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Disciplina: Direito Processual Civil

Professor: Eduardo Francisco


Aula: 02| Data: 28/01/2019

ANOTAÇÃO DE AULA

SUMÁRIO

TEORIA GERAL DO PROCESSO


1.3. Heterocomposição (Continuação)
1.3.1. Arbitragem
1.3.1.1. Requisitos
1.3.1.2. Sentença Arbitral
1.3.1.3. Divergência Doutrinária
1.3.2. Tribunais Administrativos
1.3.2.1. Conceito
1.3.3. Jurisdição
1.3.3.1. Conceito
1.3.3.2. Características

TEORIA GERAL DO PROCESSO

1.3. Heterocomposição (Continuação)

1.3.1. Arbitragem

É a solução por um 3º particular (Lei n. 9.307/96).

1.3.1.1. Requisitos

- Partes Capazes;
- Direito Patrimonial Disponível; e
- Ajuste Prévio/Convenção de Arbitragem, que pode ser:

A) Cláusula Compromissória: apresenta-se como item do contrato prevendo arbitragem. Pode ser cheia (já
com definição de todos os itens - critério, competência e local de julgamento); ou vazia (genérica); ou
B) Compromisso Arbitral: ajuste posterior, criando a arbitragem. Já há um conflito no caso concreto e o
compromisso é feito regrando tudo.

Obs.: Na área trabalhista cabe arbitragem? A Jurisprudência majoritária entende que para conflitos individuais, não.
Entretanto, para dissídios coletivos, sim, a arbitragem é cabível.
Em relação à reforma trabalhista, permite-se a arbitragem quando o empregado tem remuneração igual ou
superior a 2 pisos salariais e se por iniciativa do empregado.

As partes podem escolher se haverá sigilo ou publicidade, bem como qual será o critério de julgamento (que pode
ser a Lei, por Equidade, Normas Técnicas, Regras Internacionais, etc.).

**A Fazenda Pública pode participar de Arbitragem, DESDE QUE: i- Haja publicidade; e ii- O critério de julgamento
seja a legalidade estrita.

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CARREIRAS JURÍDICAS
Damásio Educacional
 O árbitro tem o poder de decidir: Sobre liminar; sobre o mérito. O árbitro tem poder cautelar (pode
decidir sobre tutela provisória).

1.3.1.2. Sentença Arbitral

A sentença arbitral é Título Judicial.


Contra ela não cabe recurso e ela não pode ser revista pelo Poder Judiciário, mas, pode ser anulada por eventual
vício, em ação própria ou através da impugnação ao cumprimento de sentença.

Obs.: Se a Sentença arbitral for estrangeira, deve ser homologada pelo STJ.

O árbitro não tem força executiva, ou seja, ele não tem poder de coerção. Isto significa que a Execução da liminar
ou da sentença arbitral deve ocorrer no Poder Judiciário.

1.3.1.3. Divergência Doutrinária

Arbitragem NÃO É JURISDIÇÃO, mas apenas natureza convencional. Este é o posicionamento majoritário na
doutrina clássica, cujos adeptos são Vicente Grecco, Alexandre Câmara, Luiz Guilherme Marinoni e Humberto
Theodoro Jr. Esse posicionamento defende que a arbitragem se trata de um equivalente jurisdicional.
Lado outro, a Carlos Alberto Carmona e Fredie Diddier partilham do entendimento de que arbitragem é jurisdição
exercida por particular/privada. Atenção! O STJ segue esse entendimento.

Obs. Finais:
- Conflito de competência entre juízo arbitral e juiz estatal é julgado pelo STJ;
- Quando o Contrato prevê arbitragem, mas é título extrajudicial, é possível ajuizar execução ou pedido de falência
no Juízo estatal desde logo;
- Súmula 485 do STJ.

Súmula 485, STJ:


Enunciado: A Lei de Arbitragem aplica-se aos contratos que
contenham cláusula arbitral, ainda que celebrados antes da sua
edição.

1.3.2. Tribunais Administrativos

1.3.2.1. Conceito

Tribunais Administrativos são órgãos estatais, além alheios ao Poder Judiciário que, com imparcialidade, substituem
as partes e decidem conflitos.

Exs.: Justiça Desportiva; Tribunal Marítimo; Agências Reguladoras por vezes tomando decisões e aplicando multas
(ANS, ANELL e PROCON).

As decisões dos Tribunais Administrativos SEMPRE podem ser revistas pelo Poder Judiciário.
Os Tribunais Administrativos, em regra são facultativos, SALVO A JUSTIÇA DESPORTIVA, que é obrigatória.
*C.A.R.F. (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais): A Justiça Federal entende que falta interesse de agir,
enquanto a questão estiver pendente no CARF.

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Obs.: O artigo 313, VII do CPC prevê que quando o processo versar sobre fato objeto de análise no Tribunal
Marítimo, o processo será suspenso, pois, a decisão do Tribunal Marítimo tem valor de prova documental.

Art. 313. Suspende-se o processo:


I - pela morte ou pela perda da capacidade processual de qualquer das
partes, de seu representante legal ou de seu procurador;
II - pela convenção das partes;
III - pela arguição de impedimento ou de suspeição;
IV- pela admissão de incidente de resolução de demandas repetitivas;
V - quando a sentença de mérito:
a) depender do julgamento de outra causa ou da declaração de
existência ou de inexistência de relação jurídica que constitua o objeto
principal de outro processo pendente;
b) tiver de ser proferida somente após a verificação de determinado
fato ou a produção de certa prova, requisitada a outro juízo;
VI - por motivo de força maior;
VII - quando se discutir em juízo questão decorrente de acidentes e
fatos da navegação de competência do Tribunal Marítimo;
VIII - nos demais casos que este Código regula.
Enunciado: A Lei de Arbitragem aplica-se aos contratos que
contenham cláusula arbitral, ainda que celebrados antes da sua
edição. (Grifo Nosso)
(...)

1.3.3. Jurisdição

1.3.3.1. Conceito

Jurisdição é o meio estatal de solução de conflito, pelo Poder Judiciário.

É função/dever/poder/atividade estatal de “dizer o direito no caso concreto”.

3.2. Características da Jurisdição

 Definitividade - Ela gera coisa julgada material.


 Substitutividade - o juiz substitui as partes na resolução do conflito (ele diz o direito para os outros).
 Imparcialidade
 Inércia - Em regra, o juiz só atua mediante provocação. EXCEÇÃO: Alguns procedimentos de jurisdição
voluntária não dependem de provocação (Exs.: coisas vagas, Art. 746, CPC e arrolamento de bens dos
ausente, Art. 744, CPC).
 Una – poder único e indivisível.
 Declaratória - quanto ao direito da parte. Ela apenas reconhece o direito que a parte já tinha;
 Criativa - sempre cria a norma jurídica do caso concreto e, atualmente pode criar precedente.

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