus domínios.
Aceitei de imediato a empreitada ante o olhar admirado dos três poderosos.

Assim que voltei aos meus domínios convoquei uma reunião com os
Sacerdotes vivos. Tarde da noite meus comandantes de confiança foram
buscá-los. Enquanto seus corpos físicos dormiam eles eram transportados a
minha presença.

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Mencionei a reunião com os três chefes maiorais e pedi


providências urgentes.

Um dos sacerdotes argumentou. Como fazer se a cidade ficava


longe de nossa influência. Não temos acesso fácil.

Achem alguém de dentro do palácio que queira trabalhar para nós


em troca de poder e riqueza. Assim foi feito, em pouco tempo o faraó e sua
família adoeceram de mal desconhecido e logo faleceram. Foram
envenenados. Os sacerdotes voltaram a mim com as novidades, que eu já
sabia.

Perguntaram o que fariam com a cidade do faraó. Minha posição foi


mencionada. Nada que possa lembrar esse Deus Único deve permanecer
vivo.

Pouco depois tomei conhecimento das novidades. O exercito dos


sacerdotes atacou a cidade e exterminou toda sua população. O perigo
estava afastado, pensei.

Certo dia depois desses eventos fui levado a nova reunião com os
três chefes maiorais.

Dado a desenvoltura com que o problema do Deus Único tinha sido


resolvido, me convocaram para chefiar uma das cidades mais abaixo onde
assuntos mais importantes precisavam de uma pessoa com pulso forte para
lidar com eles. Informaram-me que o posto que me era oferecido era
cobiçado por muitos e que eu deveria ter muito cuidado.

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Aceitei de bom grado e em uma semana me mudara para uma região


mais profunda e de aspecto mais ameaçador. Era muito quente e do solo
brotavam labaredas ameaçadoras.

Minha caverna era enorme e guardada por soldados enormes e de


aspecto ameaçador. Da cintura para cima pareciam homens e da cintura
para baixo eram como animais com patas ou garras.

Fiquei surpreso, pois nunca tinha visto algo tão grotesco. Mas,
surpresa maior me aguardava: ia estudar uma magia mais avançada, só
reservada a seres especiais da confiança dos maiorais.

Os mestres da alta magia eram seres impressionantes. O controle


que tinham dos quatro elementos era fantástico.

Ensinaram-me como ter controle absoluto de minha mente, de como


manter minha atenção fixa em um só objetivo. Como paralisar com minha
força mental uma multidão de seres. Como obter obediência cega à minha
vontade. Aquilo tudo me fascinava. Eu me sentia o todo poderoso. Certo
dia, quando tomei conhecimento de uma profecia que dizia da vinda de um
messias. Um ser de grande conhecimento e força que viria reinar e ensinar
à humanidade a verdade.

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CAPÍTULO 4

O GRANDE RESGATE

Certo dia aconteceu algo estranho, apareceram uns seres de luz e me


levaram à presença de um ser majestoso, mas simples que me explicou que
eu nasceria na terra novamente, não mais como faraó, porém como homem
do povo. Após alguns meses de preparação e ensinamentos conheci minha
futura mãe que fora trazida para me ver. Ela morava numa província sob o
domínio do Império Romano.

Alguns anos após o meu nascimento fui levado para servir como
soldado romano em Jerusalém, cidade dominada por Roma. Lá serviria sob
as ordens do Governador Pôncio Pilatos. Durante esse tempo tomei
conhecimento de um messias chamado Jesus de Nazaré que diziam fazer
muitos milagres. Não acreditei muito, pois considerava aquele povo muito
ignorante e fanático por suas crenças.

Certa vez encontrei com o tal Jesus, ele pregava para uma multidão
e pude ouvi-lo. Falava de coisas simples, mas profundas. Tinha uma
convicção na voz que envolvia as pessoas. Era um ser de grande poder,
pude perceber. Arrebatava a todos os que o ouviam.

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Fiquei impressionado, mas não convencido. De repente ele me viu e


pediu que me aproximasse. Fiquei atônito, mas vencido pela curiosidade,
obedeci.

“Você já trilhou muitos caminhos escuros. Já teve muito poder que


usou de forma errada. É tempo de conhecer novos caminhos, novas
estradas, de usar seu conhecimento de forma mais adequada. Porque não
me segue e aprende comigo?”

Nada lhe respondi, estava paralisado ante aquele olhar meigo, mas
cheio de enorme poder. Aquele encontro me impressionou de forma
profunda. E muitas vezes aquele rosto e sua voz vinham à minha mente.

Encontrei-o novamente numa situação difícil. Ele fora julgado e


condenado à crucificação e meu grupamento fora encarregado da sua
execução. Não seria a primeira vez que eu participaria de uma execução,
fato tão comum naquele lugar.

Novamente aquele ser me impressionou. Diferente de muitos que


gritavam de dor, ele sofria impassível, como se amparado por alguma
força estranha. Era a única explicação para tamanha serenidade ante o
sofrimento que lhe era imposto. Senti pena e certa admiração por aquele
homem.

Já pregado à cruz, vi-o tombar a cabeça para o lado e para me


certificar de que já estava morto, enfiei minha a lança (conhecida
historicamente como Lança do Destino) em seu fígado, sem obter resposta.

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Recebemos ordem para entregar o corpo a seus familiares. Seria


levado para o túmulo de José de Arimatéia, que foi quem trouxera a
ordem. Acompanhei o corpo até o túmulo. Após a saída dos familiares
fechamos a entrada com enorme pedra e ficamos de plantão, vigiando o
túmulo para impedir qualquer profanação. Poucas horas depois umas
mulheres vieram me pedir para abrir o túmulo, pois queriam preparar o
corpo com essências, como era o seu costume. Depois que se foram
fechamos novamente a entrada com a pedra. Tarde da noite fui verificar a
entrada. Um ser envolto numa luz brilhante e fortíssima saía pela entrada,
mesmo fechada pela pedra. A luz era tão forte que me cegara.

-“Não tema, disse-me o ser. Logo você estará comigo”.

Perdi os sentidos. Quando acordei me vi ante os sacerdotes a me


acusar de ter permitido que levassem o corpo. Contei o que presenciara
sobre a luz e o ser que a irradiava. O resultado foi ser expulso do local. Fui
levado à região reservada aos mendigos e doentes, fora da cidade. Após
alguns dias de intenso sofrimento e fome me vi fora do meu corpo que
jazia no chão. Senti uma luz a me envolver, me virei e vi aquele ser
iluminado a me sorrir e dizendo: -“Venha comigo, começa agora uma nova
vida para você”.

Ele me segurou pela mão e me vi num outro local, muito


diferente de Jerusalém. Fiquei sabendo que havia morrido e estava numa
cidade espiritual. Fora levado para uma espécie de hospital onde fiquei por
algum tempo até recuperar minhas forças exauridas pelo sofrimento que

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passara após ser expulso da cidade. Voltei a ver e não sentia mais dores.
Depois de certo tempo trabalhei no hospital com funções simples e estudei
num educandário onde passei a conhecer as Leis do Universo.

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CAPÍTULO 5

A VIDA ATUAL

Nasci e morri várias vezes ao longo de séculos. Mas a minha


encarnação mais importante foi entre 1400 e 1500 d.C. quando conheci
aquele que seria meu mestre de Alquimia. Ele se chamava Cristóvão
Colombo e descobriria o novo mundo, as Américas. Eu era um dos
marinheiros de sua nau.

Minha outra encarnação com este mestre foi no reinado do rei


Arthur (simbolicamente falando, pois não há comprovação cientifica de
sua existência - quero aqui expressar que vivi em uma época similar,
quando ele se chamava Merlin - personagem pseudo-histórico de
Godofredo de Monmouth – mitologia galesa) e eu era um dos seus
discípulos. Novamente o encontrei na terra como o Conde de Saint
Germain, na França. Ele não envelhecia como nós. Viveu 300 anos com a
aparência de 40.

Lembro ainda de algumas vidas em que andei aprontando. Numa


delas eu era um pirata e por causa de um duelo fui ferido no coração e
jogado ainda com vida no oceano gelado. Numa outra, na Índia, minha
mãe lavava roupa num riacho e eu brincava em um tronco que atravessava
o riacho. Cai e fui levado pelas águas para desespero de minha mãe.

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Noutra, na Rússia, eu era uma espécie de curador, mendigo,


beberrão e mulherengo. Curei o filho da rainha que sangrava pelo ouvido.
Tornei-me amigo e conselheiro do rei. Aquilo incomodou alguns políticos,
o que me custou um tiro no peito e uma morte afogado no rio Volga.

Lembro-me de uma encarnação onde era padre e morava num


mosteiro. Nele engravidei uma freira.

Nesta vida me casei com ela, que me traiu, provocando nossa


separação. Numa outra, mais recente, era fazendeiro e senhor de escravos.
Vendi o marido de uma escrava para ficar com ela. Era bonita, mas
rebelde. Muitas vezes foi açoitada no tronco, vindo a falecer ante a
brutalidade do capataz que a açoitava. Destino: nesta vida foi minha
mulher, o marido, nosso filho, e o capataz, sua mãe. Aprendi a lição.
Nossos pecados nos perseguirão e os inimigos de uma vida nascem na
mesma família para reparar e corrigir suas diferenças.

Tenho um irmão que é na verdade um antigo inimigo de muitas


vidas em que disputamos poder e nos ferimos mutuamente. Nesta vida
quase fui abortado. Como não fora possível o aborto, pois minha mãe
correria risco de morte ela fez uma promessa e me doou em batismo para
Mãe Maria e São José, meu antigo mestre de outras vidas, Merlim.

Nasci com algumas deficiências: sopro no coração em virtude dos


ferimentos por espada quando pirata e tiros na Rússia quando fui jogado
no rio Volga. Tive problemas no fígado, por causa do vício da bebida nesta
encarnação e uma doença na cabeça do fêmur que me imobilizou aos dez

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anos, por três meses, obrigando minha mãe a cuidar de mim com desvelo,
o que acirrou os ciúmes de meu irmão mais novo. Até 15 anos morei no
Maranhão onde era um medíocre estudante. Minhas notas em matemática
não passavam de três. Já fora reprovado uma vez, o que fez com que meu
irmão mais novo me alcançasse nos estudos.

Meu pai faliu e perdemos tudo. Mudamos para o Rio de Janeiro.


Viemos num velho micro-ônibus. A viagem foi uma epopeia. Não havia
estradas de asfalto e tivemos que andar de trem e atravessar vários riachos.
Num deles, o motor do carro parou e tivemos que descarregar o carro para
poder tirá-lo do rio. Foram vinte e um dias de aventuras.

Fomos morar em Guadalupe. Meu pai, sem dinheiro teve que


trabalhar como ajudante de obras. Um dia ele foi à cidade e como que
inspirado foi até o Ministério do Trabalho. Pediu ao ministro uma bolsa de
estudos para mim e meu irmão. O ministro concedeu duas bolsas de
estudo, com a condição de que nossas notas fossem acima de sete.
Imaginem a enrascada: eu que só conseguia tirar notas 3 e 4 precisava tirar
um sete. Mas o destino me sorria, consegui um bom professor de
matemática e consegui aprender e gostar de estudar. Estava no 3º ano do
fundamental e minhas notas em matemática viraram 10 até o 3º ano do
ensino médio. Passei a dar aulas para meus colegas de turma. Começava o
meu processo de resgate nesta vida: ajudar, ajudar, ajudar, sem interesse.

Abri um curso preparatório na sala de minha casa. Tempos depois


fui para uma sala alugada. Pesquisava ensino e tentava melhorar minha

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forma de ensinar. Começava o processo de reparação, lei de causa e efeito,


ação e reação que eu não compreendia na época. Por causa de um
administrador grego que eu contratei, os meus professores se revoltaram,
abriram em segredo o curso Rota 99, do outro lado da estação de Ramos e
levaram 350 alunos meus. Só fiquei com 50 alunos da turma da manhã que
não tomaram conhecimento de tal atitude. Fiquei desesperado e revoltado.
Da minha sala eu via o professor responsável por tal façanha. Queria matá-
lo.

Daí surgiu o Sistema Audiovisual Dinâmico, uma verdadeira


revolução no ensino. Na época eu pensava que eu o havia criado. Hoje sei
que tenho um mestre de Matemática e eu apenas canalizo os seus
ensinamentos.

Esse sistema utiliza slides coloridos com legenda resumida, e os


alunos, após a explicação do professor, repetem em coro e musicadamente
cada tópico do assunto até fixar e no final da aula fazem um teste de
fixação. Passamos a dar aulas em grandes empresas (Demillus, GE,
AGGS, Cruzeiro do Sul). O resultado, 2000 alunos com média mensal por
volta de 8,5 e 100% de aprovação no supletivo de 1º grau (Artigo 99 na
época).

Um dia um coronel do exército, amigo de um sócio e professor, foi


pedir uma bolsa de estudos para um filho de sua empregada doméstica.
Ficou assistindo a uma aula e comentou com o sócio.

- “De onde vocês copiaram isso?” – perguntou ao meu sócio.

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Resposta posta do sócio: - “Isso é criação do prof. Arthur, baseado


em suas pesquisas de ensino e sua experiência”.

O coronel explicou que sua função como professora no Exército era


pesquisar ensino e que já havia visitado vários países. O sistema de ensino
mais avançado que ele havia encontrado era o da Polônia e que o nosso
dava de 10 a 0 no da polônia. Pediu que fizéssemos uma demonstração no
IME na Urca. Assim foi feito. Fiquei achando que eu desenvolveria o
sistema para o Exercito e seria promovido a coronel. Como o sistema é
subliminar e estávamos em pleno regime militar (1975) tive que engavetar
o processo. Imagina o Brasil inteiro batendo continência. Já acontecera
antes, um sargento alemão se tornou o líder de um povo e provocou a 2º
guerra mundial.

Nessa época eu era ateu. O raciocínio matemático me levava a


não crer no Deus das Religiões. Jesus era apenas mais um filósofo, como
Sócrates e Platão. Pra mim, morreu acabou. Vida espiritual era coisa de
pessoas ignorantes, que precisavam acreditar em algo para justificar sua
vida medíocre.

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CAPÍTULO 6

A VIDA MATERIAL

Foi assim até aos 27 anos quando entre os livros de autoajuda li um


de Ramatis. Sua linha de pensamento era universalista e profundamente
racional. Era uma nova maneira de ver a vida, de forma mais lógica.
Comecei a perceber que havia algo mais, além do que a ciência ensinava.
Comecei a entender que a ciência exata, não era tão exata, e que com o
passar dos séculos evoluía para novos conceitos, em cima do mesmo fato.
Assim fiquei sabendo que a Terra já fora chata, plana, quadrada; já fora o
centro do Universo. Entendi que para ter todas as respostas sobre o grande
enigma do Universo era preciso evoluir de forma lógica e racional passo a
passo. Compreendi que o mundo era regido por Leis perfeitas, que havia
vida fora e antes da vida material e depois da morte. O que morria era
apenas o corpo físico. Uma comparação esclarecedora: você tem um taxi,
dirige o dia todo e de noite leva-o para sua garagem. Desliga o motor e sai
do carro. Você é o espírito e o carro é seu corpo. O carro, como seu corpo
físico, só tem vida, só se move se você estivar dentro dele, dirigindo.
Quando você sai do carro é como se ele estivesse morto. Toda noite você
deixa o seu corpo “morto” na cama e vai passear pelo astral.

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Compreendi como se dá o processo evolutivo da humanidade. Vida


após vida o espírito eterno acumula conhecimento e experiência que ficam
arquivados num dos corpos espirituais, o corpo Búdico. Fiquei sabendo
que havia sete corpos: físico, duplo etérico, astral, mental inferior, mental
superior, búdico e átmico.

Compreendi que tudo era consciência, espírito, onda, como as de


rádio e televisão. Tudo era uma que tão de vibração. Que o elétron se
manifestava como partícula, com baixa frequência (15 ciclos por segundo)
ou onda, energia (milhões de ciclos/s). A Física Quântica (surgida há 205
anos atrás, com centenas de experiências de laboratório) comprovou que o
elétron (e como ele o próton, o nêutron, o átomo, a matéria) tinha
consciência e que o homem, através do pensamento ou sentimento
determinava o comportamento do elétron. Ficava comprovada a existência
de uma força superior que governava tudo, a que a humanidade chamava
de Deus, o Todo, o Arquiteto Supremo. Buscava ler tudo o que havia sobre
vida espiritual, Ramatis, Allan Kardec, Chico Xavier, curso de controle
mental, Reiki, e comecei a dar palestras sobre o que ia aprendendo. Um dia
minha irmã, assistente social, me levou a dar uma palestra na ASCE, que
cuidava de crianças excepcionais, cujo diretor era um Juiz. Eram
aproximadamente cem pessoas, entre professores, funcionários e médicos.
À medida que eu explicava o processo da reencarnação e que os problemas
daquelas crianças era resgate cármico por força da lei de ação e reação,
exemplificada por Mestre Jesus na frase: “a semeadura é livre, mas a
colheita é obrigatória” e também esta “teus pecados te perseguirão”. Após

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a palestra vieram fazer perguntas. Tive que baixar o nível das explicações
como se falasse para crianças do curso primário para me fazer entender.
Ao fim da palestra, que deveria durar duas horas e que já se encaminhava
para três, um médico disse:

- Não entendi quase nada do que você explicou, mas você foi
grande.

Encerrei a palestra e o diretor da casa me confidenciou que eu


tinha ido até ali para lhe mostrar que “merda” de equipe que trabalhava
com ele. Sorri sem jeito.

A palestra foi repetida, agora para os pais das crianças. Ao fim


várias mães se derramavam em prantos.

Parei de dar aulas e fui trabalhar numa empresa de produtos


químicos. Lá descobri que tinha um QI de 125. Isto quase me custou o
emprego. O psicólogo Martins contou ao meu diretor que eu era “gênio e
que gênio só fazia o que lhe desse na telha”. Disse ao meu diretor que
treinaria os seus vendedores para que pudessem vender mais. Convenci-o e
trabalhei lá por mais cinco anos. Um antigo professor de Português do meu
curso me ofereceu um emprego em uma empresa concorrente, ganhando o
dobro e com um carro à minha disposição. Aceitei, porém, dois anos
depois a empresa faliu e fiquei desempregado.

Na busca de um novo emprego atendi a um anúncio para gerente de


vendas numa fábrica de velas em Ramos. Eram 10 candidatos e eu fui o

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quinto a ser entrevistado pelo dono da fábrica. Convenci-o de que não


precisava de um gerente e sim de alguém que treinasse seus vendedores, o
que eu faria em apenas três meses, dando à sua empresa uma enorme
economia.

Fui contratado. Era grego e seu carro um opala velho e se vestia de


forma muito pobre. Tempos depois tomei conhecimento de que ele era
muito rico, dono de alguns edifícios no centro da cidade. A forma de se
vestir e o carro velho eram para não chamar a atenção e não ser
sequestrado. Outro fato que me impressionou é que ele toda semana
enviava pelo correio um pacote contendo 2 kg de tecido “filó” para a
Grécia onde era vendido por um parente por cinco vezes o preço que ele
pagava no Brasil. Me perguntava porque um homem rico precisava fazer
semelhante coisa. Descobri também que as velas eram fabricadas de
estearina e que ele descobriu que poderia utilizar parafina, um material
muito mais barato, o que lhe dava uma condição de não ter quase
concorrência, e um lucro muito superior. Compreendi que ele era muito
inteligente e que aproveitava todas as chances de ganhar dinheiro, daí o
fato de ter enriquecido no Brasil, aonde chegara relativamente pobre.
Lição que a vida me reservara.

Conheci um vendedor que era sócio de outra pequena fábrica de


velas. Quando terminou meu trabalho de três meses fui trabalhar na fábrica
desse vendedor onde fui desenvolver uma nova embalagem de velas, o que
baratearia o custo. Depois de desenvolver o projeto de embalagem, fui

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convidado para chefiar a equipe de vendas. Passei a visitar os clientes de


cada vendedor.

Desenvolvi um sistema de vendas programadas. Semanalmente o


cliente receberia a mesma quantidade de velas que ele só pagaria na outra
semana. A minha capacidade de persuadir e argumentar era tão eficiente
que 90% dos clientes aceitaram a ideia. Resultado: passamos a dominar o
mercado. Passei a ser procurado vivo ou morto pelos vendedores
concorrentes.

Só havia na fábrica uma máquina de fabricação de velas, e a


demanda era tão grande que tivemos que adquirir 4 outras máquinas, uma
por mês.

Trabalhei lá por dois anos quando meu irmão mais velho me


convidou para trabalhar com ele numa empresa de vendas de alimentos.
Mandei meu currículo e fui chamado para uma entrevista.

Fui contratado para ser assistente do diretor que cuidava das vendas.
Um coronel do Exército reformado. Fora cassado
pela revolução por ser socialista quando era capitão e teve que se ausentar
do Brasil. Era uma figura extraordinária. Super organizado, agendava tudo
que precisava fazer com um ano de antecedência. Todo mês fazia uma
reunião com os vende dores e estabelecia metas com a concordância
deles. Eu o ajudava elaborando os slides e providenciando o projetor e o
que fosse necessário, no que eu era eficiente.

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Tempos depois ele me levou para efetuar cobranças atrasadas de


órgãos do estado. Fui tão eficiente que ele me encarregou de efetuar as
vendas para esses órgãos. Ali pude desenvolver meu talento inato para o
envolvimento, a dominação e corrupção.

Descobri que nesses órgãos era necessário comissionar os


responsáveis pela compra e pelo pagamento. Era tão eficiente no que fazia
que acabava me tornando amigo e colaborador dos dirigentes em suas
funções, dando um jeitinho de conseguir o que fosse necessário para suprir
as necessidades emergenciais dos órgãos, fornecendo itens não licitados.
Os despenseiros economizavam alimentos e o que sobrava no cardápio eu
emitia notas frias e dava metade do valor das notas para eles. Era um
mundo de corrupção e eu participava dele com desenvoltura.

O outro diretor da empresa era um ser ambicioso e duro de lidar. Eu


tinha medo dele. Quando ligava para mim exigindo a minha presença, eu
tremia na base, achando que era pra me demitir ou coisa semelhante. Ele
chegou a me demitir umas quatro vezes. E eu através da força mental fazia
com que ele voltasse atrás, o que me permitiu trabalhar lá por 20 anos. Não
gostava dele, alias como a maioria dos funcionários.

Uma vez cheguei à empresa de manhãs e vi um tumulto. Fiquei


sabendo que ele havia sido sequestrado. Notei um sorriso de satisfação no
rosto dos funcionários. Enfim a justiça divina se fazia e o carrasco diretor
pagava por suas maldades.

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Os sequestradores exigiam o pagamento de R$ 150.000 por sua


libertação. Como eu conhecia todos os administradores dos presídios a
namorada e sócia do diretor sequestrado me pediu para tentar um contato
com uma falange chamada “comando vermelho” para que intercedessem
na sua libertação. Fui até um amigo de confiança do presídio Esmeraldino
Bandeira e expus o fato a ele. Fui convencido a não fazer isso, por causa
das implicações que o fato traria para minha vida, uma vez que eu ficaria
devendo um favor aos chefes do comando, o que seria desastroso.

Contei o fato à pessoa que me pediria para tentar libertá-lo, mas


disse a ela que eu tinha outros meios menos perigosos para sua libertação.
Pedi a ela que me permitisse ir até a casa de minha mãe, em Ramos, para
agir, pois lá eu teria mais tranquilidade para atuar. Concordou e eu fui à
luta.

Chegando ao meu destino pedi à minha mãe para eu não ser


incomodado, enquanto estivesse meditando na área de serviço, um
pequeno espaço ao lado da cozinha de seu apartamento. Sentei-me num
banco e passei a usar meus conhecimentos de controle mental. Fechei os
olhos, relaxei e baixei minhas vibrações para o nível alfa. Imaginei-me
numa tela mental conversando com sete guerreiros ninjas e ordenei a eles
que fossem até os sequestradores e libertassem o meu diretor. Fui
obedecido de imediato. Agradeci e voltei para meus afazeres. Era uma
sexta feira.

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Ao chegar à minha casa comentei o fato com meus familiares e


disse que o diretor seria libertado nessa noite.

No sábado ficamos sabendo pelo noticiário da libertação do


empresário.

Os sequestradores se desentenderam, e resolveram libertar, por


algum motivo, a vítima.

Compreendi a eficiência da utilização do controle mental para


conseguir objetivos desejados. .

Hoje, com a compreensão do meu processo evolutivo sou


profundamente grato a esse diretor. Ajudou-me a baixar minha bola,
dominar meu gigantesco ego, o que eu suportava por conveniência.

Pelo uso do controle da mente eu protegia a empresa diariamente.


Mudanças no mercado reduziram o meu salário e resolvi deixar a empresa.
Pensei com meus botões, ela não durará seis meses.

Fui trabalhar numa empresa menor e seis meses depois fiquei


sabendo do fechamento da empresa. Por ocasião da licitação da merenda
escolar, seu maior cliente, fez uma vistoria nas instalações. Os fiscais
encontraram produtos com prazos de validade vencidos (já acontecera
antes, e o problema fora abafado). Dessa vez o caso não pode ser resolvido
e a empresa foi excluída da licitação. Como ela não poderia sobreviver
com a atual estrutura, por causa da falta da merenda escolar, resolveram

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extingui-la. O diretor de vendas abriu uma construtora imobiliária e o


outro abriu uma rede de pequenos supermercados.

Ainda fiquei no mercado da corrupção por uns seis anos quando


então me aposentei.

Voltei a dar aulas, minha antiga atividade que sempre me deu


prazer.

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CAPÍTULO 7

O TEMPLO SHAOLIN

Quando ainda morava num pequeno apartamento no bairro do


Pechincha visitava um hospital do Estado na Taquara próximo à Estrada
do Rio Grande, onde se encontra a Reserva da Pedra Branca. Na altura do
número 5477 há um condomínio chamado Fazenda Passaredo, onde se via
uma linda montanha. Um dia resolvi conhecer o condomínio. Entrei e
fiquei impressionado com a beleza do lugar. Ao pedir informações ao
segurança responsável pela portaria fui apresentado a um corretor. Ele me
informou os preços dos lotes, que eram R$ 500,00. Constatei que estavam
longe de minhas possibilidades financeiras. Ele me disse que havia um
capitão do exército que tinha dois lotes e precisava vender um para poder
terminar a casa que estava construindo. Foi quando pude constatar o poder
da mentalização. Ele queria $ 5.000,00 e eu assumiria o financiamento da
empresa responsável pelo loteamento.

Levei minha família para conhecer o condomínio e eles se


encantaram. Manifestei o desejo de morar ali.

Havia passado um mês e eu vinha de Niterói para a Penha onde


ficava a empresa onde trabalhava, quando me deparei com o trânsito
parado na altura do quartel da marinha. Nessa época meu carro era um

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Passat 85. Uma ambulância de Furnas vinha na pista seletiva atrás de um


ônibus. O motorista da ambulância não percebeu que o trânsito estava
parado e saiu de trás do ônibus, atingindo em cheio um carro que estava
parado atrás do meu. Com a batida o carro foi lançado contra o meu.
Consegui frear e evitar bater no carro à minha frente. Minha mente
acostumada à corrupção logo funcionou. Eu só possuía seguro contra
incêndio. Na mesma hora pensei em incendiar o carro para receber o
seguro. O medo das consequências me impediu de fazê-lo. O carro
continuava andando, pois o estrago fora na mala.

Fui para casa desolado. Já era tarde e no dia seguinte cedo entrei em
contato com a empresa dona da ambulância, o que me resultou após
cumprir as exigências de praxe um chegue de $2.500,00. Comprei outro
carro, um Monza, com a ajuda de meu diretor. O meu carro avariado foi
vendido num ferro velho por $2.500,00.

O sonho se tornaria realidade, o desejo sincero e a convicção (só


anos mais tarde entenderia o processo que a vida me ensinava). Comprei o
terreno e me tornei amigo do Capitão.

Constantemente visitava o condomínio para “namorar” o terreno


que comprara. Passou-se um ano. Um dia estacionado em frente ao
terreno, quando tive a ideia de morar ali. Liguei para minha companheira e
perguntei se ela queria morar na Passaredo.

-“Como, se não temos dinheiro para construir uma casa. Vamos


vender nosso pequeno apartamento de 70 m2 e construir uma meia-água”?

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-Como sempre fiquei contrariado com a resposta e retruquei: “Não


foi isso que eu perguntei. Só me responde se quer ou não morar na
Passaredo”

- Não vejo como morar num lugar desses se não temos dinheiro para
construir.

- Só te fiz uma simples pergunta, e quero uma resposta simples, os


detalhes ficam por minha conta. Respondeu que sim.

A partir dai comecei a mentalizar (imaginar) já morando na


Passaredo. Me via saindo de casa para trabalhar e passando pela portaria e
à tardinha voltando para casa já na Passaredo.

Uma semana mais tarde, já era novembro, visitei o capitão e ele me


informou que ia viajar par o Sul onde faria um curso para ser promovido a
major.

O que você vai fazer com sua casa, perguntei?


Vou alugá-la para um capitão amigo meu.

Brinquei com ele, como era meu costume: Se você quiser, me paga
uma taxa e eu tomo conta de sua casa até você voltar.

A casa precisava de acabamento e eu disse que poderia pagar o


aluguel com obras. Ele ficou de estudar o assunto e marcamos um
encontro na semana seguinte às seis horas da tarde.

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Esperei até às sete horas e ele não apareceu. Imaginei que a casa
seria alugada para o outro capitão, como ele me informara. Fui para casa.
Já eram 11 da noite quando a campainha do meu apartamento tocou. Era
ele. Disse que houve um contra tempo e o capitão amigo dele
desistira de alugar a casa e me entregou a chave dizendo, a casa agora é
por sua conta. Dois dias depois acertamos os detalhes e eu mesmo escrevi
o “contrato” com os detalhes do que seria feito na casa. Paguei dois
alugueis adiantado, o que ele muito me agradeceu.

Já eram fins de dezembro e combinamos passar a virada do ano lá


na casa nova. Tu do feito; nunca mais voltamos para o apartamento.

As obras que eu fiz foram equivalentes a 40 meses de aluguel,


tempo que levamos para construir nossa nova casa.

A casa tinha o telhado chinês como num templo que eu vira numa
foto. Não foi fácil construí-lo. Os carpinteiros não sabiam como fazer.
Visitei uma casa japonesa na descida do Alto da Boa Vista para a Barra.
Fiz amizade com o caseiro que me permitiu ver o telhado por dentro.
Fiquei impressionado de ver como era a construção. Comprei uma serra
circular de mão e uma furadeira. Enquanto o telhado era feito, os
moradores paravam para ver admirados. Era uma obra de arte. Levou o
dobro do tempo de um telhado comum.

Quando fui comprar a madeira para construir o alicerce da casa vi


um casal de pastor alemão. Elogiei a beleza dos cães e por causa disso
ganhei um casal de filhotes do dono da madeireira: Xeique e Natasha. No

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dia posterior à chagada deles em casa comeram a raiz de uma planta


venenosa chamada comigo ninguém pode. Tive que levá-los ao
veterinário. Ao saber o que haviam comido e examiná-los foi enfático, deu
a possibilidade de sobreviverem em 30%. Expliquei a ele que eu era
reikiano, uma espécie de terapia alternativa, e com o consentimento do
veterinário pude aplicar a energia das mãos nos filhotes. Fiz isso por três
dias consecutivos. No terceiro dia eles tiveram alta, o que deixou
impressionado o veterinário.

Na semana seguinte, comeram uma carne moída estragada.


Voltamos ao veterinário e tudo se repetiu por uma semana.

Certa tarde, já anoitecendo, uns dois anos depois meu filho entrou
em casa trazido pelo meu vizinho. Caíra sobre uma pedra na correria com
os colegas e quebrou o braço esquerdo. No local quebrado fazia um ângulo
de 90°. Levei um baita susto. Refiz-me do choque e segurando o antebraço
com a mão esquerda, coloquei o braço quebrado no lugar. Meu filho me
agradeceu e já se preparava para ir brincar novamente. Chamei-o de volta
e disse: “Não acabou, temos que ir ao hospital para engessar seu braço”.
Na clínica o médico o examinou e disse que a fratura havia sido reduzida e
que só precisava engessar. Passados os quarenta meses o Capitão me pediu
a casa de volta. Mudamos para o templo shaolin. Estava pronto por dentro
e tivemos que conviver com as obras de acabamento por fora.

Um dia meu filho me arguiu: “Pai, todo pai joga bola com seu filho.
Porque você não joga comigo”. Por causa dessa arguição improvisei um

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minicampo na área de lazer. Logo os adeptos do futebol se reuni-am para


jogar. Em seguida construímos o campo de saibro e anos depois o campo
de futebol society. Isso uniu as pessoas. Todo domingo tínhamos pelo
menos 20 moradores disputando uma vaga para jogar.

Por causa do templo shaolin e do aquecimento que eu fazia uma


espécie de kati do Kung Fu, recebi o apelido de ninja.

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CAPÍTULO 8

A APOMETRIA

Certa noite descendo a serra Grajaú-Jacarepaguá, passando pela


FEIC, vi anunciada a peça KARDEC. Fui assisti-la. Gostei do espaço e
passei a fazer o tratamento de desobsessão. Após alguns meses vi o
anúncio de uma psicóloga de TVP. Fui consultá-la. Ao final de cada
consulta eu estava em prantos. Na última consulta, como eu energizava
meus antigos pacientes de cromoterapia espalmando as mãos para frente,
ela me disse espantada. Você é uma farmácia ambulante. A energia que sai
de suas mãos acaba de me aliviar das dores que sinto na coluna. Vou te
levar para a Apometria. Explicou-me o que era a Apometria, uma espécie
de cura e desobsessão. Ela participava do grupo cuja dirigente era uma
psicóloga chamada Jurema. O local era na Freguesia, numa rua chamada
Tirol. No dia da reunião fui apresentado ao grupo e me explicaram
sucintamente como era o trabalho. Após a preparação do ambiente com a
criação das defesas psíquicas, o que levava quase uma hora, começava o
atendimento. O paciente era desdobrado e o espírito obsessor, se houvesse,
incorporava num médio. Iniciava se o trabalho de esclarecimento ao irmão
desencarnado. A diferença entre a desobsessão convencional onde o
espírito é convencido verbalmente, é que aqui se mostra a ele a realidade
onde ele está vivendo e as consequências de suas atitudes. Ele é levado ao

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passado ou ao futuro, de acordo com a necessidade e pode ver que ele não
é apenas vítima inocente no processo que está sofrendo e as consequências
que advirão de sua ignorância ante as leis do Universo.

Meu papel era o de doador de energia. Muitas vezes eu era


advertido de que estava queimando o espírito incorporado pela força com
que eu emanava energia. Jurema bondosamente dizia Arthur, não é força, é
amor. Eu não conseguia entender sua linguagem. A única a que eu estava
habituado era a força. Passar-se-iam muitos anos até que eu através de
muito estudo e esforço pudesse entender as máximas de Jesus: “ama teu
próximo como a ti mesmo” ou “perdoa setenta vezes sete vezes” ou ainda,
“ama teus inimigos e ora pelos que te perseguem”.

Íamos dar um curso de Apometria e eu ajudei a Jurema, preparando


slides para as aulas em cima do material que ela me apresentou. A coisa
evoluiu tanto que no curso um ano seguinte fui eu o orador do curso e a
Jurema entrava com esclarecimentos e apartes.

O espaço se tornara pequeno e mudamos para um centro de


umbanda no Pechincha chamado Cabana de Pai Miguel das Almas,
próximo ao cemitério da Rua Retiro dos Artistas. Foi-nos oferecido um
imenso salão no terceiro andar. Imediatamente começamos a construção
em compensado de um auditório e quatro salas, sendo uma a sala de
espera. Nessa época eu já fazia as iniciações cós micas na Tijuca. Lá, por
dois anos estudamos as “Chaves de Enoc – O livro do conhecimento” e no
ano seguinte, o Evangelho Segundo o Espiritismo, por Allan Kardec.

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Lá se faziam Apometria e um trabalho especial chamado


clarividência viajora. O trabalho era feito aos pares. Um vidente deitava
numa maca e ao seu lado o operador comandava os trabalhos.

Certa feita, iniciados os trabalhos, a vidente se viu sobrevoando


enorme vale quando passou por sobre uma gigantesca árvore de aspecto
estranho. Comandei que ampliasse a visão. Espantada me falou que não
era árvore, e sim um ser enorme e estava cheio de gente dentro dele.

Espalmei as mãos na direção do gigantesco ser e invoquei a chama


violeta; os seres começaram a sair da “árvore”. À medida que iam saindo,
eu os reunia numa esteira de luz. Dei forma humana à criatura e aos seres.
Numa vida passada o ser tinha sido uma poderosa feiticeira. Depois de
passar um tempo no umbral assumiu a forma de árvore e começou a
aprisionar os espíritos que se aproximava dela. Depois de conscientizada
foi encaminhada junto com seus “escravos” de cuja energia se alimentava.

Uma vez pedi que a Jurema abrisse meu campo para tratar meu
irmão mais novo, com quem não me dava bem: brigávamos muito na
infância e adolescência.

Aberto o campo um nível de consciência dele incorporou numa


médium: -“Por que me trouxeram aqui. Odeio esse cara, não sei por que
nasci no mesmo mo ventre que ele. Foi ele o responsável por minha morte,
ele me enterrou vivo no deserto e minha cabeça torrou ao sol escaldante”.
O tom de sua voz de mostrava o tamanho de seu ódio por mim.

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Foi mostrado a ele que numa vida anterior ele havia destruído toda a
minha família. Ficou chocado com aquela revelação. Entendeu que não era
vítima inocente. Que também era culpado.

No lugar do seu coração havia uma pedra escura. Foi colocado no


seu peito um coração de amor, como sabemos fazer. Em seguida ele foi
encaminhado a um educandário.

Anos depois pude compreender muita coisa sobre a vida. Meu


irmão, muito inteligente, tinha uma vida tranquila. Desejava fazer o bem,
era estudioso de filosofias orientais e era discípulo de Sai Baba. Já fora a
Índia umas duas vezes visitar seu mestre. Costumava falar em como
vencer o ego, que ele dizia ser o pior obstáculo na escalada espiritual.
Após se aposentar comprou um sítio em Magé, onde ajudava crianças
pobres com alimento e palestras sobre a vida. Eu me perguntava como
uma pessoa com tanto conhecimento, inclusive mestrado no exterior,
apresentava comportamento tão estranho e inseguro. No desejo de ajudar
moças de programa numa boate famosa do Rio, terminou se envolvendo
com uma e tendo um filho fora do casamento. Certa ocasião, já na Cabana
de Pai Miguel das Almas, onde eu já chefiava a Apometria Cósmica,
resolveu abrir o campo dele novamente. Havia com ele um comandante
das trevas a dominá-lo. Limpamos e encaminhamos o infeliz irmão, seu
antigo companheiro de desventuras e irresponsabilidades.

A última vez que o vi, na casa de minha mãe, ele discutiu comigo,
do nada e me acusou de todas as suas desventuras. Disse-me que eu

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estragara sua encarnação atual. Falei-lhe que eu não precisava ouvir


aquelas asneiras e me retirei da casa.

Tempos depois tive notícias dele, estava muito doente, com


Alzheimer e cheio de obsessores lhe cobrando o passado irresponsável.

Resolvi não interferir mais na vida dele, observando uma diretriz:


não interferir na vida de quem quer que seja, a não ser que lhe peçam
ajuda.

Muitas vezes a melhor ajuda é deixar que a pessoa mergulhe nas


suas próprias sombras a fim de aprender pela dor o que não consegue
vivenciar pelo amor.

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CAPÍTULO 9

A EVOLUÇÃO DA APOMETRIA

O próprio Lacerda nos conta que certa vez lidava sem sucesso
com um poderoso mago negro, quando Vovó Cambinda, uma preta velha,
lhe falou para “inverter o spin dele”.

Assim que Lacerda deu o comando de inverter o Spin, o mago


negro perdeu toda a sua força e se aquietou, podendo ser tratado e
encaminhado.

Na época da Jurema, nos foi passado o comando de colocar no


peito dos seres “um coração de amor com chama trina, chuva crística,
chuva dourada de amor e sabedoria no cérebro e coração”.

 Outro preto velho conhecido como Pai Miguel das Almas, nos
ensinou a colocar no coração dos seres infelizes “uma cruz dourada em
chamas do amor do Mestre Jesus” que provocava mudança radical com
profundo arrependimento neles.

 Passamos a “inverter a polaridade do Búdico, afirmando que


todo o conhecimento usado de forma negativa no passado, hoje só seria
usado para o bem e para a luz” isto desfaz a tendência de seres que no

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passado foram magos ou bruxas e usaram de forma negativa o seu


conhecimento, a continuarem agindo da mesma forma.

 Passamos a criar “um pilar de luz sobre seres ou lugares, com a


permissão de Deus emitindo “luz rosa do amor Crístico, branca da paz, da
harmonia, verde da cura, dourada da sabedoria, azul dos mestres assensos,
luz rubi do amado Mestre Jesus” e que este pilar seja alimentado pela força
do seu sagrado nome Yod He, Wod He, contando de 1 a 7, 1 a 12, 1 a 21
ou 1 a 33 pulsos energéticos”.

Muitas vezes, ao longo dos últimos anos muitos médiuns almejaram


ocupar o meu lugar. Só o fato de desejar isto, indicava que não estavam
caminhando na luz. Deixaram-se vencer pelo ego e se perderam.

Certa feita, ao dar um curso de Apometria, uma médium vidente ao


ver minha atitude arrogante, comentou para si mesma, “como vou estudar
com esse cara, ele não entende nada de espiritualidade”. Entretanto, algo
mais forte que ela fez com que terminasse o curso e fosse trabalhar
comigo.

Tinha uma vidência apurada e conseguimos resgatar um mago negro


com seu exército, que passou a nos ajudar com o nome de Capa Preta.
Quando tínhamos dificuldade de lidar com algum espírito rebelde
chamávamos o Capa Preta, que é quem levava o espírito para conhecer as
trevas que o envolveria e vendo a realidade dura que iria enfrentar, ele era
resgatado.

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Ao passar do tempo resgatamos seis outros magos com seus


exércitos que recebiam nomes de capas vermelha, roxa, etc... E sob o
comando do Capa Preta faziam parte de nossos aliados.

Quando os resgatávamos, perguntávamos se queriam ir para uma


estância mais elevada ou trabalhar disfarçados para a luz nas trevas.
Escolhiam quase sempre a segunda hipótese.

A vidente me disse que ela havia sido minha discípula de magia em


uma vida passada.

Existem varias formas de se usar a Apometria, ferramenta esta,


muito útil para auxiliar no tratamento de saúde em todos os níveis, porem
sem dispensar o tratamento com medico da terra sempre que necessário ou
não interromper o que já estiver fazendo.

Também é muito útil nos casos de desobsessão.

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Esta é uma obra biográfica sobre a vida ao longo de várias


encarnações do senhor Professor Arthur Angelim de Lima, não sendo uma
obra de ficção.

Todo material aqui contido foi obtido através das técnicas de


Terapia de Vivências Passadas (TVP) e Hipnoterapia. Além das
canalizações trazidas pelos Mestres e Mentores Espirituais, que assistem e
ajudam no desenvolvimento e aprimoramento desse trabalho de Amor e
Caridade, que é a Apometria Cósmica, ao longo dos quase vinte anos de
experiência do Professor Arthur Lima.

O Professor Arthur traz em A SAGA DE UM MAGO, que foi


construída com a coletânea e a triagem desse mesmo material ao longo
desse período, como objetivo, sinalizar a todos que se interessam por esse
tema que as trevas podem trazer a ilusória sensação de poder e grandeza,
mas só a LUZ liberta para o mais puro e verdadeiro sentimento para o qual
a Humanidade precisa caminhar: O AMOR INCONDICIONAL.

Paz e Luz.

Malú Santos

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