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PERMANÊNCIA DE FOCOS DE TENSÃO EM REGIÕES

PERIFÉRICAS
O MÉDIO ORIENTE E OS BALCÃS
1-Nacionalismos e confrontos político-religiosos
no Médio Oriente
A região do Médio Oriente (antigo Próximo oriente), que
engloba a Síria, o Líbano, Israel, Iraque e a Jordânia, é a zona
mais instável e conflituosa do mundo devido a:
-ser um mosaico de povos e civilizações;
- à existência de 3 religiões monoteístas;
-à riqueza petrolífera;
-ao fundamentalismo islâmico: defendem o islamismo como
a verdadeira fé e o Corão como a lei básica dos Estados,
fundindo num só o poder politico e religioso. Contestam os
valores ocidentais que consideram degenerados e malignos.

O Fundamentalismo surgiu no Irão, em 1979, após uma


revolução levada a cabo pelo Aiatola (líder espiritual)
Khomeini, que implantou um Estado Teocrático:
- Obediência a Alá
-campanha contra os valores ocidentais, sobretudo dos EUA,
que consideram o “grande Satã”.
2-A QUESTÃO ISRAELO-PALESTINIANA
Esta questão iniciou-se no fim da 2ª Guerra Mundial, em que
foi proclamado na Palestina o Estado de Israel, que mereceu
rejeição dos palestinianos e dos árabes em geral.
Desencadeou-se assim o primeiro conflito entre os dois
povos:
-o povo israelita teve o apoio dos EUA e de todos os judeus
espalhados pelo mundo mobilizados pelo Sionismo
(movimento que defende o Estado Hebraico na Palestina).

-o povo árabe defende a terra que há séculos ocupam e não


reconhecem o Estado de Israel.

Este permanente “estado de sítio” originou conflitos


repetidos que mostraram a superioridade militar judaica.
Assim os judeus ocuparam os territórios reservados aos
palestinianos (Faixa de Gaza), instalando numerosos
colonatos (povoações judaicas).

Foi ainda criada a OLP- Organização de Libertação da


Palestina, liderada por Yasser Arafat.
Considerada pelos judeus uma organização terrorista, a OLP
foi obtendo reconhecimento internacional.
Na década de 80, devido a uma violenta revolta juvenil nos
territórios ocupados (a Intifada), os EUA pressionam Israel
para negociar com a OLP.
Assim foi assinado o 1º acordo israelo-árabe em 1993 em
Washington, o Acordo de Oslo, que definia:
-o reconhecimento mútuo das duas partes;
-a renúncia da OLP à luta armada;
-a constituição de uma Autoridade Nacional Palestiniana;
-a passagem progressiva do controlo dos territórios
ocupados para a administração palestiniana.

Mas este acordo de paz e outros que foram feitos, chocaram


com numerosos obstáculos:
-a oposição dos fundamentalistas islâmicos;
-a resistência judaica não desistia dos colonatos;
-o assassinato de Isaac Rabin por um extremista judeu em
1995, bloqueou o cumprimento do acordo;
-Israel não retirou dos territórios palestinianos no prazo
previsto;
-os grupos islâmicos extremistas defendem cada vez mais a
aniquilação do Estado de Israel.
Assim em 2000 inicia-se um novo ciclo de violência :
-ataques suicidas de palestinianos e violência dos israelitas
mereceram a condenação da ONU,
-o 1º ministro israelita Ariel Sharon ordenou a construção do
muro de segurança que isola a Cisjordânia (território
disputado).
A paz na palestina está cada vez mais longe.

3-MÉDIO ORIENTE- UMA REGIÃO INSTÁVEL


Vários conflitos na região aumentaram a instabilidade:
-a intervenção americana no Afeganistão devido aos
atentados terroristas do 11 de setembro de 2001;
-aumento de atentados na Síria e no Iraque devido ao
aparecimento do proclamado Estado Islâmico, que domina
algumas regiões.
-nessa região o Islão deu origem a vários ramos:
-xiismo- o 2º maior grupo do Islão que considera Alá,
genro de Maomé e por isso o legítimo sucessor do profeta.
-sunismo-é o ramo minoritário do Islão e baseia-se no
Corão e na sunna (tradição).
4-NACIONALISMOS E CONFRONTOS POLITICO-
RELIGIOSOS NOS BALCÃS

-A Jugoslávia, criada após a 1ª Guerra mundial, era uma


região que aglutinava diferentes nacionalidades, línguas e
religiões (ortodoxos, muçulmanos, cristãos).

-Em 1946, Josip Tito, reconheceu essa diversidades e


reorganizou o país, transformando-o num Estado Federal
composto por 6 repúblicas e 2 regiões autónomas integradas
na Sérvia.

-Em 1980, após a morte de Tito, os nacionalismos deram


origem a uma tensão crescente.

-Em 1990 aumenta a rivalidade política: são marcadas


eleições livres na Sérvia, Croácia, Eslovénia e Bósnia.

-Em 1991 a Eslovénia e a Croácia declaram a independência.


-O presidente Sérvio, recusando a fragmentação do seu país,
desencadeia a guerra. Foi necessária a intervenção da ONU.
A Guerra da Bósnia
-Em 1992 a Bósnia-Herzegovina proclama a sua
independência e a guerra reacende de novo. Esta Guerra da
Bósnia torna-se muito violenta:
-bombardeamentos de populações civis;
-campos de concentração;
-deportações;
-massacres (em Srebrenica foram mortos em 3 dias 8 mil
muçulmanos);
-a guerra estende-se a outras zonas (croatas e servos).

Este conflito só terminou com a intervenção da NATO, sob


comando americano. Foram assinados em 1995 os Acordos
de Dayto, que dividiram o território bósnio em 2
comunidades autónomas: uma sérvia e outra croato-
muçulmana.

A Guerra no Kosovo
-Em 1999 surge um conflito no Kosovo devido á limpeza
étnica do governo sérvio aos albaneses.
-A Nato intervém novamente sem a autorização da ONU.
-O conflito durou 78 dias de intensos bombardeamentos e
acabou com a desistência do presidente sérvio e o Kosovo foi
colocado sob proteção da ONU.

-Em 2008 os albaneses declararam a independência do


Kosovo.
Embora a Sérvia não tenha reconhecido a independência, as
relações entre os dois países não tem provocado conflitos.

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