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ILMO SR.

º PRESIDENTE DO FUNDO ÚNICO DE PREVIDÊNCIA SOCIAL


DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO.

__________________________________, residente a rua___________________,


CEP: , cidade, estado, CPF nº , não se conformando com o corte da pensão concedida
com base na Lei nº 1.951/92 (legatários), do qual não foi notificada, vem,
respeitosamente, apresentar sua carta de defesa, pelos motivos de fato e de direito que se
seguem:

I – OS FATOS

A autora não recebe a pensão desde o mês de outubro de 2017, contudo, através
do fato notório e público do Estado do Rio de Janeiro atravessar dificuldades
financeiras, concluiu de que tratava-se de atraso salarial.

Nesse diapasão os meses se passaram sem que houvesse qualquer tipo de


manifestação do órgão pagador, o que levou a requerente a encaminhar-se ao posto da
RIOPREVIDÊNCIA localizado no bairro de Icaraí na cidade de Niterói.

Averbe-se que a requerente foi informada, nessa ocasião, de que a pensão havia
sido cortada com base na ADI 240-6 e que a RIOPREVIDÊNCIA tentou manter contato
via telegrama para que esta oferecesse defesa mas sem sucesso.

Informa que publicou o nome da requerente no diário oficial e a mesma quedou-


se inerte, gerando o corte da pensão.

II - O DIREITO

II. 1 – PRELIMINARMENTE

DA VIOLAÇÃO DO PRINCÍPIO DA AMPLA DEFESA E DO


CONTRADITÓRIO

Insta consignar que houve flagrante violação ao artigo 5º, inciso LV da


Constituição Federal de 1988 ao promover um processo administrativo, com conteúdo
de suma importância para a vida da requerente, sem que houvesse chance de se
defender.

A Constituição Federal de 1988 assim determina:

Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer


natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros
residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos
seguintes:

LV - aos litigantes, em processo judicial ou administrativo, e


aos acusados em geral são assegurados o contraditório e
ampla defesa, com os meios e recursos a ela inerentes;

DA PRESCRIÇÃO

Ainda que pese o fato de que houve uma indevida concessão de pensão
baseada na Lei nº 1.951/92, devido ao julgamento ADI 240-6, devemos observar que o
poder público desfruta de 5 (cinco anos) para anular atos eivados de vício.

Ocorre que a inconstitucionalidade do art. 283 da Constituição Estadual foi


declarada em 2004, sendo deflagrado o processo administrativo 13 (treze) anos depois,
o qual cortou um pensão recebida há 28 (vinte e oito anos).

Desta forma, não merece prosperar tal corte, devendo ser devolvido
integralmente os valores correspondentes aos meses de outubro, novembro e dezembro
de 2017, seu décimo terceiro, bem como as meses de janeiro, fevereiro, março e abril de
2018.
A Lei Estadual nº5.427/09 estabelece que:

Art. 53. A Administração tem o prazo de cinco anos, a contar da


data da publicação da decisão final proferida no processo
administrativo, para anular os atos administrativos dos quais
decorram efeitos favoráveis para os administrados, ressalvado o
caso de comprovada má-fé.

Portanto, resta cristalina a flagrante ilegalidade do ato, eis que cometido após a
expiração do prazo prescricional.

II. 2 – MÉRITO

A declaração de inconstitucionalidade, com efeitos ex tunc, pelo Plenário do


STF, do artigo 286 da Constituição Estadual e da Lei Estadual nº 1.951/92, que
elencavam o legatário como beneficiário de pensão previdenciária, respectivamente,
pela ADI nº 240 em 1996e nº 762 em 2004.

Não obstante a instituição de pensão por legado seja inconstitucional, o


poder-dever de autotutela da Administração de rever seus atos não é absoluto,
sendo limitado pela decadência quinquenal. Inteligência do artigo 53 da Lei Estadual
nº 5.427/09.
Dando azo aos Princípios da segurança jurídica, da boa-fé, da razoabilidade,
da proteção à confiança.

O procedimento administrativo para cessação do pagamento 28 (vinte e


anos) anos após o início da percepção do benefício e mais de 13 (treze) anos após a
declaração de inconstitucionalidade é nitidamente arbitrário e contrário ao mandamus
jurídico
Averbe-se que a referida pensão já integrava o patrimônio da beneficiária,
que é pessoa hipossuficiente, tornando-se indispensável a sua mantença
com retardamento do desenvolvimento motor que não logrou obter colocação no
mercado de trabalho. Multa cominatória
arbitrada em conformidade com a gravidade do caso concreto e que deve ser mantida.
Tratando-se de autarquia
previdenciária estadual, é indevida a cobrança de custas e de taxa judiciária ao
RIOPREVIDÊNCIA, albergado pela isenção
concedida nos termos dos artigos 10, inciso X, e 17, inciso IX, da Lei Estadual nº
3.350/99. Além disso, a atual redação da
Súmula nº 76 desta Corte isenta as autarquias estaduais do recolhimento de taxa
judiciária

III. 2 - A CONCLUSÃO
o(modelo de conclusão)

Diante de todo exposto, espera e requer seja acolhida a(o) presente defesa,
cancelando-se o auto de infração lavrado.

Termos em que
Pede deferimento.

............................, ___ de ______ de AAAA.

...................................
Nome:
Fone:

Anexar: - Cópia do Auto de Infração


- Cópia de um documento de identidade
- Cópia de um comprovante de endereço
- Cópia do contrato social (tratando-se de pessoa jurídica)
- Cópia de todos os documentos que desejar (referentes ao caso concreto).

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