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Universidade Federal de São João Del Rei – NEAD

Curso Especialização em Engenharia de Segurança do Trabalho

Higiene do Trabalho C (HTC) – Tarefa 1: Risco químico x Risco Biológico

DIEGO DA SILVA MÉGDA

ALTEROSA – MG
Agosto de 2019

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1. Compare um risco químico, por exemplo, a fumaça, com o risco biológico e
responda: qual é o grande diferencial entre eles em relação a questão da
percepção visual.

Conforme apresentado pelo item 32.2.1 da Norma Regulamentadora NR-32, na


qual trata da Segurança e Saúde no Trabalho em Serviços de Saúde, considera-se
Risco Biológico a probabilidade da exposição ocupacional a Agentes Biológicos.
Consideram-se agentes biológicos, por sua vez, os microrganismos, geneticamente
modificados ou não; as culturas de células; os parasitas; as toxinas e os príons. Ainda
conforme a Norma Regulamentadora NR-9, o risco biológico inclui-se no conjunto
de riscos ambientais, junto aos riscos físicos e químicos1,2.
O Risco Químico, por sua vez, é o perigo a que determinado indivíduo está
exposto ao manipular produtos químicos que podem causar danos físicos ou
prejudicar a sua saúde. Os danos físicos relacionados à exposição química incluem,
desde irritação na pele e olhos, passando por queimaduras leves, indo até aqueles de
maior severidade, causado por incêndio ou explosão. Os danos à saúde podem advir
de exposição de curta e/ou longa duração, relacionadas ao contato de produtos
químicos tóxicos com a pele e olhos, bem como a inalação de seus vapores, resultando
em doenças respiratórias crônicas, doenças do sistema nervoso, doenças nos rins e
fígado, e até mesmo alguns tipos de câncer3.
O Anexo II na NR-32 cita diversos agentes biológicos com classe de risco 2, 3 e
4, conforme classificação apresentada pelo seu Anexo I. Dentre os agentes biológicos
que podem causar sérios danos a saúde, citados no Anexo II da NR-32, encontra-se a
bactéria Clostridium botulinum. Essa bactéria se desenvolve principalmente em
alimentos e produz uma potente neurotoxina que não pode ser percebida pelo humano,
podendo haver, inclusive, a contaminação pela ingestão de alimentos contaminados.
A neurotoxina pode causar quatro tipos reconhecidos de enfermidades em humanos,
além do botulismo alimentar que são: botulismo por feridas, colonização intestinal
em adultos e botulismo infantil4.
Em termos ocupacionais, trabalhadores de laboratórios ou de indústrias
alimentícias podem estar expostos à infecção pela bactéria e atualmente há vacinas
experimentais para estes trabalhadores5,6.
O risco biológico, causado pela exposição ocupacional à vários tipos de agentes
biológicos, citado no Anexo II da NR-32, pode ainda ser encontrado em atividades

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como de pesquisa ou desenvolvimento que envolvam a manipulação direta de agentes
biológicos, atividades realizadas em laboratórios de diagnóstico microbiológico,
atividades relacionadas à biotecnologia (desenvolvimento de antibióticos, enzimas e
vacinas, entre outros)7.
Diferente dos agentes químicos como névoas, poeiras, fumos, gases e vapores a
maioria dos agentes biológicos como bactérias, vírus e outros parasitas não podem ser
percebidos visualmente pelo ser humano. A manipulação de materiais como cimento
(poeira cinza), pó de gesso (poeira esbranquiçada) e carvão (poeira negra), geram
poeira facilmente perceptível pelos sentidos, principalmente pela visão, enquanto que
em determinados materiais contaminados com um agente biológico, por exemplo,
agulhas contaminadas com vírus da hepatite, não pode ser identificada visualmente a
presença do agente biológico.

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Referências Bibliográficas

1) BRASIL, MINISTÉRIO DA ECONOMIA. NR 32 Segurança e Saúde no


Trabalho em Serviços de Saúde. Publicação Portarias GM nº 485, de 11 de
novembro de 2005. Disponível em < http://trabalho.gov.br > Acesso em 11 de
agosto de 2019.

2) BRASIL, MINISTÉRIO DA ECONOMIA. NR 9 – Programa de Prevenção


de Riscos Ambientais. Publicação Portaria MTb nº 3.214, de 08 de junho de
1978. Disponível em < < http://trabalho.gov.br > Acesso em 11 de agosto de
2019.

3) SILVA, L. S. Riscos Químicos Hospitalares e Gerenciamento dos Agravos à


Saúde do Trabalhador de Enfermagem. Revista de Pesquisa: Cuidado é
Fundamental Online, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem da Unirio,
2012. Disponível em < http://www.seer.unirio.br > Acesso em 11 de agosto
de 2019.

4) MANGILLI, L. D.; ANDRADE, C. R. F. Botulismo e disfagia. Pró-Fono


Revista de Atualização Científica, Barueri (SP), v. 19, n. 2, p. 215-222, abr.-
jun. 2007.

5) CECCHINI, E.; AYALA S. E. G.; COSCINA A. L.; NETO G. S. C.;


FERRARETO A. M. C. Botulismo. In: VERONESI R.; FOCACCIA R.
Tratado de Infectologia. São Paulo: Ed Atheneu, 1996. p. 565-575.

6) HUTZLER, R. U. Botulismo. In: COURA J. R. Dinâmica das Doenças


Infecciosas e Parasitárias. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2005. p. 1563-
1566.

7) VILELA, R. B. V. Riscos Biológicos – Guia Técnico. Brasília, 2008.


Disponível em < https://www.unifesp.br > Acesso em 12 de agosto de 2019.

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