Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
4 de novembro de 2017
Sumário
0 Varie
ariedades
dades Difere
Diferenciá
nciáve
veis
is 2
1 Métricas
Métricas Riem
Riemannia
annianas
nas 3
2 Conexões
Conexões Afins;
Afins; Conexã
Conexão
o Riemann
Riemanniana
iana 13
3 Geodésicas
Geodésicas;; Vizinhan
Vizinhanças
ças Conv
Convexas
exas 24
1
Capítulo 0
Variedades Diferenciáveis
2
Capítulo 1
Métricas Riemannianas
Exercício 1. Prove que a aplicação antípoda A : S n → S n dada por A( p) = − p é
uma isometria de S n . Use este fato para introduzir uma métrica Riemanniana no
espaço projetivo real P n (R) tal que a projeção natural π : S n → P n (R) seja uma
isometria local.
Solução: Como S n ⊂ Rn+1 , podemos fazer uso da estrutura de Rn+1 de forma que,
se p ∈ S n e u, v ∈ T p S n , a métrica Riemanniana em S n é dada por u, v p := u, v,
sendo , o produto interno canônico de Rn .
Já sabemos do Capítulo 0 que A : S n → S n é um difeomorfismo com A −1 = A.
Calculemos dA p : T p S n → T − p S n . Seja v ∈ T p S n e seja α : (−, ) → S n uma curva
diferenciável tal que α(0) = p e α (0) = v . Por definição, temos
dA p (v) = (A α) (0) = ◦ −α(0) = −v.
Assim,
u, v = u, v = −u, −v = dA (u), dA (v)− = dA (u), dA (v) ( ) .
p p p p p p A p
Podemos considerar P (R) como sendo a variedade quociente S /G, onde G é
n n
dada por π( p) = { p, − p} e é um difeomorfismo local. Queremos definir uma métrica
Riemanniana em P (R). Seja q ∈ P (R) e U ⊂ S aberto tal que π | : U → π(U )
n n n
U
seja difeomorfismo com q ∈ π(U ). Para vetores u, v ∈ T P (R), defina q
n
q
u, v : = d(π| )−1(u), d(π| )−1(v) ( | ) ( )
U q U q
π − 1 q
U
= d(π | )−1 (u), d(π | )−1 (v)
U q .
U q
Rn+1
Afirmamos que essa definição não depende do aberto U . De fato, seja V ⊂ S n
3
(π V )−1 (q ) = A (π U )−1 (q ) e V
| ◦ | ∩ A(U ) = ∅. Teremos
d(π | )−1 (u), d(π | )−1 (v)
V q V q
( | ) ( )
π −1 q
= d(−π | )−1 (u), d(−π | )−1 (v) U q U q
(−π |U ) − 1 (q )
V
= −d(π | )−1 (u), −d(π | )−1 (v) U q U q
(π |U ) − 1 (q )
= d(π | )−1 (u), d(π | )−1 (v)
( |
U q U q
1 (q )
.
π U )
−
Isso mostra que u, vq está bem definido. Podemos tomar como atlas sobre P n (R)
a coleção {(Uα,xα )} tal que U α ⊂ Rn é um aberto e x α é da forma x α = π |y(U α) ◦ yα ,
para alguma carta y α : U α → S n e π |y(U α ) : y(U α ) → π(y(U α )) é um difeomorfismo.
Assim, se (U, x) é uma tal carta e ∂x∂ i (q ), i = 1, . . . , n são os elementos da base de
T q P n (R) relativa a x e p = x −1 (q ), então
∂
(q ),
∂
(q )
= dx p (ei ), dx p (e j ) q = d(π | ◦ y) (e ), d(π| ◦ y)(e )
U p i U j q
∂x i ∂x j q
| ◦
= d(π U )y( p) dy p (ei ), d(π U )y( p) dy p (e j ) | ◦
q
−1
:= d(π U )q (d(π U )y( p) dy p (ei )), d(π U )q (d(π U )y( p) dy p (e j ))
| | ◦ | −1
| ◦
(π |U ) − 1 (q )
=
(d(π | U )y( p) )
−1
(d(π U )y( p) dy p (ei )), (d(π U )y( p) )−1 (d(π U )y( p) dy p (e j ))
| ◦ | | ◦
y ( p)
que é uma função diferenciável em p. Portanto, , q define de fato uma métrica
Riemanniana em P n (R).
Da forma como foi definida, é imediato que π : S n → P n (R) é uma isometria
local.
seja uma isometria local. Mostre que com esta métrica T n é isométrico ao toro plano.
sendo ·, · p = ·, ·Rn . Precisamos mostrar que tal produto interno está bem definido.
Seja q = (y1 , . . . , yn ) tal que π(q ) = π( p). Segue que e ixj = eiyj , j = 1, . . . , n ⇒ x j =
y j + 2k j π , para certos k j ∈ Z, j = 1, . . . , n. Denote por T : Rn → Rn a translação
dada por T (x) = x + k , com k = (2k1 π , . . . , 2kn π). Temos T (U q ) = U p e, para todo
(a1 , . . . , an ) ∈ U q ,
π | ◦ T (a1, . . . , a ) = π|
U p n U p (a1 + 2k1 π , . . . , an + 2kn π) = (ei(a1 +2k1 π) , . . . , ei(an +2kn π) )
= (eia1 , . . . , eian ) = π | U q (a1 , . . . , an ).
4
Portanto, π |U p ◦ T = π |U q ⇒ d( π| U p )T (q ) ◦ dT
= q = d( π | ) ⇒ d(π|
U q q U p ) p ◦ 1Rn
d( π | ) ⇒
U q q d( π U q ) = d( π U p ). Isso garante que o produto interno em π( p) = π(q )
| |
está bem definido.
Mostremos agora que tal produto interno é diferenciável. Para isso, basta mos-
trar que ele é diferenciável com respeito a uma parametrização específica (como
as mudanças cartas são difeomorfismos, isso implicará que o produto interno é di-
ferenciável em qualquer parametrização). Mas (U p , π |U p ) é uma parametrização!
Sendo ∂x∂ 1 (q ), . . . , ∂x∂ n (q ) a base de T q T n , q ∈ U p , com respeito à parametrização
(U p , π |U p ), temos
gij (q ) =
∂
(q ),
∂
(q )
= d( π
| U p )q ei , d( π U p )q e j π (q )
|
∂x i ∂x j π (q )
:= (d( π | U p )q )
−1
(d( π | U p )q ei ), (d( π | U p )q )
−1
(d( π |
U p )q e j ) = ei , e j = δ ij ,
minada pelo vetor k e de forma que os grupos 2π Zn e { k ∈ Rn | ∃T k ∈ 2π Zn } são
isomorfos e consideramos os dois como sendo o mesmo objeto. Observemos que T n
possui uma métrica Riemanniana natural. Sabemos que a estrutura diferenciável de
T n é tal que a projeção Π : Rn → T n é um difeomorfismo local. Mais que isso, para
todo (a1 , . . . , an ) ∈ Rn , se I i = (ai − π, ai + π) ⊂ R (intervalo aberto de comprimento
2π em torno de a i ), então Π|I 1 ×···×I n : I 1 × · · · × I n → Π(I 1 × · · · × I n ) ⊂ T n é um
difeomorfismo (portanto, uma carta).
Seja p = [(a1 , . . . , an )] ∈ T n e u, v ∈ T p M . Seja U p = (a1 − π, a1 + π) × · · · ×
(an − π, an + π) ⊂ Rn de forma que Π|U : U p → Π(U p ) é uma carta em torno de p.
Defina
u, v :=
p
d( Π −1
| −1
U p ) p (u), d( Π U p ) p (v) |
Rn
.
Precisaríamos mostrar que tal produto interno está bem-definido e que, de fato,
define uma métrica Riemanniana em T n . No entanto, a demonstração deste fato é
semelhante ao que fizemos acima para a métrica Riemanniana em T n .
Defina
n
f : T −→ T n
.
[(x1 , . . . , xn )] −→ (eix1 , . . . , eixn )
5
Primeiro, precisamos mostrar que f está bem definida. Se [(x1, . . . , xn )] =
[(y1 , . . . , yn )] ∈ T n , então existe k = (2πk 1 , . . . , 2πk n ) ∈ 2π Zn tal que (x1 , . . . , xn ) =
(y1 , . . . , yn ) + (2πk 1 , . . . , 2πk n ) ⇒ x j = y j + 2πk j , ∀ j = 1, . . . , n. Segue que
eixj = e i(yj +2πk j ) = e iyj ei2πk j = e iyj , ∀ j = 1, . . . , n ,
e isso garante que f está bem-definida. De forma semelhante,
g : T n −→ T
n
= π |−1 (e , . . . , e )
V
ix1 ixn
= (x1 , . . . , xn )
= 1U p (x1 , . . . , xn ),
que é diferenciável. Isso mostra que f : T n → T n é diferenciável. De forma seme-
lhante, mostra-se que g : T n → T n é diferenciável e, portanto, f é um difeomorfismo.
A conta acima também mostra que f ◦ Π = π . Assim, se p = Π(q ) ( q ∈ Rn ) e
w ∈ Rn , teremos
◦
dπq (w) = d(f Π)q (w) = df Π(q) dΠq (w) = df p dΠq (w). ◦ ◦
Assim, como Π e π são difeomorfismos locais, podemos escrever df p = dπq ◦
(dΠq )−1 , pelo menos em uma vizinhança de q . Logo, se u, v ∈ T p T n , temos
df (u), df (v) ( ) = df (u), df (v) (Π( )) = df (u), df (v) ( )
p p f p p p f q p p π q
= dπ ◦ (dΠ )−1 (u), dπ ◦ (dΠ )−1 (v)
q q
( )
q q
π q
:= (dπ )−1 (dπ ◦ (dΠ )−1 (u)), (dπ )−1 (dπ ◦ (dΠ )−1 (v))
q q q q q q
Rn
= (dΠq )−1 (u), (dΠq )−1 (v)
Rn
= d(Π−1 ) p (u), d(Π−1 ) p
Rn
:= u, v p ,
6
É fácil ver que tal aplicação está bem-definida e é diferenciável.
Seja p = (eia1 , . . . , eian ) ∈ T n e U p = {(x1 , . . . , xn ) ∈ Rn | a j − π < x j <
a j + π }. π |U p : U p → π(U p ) ⊂ T n é um difeomorfismo (uma carta em torno de
p). Calculemos df p : T p T n → R2n . Seja u = α (0) ∈ T p T n . Se α : I → T n com
α(t) = (eiθ1 (t) , . . . , eiθn (t) ), então
◦
df p (u) := (f α) (0) =
d
(f α)(t) ◦
dt t=0
=
d
(cos θ1 (t), sen θ1 (t) . . . , cos θn (t), sen θn (t))
dt t=0
= ( θ1 (0) sen θ1 (0), θ1 (0) cos θ1 (0), . . . , θn (0) sen θn (0), θn (0) cos θn (0)).
− −
Portanto, se v = β (0) ∈ T p T n , β (t) = (eiϕ1 (t) , . . . , eiϕn (t)) é tal que df p (u) =
df p (v), então, para todo j = 1, . . . , n,
− θ j (0) sen θ j (0) = ϕ j (0) sen ϕ j (0),
−
θ j (0) cos θ j (0) = ϕ j (0) cos ϕ j (0).
Como α(0) = p = β (0), isso implica que −θ j (0) = −ϕ j (0) e θ j (0) = ϕ j (0), para
todo j = 1, . . . , n e, portanto, u = v . Isso prova que df p é injetora, para todo p ∈ M
ou seja, f é uma imersão.
Considere U p = {(x1 , . . . , xn ) ∈ Rn | a i − π < xi < ai + π } e a carta em
torno de p dada por X := π |U p : U p → π(U p ). Para cada q ∈ U p , denote por
∂ ∂
∂x 1 (q ), . . . , ∂x n (q ) a base coordenada de T π (q ) T . Para não carregar a notação,
n
escreveremos simplesmente π ao invés de π |U p , ficando implícito que estamos traba-
lhando apenas em U p . Para todo q = (x1, . . . , xn ) ∈ U p , temos
df π(q) · ∂
(q ), df π(q)
∂
·
(q )
∂x i ∂x j f ◦π (q )
= df π(q)
d
π(q + tei ), df π(q)
d
(π(q + te j )
dt t=0 dt t=0 Rn
=
d
◦
(f π(q + tei )),
d
◦
(f π(q + te j ))
dt t=0 dt t=0
=
d
◦
(f π)(x1 , . . . , xi + t, . . . , x n ),
d
◦
(f π)(x1 , . . . , x j + t, . . . , xn )
dt t=0 dt t=0
=
d
(cos x1 , sen x1 , . . . , cos(xi + t), sen(xi + t), . . . , cos xn , sen xn ),
dt t=0
d
(cos x1 , sen x1 , . . . , cos(x j + t), sen(x j + t), . . . , cos xn , sen xn )
dt t=0
− −
= (0, 0, . . . , sen xi , cos xi , . . . , 0, 0), (0, 0, . . . , sen x j , cos x j , . . . , 0, 0)
∂ ∂
= δ ij = (q ), (q ) .
∂x i ∂x j π (q )
7
Exercício 4. Uma função g : R → R dada por g(t) = yt + x, t, x, y ∈ R, y > 0, é
chamada função afim própria .
O conjunto de todas essas funções com alei usual de composição é um grupo de
Lie G . Como variedade diferenciável, G é simplesmente o semi-plano superior isto é
{(x, y) ∈ R2 ; y > 0} com a estrutura diferenciável usual. Prove que:
(a) A métrica Riemanniana de G invariante à esquerda, que no elemento neutro
e = (0, 1) coincide com a métrica euclidiana (g11 = g 22 = 1, g12 = 0) é dada
por g11 = g 22 = y12 , g12 = 0, (esta é métrica da geometria não-euclidiana de
Lobatchevski).
√
(b) Pondo (x, y) = z = x + iy , i = −1, a transformação z → z = az+b
,
cz +d
a,b,c,d ∈ R, ad − bc = 1 é uma isometria de G .
Sugestão: Observe que a primeira forma fundamental pode ser escrita:
dx2 + dy 2
ds2 =
y2
= − (z4 dz dz
− z)2 .
Solução:
Lg0 (g)(t) = g 0 g(t) = g 0 (g(t)) = g 0 (yt + x) = y 0 (yt + x) + x0 = (y0 y)t + y0 x + x0 ,
para todo ( x0, y0), (x, y ) no semiplano superior. Assim, utilizando a estrutura
diferenciável do semiplano superior, temos
∂
L (x, y)
∂
L (x, y)
d(L(x0 ,y0 ) )(x,y) = ∂x (x0 ,y0 ),1 ∂y (x0 ,y0 ),1
∂
L
∂x (x0 ,y0 ),2
(x, y)
∂
L
∂y (x0 ,y0 ),2
(x, y)
=
y0 0
.
0 y0
Isso mostra que d(L(x0 ,y0 ) )(x,y) u = y 0u, para todo (x, y) ∈ G e u ∈ T (x,y) G ≡ R2.
Estamos supondo que G possui uma métrica invariante à esquerda, ou seja,
u, v( x,y ) =
d(L(x0 ,y0 ) )(x,y) u, d(L(x0 ,y0 ) )(x,y) v
L(x0 ,y0 ) (x,y )
,
para todo (x0, y0 ), (x, y) ∈ G, u, v ∈ R2. Tomando (x, y) = e = (0, 1) nesta
equação e supondo que u, ve = u, v (produto interno usual de R2 ), obtemos
2
u, v = u, v(0 1) = y0u, y0v
, L(x0 ,y0 ) (0,1) = y 0 u, v( x0 ,y0 ) ,
8
donde concluímos que
+b
(b) Mostremos primeiramente que ϕ : G → G dada por ϕ(z) = az cz +d , ad
− bc = 1,
a,b,c,d ∈ R está bem definida. De fato, seja z = (x, y) ∈ G . Temos
Imϕ(z) = Im
az + b
Im
(az + b)(cz + d)
=
cz + d cz + d 2 | |
1 1 2
=
cz + d|2
Im((az + b)(cz + d)) =
| cz + d 2
Im(ac z + adz + bcz + bd)
| | ||
1 1
= Im(adz + bcz) = (adIm(z) + bcIm(z))
cz + d 2
| | cz + d 2 | |
1 Im(z)
= 2
(adIm(z) bcIm(z)) =
− > 0,
|
cz + d | cz + d 2
| |
pois z ∈ G ⇒ Im(z) > 0 . Portanto, ϕ : G → G está bem definida.
Mostremos que ϕ é uma isometria. Sejam z = (x, y) ∈ G , u, v ∈ R2 quaisquer.
Usando o fato de que dϕ (u) = ϕ (z) · u, em que ϕ : G → C é a derivada
z
complexa de ϕ e ϕ (z) · u é o produto complexo de ϕ (z) e u, temos
2
1
d(ϕ) (u), d(ϕ) (v) ( ) = (Imϕ(z))
z z ϕ z
2
ϕ (z) · u, ϕ (z) · v
=
|cz + d|4 a(cz + d) − (az + b)c · u, a(cz + d) − (az + b)c · v
(Imz)2 (cz + d)2 (cz + d)2
=
| |
cz + d 4 ad bc
u,
ad bc
− · v
− ·
(Imz)2 (cz + d)2 (cz + d)2
=
|cz + d 2 | 1
u,
1
v · ·
(Imz)2 (cz + d)2 (cz + d)2
| 4 |
(∗) cz + d 1
=
(Imz)2 cz + d 4 |
|u, v
1
=
(Imz)2
u, v = u, v z
9
Provemos este fato. Sejam λ = (x, y), u = (u1 , u2 ) e v = (v1 , v2 ) ∈ C ≡ R2.
Temos
λ · u, λ · v = (x, y)(u1, u2), (x, y)(v1, v2)
= (xu1 − yu 2 , xu2 + yu 1 ), (xv1 − yv2 , xv2 + yv 1 )
= (xu1 − yu 2 )(xv1 − yv2 ) + (xu2 + yu 1 )(xv2 + yv 1 )
= x 2 u1 v1 − xyu 1 v2 − xyu 2 v1 + y 2 u2 v2 + x2 u2 v2 + xyu 2 v1 + xyu 1 v2 + y 2 u1 v1
= (x2 + y 2 )(u1 v1 + u2 v2 ) = |λ|2 u, v .
Exercício 5. Prove que as isometrias de S n ⊂ Rn+1 com a métrica induzida são as
restrições a S n das transformações lineares ortogonais de Rn+1 .
Seja U + = {(x0 , x1 , . . . , xn ) ∈ S n | 0 < x1 }. Como v1 ∈ U + e β (ξ ) = v 1 , temos
que β ([a, b]) ∩ U +
= ∅. Seja (a , b ) ⊂ [a, b], com a = inf {t ∈ [a, b] | β ([t, ξ ]) ⊂ U + }
e b = sup{t ∈ [a, b] | β ([ξ, t]) ⊂ U + }. Como β : [a, b] → S n é contínua e U +
é aberto em S n , é possível provar que a < ξ < b e que β (a ), β (b ) ∈/ U + e
lim x1 (t) = 0 = lim x1 (t). Observe que β ((a , b )) ⊂ U + . Considere o sistema de
t→a
t→b
10
→
Proposição 1.4. Se f : M N é uma isometria entre variedades Riemannianas e
ρ : M M
× → R, σ : N N × →
R são as respectivas distâncias induzidas em cada
variedade, então σ(f ( p), f (q )) = ρ( p, q ), para todo p, q M . ∈
Demonstração. Sejam p, q M quaisquer.
∈ Seja α : [a, b] → M um caminho diferen-
ciável por partes ligando p a q . Como o comprimento de α é soma dos comprimentos
de cada segmento diferenciável de α, suporemos que a própria α é diferenciável.
Usando que f é isometria, obtemos
ba (α) =
b
α (t), α (t) α(t) dt =
b
df α(t) α (t), df α(t) α (t)
dt
a a f ◦α(t)
=
◦ ◦
b
(f α) (t), (f α) (t) f ◦α(t) dt = ba (f α).
◦
a
Como T é ortonormal, temos que T (x1 , . . . , xn+1) ∈ S n . Assim, podemos escrever
= arccos
x j2 = arccos 1 = 0.
j =1
11
Como ρ : S n × S n → R é uma função distância, isso implica que T (x1 , . . . , xn+1) =
f (x1 , . . . , xx+1 ). Portanto, T |S n = f .
Exercício 6. Mostre que a relação “ M é localmente isométrica a N ” não é simétrica.
Solução: Seja M = {(x,y, 0) ∈ R3 | x, y ∈ R} e N = M ∪ S , sendo S = {(x,y,z) ∈
R3 | |(x,y,z) − (0, 0, 2)| = 1 } a esfera de centro (0, 0, 2) e raio 1. Considere as
respectivas estruturas de variedades Riemannianas em M e N induzidas da estrutura
de R3 . Neste caso, todos os conceitos de Geometria Riemanniana coincidem com
os respectivos conceitos vistos em Geometria Diferencial de Superfícies em R3 . Em
particular, vale o Teorema Egregium de Gauß.
Dessa forma, f : M → N dada pela inclusão f ( p) = p é uma isometria local. No
entanto, se p ∈ S ⊂ N , não pode haver isometria local f : U ⊂ N → f (U ) ⊂ M ,
p ∈ U , já que a curvatura de S em p é positiva e a curvatura em M é sempre zero.
12
Capítulo 2
definida por: P c,t0 ,t (v), v ∈ T c(t0 ) M , é o transporte paralelo do vetor v ao longo
da curva c. mostre que P é uma isometria e que, se M é orientada, P preserva
orientação.
13
Mostremos que P é uma isometria. Sejam u, v ∈ T c(t0 )M e U e V os transportes
paralelos de u e v ao longo de c. Pela compatibilidade da conexão com a métrica
Riemanniana, sabemos que
u, v (c t0 ) = U (t), V (t) ( ) , ∀t ∈ I = Dom ,
c t c
e isso nos diz exatamente que P é uma isometria entre os espaços vetoriais normados
(T c(t0 ) M, ·, ·c(t0 ) ) e (T c(t) M, ·, ·c(t) ).
Suponha por fim que M possui orientação A (atlas orientado). Observamos a
seguir que a escolha de uma tal orientação induz uma orientação em cada plano
tangente a M . De fato, seja (U, x) ∈ A e sejam X i = ∂x∂ i a base coordenada
associada a x. Assim, se p ∈ x(U ), definimos a orientação em T p M como sendo
positiva se ela possui a mesma orientação que { X 1 , . . . , Xn }. Mostremos que a
“orientação positiva” em T p M está bem definida. Suponha que (V, y) ∈ A com
p ∈ W = x(U ) ∩ y(V ) e denote Y i = ∂y∂ i a base coordenada de y . Seja T o isomorfismo
linear que leva {X 1( p), . . . , Xn ( p)} respectivamente em {Y 1 ( p), . . . , Yn ( p)}. Queremos
mostrar que det T > 0 . A menos de translações de Rn (que sabemos que preservam
a orientação), podemos supor que 0 ∈ U ∩ V e x(0) = p = y (0). Assim, sobre
∅ = W = x (U ∩ V ) ∩ y(U ∩ V ), podemos definir y ◦ x−1 : W → W .
Afirmação 2.1. T = d(y ◦ −1 )( p).
x
De fato, temos
−1
d(y ◦ x )( p) X i ( p) = d y (x−1 ( p)) dx−1 ( p) X i ( p)
· ◦ ·
= d y (0) dx−1 ( p) dx(0) ei
◦ ◦ ·
= d y (0) ◦ d( −1 ◦ )(0) · e
x x i
= d y (0) ◦ d( )(0) · e
1 i
= d y (0) ◦ · e
1 i
= d y (0) · e = Y ( p).
i i
Como T : T p M → T p M dada por T (X i ( p)) = Y i ( p) é única, devemos ter
T = d(y ◦ x−1 )( p). Isso prova a afirmação.
Como A é uma orientação, temos
0 < det(d(x−1 ◦ y)(0)) = det(d(x−1 ( p)) dy (0)) = det(d(x−1 ( p))) det(dy (0)).
◦ ·
Assim,
−1
det T = det(d(y ◦ x )( p)) = det(dy (0) dx−1 ( p)) = det(dy (0)) det(dx−1 ( p)) > 0.
◦ ·
Isso conclui a demonstração de que {X 1 ( p), . . . , X ( p)} e {Y 1 ( p), . . . , Y ( p)} pos-
n n
suem a mesma orientação. Portanto, a orientação em T p M não depende da carta
escolhida.
Resta mostrar que P : T c(t0 ) M → T c(t)M preserva orientação. Primeiramente,
podemos supor que c([t0 , t]) está contido na imagem x(U ) de alguma parametrização
(U, x) ∈ A (caso contrário, podemos cobrir c([t0 , t]) com uma quantidade finita de
tais vizinhanças e provar o resultado em cada uma delas, fato que implica o resultado
no intervalo [t0 , t]).
14
Para cada s ∈ [t0 , t], seja {X 1 (c(s)), . . . , Xn (c(s))} a base coordenada da para-
metrização (U, x). Seja {v1 , . . . , vn } uma base positiva de T c(t0 )M . Para mostrar
que P preserva orientação, precisamos mostrar que {P (v1 ), . . . , P ( vn )} (que é base
de T c(t) M pois já mostramos que P é isomorfismo) é positiva. Sejam V 1 , . . . , Vn os
transportes paralelos de v1, . . . , vn , respectivamente. Para cada s ∈ [t0 , t], escreva
n
V j (s) = aij (s)X i (c(s)). Sabemos que os transportes paralelos são diferenciá-
i=0
veis, de forma que as funções aij : [t0, t] → R são diferenciáveis. Observe que
{X 1(c(s)), . . . , Xn (c(s))} é uma base positiva de T c(s)M , para todo s ∈ [t0, t]. A
matriz da mudança de base que leva {X 1 (c(s)), . . . , Xn (c(s))} em {V 1(s), . . . , Vn (s)}
é precisamente ( aij (s)), que é inversível, pela primeira parte do exercício. Portanto,
det(aij (s)) = 0 , ∀s ∈ [t0 , t]. Logo, a função d : [t0 , t] → R dada por d(s) = det(aij (s))
é contínua e não se anula. Como d(t0 ) = det(aij (t0 )) > 0 (pois {V 1 (t0 ), . . . , Vn (t0 )} =
{v1, . . . , vn} é positiva), devemos ter d(t) = det(aij (t)) = det P > 0 , como quería-
mos mostrar (observe que {P (v1 ), . . . , P ( vn )} = {V 1 (t), . . . , Vn (t)}). Isso conclui o
exercício.
d −1
∇
( X Y )( p) = (P
dt c;t0 ;t
(Y (c(t)))),
onde P c;t0 ;t : T c(t0 ) M → T c(t) M é o transporte paralelo de c de t0 a t (isso mostra
como a conexão pode ser reobtida da noção de paralelismo).
Solução: Denote por P a aplicação P c,t0 ,t : T c(t0 ) M → T c(t) M e V : I → T M a
aplicação Y ◦ c(t). Como (∇X Y )( p) depende apenas do vetor X ( p) e do valor de Y
ao longo de uma curva tangente a X em p , usando que c é a curva integral de X e o
item (c) da Proposição 2.2, temos
D V
(t0 ) = ( ∇ dc Y )(t0 ) = ∇ X (c(t0 )) Y = ∇ X ( p) Y =( ∇ X Y )( p). (∗)
dt dt
15
n
Afirmamos que P −1 (V (t)) = ai (t)ei (aqui, t ∈ I está fixo! É aquele t para o
i=1
qual P = P c,t0 ,t ). Como P é isomorfismo, para provar este fato basta mostrar que
n n
P
i=1
ai (t)ei = V (t). De fato, para cada s
∈ I , seja V (s) =
i=1
ai (t)P i (s). Temos
n n n
V (t0 ) =
i=1
ai (t)P i (t0 ) =
i=1
ai (t)ei e ds
D V
=
i=1
d ai (t)
ds
P i (s) = 0. Portanto, V é o
n n
transporte paralelo de
i=1
ai (t)ei ao longo de c. Mas V (t) = i=1
ai (t)P i (t) = V (t).
n
Isso prova que P ai (t)ei = V (t). Assim, temos que a função f : I → T M p
i=1
dada por f (t) = P c−1
;t0 ,t (Y (c(t)), na verdade é dada por
n
f (t) = P c−1
;t0 ,t (Y (c(t)) = P c−1
;t0 ,t (V (t)) = ai (t)ei .
i=1
Portanto,
d −1
P (Y (c(t))
=
d f
=
n
(∗∗)
a (t0 )ei = ( ∇ X Y )( p),
dt c;t0 ,t t=t0 dt t=t0 i=1
Solução:
Solução:
16
Solução: Considere a esfera unitária S 2 ⊂ R3 . Considere o vetor v = (0, 1, 0)
tangente a S 2 em pN = (0, 0, 1). Considere α : [0, π] → S 2 dada por α(t) =
(0, sen t, cos t). Temos α(0) = (0, 0, 1) = pN e α(π) = (0, 0, −1) = pS . Seja V :
[0, π] → R3 o transporte paralelo de v ao longo de α . Afirmamos que V (t) = α (t),
∀t ∈ [0, π]. De fato, α (0) = (0, cos t, − sen t)|t=0 = (0, 1, 0) = v e1
D α d α (t) T
(t) = = α (t)T = (0, T
− sen t, − cos t) = T
−α(t) = 0,
dt dt
pois −α(t) é normal a S 2 em α(t). Pela unicidade do transporte paralelo, segue
que V = α . Daí, V (π) = α (π) = (0, cos π, − sen π) = (0, −1, 0). Façamos agora o
transporte paralelo de v saindo de pN e chegando em pS , mas ao longo da curva
β : [0, π] → S 2 , β (t) = (sen t, 0, cos t). Denote por W : [0, π] → R3 tal transporte
paralelo. Afirmamos que W (t) = v , ∀t ∈ [0, π]. Primeiro, precisamos mostrar
que W (t) = v está bem definida, isto é, v ∈ T β (t) S 2 , para todo t ∈ [0, π]. Mas2
v, β (t) = (0, 1, 0), (sen t, 0, cos t) = 0 ⇒ v ⊥ β (t) ⇒ v ∈ T β(t)S 2, para todo
t ∈ [0, π]. Portanto, W (t) ≡ v é um campo bem definido ao longo de β . É claro que
T
W (0) = v e DdtW (t) = ddtW = 0 e, portanto, W é o transporte paralelo de v ao longo
de β . No entanto,
−
W (π) = v = (0, 1, 0) = (0, 1, 0) = V (π).
17
campo vetorial ao longo de f (isto é, V é uma aplicação diferenciável de I em T p M ).
Mostre DdtV = ddtV , isto é, a derivada covariante coincide com a derivada usual de
V : I → T p M .
Solução:
Exercício 7. Seja S 2 ⊂ R3 a esfera unitária, c um paralelo qualquer de S 2 e V 0 um
ve tor tangente a S 2 em um ponto de c. Descreva geometricamente o transporte
paralelo de V 0 ao longo de c .
Sugestão: Considere o cone C tangente a S 2 ao longo de c e mostre que o transporta
paralelo de V 0 ao longo de c é o mesmo, quer tomado em relação a S 2 ou a C .
Solução:
(b) Seja v 0 = (0, 1) um vetor tangente no ponto (0, 1) de R2+ (v0 é o vetor unitário
do eixo 0y com origem em (0, 1)). Seja v(t) o transporte paralelo de v0 ao
longo da curva x = t , y = 1. Mostre que v (t) faz um ângulo t com a direção de
0y no sentido horário.
Sugestão: O campo v(t) = (a(t), b(t)) satisfaz o sistema (2) que defini um campo
paralelo e que, neste caso, se simplifica em
da
dt + Γ112 b = 0,
db
dt + Γ211 a = 0.
Fazendo a = cos θ(t), b = sen θ(t) e notando que ao longo da curva dada temos y = 1,
obteremos das equações acima que ddtθ = −1. Como v(0) = v0 , isto implica que
θ(t) = π2 − t.
Solução:
18
No nosso caso, n = 2, temos
m
Γij =
1 2 ∂
2 k=1 ∂x i
g jk +
∂
∂x j
gki − ∂
∂x k
gij gkm
=
1
∂
g j 1 +
∂
g1i − ∂
gij g1m +
∂
g j 2 +
∂
g2i − ∂
gij g2m .
2 ∂x i ∂x j ∂x 1 ∂x i ∂x j ∂x 2
Assim,
Γ111 (x, y) =
1 ∂
g11 (x, y) +
∂
g11 (x, y) − ∂
g11 (x, y) y 2
2 ∂x ∂x ∂x
= 0,
Γ212 (x, y) =
1 ∂
g22 (x, y) +
∂
g21 (x, y) − ∂
g12 (x, y) y2
2 ∂x ∂y ∂y
1
= (0 + 0 + 0) y 2 = 0,
2
Γ122 (x, y) =
1 ∂
g21 (x, y) +
∂
g12 (x, y) − ∂
g22 (x, y) y2
2 ∂y ∂y ∂x
1
= (0 + 0 + 0) y 2 = 0,
2
Γ211 (x, y) =
1
∂
g12 (x, y) +
∂
g21 (x, y) − ∂
g11 (x, y) y 2
2 ∂x ∂x ∂y
=
1
− − 1
( 2) 3 y 2 = ,
1
2 y y
Γ112 (x, y) =
1
∂
g21 (x, y) +
∂
g11(x, y) − ∂
g12 (x, y) y 2
2 ∂x ∂y ∂x
=
1
− − 1
2 3 y2 =
1
,
2 y y
Γ222 (x, y) =
1
∂
g22 (x, y) +
∂
g22(x, y) − ∂
g22 (x, y) y2
2 ∂y ∂y ∂y
=
1
− − 1
2 3 y2 =
1
.
2 y y
(b) Denote v (t) = (a(t), b(t)) o campo transporte paralelo de v 0 ao longo da curva
α(t) = (t, 1). Lembre-se que, se α(t) = (x1 (t), . . . , xn (t)) é a expressão local
de uma curva em uma variedade M (no nosso caso, α (t) = (t, 1)) e v 0 ∈ T p M ,
n
com α(t0) = p , então o transporte paralelo V (t) = v j (t)X j (α(t)) é dado
j =1
pelo sistema de n equações diferenciais
n
d vk d xi
0= + Γkij v j , k = 1, . . . , n , (Veja Manfredo, pág. 58, 59)
dt i,j =1
dt
19
com condição inicial V (t0 ) = v 0 . No nosso caso, obtemos
2
da d xi
0= + Γ1ij v j (para k = 1)
dt i,j =1 dt
da 0 0 0
= + a d x1 + Γ1 b d x1 + Γ1
Γ111 a d x2 + Γ1
b d x2
dt dt 12
dt 21 dt 22 dt
da 1 d x1 da
= − b = b, −
dt x2 dt dt
e
0
db d x1 0
b d x1 + Γ2
0
d x2 + Γ 2 b d
x2
0= + Γ211 a Γ212
+ 21 a
22 (para k = 2)
dt dt dt dt dt
db 1 d x1 db
= − a = − a,
dt x2 dt dt
ou seja,
−
da
dt b = 0
. (∗)
db
dt
− a = 0
20
(b) Introduza uma métrico pseudo-Riemanniana em Rn+1 pela forma quadrática
Solução:
(a) Basta observar que na demonstração do Teorema de Levi-Civita, não utiliza-se
o fato de que a métrica Riemanniana é definida positiva.
(b) Uma forma quadrática num R-espaço vetorial V é uma aplicação q : V → R
da forma q (v) = f (v, v), v ∈ V , para alguma aplicação bilinear f : V × V → R.
A forma quadrática q : V → R é dita definida positiva se q (v) ≥ 0 , ∀v ∈ V e
q (v) = 0 ⇔ v = 0. Temos o seguinte resultado:
Proposição 2.2. Se V é um R-espaço vetorial e q : V R é uma forma →
× →
quadrática definida positiva, então , : V V R dada por
21
1
−
= (f (u + w, u + w) f (u, u) f (w, w))
2
−
λ
+ (f (v + w, v + w) f (v, v) f (w, w))
2
− −
1 λ
−
−
= (q (u + w) q (u) q (w)) + (q (v + w) q (v)
2 2
− − q (w))
∀
= u, w + λ v, w , u,v,w V, λ R. ∈ ∈
Isso mostra que , é um produto interno.
Observação 2.3. Observe que, se conhecemos a aplicação bilinear f tal que
q (v ) = f (v, v ), então o produto interno da proposição acima também pode ser
expresso por u, v = 21 (f (u, v) + f (v, u)).
Voltemos ao exercício. A proposição acima motiva uma pseudo-métrica Rieman-
niana a partir da forma quadrática fornecida Q. Observe que f : Rn+1 × Rn+1 →
R dada por
é uma aplicação bilinear e que Q(x) = f (x, x), para todo x ∈ Rn+1 . Defina em
todo ponto p ∈ Rn+1 e para quaisquer vetores x, y ∈ Rn+1 ,
Isso de fato define uma pseudo-métrica pois f f é bilinear simétrica (portanto
diferenciável) e não-degenerada (i.e. f (x, y) = 0, ∀y ∈ Rn+1 ⇒ x = 0).
Portanto, M ∗ = (Rn+1 , , ) é uma variedade pseudo-Riemanniana. Denote
por ∇ ∗ e [ , ] ∗ a conexão pseudo-Riemanniana e o colchete de M ∗ . Como
M ∗ é o Rn+1 na categoria de variedades diferenciáveis, e o colchete depende
apenas da estrutura diferenciável, temos que [ , ] ∗ = [ , ] , isto é, o colchete de
M = ( Rn+1 , , ). Dito isso, seja ∇ a conexão riemanniana de M . Mostraremos
que ∇ = ∇∗ . Para isso, pela unicidade fornecida pelo Teorema de Levi-Civita,
basta mostrar que ∇ é compatível com a pseudo-métrica de M ∗ e simétrica
com relação ao colchete de M ∗ . Temos3
∇ Y − ∇ X = [X, Y ] = [X, Y ]∗, ∀X, Y ∈ X(M ∗) = X(M ),
X Y
Mostremos que ∇ é compatível com , ∗ . De fato, para todo p ∈ Rn+1 , e X ,
3 n+1
Em particular, pelo Teorema de Schwarz, o colchete de R é identicamente nulo!
22
Y = (Y 0 , . . . , Yn ) e Z = (Z 0 , . . . , Zn ) ∈ X(M ∗), temos
∗ ∂ Y, Z ∗
∂
X Y, Z ( p) =
∂X ( p)
( p) =
∂X ( p)
−
( Y 0 Z 0 + Y 1 Z 1 + . . . Yn Z n ) ( p)
=
∂Y 0 ( p)
,...,
∂Y n ( p)
, (Z 0 ( p), . . . , Zn ( p))
∗
∂X ( p) ∂X ( p)
+ (Y 0 ( p), . . . , Yn ( p)),
∂Z 0 ( p)
, . . . ,
∂Z n ( p) ∗
∂X ( p) ∂X ( p)
=
∂Y ( p) ∗
, Z ( p) + Y ( p),
∂ Z ( p)
∗
∂X ( p) ∂X ( p)
= ( X Y )( p), Z ( p) ∗ + Y ( p), ( X Z )( p) ∗
∇ ∇
= ( ∇ X Y, Z ∗ + Y, ∇ Z ∗ ) ( p),
X
∴ X Y, Z ∗ =
∇ Z ∗ ,
∇ X Y, Z ∗ + Y, X
23
Capítulo 3
Geodésicas; Vizinhanças
Convexas
24
Solução:
(a) Mostremos que ϕ : U → R3 é uma imersão. É claro que ϕ é diferenciável. Além
disso, se (u, v) ∈ U , então
−f (v)sen u f (v)cos u
dϕ(u,v) = f (v)cos u f (v)sen u .
0 g (v)
Se (x, y) ∈ R2 , então
dϕ(u,v) (x, y) = 0
⇒ (−xf (v)sen u + yf (v)cos u,xf (v)cos u + yf (v)sen u,yg(v)) = (0, 0, 0)
⇒ −xf (v)sen u + yf (v)cos u = 0 = xf (v)cos u + yf (v)sen u.
Se cos u = 0, então −xf (v) sen u = 0 ⇒ x = 0 (pois f (v) = 0 = sen u) e, pela
segunda equação, yf (v) sen u = 0 ⇒ y = 0 (pois f (v)
= 0 pois f é imersão).
Portanto, (x, y) = (0, 0) e isso mostra que ϕ é imersão, neste caso. Suponha
agora que cos u
= 0 . Temos
Sabemos que
Γm
ij =
1 2 ∂ g jk ∂ gki
2 k=1 ∂x i
+
∂x k
− ∂ gij
∂x k
g km
25
sendo g km a entrada correspondente da matriz G −1 .
Fazendo as contas, obtemos
f
Γ111 = Γ122 = Γ212 = 0, Γ112 = ,
f
Γ211 =
−ff , 2
Γ22 =
f f + g g
.
f 2 + g 2 f 2 + g 2
Assim, se γ : I → U , γ (t) = (u(t), v(t)) é uma geodésica, então (veja “equações
locais de uma geodésica” , Manfredo, pág. 69):
2
d2 u d xi d x j
0= 2 + Γ1ij
dt i,j =1
dt dt
d2 u
= 2 +
dt
2
Γ1i1
d xi d u
dt dt
+ Γ1i2
d xi d v
dt dt
i=1
d2 u
= 2 +
Γ111
0
d u d u + Γ1 d u d v
+ Γ121
dv du 0
d v d v
Γ122
+
12
dt dt dt dt dt dt dt dt dt
d2 u f d u d v
= + 2 .
dt2 f dt dt
e
2
d2 v d xi d x j
0= 2 + Γ2ij
dt i,j =1
dt dt
d2 v
= 2 +
dt
2
Γ2i1
d xi d u
dt dt
+ Γ2i2
d xi d v
dt dt
i=1
d2 v
= 2 + Γ211
dudu
Γ212
+
0
d u d v
0
d v d u + Γ2 d v d v
Γ221
+
22
dt dt dt dt dt dt dt dt dt
d2 v
= 2 − f f
du 2
+
f f + g g
dv 2
.
dt f 2 + g 2 dt f 2 + g 2 dt
(c)
(d) O raio do paralelo ( f (v) cos u, f (v) sen u, g(v)) é igual a |f (v)| que, neste caso,
é igual a f (v) = v (pois 0 < v < ∞). Portanto, a relação de Clairaut fica
v cos β = cte. Ou seja, se γ (t) = (u(t), v(t)) é uma geodésica em U , então
v(t) = coscte
β (t)
.
26