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Programa de Educação

Continuada a Distância

Curso de
Química para Esteticistas

Aluno:

EAD - Educação a Distância


Parceria entre Portal Educação e Sites Associados
Curso de
Química para Esteticistas

MÓDULO I

Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores
descritos nas Referências Bibliográficas.

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SUMÁRIO

MÓDULO I

Noções de química geral


Noções de química orgânica
Caráter ácido ou básico dos compostos orgânicos
Influência do ph na permeabilidade cutânea

MÓDULO II

Bioquímica: Biomoléculas (glicídios ou carboidratos, lipídios ou lipídios,


aminoácidos, proteínas, enzimas, ácidos nucleicos), vitaminas, minerais, hormônios.
Oligoelementos
Soluções coloidais
Emulsões
Surfactantes

MÓDULO III

Óleos voláteis
Óleos fixos e ceras
Parafinas
Pigmentos e corantes
Radicais Livres e Antioxidantes

MÓDULO IV

Químicas dos ativos naturais: Alcaloides, Purinas, Flavonoides, Taninos,


Heterosídeos antociânicos, xantônicos, Saponinas, Cumarinas e furanocumarinas,
Mucilagens.

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Módulo I

1. NOÇÕES DE QUÍMICA GERAL

Química é a ciência que estuda a estrutura das substâncias, a composição


e as propriedades das diferentes matérias, suas transformações e variações de
energia.
Ela conquistou um lugar central e essencial em todos os assuntos do
conhecimento humano. Relacionam-se com outras ciências como a Biologia,
Ciências Ambientais, Física, Medicina e Ciências da Saúde.
A Química é útil em inúmeras atividades, como por exemplo, na agricultura
em que os agricultores a utilizam para melhorar a acidez do solo, os médicos
precisam do conhecimento químico para reconhecer a composição das substâncias
utilizadas como medicamento.
A Química é uma ciência experimental que teve seu processo de
descoberta ligado à preocupação que as culturas antigas tinham em compreender a
relação entre o ser humano, a natureza e seus fenômenos: a chamada Alquimia.

1. 1. ÁTOMO

Figura 1: Os átomos se unem para formar moléculas. Disponível em:


<http://www.mundoeducacao.com.br/quimica/materia.htm>. Acesso em: 04 /12/ 2008.

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De que é feito tudo ao nosso redor? Como se formam os mais variados
materiais existentes? O próprio nome já diz: todo material provém da matéria e a
matéria é constituída de átomos.

Se for analisar um átomo sozinho em sua estrutura, observaremos os


seguintes aspectos: ausência de cor e visibilidade, ou seja, não é perceptível. Mas
se aglomeramos uma grande quantidade de átomos surgirão moléculas, e estas irão
se unir a mais moléculas para formar outras ainda maiores e diferentes umas das
outras. Daí a pouco se tem uma enorme variedade de compostos, e é exatamente
assim que se formam tudo em nossa volta.

Em tempos remotos a teoria que prevalecia era a dos quatro elementos:


terra, fogo, ar e água. Essa era a ideia defendida pelos antigos alquimistas. Com o
passar do tempo o átomo foi se revelando e hoje, na era da tecnologia, não
podemos desprezar a teoria atômica, até porque o conforto que usufruímos
atualmente depende desses princípios, como por exemplo, o forno micro-ondas, a
televisão, etc.

Essas e outras tecnologias dependem da existência desta partícula


fundamental: o átomo

O átomo é uma partícula muito pequena formada por um grande vazio, cuja
massa está concentrada no núcleo. Por isso costumamos dizer que a massa do
núcleo é a massa do átomo. Em razão as suas diminutas dimensões, fazem-se
medições relativas entre os constituintes do átomo.

Assim temos:

Diâmetro do átomo = 10000 diâmetro do núcleo


Massa do próton = 1840 vezes a massa do elétron
Carga do próton: positiva
Carga do elétron: negativa
Carga do nêutron: neutra

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1.2 Constituição da matéria

Podemos definir matéria como sendo tudo aquilo que tem massa e ocupa
lugar no espaço. Ela é formada por pequenas partículas, designadas átomos e
podem se unir de várias maneiras, formando as moléculas. As moléculas dão origem
a diferentes compostos e esses, por sua vez, originam as substâncias e misturas.

Em 1808, se baseando em fatores experimentais, o cientista britânico John


Dalton (1766-1844), formulou uma teoria, a chamada teoria atômica de Dalton que
define:

1- Pequenas partículas esféricas, maciças e indivisíveis, nomeadas átomos,


constituem a matéria.

2- Elemento químico é composto de um conjunto de átomos com as mesmas


massas e tamanhos.

3- Elementos químicos diferentes indicam átomos com massas, tamanhos e


propriedades diferentes.

4- Substâncias diferentes são resultantes da combinação de átomos de


elementos diversos.

5- A origem de novas substâncias está relacionada ao rearranjo dos átomos,


uma vez que eles não são criados e nem destruídos.

Figura 2: Modelo atômico de Dalton. Disponível em:


<http://www.mundoeducacao.com.br/quimica/materia.htm>. Acesso em: 04/12/008.

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São exemplos de matérias, o ferro, a madeira, a água, e existem matérias
que não podem ser vistas como é o caso do ar que respiramos. Por intermédio da
matéria podemos dar origem a materiais (objetos). Exemplificando seria assim: com
um pedaço de madeira o carpinteiro faz um móvel, o ferro é usado para fabricar
ferramentas.

Surge assim outra definição, a de corpo e objeto: Corpo é qualquer porção


limitada de matéria e objeto, é aquilo que o corpo se transforma quando é
trabalhado.

Exemplos: o escultor usa um pedaço de mármore (corpo) para fazer uma


estátua (objeto). O ourives faz um anel (objeto), de uma barra de ouro (corpo). Ao
relacionarmos matéria com o exemplo, ficaria assim:

Matéria- ouro

Corpo- barra de ouro

Objeto- anel

Classificação da matéria

A matéria pode ser definida como sendo tudo aquilo que tem massa e ocupa
lugar no espaço, ela é formada por pequenas partículas, designadas átomos e esses
podem se unir de várias maneiras, formando as moléculas. A matéria pode se
agrupar através dos átomos e formar os mais variados produtos que se classificam
em: substâncias ou misturas.
As substâncias se diferem em dois tipos, de acordo com suas composições:
Substâncias simples: essas apresentam apenas um elemento, ou seja, apenas um
tipo de átomo que pode estar agrupado em moléculas ou isolado. Exemplos:
Hidrogênio (H2) e Hélio (He). Repare que o nome da substância simples pode ser o

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mesmo do elemento que a constitui ou pode ser diferente, como é o caso do Gás
Ozônio (O3).
Substâncias compostas: também chamadas de compostos, essas
substâncias são formadas por mais de um elemento químico. Exemplos: Água (H20),
Gás cianídrico (HCN), Gás carbônico (CO2), Amônia (NH3).
Observação importante: A substância pura é aquela que apresenta apenas
um tipo de molécula, seja ela simples ou composta. Exemplificando ficaria assim:

Oxigênio (O2) - substância pura simples


Metano (CH4) – substância pura composta

Misturas: quando a molécula apresenta mais de uma substância é chamada


de mistura. A água oxigenada é um exemplo, pois ela contém água (H2O) e peróxido
de hidrogênio (H2O2). As misturas podem se classificar em Misturas homogêneas ou
heterogêneas.
Antes de prosseguir é preciso saber: o que é fase? É quando observamos
uma determinada mistura a olho nu e vemos apenas um aspecto uniforme de cada
fração.
Se, por exemplo, forem colocados em um recipiente areia, água e óleo,
veremos que a mistura possui três fases.
Misturas homogêneas: essas misturas apresentam uma única fase.
Quando misturamos água e álcool, nem com o auxílio de um microscópico
poderíamos ver a separação dos dois líquidos, dizemos então que a mistura possui
uma só fase, ou seja, é uma mistura homogênea.
Misturas heterogêneas: são misturas que apresentam mais de uma fase,
temos o exemplo da água e do óleo quando se misturam. Seria fácil perceber nesse
caso, o aspecto visual heterogêneo - a água se separa completamente do óleo -
sendo assim, a mistura se torna heterogênea porque vemos nela duas fases.
Vejamos os exemplos:

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1. O leite é uma mistura homogênea quando observamos a olho nu, mas
com o auxílio de um microscópico é possível perceber gotículas de gordura em
suspensão, e quando aquecemos o leite elas se unem formando a nata.
2. A fumaça que polui o meio ambiente, quando observada ao microscópico
mostra minúsculas partículas de carvão suspensas.
3. O granito é formado por quartzo, feldspato e mica, possui três fases, é,
portanto, uma mistura heterogênea.

1.3 Estados Físicos da Matéria

Figura 3: Moléculas no estado gasoso, líquido e sólido. Disponível em:


<http://www.mundoeducacao.com.br/quimica/quimica-geral/2/>. Acesso em: 04/12/2008.

A matéria é composta por pequenas partículas e, de acordo com o maior ou


menor grau de agregação entre elas, pode ser encontrada em três estados: sólido,
líquido e gasoso.
O volume, a densidade e a forma de um composto podem variar com a
temperatura, sendo assim, os compostos apresentam características de acordo com
o estado físico em que se encontram, veja as características de cada um:
Estado Sólido: as moléculas da matéria se encontram muito próximas,
sendo assim possuem forma fixa, volume fixo e não sofrem compressão. Por
exemplo: em um cubo de gelo as moléculas estão muito próximas e não se
deslocam.

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Estado Líquido: as moléculas estão mais afastadas do que no estado sólido
e os elementos que se encontram nesse estado possuem forma variada, mas
volume constante. Além dessas características, possui facilidade de escoamento e
adquirem a forma do recipiente que os contém.
Estado Gasoso: a movimentação das moléculas nesse estado é bem maior
que no estado líquido ou sólido. Se variarmos a pressão exercida sobre um gás
pode aumentar ou diminuir o volume dele, sendo assim, pode-se dizer que sofre
compressão e expansão facilmente. Os elementos gasosos tomam a forma do
recipiente que os contém.
Essas características obedecem a fatores como a Força de Coesão (faz com
que as moléculas se aproximem umas das outras) e a Força de Repulsão (as
moléculas se afastam umas das outras). No estado gasoso a Força de Repulsão
predomina, enquanto que no estado sólido é a Força de Coesão.
Assim, quando uma substância muda de estado físico sofre alterações nas
suas características microscópicas (arranjo das partículas) e macroscópicas
(volume, forma), sendo que a composição continua a mesma.

1.4 Propriedades da matéria

Propriedades são determinadas características que, em conjunto, vão definir


a espécie de matéria. Podemos dividi-las em três grupos: gerais, funcionais e
específicas.

I. PROPRIEDADES GERAIS

São propriedades inerentes a toda espécie de matéria.

Massa: é a medida da quantidade de matéria.

Obs.: é importante saber a diferença entre massa e peso. O peso de um


corpo é a força de atração gravitacional sofrida pelo mesmo, ou seja, é à força de

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atração que o centro da terra exerce sobre a massa dos corpos. O peso de um corpo
irá varia em função da posição que ele assumir em relação ao centro da terra,
enquanto a massa é uma medida invariável em qualquer local. Em Química
trabalhamos preferencialmente com massa.

As moléculas são constituídas por átomos unidos através de ligações que


podem ser covalentes e iônicas.

A palavra massa molecular é utilizada para compostos formados por


ligações covalentes, ela não pode ser utilizada para os compostos formados por
ligações iônicas, já que não são constituídos por moléculas e sim por íons. A
expressão utilizada para os compostos iônicos é a massa fórmula.

A massa da molécula é igual à soma dos átomos que a forma, sendo assim,
para obtermos a massa molecular e a massa fórmula é necessário somar as massas
de todos os átomos contidos na fórmula das substâncias.

O cálculo da Massa Molecular é feito do seguinte modo:

Usaremos a massa atômica do carbono (C =12u) para o cálculo.

C5H10

5.12 = 60 + 10.1=10

60 + 10 = 70u

Massa molecular do C5H10: MM=70u

Os índices (5,10) dos elementos foram multiplicados pela massa atômica do


carbono (12) e em seguida foram somadas as massas dos dois elementos que
formam a molécula resultando 70u, que é a Massa molecular.

Cálculo da Massa Fórmula do composto iônico MgCl2:

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(Massas atômicas: Mg = 24u; Cℓ = 35,5 u) Mg Cℓ2

1. 24 = 24 + 2. 35,5 = 71
2. 24 + 71 = 95u

Massa fórmula do MgCℓ2: MF = 95u

Extensão: é o espaço que a matéria ocupa o seu volume.

Inércia: é a propriedade que os corpos têm de manter o seu estado de


movimento ou de repouso inalterado, a menos que alguma força interfira e modifique
esse estado.

Obs.: a massa de um corpo está associada à sua inércia, isto é, a


dificuldade de fazer variar o seu estado de movimento ou de repouso, portanto,
podemos definir massa como a medida da inércia.

Impenetrabilidade: duas porções de matéria não podem ocupar,


simultaneamente, o mesmo lugar no espaço.

Divisibilidade: toda matéria pode ser dividida sem alterar a sua constituição,
até certo limite ao qual chamamos de átomo.

Compressibilidade: sob a ação de forças externas, o volume ocupado por


uma porção de matéria pode diminuir.

Obs.: de maneira geral os gases são mais compressíveis que os líquidos e


estes por sua vez são mais compressíveis que os sólidos.

Elasticidade: Dentro de certo limite, se a ação de uma força causar


deformação da matéria, ela retornará à forma original assim que essa força deixar de
agir.

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Porosidade: a matéria é descontínua. Isso quer dizer que existem espaços
(poros) entre as partículas que formam qualquer tipo de matéria. Esses espaços
podem ser maiores ou menores, tornando a matéria mais ou menos densa.

Ex.: a cortiça apresenta poros maiores que os poros do ferro, logo a


densidade da cortiça é bem menor que a densidade do ferro.

II. PROPRIEDADES FUNCIONAIS

São propriedades comuns a determinados grupos de matéria, identificados


pela função que desempenham.

Ex.: ácidos, bases, sais, óxidos, alcoóis, aldeídos e cetonas.

III. PROPRIEDADES ESPECÍFICAS

São propriedades individuais de cada tipo particular de matéria.

Podem ser: organolépticas, químicas ou físicas.

A. ORGANOLÉPTICAS

São propriedades capazes de impressionar os nossos sentidos, como a cor,


que impressiona a visão, o sabor, que impressiona o paladar, o odor que
impressiona o nosso olfato e a fase de agregação da matéria (sólido, líquido,
gasoso, pastoso, pó), que impressiona o tato.

Ex.: água pura (incolor, insípida, inodora, líquida em temperatura ambiente);


barra de ferro (brilho metálico, sólida)

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B. QUÍMICAS

Responsáveis pelos tipos de transformação que cada matéria é capaz de


sofrer. Relacionam-se à maneira de reagir de cada substância.

Ex.: oxidação do ferro, combustão do etanol.

C. FÍSICAS

São certos valores encontrados experimentalmente para o comportamento


de cada tipo de matéria quando submetidas a determinadas condições. Essas
condições não alteram a constituição da matéria, por mais diversas que sejam. As
principais propriedades físicas da matéria são:

1. Pontos de fusão e solidificação

São as temperaturas nas quais a matéria passa da fase sólida para a fase
líquida e da fase líquida para a sólida respectivamente, sempre em relação a uma
determinada pressão atmosférica.

Obs.: a pressão atmosférica (pressão exercida pelo ar atmosférico) quando


ocorre a 0° C, ao nível do mar e a 45° de latitude, recebe o nome de pressão normal,
à qual se atribuiu, convencionalmente, o valor de 1 atm.

Ex.: água 0 C; oxigênio -218,7° C; fósforo branco 44,1 C

Ponto de fusão normal: é a temperatura na qual a substância passa da


fase sólida para a fase líquida, sob pressão de 1atm. Durante a fusão propriamente
dita, coexistem essas duas fases. Por isso, o ponto de solidificação normal de uma
substância coincide com o seu ponto de fusão normal.

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2. Pontos de ebulição e condensação

São as temperaturas nas quais a matéria passa da fase líquida para a fase
gasosa e da fase gasosa para a líquida respectivamente, sempre em relação a uma
determinada pressão atmosférica.

Ex.: água 100 C; oxigênio -182,8° C; fósforo branco 280° C.

Ponto de ebulição normal: é a temperatura na qual a substância passa da


fase líquida à fase gasosa, sob pressão de 1 atm. Durante a ebulição propriamente
dita, coexistem essas duas fases. Por isso, o ponto de condensação normal de uma
substância coincide com o seu ponto de ebulição normal.

3. Densidade

É a relação entre a massa e o volume ocupado pela matéria.

Ex.: água 1,00 g/cm3; ferro 7,87 g/cm3.

Densidade é a massa por unidade de volume de uma substância. O cálculo


da densidade é feito pela divisão da massa do objeto por seu volume.

Densidade = massa

volume

A densidade existe para determinar a quantidade de matéria que está


presente em uma determinada unidade de volume.

O que você entenderia se te dissessem que o chumbo possui maior


densidade do que o alumínio? A explicação é que, num dado volume de chumbo há
mais matéria que em uma mesma quantidade de alumínio.

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Podemos caracterizar uma substância por meio de sua densidade. A
densidade dos sólidos e líquidos é expressa em gramas por centímetro cúbico
(g/cm3). Vejamos a densidade de alguns compostos:

Água....................................... 0,997 g/cm3

Álcool etílico........................... 0,789 g/cm3

Alumínio................................ 2,70 g/cm3

Chumbo................................... 11,3 g/cm3

Diamante ..................................3,5 g/cm3

Leite integral............................1,03 g/cm3

Mercúrio.................................13,6 g/cm3

4. Coeficiente de solubilidade

É a quantidade máxima de uma matéria capaz de se dissolver totalmente em


uma porção padrão de outra matéria (100g, 1000g), numa temperatura determinada.

Ex.: Cs KNO3 = 20,9g/100g de H2O (10° c)

Cs KNO3 = 31,6g/100g de H2O (20° c)

Cs Ce2(SO4)3 = 20,0g/100g DE H2O (0° c)

Cs Ce2(SO4)3 = 10,0g/100g DE H2O (25° c)

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4. Dureza

É a resistência que a matéria apresenta ao ser riscada por outra. Quanto


maior a resistência ao risco mais dura é a matéria.

5. Tenacidade

É a resistência que a matéria apresenta ao choque mecânico, isto é, ao


impacto. Dizemos que um material é tenaz quando ele resiste a um forte impacto
sem se quebrar.

Observe que o fato de um material ser duro não garante que ele seja tenaz;
são duas propriedades distintas. Por exemplo: o diamante, considerado o material
mais duro que existe, ao sofrer um forte impacto quebra-se totalmente.

6. Brilho

É a capacidade que a matéria possui de refletir a luz que incide sobre ela.
Quando a matéria não reflete luz, ou reflete muito pouco, dizemos que ela não tem
brilho. Uma matéria que não possui brilho, não é necessariamente opaca e vice-
versa. Matéria opaca é simplesmente aquela que não se deixa atravessar pela luz.
Assim, uma barra de ouro é brilhante e opaca, pois reflete a luz sem se deixar
atravessar por ela.

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AS FASES DE AGREGAÇÃO DAS SUBSTÂNCIAS

I. FASE SÓLIDA

A característica da fase sólida é a rigidez. As substâncias apresentam maior


organização de suas partículas constituintes, devido a possuir menor energia. Essas
partículas formam estruturas geométricas chamadas retículos cristalinos. Apresenta
forma invariável e volume constante.

II. FASE LÍQUIDA

A característica da fase líquida é a fluidez. As partículas se apresentam


desordenadas e com certa liberdade de movimento. Apresentam energia
intermediária entre as fases sólida e gasosa. Possuem forma variável e volume
constante.

III. FASE GASOSA

A característica da fase gasosa é o caos. Existem grandes espaços entre as


partículas, que apresentam grande liberdade de movimento. É a fase que apresenta
maior energia, apresentando forma e volume variáveis.

MUDANÇAS DE FASES DAS SUBSTÂNCIAS

O estado de agregação da matéria pode ser alterado por variações de


temperatura e de pressão, sem que seja alterada a composição da matéria. Cada
uma destas mudanças de estado recebeu uma denominação particular:

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1. Fusão: é a passagem da fase sólida para a líquida.

2. Vaporização: é a passagem do estado líquido para o estado gasoso.

Obs.: a vaporização pode receber outros nomes, dependendo das condições


em que o líquido se transforma em vapor.

3. Evaporação: é a passagem lenta do estado líquido para o estado de


vapor, que ocorre predominantemente na superfície do líquido, sem causar agitação
ou o surgimento de bolhas no seu interior. Por isso, é um fenômeno de difícil
visualização.

Ex.: bacia com água em um determinado local e roupas no varal.

4. Ebulição: é a passagem rápida do estado líquido para o estado de vapor,


geralmente obtida pelo aquecimento do líquido e percebida devido à ocorrência de
bolhas.

Ex.: fervura da água para preparação do café.

5. Calefação: é a passagem muito rápida do estado líquido para o estado de


vapor, quando o líquido se aproxima de uma superfície muito quente.

Ex.: Gotas de água caindo sobre uma frigideira quente.

6. Sublimação: é a passagem do estado sólido diretamente para o estado


gasoso e vice-versa.

Obs.: alguns autores chamam de ressublimação a passagem do estado de


vapor para o estado sólido.

7. Liquefação ou condensação: é a passagem do estado gasoso para o


estado líquido.

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8. Solidificação: é a passagem do estado líquido para o estado sólido.

DIFERENÇA ENTRE GÁS E VAPOR

VAPOR: Designação dada à matéria no estado gasoso, quando é capaz de


existir em equilíbrio com o líquido ou com o sólido correspondente, podendo sofrer
liquefação pelo simples abaixamento de temperatura ou aumento da pressão.

GÁS: Fluido, elástico, impossível de ser liquefeito só por um aumento de


pressão ou só por uma diminuição de temperatura, o que o diferencia do vapor.

1.5 PROPRIEDADES DAS SUBSTÂNCIAS

1. ENERGIA

A energia é um termo bastante usado e de difícil definição. Mas é


geralmente dito que energia é a habilidade ou capacidade de produzir trabalho
(transformação). Há formas de energia como: mecânica, elétrica, calor, nuclear,
química e radiante.

O trabalho (trabalho mecânico) é realizado quando um objeto é


movimentado contra uma força de oposição. Por exemplo, ao levantarmos o livro de
uma mesa, realizamos trabalho sobre o livro, porque deslocamos contra a força de
oposição da gravidade.

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ENERGIA MECÂNICA

É a energia que um corpo possui devido ao seu movimento ou a sua


posição. A energia de movimento é chamada de energia cinética.

A energia cinética (Ek) de um corpo em movimento depende da massa do


corpo (m) e de sua velocidade (v), do seguinte modo:

Uma segunda forma de energia é a energia potencial. A energia potencial


mecânica é a energia que depende da posição do objeto, e não do seu movimento.
Um livro, por exemplo, adquire energia potencial quando é levantado contra a força
da gravidade. A energia potencial do corpo (Ep) depende da distância (d) movida
pelo corpo e da força de oposição (F) ao seu movimento.

A energia pode ser transformada de uma forma para outra forma. Ela não
pode ser destruída e nem criada. Por exemplo: Um tijolo quando cai no chão,
significa que ele tem energia potencial, pois está a uma distância do solo. Ao cair à
energia potencial diminui e a energia cinética do tijolo aumenta durante a queda.
Quando o tijolo atinge o solo, a energia potencial se transformou totalmente em
energia cinética, e a energia cinética se transformou em outras energias como o
som, o calor, se transformou em energia potencial das moléculas do solo que foram
amassadas, etc.

2. CALOR E TEMPERATURA

Figura 4: A temperatura é medida em C e F. Disponível em:


<http://www.mundoeducacao.com.br/quimica/termometro.htm>. Acesso em:10/12/2008.

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Fazemos muita confusão entre esses dois conceitos.

É importante fazer uma distinção entre calor e temperatura, já que à primeira


vista parece se tratar do mesmo assunto, mas vejamos as diferenças: A forma de
energia que é diretamente transferida de um objeto mais quente para um mais frio é
chamada de calor. A energia somente está na forma de calor durante essa
transferência, ou seja, calor é a energia em trânsito.

Mas o que acontece com o calor absorvido por um objeto? Existe uma lei
que defende que a energia total do objeto aumenta, é a chamada Lei da
conservação, e é por meio dela que surgiu a energia potencial e a energia cinética.
Quando um determinado objeto passa por um aquecimento, a energia cinética de
suas partículas constituintes aumenta como a sua energia potencial pode aumentar,
ou ambas aumentam simultaneamente. A unidade que mede a energia cinética das
partículas aquecidas é chamada de temperatura.

Quando ocorre uma transferência de calor, a energia cinética das partículas


do objeto que está sendo aquecido aumenta então a temperatura se eleva. As
unidades de temperatura mais utilizadas são a escala Celsius (°C) e a escala
Fahrenheit (°F).

Figura 5: Escala Celsius. Disponível em:


<http://www.mundoeducacao.com.br/quimica/termometro.htm> Acesso em:10/12/2008.

O aparelho Termômetro é usado para determinar os valores de temperatura.


Ele consiste em um fino tubo capilar de vidro graduado e que contém um bulbo

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cheio de mercúrio, e à medida que a temperatura aumenta este líquido se expande
por capilaridade.
O elemento mercúrio é o único metal líquido em baixas temperaturas, é
líquido no intervalo de temperatura de -38.9° C a 356.7° C. Como todo líquido, o
mercúrio expande na medida em que ele é aquecido, sendo assim, ele se move ao
longo do tubo do termômetro determinando a temperatura. A sua taxa de expansão
é calibrada na escala de vidro, a expansão é linear e pode ser calibrada com
precisão.
A graduação do tubo permite visualizar a variação da temperatura, essa
graduação é denominada escala termométrica do aparelho. A escala de graduação
mais usada é a escala Celsius. Para elaborar esta escala foi preciso dois pontos de
referência: a ebulição da água e seu congelamento ao nível do mar, que
corresponde a 100°C e 0° C, respectivamente. A escala Kelvin é recomendada pelo
Sistema Internacional e conhecida como escala absoluta, mas não é muito usada
em trabalhos científicos.

 Revisando conceitos:

Calor (ou energia calorífica) é uma forma de energia que é diretamente


transferida de um corpo mais quente para um mais frio. Portanto, calor é
transferência de energia calorífica de um corpo para o outro.

Temperatura mede a energia cinética média das partículas do corpo.


Quando o calor é transferido para um corpo, a energia cinética média de suas
partículas é aumentada, estas partículas movem-se então mais rapidamente e a
temperatura do corpo aumenta.

A falta de aumento de temperatura nem sempre significa que não houve


transferência de calor para um corpo. Por exemplo: A adição de calor ao gelo a 0ºC,
não causa aumento de temperatura (a energia cinética média das moléculas
permanece constante). O gelo funde, no entanto, formando água líquida, ainda a

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0ºC. A energia potencial média das moléculas na água líquida é maior do que a das
moléculas de gelo, na mesma temperatura.

1.6 UNIDADES DE MEDIDAS

Figura 6: unidades de medidas básicas em química. Disponível em:


<http://www.mundoeducacao.com.br/quimica/termometro.htm> Acesso em:12/12/2008.

Unidade de medida pode ser definida como sendo a medida de uma


grandeza, em que se tem um número que expressa uma quantidade comparada
com um padrão previamente estabelecido.

Conheça alguma das unidades de medidas mais usadas em trabalhos


científicos:

Massa

Massa é a quantidade de matéria que existe num corpo. A unidade padrão


de massa dada pelo Sistema Internacional é o quilograma (Kg), para se medir a
massa de um objeto, usa-se um aparelho chamado balança.

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Volume

O volume de um corpo é a extensão que ele ocupa no espaço. A fórmula


para se calcular o volume de um objeto é:

V = comprimento • altura • largura

A unidade-padrão usada pelo Sistema Internacional (SI) para representar o


volume é o metro cúbico (m3), mas em nosso cotidiano a unidade mais usada para
se medir o volume é o litro (L).

Pressão

A pressão é uma grandeza física que relaciona a força exercida sobre uma
dada superfície e a área dessa superfície, de acordo com a fórmula:

P = FS

Onde: P = pressão

F = força

S = área

Podemos perceber pela equação que, para uma dada força, quanto menor a
área, maior a pressão.

Temperatura

A capacidade que um corpo (objeto) tem de transmitir ou receber calor se


relaciona com a temperatura. O termômetro é o aparelho usado para determinar os
valores de temperatura. A graduação do termômetro permite visualizar a variação de
temperatura, essa graduação é denominada escala termométrica do aparelho.

A escala de graduação mais usada é a escala Celsius, a escala Kelvin é


recomendada pelo Sistema Internacional e conhecida como escala absoluta.

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Densidade

Densidade é a razão que relaciona a massa de um material e o volume por


ele ocupado. A densidade para sólidos e líquidos é expressa em gramas por
centímetro cúbico (g/cm3), para gases é expressa em gramas por litro (g/L).

**SUBSTANCIA IONICA**

a. Possuem elevados ponto de fusão (PF) e ponto de ebulição (PE);

b. São solúveis em solventes polares;

c. Conduzem a corrente elétrica quando fundidos (fase líquida) ou em


solução aquosa, situações em que existem íons livres na solução;

d. Sólidos em temperatura ambiente;

e. Formam cristais quebradiços.

**SUBSTÂNCIA COVALENTE**

a. Possuem pontos de fusão e ponto de ebulição variáveis;

b. Não conduzem corrente elétrica (exceção: grafita);

c. Podem ser sólidos (glicose), líquidos (água) ou gasosos (oxigênio) em


temperatura ambiente;

d. Moléculas polares são solúveis em solventes polares, moléculas apolares


são solúveis em solventes apolares.

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**SUBSTÂNCIA METÁLICA**

a. Possuem elevados pontos de fusão (PF) e ponto de ebulição (PE)


(exceção: mercúrio, césio e frâncio);

b. Na forma metálica são insolúveis em solventes polares e apolares;

c. Ótimos condutores de corrente elétrica, mesmo na fase sólida devido a


presença dos elétrons livre;

d. São dúcteis (fios) e maleáveis (lâminas);

e. Ótimos condutores de calor.

1.7 PROCESSOS DE SEPARAÇÃO DE MISTURAS

ANÁLISE IMEDIATA

Na natureza, raramente encontramos substâncias puras. Em função disso, é


necessário utilizarmos métodos de separação se quisermos obter uma determinada
substância.

Para a separação dos componentes de uma mistura, ou seja, para a


obtenção separada de cada uma das suas substâncias puras que deram origem à
mistura, utilizamos um conjunto de processos físicos denominados análise
imediata. Esses processos não alteram a composição das substâncias que formam
uma dada mistura.

A escolha dos melhores métodos para a separação de misturas exige um


conhecimento anterior de algumas das propriedades das substâncias presentes.

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Assim, se tivermos uma mistura de açúcar e areia, devemos saber que o açúcar se
dissolve na água, enquanto a areia não se dissolve.

Muitas vezes, dependendo da complexidade da mistura, é necessário usar


vários processos diferentes, numa sequência que se baseia nas propriedades das
substâncias presentes na mistura.

Alguns dos métodos de separação são tão comuns que nem pensamos
neles como processos de separação, por exemplo, a "escolha" dos grãos de feijão
(catação) e a separação de amendoim torrado das suas cascas (ventilação), ou
ainda as máquinas existentes em bancos, as quais separam as moedas em função
de seus tamanhos (tamisação). Esse processo é também usado para separar
laranjas em diferentes tamanhos ou quando usamos uma peneira.

SEPARAÇÃO DOS COMPONENTES DE MISTURAS HETEROGÊNEAS

I. SÓLIDO - SÓLIDO

Catação: usando a mão ou uma pinça, separam-se os componentes sólidos.

Ventilação: o sólido menos denso é separado por uma corrente de ar.

Levigação: o sólido menos denso é separado por uma corrente de água. A


levigação é usada, por exemplo, para separar areia e ouro: a areia é menos densa e
por isso, é arrastada pela água corrente; o ouro, por ser mais denso, permanece no
fundo da bateia.

Separação magnética: um dos sólidos é atraído por um ímã. Esse processo


é utilizado em larga escala para separar alguns minérios de ferro de suas impurezas.

Cristalização fracionada: todos os componentes da mistura são dissolvidos


em um líquido que, em seguida, sofre evaporação provocando a cristalização
separada de cada componente. A cristalização fracionada é usada, por exemplo,

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nas salinas para a obtenção de sais a partir da água do mar. A evaporação da água
permite a cristalização de diferentes sais, sendo que o último a ser obtido é o cloreto
de sódio (NaCl), usado na alimentação.

Dissolução fracionada: um dos componentes sólidos da mistura é


dissolvido em um líquido. Por exemplo, a mistura sal + areia. Colocando-se a
mistura em um recipiente com água, o sal irá se dissolver e a areia se depositar no
fundo do recipiente, podendo agora ser separados pelos seguintes processos: a
filtração separa a areia (fase sólida) da água salgada (fase líquida) e com a
evaporação da água obteremos o sal.

Peneiração: usada para separar sólidos constituintes de partículas de


dimensões diferentes. São usadas peneiras que tenham malhas diferentes.
Industrialmente, usam-se conjuntos de peneiras superpostas que separam as
diferentes granulações.

Fusão fracionada: Serve para separar sólidos, tomando por base seus
diferentes pontos de fusão. Baseia-se, portanto, num aquecimento da mistura com
controle da temperatura.

Sublimação: é usada quando um dos sólidos, por aquecimento, se sublima


(passa para vapor), e o outro permanece sólido. Exemplo: sal e iodo ou areia e iodo
(o iodo se sublima por aquecimento).

Obs.: As principais substâncias que podem ser separadas por sublimação


são: o iodo, o enxofre e a naftalina (naftaleno).

II. SÓLIDO - LÍQUIDO

Decantação: a fase sólida, por ser mais densa, sedimenta-se, ou seja,


deposita-se no fundo do recipiente

Obs.: A separação das duas fases pode ser feita de duas maneiras:

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a. Vira-se lentamente a mistura em um outro frasco;

b. Com o auxílio de um sifão, transfere-se a fase líquida para um outro


frasco (sifonação).

Centrifugação: é uma maneira de acelerar o processo de decantação,


utilizando um aparelho denominado centrifuga. Na centrífuga, devido ao movimento
de rotação, as partículas de maior densidade, por inércia, são arremessadas para o
fundo do tubo.

Filtração simples: a fase sólida é separada com o auxílio de papéis de filtro.


A preparação do café e o filtro de água são dois exemplos do uso da filtração no dia
a dia.

Filtração a vácuo: O processo de filtração pode ser acelerado pela filtração


a vácuo, em que uma trompa de vácuo "suga" o ar existente na parte interior do
kitassato, o que permite mais rápido o escoamento do líquido. Observe o esquema
ao lado.

III. LÍQUIDO - LÍQUIDO

Decantação: separam-se líquidos imiscíveis com densidades diferentes; o


líquido mais denso acumula-se na parte inferior do sistema. Em laboratório usa-se o
funil de bromo, também conhecido como funil de decantação, ou ainda, funil de
separação. Num sistema formado por água e óleo, por exemplo, a água, por ser
mais densa, localiza-se na parte inferior do funil e é escoada abrindo-se a torneira de
modo controlado. A decantação pode ser feita de uma maneira mais rudimentar,
utilizando-se um sifão (sifonação).

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IV. GÁS - SÓLIDO

Decantação: a mistura passa por meio de obstáculos, em forma de zigue-


zague, em que as partículas sólidas perdem velocidade e se depositam.

Industrialmente, esse processo é feito em equipamento denominado câmara


de poeira ou chicana, conforme o esquema:

Filtração: A mistura passa por meio de um filtro, em que o sólido fica retido.
Esse processo é muito utilizado nas indústrias, principalmente para evitar o
lançamento de partículas sólidas na atmosfera. A filtração é também usada nos
aspiradores de pó, onde o sólido é retido (poeira) à medida que o ar é aspirado.

SEPARAÇÃO DOS COMPONENTES DE MISTURA HOMOGÊNEA

I. SÓLIDO - LÍQUIDO

Nas misturas homogêneas, sólido-líquido (soluções), o componente sólido


encontra-se totalmente dissolvido no líquido, o que impede a sua separação por
filtração. A maneira mais comum de separar os componentes desse tipo de mistura
está relacionada com as diferenças nos seus pontos de ebulição (PE). Isto pode ser
feito de duas maneiras:

Evaporação: a mistura é deixada em repouso ou é aquecida até o líquido


(componente mais volátil) sofra evaporação. Esse processo apresenta um
inconveniente: a perda do componente líquido.

Destilação simples: a mistura é aquecida em uma aparelhagem apropriada,


de tal maneira que o componente líquido inicialmente evapora e, a seguir, sofre
condensação, sendo recolhido em outro frasco. Veja como é feita a destilação em
laboratório:

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Obs.: A entrada de água corrente no condensador deve ser feita pela parte
inferior do aparelho para permitir que seu tubo externo esteja sempre
completamente preenchido por água fria, que irá sair pela parte superior.

II. LÍQUIDO - LÍQUIDO

Destilação fracionada: consiste no aquecimento da mistura de líquidos


miscíveis (solução), cujos pontos de ebulição (PE) não sejam muito próximos. Os
líquidos são separados na medida em que cada um dos seus pontos de ebulição é
atingido. Inicialmente, é separado o líquido com menor PE; depois, com PE
intermediário e assim sucessivamente até o líquido de maior PE. A aparelhagem
usada é a mesma de uma destilação simples, com o acréscimo de uma coluna de
fracionamento ou retificação. Um dos tipos mais comuns de coluna de fracionamento
apresenta no seu interior um grande número de bolinhas de vidro, em cuja superfície
ocorre condensação dos vapores do líquido menos volátil, ou seja, de maior ponto
de ebulição, que voltam para o balão. Enquanto isso, os vapores do líquido mais
volátil atravessam a coluna e sofrem condensação fora dela, no próprio
condensador, sendo recolhidos no frasco. Só depois de todo o líquido mais volátil ter
sido recolhido é que o líquido menos volátil passará por evaporação e condensação.

Obs.: Esse processo é muito utilizado, principalmente em indústrias


petroquímicas, na separação dos diferentes derivados do petróleo. Nesse caso, as
colunas de fracionamento são divididas em bandejas ou pratos. Esse processo
também é muito utilizado no processo de obtenção de bebidas alcoólicas
(alambique).

Existem casos de misturas homogêneas de líquidos que não podem ser


separadas por processos físicos como, por exemplo, a destilação. Isso porque tais
misturas destilam em proporções fixas e constantes, como se fossem uma
substância pura. Essas misturas são denominadas misturas azeotrópicas. Assim, o

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álcool etílico forma com a água uma mistura azeotrópica (95,5% de álcool e 4,5% de
água) que destila a temperatura de 78,1° C.

Então, para obtermos o álcool anidrido ou álcool absoluto (álcool puro)


utilizamos processos químicos. Adicionamos à mistura azeotrópica água e álcool,
por exemplo, óxido de cálcio (CaO), que reage com a água produzindo hidróxido de
cálcio Ca(OH)2. A seguir, submetemos a mistura a uma destilação, pois agora
somente o álcool destila, sendo, portanto, recolhido puro no béquer.

Observem na tabela abaixo, alguns casos de misturas azeotrópicas:

PONTO DE
MISTURA AZEOTRÓPICA
EBULIÇÃO

Álcool etílico (95,5%) + água (4,5%) 78,1° C

Acetona (86,5%) + metanol (13,5%) 56° C

Álcool etílico (7%) + clorofórmio


60° C
(93%)

Ácido fórmico (77,5%) + água


107,3° C
(22,5%)

III. GÁS - GÁS

Liquefação fracionada: a mistura de gases passa por um processo de


liquefação e, posteriormente, pela destilação fracionada.

Obs.: Uma aplicação desse processo consiste na separação dos


componentes do ar atmosférico: N2 e O2. Após a liquefação do ar, a mistura líquida é

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destilada e o primeiro componente a ser obtido é o N2, pois apresenta menor PE (-
195,8 ° C); posteriormente, obtém-se o O2, que possui maior PE (-183 ° C).

Adsorção: Consiste na retenção superficial de gases.

Algumas substâncias, tais como o carvão ativo, têm a propriedade de reter,


na sua superfície, substâncias no estado gasoso. Uma das principais aplicações da
adsorção são as máscaras contra gases venenosos.

1.8 TRANSFORMAÇÕES DA MATÉRIA

Qualquer transformação sofrida pela matéria é considerada fenômeno, ou


ainda qualquer acontecimento na natureza que podem ser classificados em:
Fenômenos físicos e Fenômenos químicos.

I. FENÔMENOS FÍSICOS

São aqueles que não alteram a natureza da matéria, isto é, a sua


composição. Ou ainda:

Fenômeno físico é toda e qualquer transformação sofrida por um


material sem que haja alteração de sua constituição íntima, sendo possível a
sua recuperação por métodos elementares.

Ex.: mudanças de estado físico da matéria (estado de agregação);


dissolução do açúcar em água; cortar uma árvore; acender uma lâmpada; uma fruta
caindo da árvore, etc.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
II. FENÔMENOS QUÍMICOS

São aqueles que alteram a composição da matéria, ou seja, a sua


composição. Ou ainda:

Fenômeno químico é toda e qualquer transformação sofrida por um


material de modo que haja alteração de sua constituição íntima, não sendo
possível a sua recuperação por métodos elementares.

Ex.: a queima do álcool ou da gasolina, riscar um palito de fósforo (reações


de combustão); formação da ferrugem (reações de oxidação); digestão dos
alimentos, etc.

Quando ocorre um fenômeno químico, uma ou mais substâncias se


transformam e dão origem a novas substâncias. Então, dizemos que ocorreu uma
reação química.

1.9 VISUALIZAÇÃO DE UM FENÔMENO QUÍMICO OU REAÇÃO


QUÍMICA

Uma maneira bem simples de reconhecermos a ocorrência de um fenômeno


químico é a observação visual de alterações que ocorrem no sistema. A formação de
uma nova substância está associada a:

• Mudança de cor. Exemplos: queima de papel; cândida ou água


sanitária em tecido colorido; queima de fogos de artifício.
• Liberação de um gás (efervescência). Exemplos: antiácido estomacal
em água; bicarbonato de sódio (fermento de bolo) em vinagre.

Às vezes, uma única substância, quando aquecida, transforma-se em outras,


antes de atingir uma temperatura que possibilite sua mudança de estado. Assim, o
aquecimento do carbonato de cálcio, existentes nas rochas calcárias, não leva à
fusão, mas à sua decomposição, na qual se obtém um gás:

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-
CaCO3 CaO + CO2
----->

Carbonato de Óxido de cálcio ou Gás


cálcio cal carbônico

(sólido) (sólido) (gás)

I. Formação de um sólido (formação de precipitado). Ao misturar dois


sistemas líquidos ou um sistema líquido e um gás, poderá ocorrer à formação de
uma nova substância sólida, que chamamos de precipitado. Com o tempo o sólido
formado se deposita no fundo do recipiente, isto é, sofre decantação.

Exemplos: líquido de bateria de automóvel + cal de pedreiro dissolvida em


água; água de cal + ar expirado pelo pulmão (gás carbônico).

II. Outra forma de reconhecermos se ocorreu uma reação química é a


alteração da quantidade de energia na reação.

Quando colocamos magnésio metálico em ácido clorídrico, além de


observarmos a saída de gases, notamos que o recipiente em que eles foram
misturados fica aquecido, isto é, há liberação de calor para o ambiente. As
combustões são reações que liberam calor.

Efeitos térmicos acompanham as reações químicas; quanto a eles as


reações podem ser:

• Exotérmicas: liberam calor para o ambiente;


• Endotérmicas: absorvem calor do ambiente.

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SOLUÇÕES COLOIDAIS

Quando adicionamos solutos em solventes damos origem a três tipos de


sistemas: soluções, suspensões e coloides.
Em um sistema, quando as partículas são muito pequenas e não podem ser
vistas a olho nu, dizemos que é uma Solução Coloidal ou coloide.
Solução coloidal é uma solução em que as partículas dispersas têm um
tamanho médio compreendido entre 1 e 100 nanômetros (nm), denominadas
partículas coloidais.

Os coloides podem ser micelares, moleculares ou iônicos.

*Coloides micelares: as partículas dispersas são compostas por agregados


de átomos.

*Coloides moleculares: são formados por macromoléculas.

*Coloides iônicos: sua composição é feita por íons.

As soluções coloidais podem ser classificadas de várias maneiras,


dependendo do tipo de partícula coloidal e do meio em que está dissolvida, também
chamado de meio dispergente.

Aerossol: são coloides em que um sólido ou um líquido é disperso em um


gás.
Exemplo: fumaças e neblinas.

Sol: é um sólido disperso em um líquido.


Exemplo: colas, gomas em geral, em medicamentos como o leite de
magnésia.

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Soluções coloidais na forma de sol podem ser vistas até no organismo de
seres vivos, na forma de células vegetais e animais, de sangue e muitos outros
fluidos biológicos.

Observação: O nome coloide provém de uma goma arábica chamada cola.

Emulsão: consiste na dispersão de um líquido em outro líquido.


Exemplo: o leite, a manteiga, maionese, creme chantilly. A maionese é um
sistema coloidal porque as gotinhas de óleo se encontram dispersas no vinagre com
auxílio da gema de ovo.

Espuma: é formada por um gás disperso em meio sólido ou em meio líquido


Exemplo: espuma de barbear.

Gel: formado por um líquido disperso em um sólido.


Exemplo: geleias.

1.10 ELEMENTOS QUÍMICOS

Elemento Químico pode ser definido como um conjunto formado por átomos
de mesmo número atômico (Z). Eles são representados por símbolos adotados de
acordo com critérios internacionais, sendo que esses símbolos são reconhecidos em
qualquer língua ou alfabeto, ou seja, o símbolo é o mesmo em qualquer país, por
exemplo, a Prata é reconhecida internacionalmente pela sigla “Ag”.
Todos os elementos possuem massa atômica, número atômico, ponto de
fusão e ebulição. Atualmente são conhecidos 114 elementos, sendo que apenas 88
deles são encontrados na natureza (elementos naturais) e o restante é sintético
(elementos químicos cujos átomos são produzidos artificialmente
Devido à variedade de elementos existentes, esta seção foi montada
exclusivamente para eles, nela você confere as propriedades e características dos
principais elementos.

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CLASSIFICAÇÃO DOS ELEMENTOS QUÍMICOS

Os elementos químicos são classificados em:


Metais;
Não metais;
Gases nobres;
Hidrogênio.

METAIS

Entre os metais mais importantes podemos citar: sódio, magnésio, alumínio,


potássio, cálcio, cromo, cobre, ferro, níquel, zinco, prata, estanho, tugstênio, platina,
ouro, mercúrio, chumbo, urânio, etc.
Os metais geralmente são sólidos na temperatura padrão (25ºC), com alto
ponto de fusão - especialmente os metais de transição, situados no meio da tabela
periódica. Eles não quebram com facilidade, como muitos não metais, mas em geral
podem ser dobrados, isto é, são maleáveis - principalmente quando aquecidos a
certa temperatura. São dúcteis: podem ser transformados em fios finos, por isso que
os metais costumam ser usados para moldar chamas e fabricar panelas e outros
utensílios domésticos, fios elétricos, etc.
Outra propriedade dos metais é que eles, geralmente, conduzem bem a
eletricidade, ao contrário da maioria dos não metais (carbono, na forma de grafite, é
um não metal que conduz bem a eletricidade). Também conduzem bem o calor.
Geralmente reagem com ácidos, mesmo diluídos, formando compostos
chamados sais. Os metais, geralmente se encontram combinados a outros
elementos, precisando passar por uma transformação química para serem isolados.

NÃO METAIS

A 25ºC, cerca da metade dos não metais são gases. Com exceção do
bromo, que é líquido, todos os demais são sólidos.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
O oxigênio, o nitrogênio, o cloro e o flúor são não metais gasosos; o
carbono, o iodo, o fósforo, o enxofre, o selênio e o astato são não metais sólidos.
Entre os não metais, há o grupo dos halogênios: flúor, cloro, bromo, iodo e
astato. Eles reagem com metais e formam sais. O sal comum, por exemplo, é
formado pela combinação de cloro com sódio.
Os não metais não são tão bons condutores de eletricidade ou calor, como
os são os metais, os sólidos geralmente quebram ao tentarmos dobrá-los. Possuem
ponto de fusão inferior aos dos metais (com exceção do carbono, na forma de grafite
ou diamante). Geralmente não reagem com ácidos diluídos.

GASES NOBRES

É formado pelos elementos hélio, neônio, argônio, criptônio, xenônio e


radônio.
Como mencionamos anteriormente, eles não se combinam com outros
elementos para formar novas substâncias, embora a combinação possa ocorrer em
condições especiais.

HIDROGÊNIO

Por possuir características próprias, o hidrogênio não pode ser enquadrado


em nenhum outro grupo. Ele é o elemento químico menos denso e mais abundante
no universo (90%); está presente em muitas substâncias químicas existentes no
planeta, entre elas a mais importante para os seres vivos: a água.
É mais leve que o ar, por isso foi muito utilizado para encher balões e
dirigíveis.

1.11 TABELA PERIÓDICA

O que vamos apresentar nesta seção se relaciona com as propriedades da


Tabela Periódica: como ela se organiza em períodos e famílias? Quais os critérios

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
usados para a classificação dos elementos químicos presentes? Quando ela foi
criada? As respostas você encontra aqui, o que podemos adiantar é que a
organização da Tabela surgiu para facilitar nosso aprendizado.
Para demonstrar a importância da Tabela para o conhecimento científico, se
atente à seguinte comparação: você entra em um supermercado apressado para
fazer suas compras, mas nenhum dos itens de sua lista é encontrado em razão da
desorganização das prateleiras. Os produtos de limpeza estão junto aos laticínios,
os de higiene pessoal se misturam aos alimentícios, ou seja, além de
desorganizados ainda oferecem riscos devido ao contato de alimentos com produtos
tóxicos.
Ainda bem que não funciona assim, a acomodação de produtos obedece a
um rigoroso critério de classificação, e quanto mais organizados melhor para a
credibilidade do cliente.
A Tabela é uma forma de “critério de organização”, os membros são
separados segundo a sua origem: metal, não metal, semimetal e gás nobre. A
posição foi escolhida obedecendo à numeração de massa atômica, sendo que
membros próximos possuem características parecidas. Consulte a tabela e se
informe sobre o raio atômico, a afinidade eletrônica, a densidade, o ponto de fusão e
ebulição, estes são dados fornecidos para todos os elementos presentes na Tabela.
Saiba mais sobre esta e outras informações consultando os artigos abaixo.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 7: Tabela periódica. Disponível em:
<http://images.google.com.br/imgres?imgurl=http://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/f/f
b/Séries>. Acesso em: 19/12/2008.

1.12 SUBSTÂNCIAS NATURAIS ORGÂNICAS E INORGÂNICAS

As substâncias naturais podem ser classificadas em orgânicas e


inorgânicas. As substâncias orgânicas são formadas a partir dos arranjos do
elemento químico carbono. O carbono é, por esse motivo, a base de todas as formas
de vida que conhecemos.
Para os químicos antigos, as substâncias orgânicas eram provenientes de
fontes animais ou vegetais, e as substâncias inorgânicas seriam aquelas de
procedência mineral.
Durante muitos anos acreditava-se que entre a química orgânica e a química
inorgânica existia uma barreira intransponível. Essa barreira foi quebrada devido à
ureia, que é uma substância de origem animal que pode ser produzida em
laboratório. O fato foi comprovado no princípio do século XIX, quando o químico
alemão Friedrich A.Wöhler conseguiu sintetizar a ureia. O processo ficou conhecido

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
como Síntese de Wöhler e consiste na produção de ureia (produto orgânico) a partir
de substâncias inorgânicas (o cianato de amônio).

1. SUBSTÂNCIAS NATURAIS ORGÂNICAS

As moléculas orgânicas naturais são as sintetizadas pelos seres vivos e


denominadas biomoléculas. Os açúcares, as proteínas e os lipídios são substâncias
orgânicas encontradas nos tecidos vivos. Glicose, sacarose, frutose, lactose, por
exemplo, são substâncias empregadas pela indústria alimentícia na fabricação de
balas, bombons, biscoitos, bolos. Elas são açúcares e também são empregadas pela
indústria farmacêutica.
Diariamente consumimos produtos derivados do leite, um alimento
essencialmente orgânico. A indústria de cosméticos também usa substâncias
orgânicas de origem animal e vegetal na fabricação de xampus, óleos, loções,
cremes, sabonetes, etc. Na composição desses produtos também entram compostos
orgânicos sintéticos, como acontece com os detergentes, os pigmentos
aromatizantes, etc. As refinarias de petróleo fabricam diversos produtos utilizados
pelo homem em sua vida diária e que também alimentam outras indústrias

2. SUBSTÂNCIAS NATURAIS INORGÂNICAS

Substâncias inorgânicas são todas aquelas que não são orgânicas, como os
minerais, por exemplo. A água é uma substância essencial à nossa vida. Está
presente nos alimentos, nas células do nosso corpo, nos outros animais e nos
vegetais.
O sal de cozinha (ou cloreto de sódio) é uma substância inorgânica presente
em nosso dia-a-dia. Extraído da natureza, o sal é parte de nossa alimentação e se
for consumido moderadamente contribui para a manutenção da nossa saúde.
Metais (obtidos a partir dos minerais) como o ferro, o cobre e o alumínio são
empregados na produção de chapas, barras e utensílios domésticos.

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1.13 TEORIAS ÁCIDO-BASE

Figura 8: Estrutura de uma molécula de água. Disponível em: <http://cgi.ufmt.br>. Acesso


em: 19/12/2008

As teorias, ácido-base procuram explicar o comportamento de determinadas


classes de substâncias, baseando-se em propriedades gerais que as agrupam numa
mesma classe.
Os termos, ácido, base ou "álcali" e sal são conhecidos desde a antiguidade.
No entanto, as principais teorias foram desenvolvidas no século XX, e procuram
definir o que seja um ácido e uma base e como reagem.
No século XVII já se conhecia a reação: ácido + base = sal.
A palavra ácido vem do latim, acidus, e significa azedo, ácido. Álcali em
árabe, al qaliy, quer dizer cinzas vegetais. Do latim veio a palavra sal, salis,
significando sal marinho. Base é um termo mais recente, introduzido por Duhamel
em 1736.
A primeira teoria a ser considerada é a teoria de Arrhenius (1887), que
surgiu como parte da Teoria da Dissociação Eletrolítica e que abrangeu um
grande número de fatos conhecidos, possibilitando o surgimento de várias linhas de
pesquisa.
À medida que estes novos resultados foram se acumulando, a teoria foi se
mostrando incapaz de explicar o comportamento de muitas substâncias, surgindo
novas teorias: a Teoria dos Sistemas Solventes, a Teoria Protônica, desenvolvida

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
principalmente por Bronsted e a Teoria Eletrônica de Lewis, como principais
teorias abordadas no ensino médio. Em 1923, Lewis apresentou a primeira proposta
de sua teoria, ácido-base, como parte de sua teoria do par eletrônico, criada para
explicar a ligação química, que apesar de mais geral não consegue, na época,
cativar a maioria dos químicos. Isto só foi possível ao ser reapresentada novamente,
pelo próprio Lewis em 1938.

Quando substâncias dissolvem-se na água e liberam íons hidrogênio (H+) e


íons negativos (ânions) são denominados ácidos.

Uma base se dissocia em íons positivos (cátions) ou íons hidróxido (OH-). E,


um sal é uma substância que na água dissocia-se em cátions e ânions nenhum dos
quais é o H+ ou OH-.

As reações bioquímicas são extremamente sensíveis a alterações na acidez


ou alcalinidade dos ambientes em que ocorrem por isso, é conveniente medir a
quantidade de H+ em uma solução.

A concentração de H+ é expressa por uma escala logarítmica de pH, que


varia de 0 a 14 (esquema abaixo). Quando a solução contém mais H+ que OH-,
possuem um pH inferior a 7. Se uma solução tem mais OH- que H+, o pH é maior
que 7 e a solução é básica ou alcalina. E quando os níveis são iguais, a solução é
neutra.

Figura 9: Níveis de pH

Disponível em: <http://cgi.ufmt.br>. >. Acesso em:19/12/2008.

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ÁCIDOS

Figura 10: O Ácido Clorídrico auxilia na digestão.


<http://www.mundoeducacao.com.br/quimica/acidos.htm>. Acesso em: 11/12/2008.

Segundo a definição de Arrhenius, ácido é toda substância que se ioniza


em presença de água e origina, como um dos íons, o cátion H+.

Svante Arrehenius foi um químico sueco que, em 1887, realizou inúmeras


experiências com substâncias diluídas em água e observou o descrito acima.

Quem nunca experimentou uma fruta cítrica e teve a sensação de acidez na


boca?

Uma das características mais comuns nos ácidos é o sabor azedo. Essa
propriedade está presente em inúmeros alimentos, para descobrir quais são ácidos,
é só observar quais deles produzem salivação na boca. Esse fato se explica pela
presença do cátion H+, que diante das células da língua produz mais saliva.

Se íons hidrônio são encontrados em uma solução, a solução é ácida em


natureza. Íons hidrônio (ou hidroxônio) são os únicos íons com carga positiva
(cátions) formados quando um ácido é dissolvido em água. Todas as propriedades
de um ácido se devem à presença destes íons. A fórmula química de um íon
hidrônio é H3O1+.

Ácidos são conhecidos como 'doadores de prótons'.

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Veja a lista dos ácidos mais comuns e onde podem ser encontrados:

Ácido acético = vinagre;

Ácido tartárico = uva;

Ácido málico = maçã;

Ácido cítrico = laranja, acerola e limão;

Ácido fosfórico = usado na fabricação de refrigerantes à base de cola.

Esses são exemplos de ácidos orgânicos, que fazem parte de nossa


alimentação. Podendo-se comer à vontade, segue a solução: o Ácido Clorídrico
(HCl) que está presente em nosso estômago para ajudar a digerir os alimentos.

Mas existe uma classe de ácidos muito perigosos, que se forem ingeridos
podem levar o indivíduo à morte. São os chamados ácidos inorgânicos, nesta
categoria podemos encontrar o ácido sulfúrico que é encontrado na solução de
bateria dos carros.

Outros exemplos:

Ácido nítrico = usado na identificação de amostras de ouro e ainda na


fabricação de dinamites;

Ácido carbônico = sob a forma de gás carbônico é um dos constituintes


das águas minerais gaseificadas e dos refrigerantes;

Ácido sulfídrico= quando se apresenta na forma de gás sulfídrico tem


cheiro de ovo podre;

Ácido cianídrico = pode liberar um gás extremamente tóxico.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Aqua Regia contém ácido Nítrico concentrado e ácido Clorídrico
concentrado na razão 1:3. Aqua Regia significa 'Água Real' em Latim. Ela é usada
para dissolver metais nobres como ouro e platina.

O leite contém ácido lático. Ácido lático é nomeado a partir da palavra em


latim 'lac', que significa leite.

O vinagre é ácido acético bem diluído. O vinagre utilizado para fins


culinários contém aproximadamente 4% de ácido acético. A fórmula química do
ácido acético é CH3COOH.

O ácido sulfúrico é usado na manufatura de baterias de carro. Ele também


é conhecido como 'Óleo de Vitriol'. A fórmula química do ácido sulfúrico é H2SO4.

O ácido carbônico é responsável pelo gás nos refrigerantes. O ácido


carbônico se decompõe em bolhas de dióxido de carbono. A fórmula química do
ácido carbônico é H2CO3.

Ácido Ascórbico é o nome químico da Vitamina C. Deficiência de Vitamina


C no organismo pode causar uma doença chamada escorbuto. A fórmula química do
ácido ascórbico é C6H8O6.

BASES

Bases têm sabor amargo e são semelhantes ao sabão quando as tocamos.

Se íons hidroxila são encontrados em uma solução, a solução é básica em


natureza. Íons hidroxila são os únicos íons com carga negativa (ânions) formados
quando uma base é dissolvida em água. Todas as propriedades de uma base se
devem à presença destes íons. A fórmula química de um íon hidroxila é OH1-.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Bases são conhecidas como 'aceitadoras de prótons'.

Exemplos de Bases

Antiácidos ajudam a neutralizar a acidez (do ácido clorídrico) no estômago.


Eles geralmente contêm duas bases, chamadas hidróxido de magnésio e hidróxido
de alumínio. A fórmula química do hidróxido de magnésio e hidróxido de alumínio é
Mg(OH)2 e Al(OH)3 respectivamente.

Hidróxido de Sódio é também conhecido como 'Soda Cáustica'. Sua


fórmula química é NaOH.

Hidróxido de Potássio é também conhecido como 'Potassa Cáustica'. É


usado na manufatura de baterias alcalinas. Sua fórmula química é KOH.

Amônia é um gás básico o qual é usado na manufatura de fertilizantes como


a Ureia, nitrato de amônio e sulfato de amônio. A amônia é produzida para fins
comerciais por meio do processo de Haber. Quando dissolvida em água, a amônia
forma uma base conhecida como hidróxido de amônio. A fórmula química da Amônia
é NH3.

SAIS

Um sal é definido como um composto formado pela substituição completa ou


incompleta do íon hidrogênio de um ácido por um radical básico.

Um sal normal é formado pela substituição completa do íon hidrogênio de


um ácido por um radical básico enquanto um sal ácido é formado pela substituição
incompleta do íon hidrogênio de um ácido por um radical básico.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Exemplos de Sais

Sulfato de Sódio é um sal normal enquanto Bisulfato de Sódio é um sal


ácido.

Cloreto de Sódio é solúvel em água enquanto o Carbonato de Cobre,


Cloreto de Chumbo e Sulfato de Bário são insolúveis em água.

Carbonato de Sódio é usado na manufatura de detergentes e do vidro


comum.

Sulfeto de Zinco é insolúvel em água enquanto Fosfato de Potássio,


carbonato de Amônio e Cloreto de Bário são solúveis em água.

Nitrato de Amônio é usado na fabricação de fertilizantes.

ÓXIDOS

Óxidos são substâncias que possuem oxigênio ligado a outro elemento


químico, eles são compostos binários, isto é, são substâncias formadas pela
combinação de dois elementos. Um desses elementos é sempre o oxigênio (O).

Classificação dos Óxidos

Os óxidos podem ser classificados em três diferentes grupos: ácidos,


básicos ou peróxidos.

Óxidos ácidos: também chamados de anidridos, eles se formam a partir da


reação com água originando ácidos. Exemplo: o ácido sulfúrico (H2SO4) se forma a
partir do trióxido de enxofre (SO3) em presença de água (H2O).

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Óxidos básicos: nesse caso a reação é com bases levando à formação de
sal e água. Exemplo: o hidróxido de cálcio (Ca (OH)2) provém da reação do óxido de
cálcio (CaO) com a água.

Peróxidos: esses óxidos possuem dois oxigênios ligados entre si. Exemplo:
2-
(O-O) .

Principais Óxidos e suas utilizações:

Peróxidos: na indústria são usados como clarificadores (alvejantes) de


tecidos, poupa de celulose, etc. Para essas utilizações sua concentração é superior
a 30% de peróxido de hidrogênio. A solução aquosa com concentração de 3% de
peróxido de hidrogênio, popularmente conhecida como água oxigenada, é usada
como antisséptico e algumas pessoas a utilizam para a descoloração de pelos e
cabelos.

Dióxido de silício: é o óxido mais abundante da crosta terrestre, ele é um


dos componentes dos cristais, das rochas e da areia.

Óxido de Cálcio (CaO): Obtido a partir da decomposição do calcário, é


usado na agricultura para diminuir a acidez do solo e também na preparação de
argamassa na construção civil.

Óxido Nitroso (N2O): Conhecido como gás hilariante, esse óxido inalado em
pequena quantidade provoca euforia, mas pode causar sérios problemas de saúde;
é utilizado como anestésico.

Dióxido de Enxofre (SO2): É usado para a obtenção de ácido sulfúrico e no


branqueamento de óleos alimentícios, entre outras aplicações. É um dos principais
poluentes atmosféricos; em dias úmidos, combina-se com o vapor de água da
atmosfera e origina a chamada chuva ácida.

Monóxido de Carbono (CO): Usado para obter certos produtos químicos e


na metalurgia do aço. É normalmente o principal poluente da atmosfera das zonas

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
urbanas; inalado combina com a hemoglobina das hemácias do sangue,
neutralizando-as para o transporte de gás oxigênio no organismo.

2. NOÇÕES DE QUÍMICA ORGÂNICA

É um ramo a química que estuda os compostos de carbono. As diferenças


entre os compostos orgânicos e inorgânicos são:
• Número de compostos;
• Natureza dos compostos;
• Composição (C, H, O, N);
• Frequência do fenômeno de isomeria e polimeria;
• PF (Ponto de Fusão) e PE (Ponto de Ebulição);
• Solubilidade;
• Condutividade elétrica;
• Resistência ao aquecimento (sem decomposição);
• Inflamabilidade dos compostos.

2.1 HISTÓRICO

As substâncias encontradas na natureza eram divididas na antiguidade, em


três grandes reinos:

• O vegetal;
• O animal;
• Mineral.

Tanto o reino vegetal como o reino animal são constituídos por seres vivos
ou orgânicos.

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Apesar de serem conhecidas várias substâncias extraídas de produtos
naturais, a Química como ciência, teve início no fim da Idade Média com o nome de
"alquimia".

Os alquimistas, como eram chamados os primeiros pesquisadores tinham


por objetivos:

- Transformar qualquer metal em ouro - princípio chamado de "pedra


filosofal";

- O "elixir da vida", para prolongar a vida.

O médico Paracelso (Suiço) que também atuava no campo da alquimia,


afirmou, que "o homem é um composto químico, cujas doenças são decorrentes das
alterações desta estrutura, sendo necessários medicamentos para combater as
enfermidades."

Foi o início do uso de medicamentos para curar as enfermidades da época


(séculos XVI e XVII).

Somente no século XVIII foram extraídas várias substâncias a partir de


produtos naturais, além daquelas anteriormente conhecidas (vinho, fermentação da
uva e os produtos obtidos pela destilação de várias outras substâncias).

Neste mesmo século - no ano de 1777, a química foi dividida em duas partes
de acordo com Torben Olof Bergmann:

A Química Orgânica que estudava os compostos obtidos diretamente dos


seres vivos;

A Química Inorgânica que estudava os compostos de origem mineral.

Entretanto, o desenvolvimento da Química Orgânica era prejudicado pela


crença de que, somente a partir dos organismos vivos - animais e vegetais - era
possível extrair substâncias orgânicas. Tratava-se de uma teoria, conhecida pelo

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
nome de "Teoria da Força Vital", formulada por Jöns Jacob Berzelius, que afirmava:
“a força vital é inerente da célula viva e o homem não poderá criá-la em
laboratório."

Em 1828, após várias tentativas, um dos discípulos de Berzelius, mais


precisamente Friedrich Wöhler, conseguiu por acaso obter uma substância
encontrada na urina e no sangue, conhecida pelo nome de ureia.

Estando no laboratório, Wöhler aqueceu o composto mineral "cianato de


amônio" e obteve a "ureia", composto orgânico, derrubando assim, a Teoria da
Força Vital.

Após o êxito desta experiência vários cientistas voltaram ao laboratório para


obter outras substâncias orgânicas e verificaram que o elemento fundamental era o
carbono.

Em 1858 Friedrich A. Kekulé definiu a Química Orgânica como sendo a


parte da química dos compostos do carbono.

Atualmente são conhecidos milhões de compostos orgânicos e diariamente,


devido às pesquisas para a obtenção de novas substâncias, o número de compostos
orgânicos aumenta consideravelmente.

2.2 CARACTERÍSTICAS GERAIS DOS COMPOSTOS ORGÂNICOS

As ligações mais frequentes envolvendo compostos orgânicos acontecem


entre átomos de carbono ou entre átomos de carbono e hidrogênio. Todas as
ligações dos compostos orgânicos formados somente por carbono e hidrogênio são
apolares, pois os átomos unidos apresentam uma pequena diferença de
eletronegatividade. Quando na molécula de um composto orgânico, houver outro
elemento químico além de carbono e hidrogênio, suas moléculas passarão a
apresentar certa polaridade.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Temperatura de fusão e de ebulição

Geralmente as temperaturas de fusão e de ebulição dos compostos


orgânicos são menores que dos compostos inorgânicos, pois os compostos
orgânicos apresentam interações intermoleculares mais fracas.

Solubilidade

Os compostos orgânicos apolares são praticamente insolúveis em água e


tendem a se dissolver em outros compostos orgânicos, sejam eles polares ou
apolares. Há algumas exceções de compostos orgânicos que são polares e podem
dissolver na água: açúcar, álcool comum, acetona etc.

Combustibilidade

A maioria dos compostos que sofrem combustão (queima) é de origem


orgânica.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Capacidade de formar cadeias

Os átomos de carbono têm a capacidade de se unir formando cadeias


carbônicas. Esta por sua vez, pode ter, além de átomos de carbono, átomos de
outros elementos, desde que eles estejam entre os de carbono. Esses átomos são
denominados heteroátomos.

Exemplo:

2.3 CLASSIFICAÇÃO DO CARBONO

Em uma cadeia, cada carbono é classificado de acordo com o número de


outros átomos de carbono a ele ligados.

Carbono Definição
Primário Ligado diretamente a 1 outro carbono
Secundário Ligado diretamente a 2 outros carbonos
Terciário Ligado diretamente a 3 outros carbonos
Quaternário Ligado diretamente a 4 outros carbonos

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
2.4 TIPOS DE LIGAÇÕES EXISTENTES NO CARBONO

a) Saturado; quando apresenta quatro ligações simples, essas ligações são


denominadas sigma (σ).

b) Insaturado; quando apresenta pelo menos uma ligação dupla (=) ou


então uma tripla (≡).

Quando for dupla, uma das ligações é chamada sigma (σ) e a outra, pi (π).
Na ligação tripla, há uma ligação sigma e duas do tipo pi.

2.5 CLASSIFICAÇÃO DAS CADEIAS CARBÔNICAS

Exemplo
Cadeia Característica

Aberta ou Acílica
Apresenta extremos
livres
ou Alifática

Fechada ouNão apresenta extremos


Cíclica livres e forma um ciclo

Apenas dois extremos


Normal (aberta)
livres

Ramificada Mais de dois extremos


(aberta) livres

Saturada (aberta Somente ligação simples


ou fechada) entre átomos de carbono

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Insaturada ou
Pelo menos uma ligação
não saturada
dupla ou tripla entre
(aberta
átomos de carbono
ou fechada)

Heterogênea Apresenta heteroátomo


(aberta ou(S, O, N, P entre átomos
fechada) de carbono)

Não apresenta
Homogênea
heteroátomo

Possui anel benzênico ou


Aromática
aromático

Alicíclica Não possui anel


(fechada) benzênico ou aromático

Mista Ciclo e extremo livre

2.6 FUNÇÕES ORGÂNICAS

Apesar da existência de milhões de compostos orgânicos diferentes,


podemos agrupá-los quanto à semelhança de suas propriedades químicas. A esse
conjunto, damos o nome de Função Química.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Essas substâncias podem ser reconhecidas pela presença de um átomo ou
grupos de átomos específicos denominados GRUPOS FUNCIONAIS (parte da
molécula onde ocorre a maioria das reações químicas. É a parte que determina
efetivamente, as propriedades químicas do composto, e também algumas
propriedades físicas).

2.6.1FUNÇÕES ORGÂNICAS HIDROGENADAS

HIDROCARBONETO COMO FÓRMULA EXEMPLO


IDENTIFICAR GERAL

Apresentam cadeia CH4


ALCANOS
carbônica aberta e CnH2n+2
(PARAFINAS) saturada.

ALQUENOS Apresentam cadeia


C2H4
carbônica aberta,
CnH2n
(ALCENOS OU contendo uma
OLEFINAS) dupla ligação.

ALQUINOS Apresentam cadeia


C2H2
carbônica aberta,
CnH2n-2
(ALCINOS OU contendo uma tripla
ACETILENOS) ligação.
Apresentam cadeia
ALCADIENOS C3H4
carbônica aberta,
CnH2n-2
contendo duas
(DIENOS)
duplas ligações.

CICLOALCANOS C6H12
Apresentam cadeia
carbônica fechada CnH2n
(CICLANOS OU
e saturada.
CICLOPARAFINAS)

CICLOALQUENOS C5H8
Apresentam cadeia CnH2n-2

60
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
(CICLENO) carbônica fechada,
contendo uma
dupla ligação no
anel.
ARENO
Apresentam pelo
----------------------
menos um anel
(HIDROCARBONETO --------------
benzênico.
AROMÁTICO)

2.6.2 FUNÇÕES ORGÂNICAS OXIGENADAS

COMO GRUPO
HIDROCARBONETO EXEMPLO
IDENTIFICAR FUNCIONAL
Apresentam o
grupo -OH
ALCOÓIS (hidroxila) ligado
a carbono
saturado.
Apresentam a
hidroxila ligada a
FENÓIS
um carbono do
anel aromático.
Apresentam um
heteroátomo de
ÉTERES Oxigênio entre 2
carbonos na
molécula.
Apresentam o ALDOXILA:
ALDEÍDOS
grupo aldoxila.

61
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Apresentam o
CARBONILA:
grupo carbonila
CETONAS
ligado a 2 átomos
de carbono.
CARBOXILA:
ÁCIDOS Apresentam o
CARBOXÍLICOS grupo carboxila.

Apresentam o
ÉSTERES grupo funcional
ao lado.

2.6.3 FUNÇÕES ORGÂNICAS NITROGENADAS

FUNÇÃO COMO GRUPO


EXEMPLOS
NITROGENADA IDENTIFICAR FUNCIONAL
Podem ser Aminas Primárias:
considerados
como
derivados da
AMINA
amônia (NH3),
substituindo
o(s)
hidrogênio(s)

62
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
por outros Aminas Secundárias:
grupos.

Aminas
Terciárias:

Apresentam
cadeia
carbônica
aberta,
AMIDA contendo um
grupo
carbonílico
ligado ao
nitrogênio.
Apresentam
cadeia
carbônica
NITRILA aberta,
contendo
uma tripla
ligação.

63
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Apresentam o
NITROCOMPOSTOS grupo nitro -
NO2.

2.6.4 DEMAIS FUNÇÕES ORGÂNICAS

FUNÇÃO COMO GRUPO EXEMPLOS


IDENTIFICAR FUNCIONAL
São derivados
de um
hidrocarboneto
pela
HALETO DE
substituição de
ALQUILA
um hidrogênio
por halogênio
(X = F, Cl, Br
ou I)
São derivados
de um Ácido
Carboxílico
pela
HALETO DE ACILA substituição do
grupo (OH)
por halogênio
(X = F, Cl, Br
ou I)

São
COMPOSTOS
compostos
ORGANOMETÁLICOS
orgânicos que

64
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
apresentam Reagente de
metais ligados Grignard
ao Carbono
São
compostos
resultantes da
desidratação
dos ácidos
ANIDRIDOS carboxílicos e
bem mais
reativos que
os ácidos que
o deram
origem

4. POTENCIAL HIDROGENIÔNICO

A sigla pH significa Potencial Hidrogeniônico, e consiste num índice que


indica a acidez, neutralidade ou alcalinidade de um meio qualquer.
O pH é uma característica de todas as substâncias determinado pela
concentração de íons de Hidrogênio (H+). Quanto menor o pH de uma substância,
maior a concentração de íons H+ e menor a concentração de íons OH-.
Os valores de pH variam de 0 a 14, valores abaixo de 0 e acima de 14 são
possíveis, porém muito raros e não podem ser medidos com as sondas normais.
As substâncias que possuem valores de pH 0 a 7, são consideradas ácidas,
valores em torno de 7 são neutras e valores acima de 7 são denominadas básicas
ou alcalinas. O pH de uma substância pode variar de acordo com: composição,
concentração de sais, metais, ácidos, bases e substâncias orgânicas e da
temperatura.

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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
Figura 11: Níveis de pH.Disponível em: <http://cgi.ufmt.br>. Acesso em: 28/12/2008.

A escala de pH - potencial hidrogeniônico, é o instrumento de medida


utilizada para se conhecer a acidez ou alcalinidade de um produto ou da pele. A
faixa de pH compreendida entre 0 e 7 exprime acidez, enquanto que entre 7 e 14
exprime a alcalinidade, sendo neutro o pH = 7.

A pele possui pH ligeiramente ácido, aproximadamente 5,5, levemente


ácido, o que garante ao estrato córneo proteção contra agentes bacterianos e outros
invasores, esse é o pH de uma pele considerada equilibrada, com todas as funções
derme-epiderme controladas.

A energia de reação de um ácido depende fundamentalmente do pH desta


substância. A ação de um ácido será mais intensa quanto mais ácido (menor o pH)
for o produto e maior será o seu efeito. A profundidade do peeling será variável de
acordo com a concentração, o ácido utilizado e o pH. O risco de lesões será tanto
maior quanto mais profundo for o peeling químico.

Se juntarmos um ácido com uma base, um irá anular a propriedade do outro.


Uma substância ácida ao reagir quimicamente com um álcali (base ou hidróxido) dá
origem à formação de um sal, mais água. Esta reação é chamada de salificação ou
neutralização, ou seja, o ácido é neutralizado por uma base, formando o sal
correspondente. Usam-se como substâncias neutralizantes o bicarbonato de cálcio

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ou sódio e hidróxido de magnésio conhecido comercialmente como leite de
magnésia.

Essa técnica de neutralização é utilizada para ácidos que precisam ser


retirados rapidamente, devido ao seu intenso poder abrasivo.

O cabelo apresenta pH em torno de 5 – levemente ácido. De 0 a 7: pH ácido,


na faixa de 7 (6,5 a 7,5): pH neutro e 7 até 12: alcalino ou básico
Quando o pH é fisiológico, é igual ao pH da pele ou do cabelo.
Quando o pH é neutro, ele não interfere no pH da pele e do cabelo. Produtos
com pH neutro são mais indicados para peles sensíveis, pois são mais inertes e
menos ativos.

IMPORTANTE LEMBRAR:

Quanto mais ionizada estiver à substância mais dificilmente é transportada.

- Grau de ionização depende do pKa da substância.

pKa: pH no qual uma substância se encontra, 50% sob forma ionizada e


50% sob forma não ionizada.

pH determina absorção de uma substância.

Ativo sob forma não ionizada tem grande probabilidade de passar a barreira.

pH – pKa = log ([A] / [HA]) => para ativo ácido


pH – pKa = log ([B] /[BH+] ) => para ativo básico

{Permitem calcular grau de ionização de um determinado ativo. Assim


consegue-se saber se uma substância para um pH fixo, está ou não ionizada
(consegue ou não atravessar barreira)}

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Podemos saber se certos ativos são, por exemplo, mais absorvidos ou não.
Exemplo1: Administra-se ativo que é um ácido fraco de pKa = 6, será fácil ou
dificilmente absorvido ao nível do estômago(pH ≅1)?

6 = log ( [A ] / [HA] ) _ [A ] / [HA] = 10-5 = 0,00001 partículas ionizadas.


(Quantidade de ativo na forma ionizada é muito pequena _ ativo facilmente
atravessa mucosa do estômago)
=> Se não fosse absorvido no estômago, passava ao intestino e aí se faziam
novos cálculos com o valor do pH do intestino.

_ pH => _ativo não dissociado =>_ Absorção

Exemplo2: (acetato da experiência da estricnina)

A estricnina provoca efeitos tóxicos crescentes com o aumento da dose


absorvida pelos respectivos animais. Sabendo que quanto maior for o pH (+ alcalino)
do estômago dos animais, maior a quantidade de estricnina se encontra sob forma
não ionizada. Como consequência, animais apresentam tempos de sobrevivência
menores já que absorvem maiores quantidades do fármaco, em nível gástrico.
Em termos farmacológicos diminui-se a intoxicação causada por certos
fármacos, aumentando o seu grau de ionização, já que se impede a absorção dos
mesmos.

4.1 INDICADORES ÁCIDO-BASE

São substâncias que apresentam colorações distintas em distintos valores


de pH. Podem identificar a faixa de pH de uma solução. Não nos dão uma medida
exata do pH. Ex: fenolftaleína, alaranjado de metila, azul de bromofenol, amarelo de
alizarina, vermelho de metila e outros.

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Fitas pH: são um pouco mais precisas que os indicadores de pH pHmetro:
aparelho que nos dá o valor preciso com até duas casas após a vírgula.

A absorção é definida como a passagem de uma substância de seu local de


administração para o plasma. A absorção deve ser considerada para todas as vias
de administração exceto para a endovenosa. Há casos, como a inalação de um
aerossol, ou para aplicação tópica, em que a absorção não é necessária para a ação
do ativo, mas para grande maioria, só ocorre ação se houver absorção. Dessa
forma, a via de administração é um fator importante na ação do ativo.
A via cutânea é utilizada principalmente quando se quer um efeito local
sobre a pele. A absorção é considerável, podendo levar aos efeitos sistêmicos.
Muitos ativos são mal absorvidos pela pele devido à baixa solubilidade dos mesmos.
Tem-se aumentado o uso de formas de administração transdérmica, em que o ativo
é incorporado a uma embalagem presa com fita adesiva a uma área de pele fina.
Essas embalagens adesivas produzem um estado de equilíbrio estável, tendo
diversas vantagens, especialmente a facilidade de retirada no caso de efeitos
indesejáveis. Contudo, o método só é adequado para certos ativos relativamente
lipossolúveis, e essas preparações são caras.
Existem propriedades químicas do fármaco e variações fisiológicas do
organismo que interferem na sua absorção.
Sabe-se que as drogas são absorvidas na sua forma íntegra, não ionizada,
uma vez que as membranas celulares são essencialmente bicamadas lipídicas
contendo várias moléculas proteicas que regulam a homeostasia celular. Dessa
forma o pH do local no qual a droga desintegra-se e dissolve-se, determina a fração
da mesma na forma não ionizada que pode se difundir através das membranas
celulares. Um conceito útil é o de que as substâncias tendem a existir na forma
ionizada quando expostos a ambientes que apresentam pH oposto ao seu. Portanto
as drogas ácidas são crescentemente ionizadas com o aumento do pH, ou seja, em
locais básicos; enquanto as drogas básicas tornam-se crescentemente ionizadas
com a diminuição do pH, em locais ácidos.
A solubilidade da substância, parâmetro conhecido como coeficiente de
partição, pode exercer papel importante na absorção da substância, pois reflete a

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solubilidade da molécula em um solvente lipídico em relação à sua solubilidade em
água ou em um tampão fisiológico.
Outros fatores devem ser considerados:

♦ Natureza química da molécula;


♦ Peso molecular;
♦ Motilidade gástrica;
♦ Área da superfície de absorção;
♦ Fluxo sanguíneo;
♦ Eliminação pré-sistêmica;
♦ Ingestão com ou sem alimentos.

A absorção, a distribuição, a biotransformação e a eliminação de uma


substância envolvem a sua passagem através das membranas celulares. Por
conseguinte, é essencial conhecer os mecanismos pelos quais os ativos atravessam
as membranas e as propriedades físico-químicas das moléculas e das membranas
que influenciam esta transferência. A capacidade da substância em atravessar as
paredes capilares, membranas celulares e outras barreiras, para circular livremente,
depende em grande parte do tamanho e forma moleculares e da sua solubilidade em
meios aquosos e lipídicos.
Os seguintes mecanismos de transporte através de membranas são
relevantes para o transporte das substâncias.

Difusão passiva de drogas hidrossolúveis:

Depende, em grande parte, do tamanho molecular da substância. Isto se


deve ao fato de canais aquosos da membrana celular ter aproximadamente 8 Å e
restringirem a passagem de qualquer molécula maior do que as que possuem peso
molecular de 150. Esses canais da membrana celular consistem em vias por meio
das proteínas. Não é o principal mecanismo de transporte de substâncias.

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Difusão passiva das drogas lipossolúveis:

Principal mecanismo de transporte dos ativos. A velocidade de difusão


depende dos seguintes fatores:
• Concentração da substância;
• Coeficiente de partição óleo/água;
• Concentração de prótons (pH);
• Área para difusão da substância;
Outros mecanismos menos envolvidos com as substâncias exógenas.

Transporte Ativo:

Ocorrem entre membranas neuronais, células tubulares renais e hepatócitos.


As características do transporte ativo são:
• Seletividade e inibição competitiva;
• Demanda de energia;
• Saturabilidade;
• Movimento contra um gradiente eletroquímico.

Pinocitose e Fagocitose:

A pinocitose envolve a invaginação de uma parte da membrana celular e o


encerramento, no interior da célula, de uma pequena vesícula contendo
componentes extracelulares. O conteúdo da vesícula pode então ser liberado na
célula ou expulso pelo outro lado desta. Este mecanismo parece ser importante no
transporte de algumas macromoléculas, mas não há nenhuma evidência de que
contribua de modo apreciável para o movimento de moléculas pequenas.

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Difusão Facilitada:

Transporte mediado por transportadores, no qual não existe demanda de


energia e o movimento da substância é a favor do gradiente eletroquímico. É um
processo passivo e pode haver competição. A difusão facilitada ocorre
principalmente para substâncias endógenas, que têm baixa velocidade de difusão
simples pelas membranas.

Passagem através de lacunas intercelulares:

Nos capilares o fluxo maciço através dos poros intercelulares é o principal


mecanismo de passagem de fármacos, com exceção do Sistema Nervoso Central.
Estas lacunas intercelulares são suficientemente grandes para que a difusão por
meio da maioria dos capilares seja limitada pelo fluxo sanguíneo e não pela
lipossolubilidade ou pH (não precisa ocorrer passagem pelas membranas). Isto é um
fator importante na filtração pelos glomérulos nos rins e na absorção de drogas
administradas por via IM e SC.

4.2 SOLUÇÕES TAMPÃO

São soluções que evitam variações bruscas de pH. Não evitam totalmente a
variação, mas podem minimizar seus efeitos.

Normalmente são formadas por um ácido fraco + sal do mesmo ácido fraco
obtido com uma base forte.

Quando há falta de H+, doa prótons ao meio. Quando há excesso de H+


capta prótons do meio.

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------------- FIM DO MÓDULO I --------------

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